Mesmo que você, leitor, ainda não tenha criado juízo suficiente para patrocinar nossas viagens pela América do Sul e livrar-nos dos atuais empregos opressores, nós do Impedimento permanecemos sempre preocupados com seu bem-estar.
Devido aos constantes problemas de tráfego e lentidão com o sistema (que todos podem perceber pelos comentários dobrados, por exemplo), vamos migrar para um novo endereço. Talvez um pouco menos caprichado que o atual, no novo servidor pretendemos minimizar estes problemas. Seguimos sendo um blog Insanus, e este antigo endereço continuará funcionando como nosso arquivo de preciosidades.
Aqui está: www.impedimento.wordpress.com.
Como em todo início de temporada, vamos organizar o time aos poucos e segurar uns empates. Assim que começarmos a receber grana dos milhares de leitores espalhados pelo mundo, prometemos algo mais autoral e luminoso - como o carrossel caipira do Mogi-Mirim 92/93.
Redação Impedimento
Minha secretária, uma relações públicas argentina, formada na Universidade Autônoma do México, me mandou o clipping de hoje direto do gabinete do Hugo Chávez, onde ela trabalha como bico.
Argentina – Voltar da segunda divisão deve ter seus encantos. Hoje, completam-se 25 anos do retorno heróico do San Lorenzo à primeira divisão do futebol argentino. O jornal Olé reuniu alguns jogadores do time de 1982 para as recordações. (Olé)
Panamá - Eletrizante. O técnico da seleção do Panamá, Alexandre Guimaraes, está tranqüilo por contar com o time completo para enfrentar amanhã o selecionado de El Salvador e domingo, Honduras, no triangular do Sub-23, que vai classificar para o pré-Olímpico de 2008 nos Estados Unindos. Pra frente, Panamá! (El Siglo)
Paraguai – A super-rodada desta quarta-feira terá o enfrentamento entre o líder do torneio Clausura, o aristocrático Libertad, contra o segundo colocado, Cerro Porteño. O Libertad está com 42 pontos e o Cerro, com 38. (ABC Color)
Venezuela – Foram convocados nesta segunda os 22 jogadores da seleção venezuelana, que enfrentará Colômbia e Bolívia pelas rodadas 3 e 4 das eliminatórias da Copa. Ficaram fora da convocação o goleiro Renny Vega, lesionado, e o volante Héctor Gonzáles, que não anda se bicando com o treinador Richard Paez. (El Nacional)
Chile – Já o treinador da seleção do Chile, Marcelo Bielsa, está com dolor de cabeza. Para enfrentar Uruguai e Paraguai, o técnico não contará com os lesionados Estrada, Medel, Sánchez e Mark González. Já não contava com Iturra e Álvarez, suspensos. (Mercurio)
México – O plantel do América está reclamando do calendário. Na semana que vem, terão de enfrentar os colombianos do Millonarios, pela partida de volta das semifinais da Copa Sul-Americana, e ainda encarar uma partida decisiva no Apertura mexicano. “Estou cansado de sempre culparem a Federação Mexicana de Futebol. Não há do que se queixar, há que seguir adiante e buscar o título dos dois torneios”, foi a resposta do treinador Daniel Brailovsky. Nome bom. (El Universal)
Daniel Cassol
Tópicos sobre futebol, vingança e literatura.
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O jogo entre Atlético-PR e Grêmio parece não ter fim. Agora há pouco ouvi na Bandeirantes que o volante Labarthe, do time gaúcho, afirmou ter recebido uma ligação do irmão de Claiton, aconselhando EDUARDO COSTA a ter cuidado em suas atividades em Porto Alegre. Labarthe e o irmão de Claiton jogaram juntos nas categorias de base do Inter. O meio-campista do clube paranaense estaria INSTIGANDO seus parceiros a acertar as contas com o gremista.
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Fiquei extremamente decepcionado com as obras sobre futebol na Feira do Livro de Porto Alegre. Pela oferta, pelo preço e pela qualidade. Primeiro, na Calle e Corrientes, ofereciam uma revista toda fresca - apesar de usada - sobre craques argentinos por 30 paus. Desisti na hora. Não era nada que não possa achar na internet. Depois, fui procurar o livro de histórias da conquista do Mundial pelo Inter. A edição é primorosa, mas vou esperar um pouco mais para gastar 38 merrecas. A última tentativa também foi fracassada porque o ALFARRÁBIO que fala das 50 maiores peleias do futebol gaúcho estava 27 moedas grandes, coisa que pretendia gastar mais tarde em atividades menos nobres. Na real, a edição é bem vagabundinha.
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Falando em escritos, estes dias me deparei novamente com este grande texto que o Firpo publicou um dia após a decisão do Mundial. É um dos melhores relatos que já li sobre o drama que cada vermelho passou naquela manhã calorosa como a brasa do festivo churrasco que a encerrou.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Um mês se passou desde que meu primo Gusta, como quer ser chamado, foi para Caicó-RN começar sua carreira como jogador profissional de futebol. Diferente do que eu imaginei, a quantidade de informação que chega de lá é imensa, graças ao baratíssimo acesso à internet em lan houses locais.
Enquanto Gusta se prepara para encher a rede de gols, eu encho de informação sobre a jornada dele pelo semi-árido. Acompanhe:
A Cidade
Não pára e só cresce. Segundo me contou, Caicó é um foco de centralização no interior do Rio Grande do Norte. Mais do que isso não consegui perceber, nem mesmo do calor meu primo me falou. Mas a insistência em contar que existe um picolé vendido a 25 centavos em todas as esquinas me faz calcular o calor senegalês.
Mais do que isso, também existe um grande destaque para as acomodações do Corintíans de Caicó, onde os atletas vindos de São Paulo estão morando – conta Gusta que é tudo bom, bons quartos, boa comida e uma piscina.
Também existe um telefone coletivo dos jogadores. Caso alguém queira ligar para eles, é só discar (84) 9603-5086 e encher de grana a operadora de telefonia de sua região.
Este é Gusta em frente ao Clube que defende. Repare na camiseta da Cove, com um logotipo da Al Jazeera. Meu primo flerta com a intelectualidade, o que o coloca no pequeníssimo grupo de Jogadores Alfabetizados. Trupe tão pequena que não daria para organizar uma pelada no final do ano.
A Competição
O elenco foi reforçado para a Copa Rio Grande no Norte. A competição faz parte do calendário de atividades do segundo semestre, que busca manter os times em atividade o ano todo. A princípio é um torneio que mexe só com o interior do estado, mas a condição de rebaixado do América RN fez com que os diabos de Natal investissem nela também.
Assim, com América e ABC na jogada, tudo ganha importância. Os grupos são regionais, e os dois primeiros de cada chave se classificam para as semi-finais.
Junto com o Corintians de Caicó, compõem o grupo B os times do Macau, Assu, Potiguar de Mossoró e o Baraúnas; a equipe do São Gonçalo desistiu de participar da competição.
Os treinos
Agora é para valer. Gusta, que joga de meia-atacante, conta a dificuldade que tem sido treinar nessa posição. Como o time tem uma dupla pra posição que é xodó da torcida por ter jogado o estadual em Caicó, ele pulou direto para a reserva. Além disso, um reforço para a posição está sendo trazido para a Copa RN.
Nervoso, meu primo não conseguiu treinar bem e, saindo na reserva, continuou lá. Passou pela sua cabeça mudar de posição, atitude que apoio completamente. Mesmo insistindo para a lateral, visto a falta de laterais pelo Brasil inteiro, ele acabou optando por virar atacante.
Fotos comentadas
Aqui, os 5 imigrantes da bola em um local de treino. Elenco embuído.
O estádio.
Grama só do lado de dentro.
Amanhã, os 4 jogos que já rolaram nas palavras de Gusta.
Texto surrupiado do blog do maestro Menezes, que continua narrando a saga de Gusta pelo Braziu-ziu.
Amanhã tem mais.
Há exatos cinco anos eu estava sentado num estabelecimento comercial, vulgo BAR, assistindo a Inter e Coritiba. Tinha a esperança de que o Inter subisse uns degraus para acabar o campeonato de forma digna. O placar em branco se arrastou até o final do jogo. Naquela altura, o empate já me parecia bom para começar a evitar o desastre. No entanto, aos 44, Lima marcou o gol que desencadeou o pavor extremos entre os vermelhos.
O que seguiu naquele ano foi uma via crucis que acabou em Belém, a terra onde Jesus nasceu, justamente com o renascimento do Inter. Ontem, espiando o jogo, temi que um gol adversário fizesse renascer o martírio. Os pernambucanos não marcaram, mas a sensação de "puta que nos pariu" ressurgiu quando juiz apitou o final do jogo.
Como bem sabem aquelas pessoas lúcidas e inteligentes que acompanham este sítio nada modesto, este ano decidi não me preocupar com futebol. Não assim de não dar bola, mas em dezembro de 2006 resolvi dar umas férias ao meu sistema nervoso. Duas décadas esfolando um pobre coração juvenil me fizeram adotar esta postura. Eu estava descansando na Punta Del Este das emoções futebolísticas e não havia câmbio do dólar que pudesse me demover de tal estado.
Por isto, me incomodei quando o Inter foi eliminado do Gauchão, mas não chegou a ser uma inconformidade de socar paredes. Quando fomos eliminados na primeira fase da Libertadores, a surpresa foi grande. Esperava que em 2007 o Inter montasse um esquadrão capaz de vencer um dos dois títulos importantes, a Copa ou o Brasileiro. Nada disto, no entanto, me fez largar a caipira ou tirar a viseira no paraíso da satisfação futebolística. Sabia de todos os erros, mas não queria dar bola.
Nem as duas derrotas em clássicos me deixaram como em outras ocasiões, quando teria vergonha de sair na rua por meses. Sequer fiquei muito descontrolado quando as chances do tetra nacional afundaram-se com resultados adversos, muitos cedidos no final das partidas. Quase desvirtuei minha postura depois do empate contra o Atletico, no Mineirão. Mas olhei para as vacas no campo e me mantive fiel ao descanso em berço eterno.
Até agora estou meio "blé", mas dezembro está chegando. E com ele o fim do interlúdio. Portanto, estou disposto a encerrar o período sem ganhar nada, mas ainda assim feliz. Apenas, caro senhor Píffero, faço a advertência que, caso aconteça a desgraça de sermos rebaixados - o que eu, sincera e racionalmente, não acredito -, é melhor que deixes o país de forma bem rápida, porque em algum lugar dentro do seu carro ou da sua casa eu estarei esperando para conduzir-lhe com parcimônia aos piores desprazeres físicos que a humanidade já conheceu.
E, mesmo depois de morta, a pervertida da Serra continua levando dinheiro para o seu cafetão.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Os jogadores do River Plate estão reclamando do estado do gramado do Monumental de Núñez, a cartolagem está assanhada no Peru e Carlos "El Pibe" Valderrama segue proporcionando alegrias na Colômbia. É o resumo do noticiário esportivo na Pátria Grande.
Chile -
Os jogadores do futebol chileno estão avaliando as eventuais vantagens que terão agora que foi aprovado o Estatuto do Jogador. A normativa determina o fim dos contratos prorrogáveis e vínculos formais dos jogadores com os clubes a partir dos 18 anos, mas a verdade é que nenhum atleta ouvido pela reportagem manjava do assunto. (El Mercurio).
Paraguai -
O caso do apito no torneio Clausura será o tema principal da reunião dos presidentes de clubes, marcada para a próxima terça-feira na Associação Paraguaia de Futebol. Alguns dirigentes defendem a queda do diretor de arbitragem, Dr. Ubaldo Aquino, mas este possui apoio da cúpula da entidade e, dificilmente, perderá a boca. (ABC Color)
Argentina -
"Nesta cancha de merda não se pode jogar", exclamou Ariel Ortega, ontem, sintetizando a opinião do grupo do River Plate sobre o estado do gramado do Monumental de Núñez, massacrado após uma seqüência de shows do lendário grupo de rock argentino Soda Stereo (muito prazer, Cassol). Apesar das reclamações dos jogadores, a diretoria do River seguirá recebendo grandes recitais, de olho na grana entrante. Em dezembro, o Monumental receberá o grupo The Police, contabilizando 17 shows em 2007, entre Ricky Martin, Roger Waters, The Whoo e Alejandro Sanz. (Olé)
Peru -
Pivô da polêmica que ameaça desfiliar o país da Fifa, Manuel Burga fez ontem o juramento como presidente da Federação Peruana de Futebol até 2011. Diante da imagem de Jesus Cristo e com a mão direita sobre a Bíblia, Burgo disse que não sentia vergonha de voltar a assumir a presidência da FPF, mesmo impedido pelo Instituto Peruano do Desporte, órgão governamental, de exercer cargos públicos até 2012. O chefe do IPD, Arturo Woodman, criticu Burga e disse que não aceitará chantagens quanto a eventual desfiliação da Fifa por interferência do governo peruano no futebol do país. (Diário de la República)
Colômbia -
Ele poderia estar fazendo propaganda de viagra por aí, mas não: Carlos Valderrama segue dando espetáculo nos gramados colombianos. Ontem, treinando a equipe do Junior por uma partida do torneio Finalização, Valderrama sacou uma nota de 50 mil pesos depois que o juiz marcou um pênalti contra seu time, ao final do primeiro tempo. De acordo com a reportagem, o juiz não percebeu a ofensa, ao que Valderrama seguiu esbravejando no gramado até ser expulso. A ordem foi ignorada e o ex-jogador passou o restante do jogo na casamata, ainda aproveitando o intervalo da partida para insultar o árbitro, frente a frente. O Junior perdeu para o América por 3 a 1, rolou pancadaria na arquibancada e o jogo foi encerrado antes do tempo regulamentar. (El Tiempo)
Aqui pra somar,
Daniel Cassol
Parobé, a torcida confia em ti, diz a faixa guardada no armário lá de casa. Minha avó é colorada. Tio Cunha distribui medalhas para os desportistas de São Sepé, prova de que o futebol é uma festa na América Latina, como você verá nos jornais desta quarta, na estréia deste novo quadro do Impedimento. Prometo dedicação condizente com meu salário, isto é, não contem com essa porcaria aqui todos os dias. Reclamações com Antenor ou Douglas.
Bolívia (El Deber) – Três meses sem receber salários e os jogadores do Oriente Petroleiro decidiram ontem parar de treinar e dizem estar dispostos a entrar na justiça. Para o dia 15 de dezembro, estão previstas eleições no clube. (leia mais)
Uruguai (El Pais) – Criticado nos últimos tempos por não obter bons resultados fora de casa, o Defensor quase consegue emudecer o Monumental de Núñez ontem, mas o empate sem gols classificou o River Plate para a semi-final da Copa Sul-Americana. Eram 400 torcedores do Defensor, com “um par de serpentinas”, contra 45 mil argentinos que gritavam: “quem não salta é do Uruguai”. (leia mais)
Paraguai (La Nacion) – A arbitragem está gerando polêmica entre os dirigentes dos clubes paraguaios. O presidente do Cerro Porteño, Luis Alberto Pettengill, afirma que os erros sistemáticos dos juizes estão prejudicando vários times, mas favorecendo apenas um. É uma referência ao Libertad, líder do Claususa, um ponto à frente do Cerro. (leia mais)
Argentina (La Nacion) – Divergências entre o presidente do Boca Juniors, Mauricio Macri, e o vice Pedro Pompillo, estão inviabilizando a montagem de uma chapa oficialista para as eleições do dia 2 de dezembro. (leia mais)
Só pra constar: Ontem, a Igreja Maradoniana celebrou o 47º aniversário de Diego Maradona, realizando o casamento de um casal de mexicanos que estava de passagem por Buenos Aires. (leia mais)
Até amanhã!
Aqui pra somar,
Daniel Cassol.
Marquinhos foi o maior jogador com quem tive a oportunidade de compartilhar uma cancha de futebol. Muito antes de Romário, já apostava quantas janelinhas conseguiria dar nos adversários ou que faria um gol de bicicleta em determinada partida. A diferença é que sua moeda era a cerveja.
Marquinhos foi o segundo de uma família de quatro irmãos, todos bons jogadores de bola. Em ordem decrescente, Abel, que certa vez derrubou uma trave com uma paulada - tudo bem que era de madeira, mas o que vale é que foi ao chão -, Fernando, ou Fê, extremamente habilidoso também, e Júnior, que não tive a felicidade de ver jogar a valer.
Marquinhos era quem jogava mais, não apenas entre os irmãos, mas também entre toda a gurizada do Parque Residencial Marechal Rondon, um bairro de nome bonito que abrigava uma corja de vadios que bebiam cachaça com refrigerante em construções e escutavam Rap Brasil e Racionais com a complacência confusa que a adolescência permite.
Era canhoto, o diabo. Atuava como meia avançado, com extrema facilidade para controlar a bola, velocidade e chute certeiro. Sua habilidade era demasiada, chegava a provocar. Fez história no bairro compondo o temido time do Alemanha - referência à rua em que morava a maiora dos jogadores do time. Faziam grandes clássicos e ficaram invictos durante sei lá quantas semanas. Marquinhos tomava pau como uma cadela sarnenta, mas parecia que jogar cada vez mais.
Muitas vezes fomos companheiros de time, especialmente quando formamos uma equipe forte no futebol de salão. No gol, Cueca. Na zaga, Éder e eu. Chico, que depois andou jogando no Santa Cruz e no Avenida, Marquinhos, Zezinho e Malabim, apelido que fazia referência à forma peculiar do melão do rapaz. Era um time forte. O primeiro feito que me salta à memória foi certa vez quando enfrentamos um bom time que levava até torcida para a quadra, um monte de mulheres gritando e atucanando. Era formado por gringos altos, muitos nossos desafetos das ruas e dos bares. O que aconteceu não foi menos que espetacular e gerou um belo trago de canha na esquina sagrada para comemorar e fazer os comentários do pós-jogo.
(Na partida, a correria foi grande, pau e pau. Tive a oportunidade de fazer o lance mais habilidoso da minha vida, sem querer. Me tocaram uma bola rasteira, forte, eu estava de costas para o adversário. Então, sei lá por que, bati o bico do pé embaixo da bola e ela subiu pouquinho acima do nível da cabeça. Atrás de mim vinha um adversário desabalado, que acabou passando por baixo da bola e transformou o lance num lindo chapéu, gerando um "ohh" geral.)
Estávamos perdendo por uns dois gols de diferença e já ouvíamos os gritos de olé, mas, não sei como, viramos o jogo. Marquinhos parecia dominado por um espírito infernal: é o que acontece quando os jogadores de excelente técnica são tomados pela vontade absurda de vencer. Quando o cara está perdendo, dribla todo mundo, faz o gol, corre alucinado para pegar a bola nas redes, não ri e volta para o meio do campo com os olhos fixos, esperando o juiz recomeçar para sair matando o adversário de novo. E assim foi. Marquinhos virou o jogo, que nesta altura era uma fumaceira digna de La Plata. Como bons guris balaqueiros, começamos a cair e amarrar a partida. Também porque estávamos mortos, aqueles gringos magros e malditos corriam como o diabo, principalmente um, que não parava nunca e, por ironia, era o que mais detestávamos. Mas Éder e eu juntos éramos uma boa dupla de zaga, entrosada desde os 12 anos, quando jogamos no Esporte Clube Canarinho. Aprendemos um com o outro a superar a vergonha de bater descaradamente. E quando o bólido aguado se aproximava do gol, um de nós saía e dava o primeiro combate, ou com uma alavanca ou empurrando, enquanto o da sobra chegava matando, não raro dando socos e pontapés. E assim foi até o fim, quando o jogo acabou e o pulmão havia expelido todas as porcarias com que costumávamos castigá-lo. Se Marquinhos havia virado o jogo, devíamos ter a dignidade de ao menos segurar o resultado.
Naqula época batíamos bola num campo, metade barro, metade grama. Não sei por que o tempo não estancou naqueles dias, onde o horário de verão nos permitia ficar das quatro da tarde às nove da noite disputando um jogo que nunca acabou. Certa vez, caiu uma chuvarada e tivemos a brilhante idéia: fazer uma partida sem faltas. É claro que o jogo se transformou numa correria infernal, todos caçando os amigos adversários. Foi quando Marquinhos apanhou uma bola de costas para mim. Se ele desse o segundo toque, me driblava certo. Aproveitei a conjuntura favorável para lhe passar um rapa perfeito nas duas pernas. Ele saltou alto e caiu de bunda no chão. "Porra, cara!". Eu achei extremamente engraçado.
Marquinhos tinha uma outra habilidade espantosa. Era capaz de passar uma noite de sábado se entragolando como um condenado e, ainda assim, disputar torneios de futebol aos domingos. Geralmente valiam uma caixa de cerveja e um churrasco. Muitas vezes venceu, outras tantas perdeu. Eu nunca conseguiria ter uma resistência destas mesmo que nascesse mil vezes. Era um cara matreiro, sem dúvida. Feio, com os dentes amarelados pelo fumo desde tempos imemoriais, meio caolho. Mas, mesmo com este quadro da dor, pegava algumas moças gatíssimas, tinha a sabedoria. Apenas não sei encontrava a mesma facilidade que tinha com adversários para fazê-las abrir as pernas.
Não vi o futebol da mesma forma depois que, em 1997, no Beira-Rio, Marquinhos me apontou para os jogadores em campo e disse: "cara, a maioria deles joga a mesma coisa que a gente, só tem mais preparo físico". Era verdade. Duvido que Marquinhos não tivesse potencial para ao menos ser um Sandoval naquele time colorado, caso um pouco mais de dedicação e oportunidade aparecesse no seu horizonte.
Tempos depois, numa noite qualquer, ficamos batendo papo na sua casa, ouvindo músicas bagaceiras num rádio pré-histórico. Foi a vez que mais conversamos sozinhos, tomando um trago com as bebidas do pai dele e colocando água nas garrafas para disfarçar. Até um espumante abrimos e achamos que o momento exigia quebrá-la no meio da rua, para marcar uma data importante, como já havíamos feito dezenas de vezes em outras datas históricas da nossa juventude pseudo-marginal. Neste dia, Marquinhos disse que gostava de me ver jogando, correndo e quebrando tudo, o maior elogio que recebi como boleiro. Revelou ainda que preferia atuar com a camisa número 8, quando sempre imaginei que gostasse mais da famigerada 10. No outro dia, Marquinhos deveria acordar para se inscrever num teste no Inter. Ficamos até alta madrugada bebericando e falando bobagens, dormimos umas quatro horas e fomos ao Beira-Rio, onde dezenas de outros guris se amontoavam no guichê de inscrições. Esperamos umas horas e voltamos para casa dormindo no ônibus. Creio que Marquinhos nunca foi fazer o teste. Depois casou e adquiriu o hábito de jogar cartas num boteco. Até hoje gosto de acreditar que continua apostando e aplicando janelinhas loucamente.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Estive pensando durante quase uns três minutos e tomei nota daqueles que eu considero os cinco jogos mais importantes da história de Inter e Grêmio.
Nem sempre as partidas se referem a títulos, já que, bem sabemos todos os amantes da loucura bárbara, às vezes aquela semifinal esperta é mais importante. Pois bem, chega de conversa.
Inter
1) Inter 1 x 0 Cruzeiro - 1975 - mais importante porque foi o primeiro título decente de um gaúcho, com o famoso gol iluminado do capitão Figueroa.
2) São Paulo 1 x 2 Inter - 2006 - a vitória praticamente garante a conquista da primeira Libertadores. Uma semana depois teríamos a confirmação e a libertação do povo colorado.
3) Inter 1 x 0 Barcelona - 2006 - para mim, menos importante que a Libertadores, mas a palavra mundial fala por si.
4) Inter 2 x 1 Grêmio - 1989 - semifinal de Brasileiro, denominado Gre-Nal do Século, 90 mil pessoas, um jogador a menos e vitória de virada. Particularmente, considero este o mais importante e pleno de boas lembranças, já que foi das primeiras partidas em que eu realmente tive a noção do que era torcer. Precisa mais?
5) Fluminese 0 x 2 - 1975 - semifinal de Brasileiro, a Máquina Tricolor rui aos pés de Carpegiani em pleno Maracanã, abrindo caminho para a final contra o Cruzeiro.
Grêmio
1) Grêmio 2 x 1 Peñarol - final da Libertadores de 1983, Olímpico em polvorosa e jogo difícil às ganhas, unindo duas equipes de ponta da América do Sul.
2) Grêmio 2 x 1 Hamburgo - final do Mundial daquele ano, Grêmio vence na prorrogação com Renato Gaúcho plenamente transtornado, garantindo a corneta sobre os colorados por 23 anos.
3) Grêmio 1 x 0 Inter - 1977 - O time azul vence o Inter e quebra uma seqüência de oito campeonatos estaduais vermelhos. De lambuja, André Catimba marca na história o vôo de comemoração, até hoje umas das fotos mais geniais do esporte.
4) São Paulo 0 x 1 Grêmio - Baltazar, Artilheiro de Deus, conquista o primeiro título nacional do Grêmio e garante o Morumbazo sobre os paulistas.
5) Náutico 0 x 1 Grêmio - A famosa Batalha dos Aflitos, um dos jogos mais improváveis e emocionantes da história, vencido com força pelo Grêmio, com quatro a menos e um pênalti contra, perdido com gana pelo Náutico, que errou dois penais.
É claro que tenho plena noção do que foi uma São Paulo x Barcelona, em 1992, ou um Palmeiras x Corinthians, em 1993, ou um Corinthians x Ponte, em 1977, ou ainda um Flamengo x Atlético, em 1980. Mas não sei tanto da história dos clubes a ponto de me sentir autorizado a elencar cinco jogos mais importantes. Tivesse eu conhecimento maior da história, colocaria os resultaods mais importantes da trajetória destes e de outros clubes. Peço desculpas e convido-os a fazer isto nos comentários.
Saudações,
Douglas Ceconello.
A bandeirinha e pelada Ana Paula de Oliveira, que segunda filiou-se ao PC do B, ainda não falou nada sobre se pretende posar na Playboy junto da deputada Manuela d'Ávila. Cumprindo seu dever jornalístico, Impedimento entrou em contato por e-mail, mas não foi atendido.
Gostaríamos de saber ainda se ela trocará o instrumento de trabalho usual pela foice ou pelo martelo.
Quem dera fosse eu um lateral-esquerdo qualquer para ficar na linha do campo me fazendo de louco e implorar pra ela: "vai, só uma vez, me chama de Vladimir". Ou então convidá-la pra nos dirigirmos ao soviete mais próximo e dividirmos tudo que temos direito. Já apelando, ainda poderia chamar de canto e dizer: "só hoje, DUMA comigo".
No entanto, caso Ana Paulovski erre a partir de agora, por coerência entendo que a Conaf deve mandá-la para a Sibéria.
Saudações,
Douglas Ceconello.
E não bastasse desenvolver seu futebol em uma tentativa de profissionalização aos 23 anos, ainda começou a jornada por Caicó, no semi-árido do Rio Grande no Norte. Além de torcer muito por ele, o que posso fazer é uma cobertura sobre o que de mais interessante acontece na vida de alguém que vai atrás do seu sonho sem medir esforços, e assim tentar popularizar o seu futebol através das palavras.
- Um breve histórico
Gustavo não é meu irmão por detalhe. Fomos criados sempre juntos e com a diferença de idade que as mães trazem irmãos ao mundo. Nos 12 anos que fomos quase vizinhos, até que meus tios se mudassem para o interior de São Paulo, a diversão era invariavelmente futebol – em suas diversas formas. Futebol de botão, futebol de meia no corredor, com bola de tênis, futebol entre times imaginários, no vídeo game e nas horas de engarrafamento voltando do colégio e lendo e ouvindo notícias sobre os torneios em andamento.
Entre as quatro linhas da formação de uma cultura inútil inimaginável, sobrava pouco tempo para o jogo em si, na grama e de chuteiras. Ao menos para mim.
Gustavo intensificou a prática do esporte bretão em sua mudança, jogando torneio pelo colégio, por times amadores locais e sei lá mais onde. Um esforço que não passava de brincadeira até uma viagem ao México, cerca de dois anos atrás.
Dando uma de João sem braço imenso, Gustavo fez um teste em alguns times da cidade de Puebla. E em um deles, logo o mais importante, foi aprovado. Por problemas de acerto com a diretoria, não ficou jogando por lá. Mas a impossibilidade causada por atitudes suspeitas dos afilhados de Jorge Campos era o de menos, Gustavo já tinha o que queria: a aprovação.
E foi nisso que se fiou para investir e correr contra o tempo, que já da sinais de passagem lá pelos 20 anos, quando o jogador não explode. Dedicou-se ao treino e aprimoramento e foi convidado por um empresário para uma temporada em Caicó. Uma espécie de vestibular da bola para ele e um punhado de amigos, também escolhidos a dedo na cidade dele. Se vingará eu não sei, mas acompanharei de perto. E se você leitor quiser, pode acompanhar junto. Seja por curiosidade, por diversão ou para entender que nem só de roubalheira pro Corinthians e salários milionários vive o nosso futebol.
- Ficha Técnica
O próprio Gustavo fez sua ficha antes de partir para Caicó.
- O Time
O Corintíans de Caicó, sem o H, em português mesmo. O time tem alguma relevância na região e no Rio Grande do Norte. Claro que o América de Natal denuncia que o futebol potiguar não anda uma maravilha, mas isso pode até ajudar, já que será mais fácil pegar uma titularidade nessas condições. Aliás, segundo apurei, o time tem alguma tradição em treinar jogadores para times maiores. O mascote deles é o galo, e até aparece em alguns escudos mais antigos do time.
Como não poderia deixar de ser, bati um papo com ele antes da viagem, tirando algumas dúvidas e traçando perspectivas do mais novo meia atacante do mercado.
A Vida Mata a Pau: Qual a importância da Copa RN?
Gustavo: É grande, pois o campeão (ou vice, no caso de América e ABC serem campeões), terão lugar na copa do Brasil ano que vem, e o vice na série C do Brasileiro. Além disso, permite que as equipes do interior, principalmente, tenham atividade no segundo semestre, já que apenas ABC e América ainda estão disputando competições.
AVMAP: Diga o nome de 10 times do RN:
Gustavo: America, ABC, ASSU, Alecrin, Macau, Potiguar de Mossoró, Potyguar de Currais Novos, Potiguar de Paranamirim, Baraúnas, São Gonçalo, Santa Cruz.
AVMAP: Já saber o Hino do Corintians de Caicó?
Gustavo: Ainda não, mas procurarei me informar.
AVMAP: Como entrarás em contato com a família?
Gustavo: Via telefone e internet, emails.
AVMAP: Tem internet em Caicó?
Gustavo: Sim. É uma das maiores cidades do estado e a maior da região do Seridó.
AVMAP: Caneleiro ou Cordeirinho?
Gustavo: Fair Play, porém posso me tornar agressivo caso seja necessário.
AVMAP: Qual teu Pass. Acuracy?
Gustavo: costumo errar poucos passes no jogo. Creio que está por volta dos 80%, mas espero elevar bastante este percentual. O bom passe é uma das minhas principais virtudes no futebol.
AVMAP: Algum recado para os leitores?
Gustavo: Espero que vocês gostem de acompanhar a copa RN 2007 e esse meu começo de trajetória no futebol. Vamos torcer para que o Coríntians consiga sagrar-se campeão gurizada! Toshiro pode esperar novos terremotos em breve.
- Curiosidade Final
Mesmo que meu primo ainda não saiba, existe uma doutrina chamada Caicocentrismo. Mesmo que peque pela criatividade, os defensores de que tudo começa por lá parecem estar armados com bons argumentos, como a lista de atrações do município:
* Carne-de-Sol.
* Festa de Santana.
* Clube Atlético Corintians (o original).
* Uma sombra numa pé de acácia na Av. Cel Martiniano.
* Jogo de bozó nas calçadas.
* Calor da bexiga taboca.
Levei fé.
Texto surrupiado de forma leviana e sem qualquer explicação do insuperável mestre Eduardo Menezes.
O cara entorta um "zagueiro equatoriano" (duas palavras que não cabem em uma mesma frase) na linha de fundo e dá um bico rumo ao nada, que por sorte desvia no zagueiro e sobra para outro jogador concluir para o gol. Resultado:
Pelas manchetes, percebemos que Juan é o único que mantém a sanidade mental.
Numa análise fria do jogo, o Equador foi o vencedor moral. Nas duas únicas vezes que chegou ao ataque no primeiro tempo, teve um pênalti sonegado e uma clara chance de gol invalidada por um impedimento inexistente. Com 1 X 2 no primeiro tempo, a torcidinha vip do Maraca iria para casa ainda no intervalo, criticando a ausência de Kerlon no selecionado.
-Aguinaga
Aqui temos a prova de que os EVENTOS marcados pelo Impedimento não são FALÁCIAS como foi divulgado pelos nossos inimigos na mídia.
Os encontros realmente acontecem e onde quer que nossos leitores se encontrem podemos vê-los desfraldando a bandeira do Impedimento e lutando até a morte por nossos ideais.
Na foto, Izabel e Lila, desbravam o Maracanã para assistir ao jogo entre Fluminense e Corinthians. Diz que no gol de empate dos paulistas, Izabel mostrou uma camiseta com os dizeres "Biro-Biro no céu e Impedimento na terra". Depois do jogo, apesar dos esforços de Lila, Izabel não quis esquentar a chapa em um baile funk.
Sensacional. Obrigado pela colaboração, gurias. E mandem mais.
Saudações,
Douglas Ceconello.
O incrível gol do Lawi F.C.
Em 11 de outubro, o Lawi Futebol Clube, do município de Teutônia, no Vale do Taquari, completa 50 anos de fundação. Com o objetivo de entretenimento dos moradores da Linha Winck, localidade antes pertencente a Estrela, em 1957 um grupo de amigos fundou a agremiação, que ao longo de sua história conquistou alguns títulos, atuando em campeonatos
municipais e regionais de amadores. Atualmente estão em atividade as categorias de aspirantes, titulares e veteranos. Uma das histórias da vida do clube, que a tradição oral manteve como verdade, é a de seu fundador Ewaldo Walter, que também era um dos atleta
do time em seus primeiros tempos. Pois numa partida de futebol de um domingo ventoso, Ewaldo cobrou um escanteio e a bola, leve, ganhou altura, rodopiou no vento e voltou em direção do ponteiro Ewaldo. Este, que avançara para a grande área, só teve o trabalho de cabecear para fazer o mais incrível gol da história do clube. O juiz teve um momento de
indecisão, mas validou o gol.
Colaboração de Nelmo Mädke, de Porto Alegre
Foto: arquivo pessoal de Nelmo Madke
Publicado na seção Seção Almanaque Gaúcho na Zero Hora desta segunda-feira (8/10).
Os torcedores da Geral do Grêmio se auto-denominam "borrachos". E nas vezes que compareci ao setor, pareciam esforçar-se para fazer jus ao apelido, não só pelo gigantesco número de ébrios, mas também pelas faixas e cânticos fazendo referência ao tema.
Não sei qual é a vantagem disso. Seria uma tentativa de emplacar uma alcunha do tipo "leprosos", "canalhas", "milionários"? Se sim, a idéia é pouco criativa: "vamos beber até cair e fazer merdas capazes de prejudicar o clube, para que sejamos conhecidos como borrachos".
Mas a infeliz idéia não é exclusiva. Ontem, vi pela televisão a torcida do Inter com uma enorme faixa estilizada, e os dizeres "Estamos Todos Bêbados". Pergunto novamente: pra que esta bobagem? Na verdade, até faz sentido a tentativa de perder os sentidos (sic), já que a qualidade de ambos os times e deste campeonato que disputam é risível. Só o que falta agora é a brilhante discussão para saber quem foi pioneiro nesta idéia genial.
Minha solidariedade à torcida cruzeirense, que poderia ainda acalentar o sonho do título não fossem as duas derrotas em jogos como local na semana passada. Isto porque o São Paulo desandou de vez e ontem perdeu a segunda seguida, reabilitando o rival Corinthians na fuga do rebaixamento. Em confronto direto pela Libertadores, o Palmeiras não deu qualquer chance para um Grêmio irreconhecível, enquanto o Inter cumpriu sua obrigação.
Às vezes parece que a gente implica, mas Rogério Ceni anda fora de si. No clássico de ontem, contundiu-se ao término do primeiro tempo, mas permaneceu em campo durante toda a partida, mancando após cada lançamento ou chute na bola, em atitude que não posso considerar menos que EMO. Enquanto isto, Felipe se desdobrava para garantir a inviolabilidade da meta corintiana. No final, ainda tocou uma corneta de leve. Ao ser interpelado sobre sua árdua tarde, respondeu: "eu trabalhei mais, mas a que foi lá entrou".
No Palestra, o time paulista não deu chances para o Grêmio e marcou muito cedo, com Caio, de falta. Saja falhou, mas antes disto havia feito duas grandes defesas. Rodrigou anotou o segundo e, durante praticamente todo o jogo, os palmeirenses estiveram próximos de alargar. Valdívia joga muito, é um demônio com a bola no pé, mas gosta de se fazer de donzela e reclamar que apanha. Dribla, apanha, não reclama e SEJE HÔME, Valdívia. Nisto não incluo o lance de Gavilán, que parece realmente ter passado dos limites. Ainda não vi. A boa notícia para o Grêmio é que há apenas três times para duas vagas, pois os que vêm abaixo não mostram forças para subir de forma consistente.
No Beira-Rio, o Inter venceu o América em jogo apenas razoável. Como acontece com as equipes onde o entrosamento ainda é falho, os colorados apresentam altos e baixos com uma intensidade assustadora. Às vezes as coisas engrenam, o time é veloz e prático; em outras, apaga e cede espaços infinitos ao adversário. Bom ver Fernandão voltando a marcar de cabeça no Beira-Rio e jogar com alguma qualidade. Parece estar finalmente recuperado, mas infelizmente já estamos em outubro. Guiñazu simplesmente joga demais, é titular absoluto e candidato a ídolo. Jorge Luís, que estreou, foi bem. Tem qualidade no passe e no cruzamento, é rápido e não deixa tantos espaços atrás. E olha temi pela catástrofe quando soube de sua escalação.
E o Botafogo é a presença da várzea na Primeira Divisão. Ontem chamou Cuca de volta. Realmente, nestas três partidas com Mário Sérgio o time caiu muito de produção se compararmos com a grande apresentação diante do River. Cuca parece ter aderido à onda de miséria espiritual do Botafogo e nem deve se dar conta do quão ridículo está sendo. O Rebaixamento está chamando, já que a diferença da equipe para a parimeira das almas danadas é de apenas cinco pontos, nada se comparada à sede botafoguense pela falência existencial.
Saudações,
Douglas Ceconello.
O futebol anda numa fase tão pastel de rodoviária que às vezes me pergunto qual é a motivação que os torcedores ainda encontram para se emocionar. Uma das coisas que há tempos deteriora o sentimento é a ausência dos ídolos, dos heróis, que vão para a Europa ainda naquela fase do "manhê, vem limpá". Mesmo os melhores jogadores que os clubes criam não chegam a ocupar o posto de ídolo da massa. Quando muito, transformam-se em fenômenos de marketing. Mas há raríssimas exceções, e creio que são elas as responsáveis pelo não esmorecimento total da emoção.
Na sexta-feira da outra semana, no começo da noite, fui a um mercado comprar o que se precisa nestes dias: latas de cerveja e um pacote de Doritos. Estava no caixa, pagando minhas preciosas compras, que somavam 10,75. A atendende pergundou se eu tinha 75 centavos e estendi a mão para mostrar que não tinha. Ela perguntou se uma daquelas moedas miúdas não era de 25. Já meio incomodado, respondi que: "se eu disse que não tenho é porque não deve ser, né, moça?". Atendentes de mercados, fica a lição: nunca contrariem um homem comprando cerveja numa noite de sexta.
Bem, as coisas já estavam na sacola, eu aguardava a nota, quando minha visão periférica denunciou que alguém entrava no mercado. Olhei de relance, olhei para a sacola e imediatamente voltei minhas atenções para o cara que se aproximava, reconhecendo-o de imediato. Senti um calafrio. Abandonei o caixa e meio sem jeito o abordei, largando uma pergunta retórica que tinha a missão apenas de parar a marcha do cidadão.
- Fabiano?
- Oi, cara. Tudo bem?
Em todos os dias de treino que fui ao Beira-Rio, como jornalista ou a passeio, nunca costumei me espantar com o fato de falar com jogadores, mesmo os de grande nome. Geralmente penso apenas que ali está um profissional muito bem pago para representar o Inter e que se ele assim não o fizer terá que acertar as contas com a torcida. Não sou deslumbrado com este tipo de coisa, talvez porque isto esteja acontecendo no presente, que tem menos impacto do que as épocas passadas. Talvez daqui a uns 10 anos eu pense que entrevistei o Alexandre Pato, fenômeno, e então ache isto sensacional. Vai saber.
Mas ali estava eu, paralisado como um guri de 10 anos estaria diante de um ídolo intocável. Como um católico deve se sentir ao encontrar uma autoridade religiosa. De imediato imaginei-o vestindo uma camisa vermelha, que certamente tinha o mítico 7 às costas. Ali estava o homem que venceu jogos que valeram como títulos. O último grande ponteiro do futebol gaúcho, talvez do Brasil. O cara que mesmo gordo, decadente, machucado e fora de forma, anos depois de seu auge ainda fazia o Grêmio temer.
Pensei em dizer que era grato por tudo que ele fez, por ter me dado alguns dos dias mais emocionantes da vida. Mas exatamente o quê? Que imagem poderia representar isto tudo? Poderia ser a sensacional virada contra o Flamengo em 1996, no Maracanã. Ou o Gre-Nal da final do Gauchão de 1997, quando, agarrado ao arame farpado, explodi de euforia num Beira-Rio lotado num julho de renguear cusco. Poderia ser o inesquecível clássico dos 5 a 2, um dos maiores jogos do Inter de todos os tempos.
Mas não foi nada disto. O que me veio à cabeça foi simplesmente Fabiano sendo lançado na ponta-direita de um jogo qualquer e partindo como um tanque para cima do adversário apavorado, enquanto a geral do Beira-Rio toda se levantava e produzia um urro abafado. E por isto me senti grato. Por inúmeras vezes Fabiano partir pela ponta do gramado do Beira-Rio, em movimentos brutos e rápidos que pareciam querer dizer apenas que é bonito de se ver futebol, que nós estávamos juntos amassando todo mundo no tapete verde do Gigante. Tive vontade de agradecer por ter me levantado da geral inúmeras vezes para ver a camisa 7 em disparada derrubando constelações de zagueiros. Perdido, sabendo que era um grande momento, mas não querendo tornar a situação contrangedora, dei andamento ao curtíssimo diálogo.
- Ahn...bom te ver por aí.
- Valeu, cara. Obrigado.
Trocamos um breve aperto de mão e cada um seguiu seu caminho neste mundo de zagueiros e enormes faixas de gramados a serem exploradas.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Apenas para dizer que desejamos um final de semana de plena realização para todos.
Nenhum propósito nesta reunião entre a dupla Gre-Nal, a Federação Gaúcha e o secretário de Segurança, José Francisco Mallmann. No fim das contas ficou decidido que a Brigada Militar continuará fazendo a segurança no Beira-Rio e no Olímpico até o final do ano porque receberá UMA VIATURA como pagamento.
Primeiro a Secretaria de Segurança afirmou que não continuaria mandando tantos policiais para os campos porque os jogos tirariam o efetivo das ruas, como se chovesse policiais em Porto Alegre nos dias sem futebol. A idéia era usar um brigadiano para cada mil torcedores. Grêmio e Inter afirmaram que estão protegidos por uma decisão judicial. A Secretaria de Segurança treplicou declarando que cobraria pelos serviços. Ou seja, se entrar uma graninha, azar que a BANDIDAGEM FAÇA SUA ORGIA (a/c Mendelski).
É um tema que merece discussão urgente e mostra a falência do Bovinão, como diz o pessoal da Nova Corja/A verdade. Ao fim da reunião de hoje, vieram com aquela balela de que todos cederam. Se todos cederam, é muito KY. Na verdade, a Secretaria de Segurança aceitou uma migalha, UMA ÚNICA VIATURA, que deve sair por uns 50 mil, e se deu por contente, pois também não deve ser do seu interesse prolongar o mal-estar com os clubes.
A Brigada ficou como os times do Interior, que vão pedir patrocínio para um fazendeiro e saem carregando uma ovelha viva numa Saveiro. Estou pensando em mandar um e-mail para a Segurança pedindo que mandem um policial dar umas bandas aqui perto de casa. No final do ano, juro que dou um carrinho de mão para a brigada.
E posso dar até uns sacos de cimento se o próprio secretário vier rezar embaixo da minha janela.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Muitos torcedores têm raiva do Corinthians e desejam ver o clube queimar nas mais ardentes labaredas - depois de 2005, principalmente os colorados - mas ninguém pode negar que a vingança veio a cavalo.
Pois vejamos a maldição que se estabeleceu no clube após a confusão no Brasileiro de 2005. No jogo contra o River Plate, já no mata-mata da Libertadores, ficou claro que uma Grande Depressão Alvinegra sucederia a época de enxurrada dos petrodólares e dos craques.
Há muitos indícios da peste desabou no Parque São Jorge após a venda de corpo e alma ao russos. Cito alguns:
1. Fuga de craques, encabeçados por Tevez, todos levados pela mão de Kia.
2. Ver o Inter, vice-campeão daquele campeonato, levantar a Libertadores, principal sonho corintiano, logo no ano seguinte.
3. O tão odiado São Paulo ganha absolutamente tudo.
4. O rebaixamento, assim como a África do Sul, é logo ali.
5. Como se não bastasse sua demência senil, Dualib ainda se propõe a levantar mais e mais suspeitas.
6. Nelsinho "Cabeção" Baptista.
7. O atual presidente do clube afirmou que era PALMEIRENSE até os nove 9 de idade. Não é nem 5 ou 6, mas NOVE. Com esta idade todos já estamos chorando nas derrotas, felizes nas vitórias e criticando o esquema usado pelo técnico.
Mesmo com um arsenal tão violento, não tenho dúvidas de que, para mim, a pior CHAGA é a última.
Saudações,
Douglas Ceconello,
Em 1989, em Buenos Aires, terminou empatada uma partida entre os Argentinos Juniors e o Racing. O regulamento obrigou a defini-la por pênaltis.
O público assistiu de pé, roendo as unhas aos primeiros tiros de doze passos. A torcida gritou gol do Racing. Em seguida veio o gol do Argentinos Juniors, aclamado pela torcida da outra arquibancada. Houve ovação quando o arqueiro do Racing se lançou contra uma trave e desviou a bola. Outra ovação felicitou o goleiro do Argentinos, que não se deixou seduzir pelas caretas e esperou a bola no centro do arco.
Quando foi cobrado o décimo pênalti, houve um ou outro aplauso. Alguns torcedores abandonaram o estádio depois do vigésimo gol. Quando foi cobrado o pênalti número trinta, as poucas pessoas que ficaram dedicaram a ele alguns bocejos. Os chutes iam e vinham , e o empate continuava.
Após quarenta e quatro pênaltis, terminou a partida. Foi o recorde mundial de pênaltis. No estádio já não havia ninguém para celebrá-lo, e nem se sou quem tinha ganhado.
Mais um relato de Eduardo Galeano, em Futebol ao Sol e à Sombra.
Saudações,
Douglas Ceconello
Hoje pela manhã, já quase meio-dia, tentei entrar na sede do Esporte Clube Bento Gonçalves, mas a responsável sentia o estômago lhe chamar para o almoço. Tentarei descobrir algo sobre o clube nas próximas horas, e estou na expectativa de que aconteça alguma pelada nos próximos dois dias.
O amigo Daniel Casso deve me esclarecer sobre a história do clube, bem como me manter informado sobre o calendário futeboleiro da cidade. Tudo isto como um formidável desculpa para tomarmos um veneno na infalível noite sepeense. Ontem teve festa no Clube do Comércio, amanhã há um baile que vai escolher duas dançarinas para algo que não me ficou claro. Pretendo comparecer, tirar fotos e ser expulso. Hoje à noite vou à festa dos 50 anos da Cooperativa Tritícola Sepeense - Cotrisel. Escrevi o texto da revista comemorativa dos 50 anos da entidade e lá estarei para brindar com todos. Genial demais.
Para mim, São Sepé continua sendo uma cidade com maioria absoluta de colorados. Esta foi a impressão que me ficou desde a primeira visita. É impressionante como a rivalidade Gre-Nal também é muito acirrada. Em todo lugar que há uma bandeira de Inter ou Grêmio, outra do rival é colocada imediantamente do lado, seja em casa ou apartamento. Bonito de ver. Na outra vez em que estive por estas bandas, estávamos em Formigueiro, numa reunião da cooperativa. Paulo Santos, diretor da Cotrisel, me apontou um CANHÃO e disse: "quando o Inter foi campeão em 1979, levamos este canhão para o centro da cidade, colocamos pólvora e começamos a dar tiros para comemorar". Chorei fogos de artifício.
Chama a atenção como os motoristas são dementes em São Sepé, apesar dos relativamente poucos carros que transitam pela cidade. Ninguém faz questão de parar em lugar nenhum, não há qualquer respeito pelos pedestres. Como as ruas são bem largas, atravessá-las é uma aventura constante. Hoje pela manhã precisei apressar o passo no susto para não ser erguido por um Opala.
Bem, por enquanto é isto. Tenho uma mulher para entreter, uma cidade para caminhar e uns bares que merecem ser desvendados.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Abaixo seguem os vídeos enviados para nosso breve concurso. Há coisas genias e outras mais geniais ainda.
Votem durante todo o dia. O nome de quem enviou foi omitido para evitar pressão em familiares e amigos. O vídeo vencedor será aclamado o maior de todos os tempos da história universal e quem o enviou ganha uma fita VHS de Top Gun para curtir com a (o) patroa (ão).
Segue:
Este vídeo, pelo conjunto da obra, merece estar na seleção dos melhores. Atenção para os melhores momentos: trocadilho do Léo Batista, entrevista fantástica de Cocada, Andrade pronunciando algum dialeto qualquer e Romário e Renato Gaúcho soltando pérolas.
http://www.youtube.com/watch?v=34sQ4JJ_41I
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O contestado, desastrado e injustiçado Martin Palermo marca um gol de placa narrado por um argentino de ascendência turca.
http://www.youtube.com/watch?v=R-2mFP5KRnc
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O vídeo abaixo apresenta a subida do Tigre para a primeira em 1979, na Argentina. Destaque para a impagável trilha sonora.
http://br.youtube.com/watch?v=e9LhO1dkQMU
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Colômbia afunda as calça da Argentina nas Eliminatórias para a Copa de 1994. Era o começo da grande decepção da seleção cafetera, um dos maiores times de todos os tempos.
http://www.youtube.com/watch?v=sYFLi7d4JJQ
***
Um clássico do futebol sul-americano e mundial. Zandona coloca Edmundo para dormir seu sono mais profundo.
http://www.youtube.com/watch?v=7b8fdmI2LWw
***
Festa pincharrata em 2006 após uma virada espetacular sobre o Boca Juniors, com direito a golaço de Pavone e delírio vermelho e branco nas arquibancadas.
http://www.youtube.com/watch?v=KkSWuF9l6RM
***
Uma das correrias mais famosas do futebol. Rivelino toma um sufoco dos uruguaios e acaba esfolando a bunda na escadaria do vestiário. Depois ainda há um final de felicidade duvidosa.
http://www.youtube.com/watch?v=eCJObVMNOWI
Saudações,
Dougla Ceconello.
Cedendo à pressão de nossa horda de leitores, propomos a realização de um concurso com os vídeos mais espetaculares sobre o nobre esporte da bola no pé.
O esquema é o seguinte: mandem o dito vídeo para impedimento@gmail.com com uma breve descrição, até cinco linhas, mais ou menos. O prazo vai oscilar com duas possibilidades. Até as 20h de terça-feira ou quando chegarmos a 20 e-mails. Depois disponibilizo aqui todos eles e vamos à votação aberta, porque aqui somos sérios.
Como critérios únicos, o vídeo deve envolver ao menos um time sul-americano e não pode envolver Inter ou Grêmio. Quem desrespeitar isto, acordará abraçado com uma cabeça de cavalo. Devo adiantar que vídeos sobre confusões, brigas e correria terão minha especial simpatia, mas, na verdade, isto quer dizer NADA, e lances bonitos ou compactos de enfrentamentos clássicos também serão tolerados.
Era isto. Youtubem-se e comecem a rezar.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Nunca se esqueçam: na sexta-feira só não vale ficar igual ao Vanucci. Porque ninguém quer virar comida de leões, e a África do Sul é logo ali.
Não consigo evitar de rolar de rir quando vejo o botafoguense anão tendo um APARTHEID NEURONAL, mostrando uma muito falsa irritação com a campanha brasileira e o título da itália. Nenhuma palavra do que ele fala tem qualquer nexo com nada já dito no mundo. No outro dia, afirmou que tinha tomado uns remedinhos e uma garrafa de vinho.
Mas também não podemos negar a maestria do cara em tomar um foguete cavalar e aparecer para apresentar um programa na TV. No rádio até passa, consegue-se ludibriar os ouvintes. Mas na televisão é preciso muita cara dura.
Impedimento apóia Vanucci.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Felipão estava com tanta saudade do seu tempo de bandido do interior gaúcho que resolveu descontar no zagueiro sérvio Dragutinovic.
Ele sentou a mão no defensor, que tentou reagir mas foi parado por aquelas pessoas sem graça que costumam impedir as brigas dentro de campo. Sorte de Felipão, que posou de galo (não que ele não seja) e nem precisou correr (não que ele fosse correr).
Reparem que temos um problema conceitual. Geralmente se fala em violência fora (negativa) e dentro (positiva) de campo. Mas Felipão não é torcedor nem jogador, mas sim técnico, o que deixa o conflito na zona do limbo das trangressões futeboleiras.
Impedimento apóia Felipão (mas eu adoro quando ele não ganha, e sei que é rancor).
(e gora só uso parênteses em 2009, já que os odeio e resolvi usá-los apenas como açoite intelectual e punição contra a minha própria pessoa por tudo que já fiz contra nosso amado idioma)
Saudações,
(Douglas Ceconello).
Estiquei minha estada na capital missioneira para conferir o embate entre os postulantes a vaga no Gauchão 2008: SER Santo Ângelo x Sapucaiense. Só a título de curiosidade, a Sociedade Esportiva e Recreativa Santo Ângelo surgiu, em 1989, da fusão dos 3 clubes existentes na cidade: Tamoio, Grêmio e Elite. Sobre o Sapucaiense só posso dizer que é o time daquela cidade do Zoôlogico que fica entre Porto Alegre e Novo Hamburgo.
Sabe-se lá por que, o jogo estava marcado para as 15h00 sob uma lua que faria Sepé Tiaraju rejeitar o jogo para descansar sob a sombra de um pé de Cinamomo. Mas como indiada pouca é bobagem, rumamos assim mesmo para o Estádio da Zona Sul, eu e meu primo, munidos das latas de bereja que sobraram da churrascada habitual de domingo. Ao chegarmos lá, encontrei um camarada de outras jornadas que insistiu para que fôssemos nas cadeiras. Pensei comigo R$ 8,00 para torrar na Lua de Sepé ou R$ 20,00 para ficar na área coberta das cadeiras? R$ 8,00, é claro. Então o novo comparsa propôs que caso eu fosse nas cadeiras, ele bancava a cerveja no decorrer da partida. Acatei de imediato, óbvio.
Meu primo prefiriu ir nas arquibancadas mesmo e encontrar os amigos da extinta Barra Brava Missioneira.
Fui logo me abancando enquanto o parceria providenciava as Bavarias, quentes. O jogo começou com ambos os times correndo muito, mas sem muita objetividade. Qualquer zagueiro besta que inventa de sair jogando com classe, deveria fazer estágio em partidas válidas pelo Gauchão. Só tenho pena dos gandulas que, a cada 2min, tinham que buscar as bolas fora do estádio dada a quantidade de balões de ambas as partes.
A SER tentava atacar, pressionava, mas faltava o principal: chutar em gol. As esperanças de gol do time missioneiro concentravam-se em Quito e Evandro Brito. O primeiro, destaque nas últimas partidas, me fez lembrar Pedro Junior, fosse pela extrema dificuldade em dominar a bola, fosse pela completa incapacidade de finalizar em gol. Já Evandro Brito, baixinho e atarracado, cancheiro véio do futebol gaúcho, me lembrou Claudio Pitbull: esforçado e peleador, brigava em vão com o zagueiros e não ofereceu risco em momento algum para a defesa do Zoologico.
Nesse cutuca mas não vai, o Sapucaiense assutava nos contra-ataques, que não resultavam em gol graças aos milagres do zagueiro missioneiro, Carlão, o melhor em campo.
Há essa altura eu já tinha abdicado de assistir o jogo e me concentrava nos comentários do TIOZÃO que estava na volta.
- Porra, o Quito não tá correndo nada! Corre seu corno! Agora no intervalo ele toma umas cachaça e volta a mil, tu vai ver só.
Antes de findar o primeiro tempo, o juiz não deu dois pênaltis claríssimos para o Supucaiense. Ao apito do juiz, aquela cena clássica de Gauchão: jogadores do Zoo botando aquela pressão no árbitro, jogadores da SER tirando as caras, Brigada Militar e cachorrada entrando em campo, enfim, estava feito o bochicho, para delírio da torcida e satisfação eterna desse que vos fala.
Terminada a confusão, na saida de campo para os vestiários, o juiz, cercado pelo batalhão de choque foi ovacionado pelos torcedores. O TIOZÃO seguia dando show nos comentários:
- Ô brigadiano, segura bem esse ROTIVAILI aí! Não vá soltar no meu juiz!
O segundo tempo não teve grandes surpresas. A SER insistia nas bolas aéreas sem nenhum sucesso, ao que o TIOZÃO mestre comentava comigo:
- O Aílton está mais bêbado que eu! O que adianta meter bola alta ali no Evandro Brito se o zagueiro deles é uma taquara??? É um REPOLHO contra uma taquara, não vai ganhar nunca.
Pra não dizerem que é mentira aí está o resumo da pelada:
http://www.youtube.com/watch?v=qqzmlhOzVWs
Fabrício Maraschin, o Fino.
- Representante do Impedimento em Santo Ângelo e do Santo Ângelo no Impedimento.
Você já declarou sua independência hoje? Se não, corra e faça como nossos nobres compatriotas fotografados em toda sua espontaneidade BRAZUCA.
Eu mesmo agora estou indo ali na margem do Rio Gravataí para empunhar um espeto com uma picanha e gritar "Cerveja ou chopp!".
Saudações,
Douglas Ceconello.
Não foi por falta de torcida que o Nueva Chicago foi rebaixado.
Cortesia do assíduo leitor Paulo Roberto Sanchotene, que certamente pretendia adocicar nossa visão e tornar mais leves nossas árduas horas.
Sanchotene, "larápio" na visão de seus algozes nos comentários, alerta ainda para a cara do juiz, que parece estar voltando de um churrasco para apitar o jogo e sair imediatamente para outro churrasco.
Agradecemos pela colaboração.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Em 1974, depois de subir muito, Jean Marie Faustin de Godefroid Havelange conquistou a cúpula da FIFA. E anunciou:
– Vim vender um produto chamado futebol.
Desde então, Havelange exerce o poder absoluto sobre o futebol mundial. Com o corpo grudado no trono, rodeado por uma corte de vorazes tecnocratas, Havelange reina em seu palácio de Zurique. Governa mais países que as Nações Unidas, viaja mais do que o Papa, e tem mais condecorações que qualquer herói de guerra.
Havelange nasceu no Brasil, onde é dono da Cometa, uma das principais empresas de transporte rodoviário interurbano, e de outros negócios especializados na especulação financeira e na venda de armas e seguros de vida. Mas suas opiniões são muito pouco brasileiras. Um jornalista inglês, do Times de Londres, lhe perguntou:
– O que mais lhe dar prazer no futebol: a glória? A beleza? A vitória? A poesia?
E ele respondeu:
– A disciplina.
Este idoso monarca mudou a geografia do futebol e transformou-o num dos mais esplêndidos negócios multinacionais. Em seu mandato, dobrou a quantidade de países nos campeonatos mundiais: eram dezesseis em 1974, serão trinta e dois em 1998. E pelo que se pode adivinhar através da neblina dos balanços, os lucros que esses torneios rendem multiplicaram-se tão prodigiosamente que aquele famoso milagre bíblico, o dos pães e os peixes, parece piada.
Os novos protagonistas do futebol mundial, países da África, Oriente Médio e Ásia, dão a Havelange uma ampla base de apoio, mas seu poder se nutre, sobretudo, da associação com algumas empresas gigantescas, como a Coca-Cola e a Adidas. Foi Havelange quem conseguiu que a Adidas financiasse a candidatura de seu amigo Juan Antonio Samaranch à presidência do Comitê Olímpico Internacional. Samaranch, que durante a ditadura de Franco soube ser homem de camisa azul e braço estendido, é desde 1980 o outro rei do esporte mundial. Ambos manejam enormes somas de dinheiro. Quanto, não se sabe. Eles são muito recatados em relação a isso.
Páginas 142 a 144 de Futebol ao Sol e à Sombra (L&PM Pocket, 2004 - 230 páginas), de Eduardo Galeano. Quando fala de futebol, Galeano é respeitável. Esse livro tem muitos textos geniais, sempre vale a pena relembrar.
Amanhã tem mais.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Paradas, apoiando-se no alambrado, dezenas de pessoas aproveitam uma tarde vagabunda e olham atentamente o campo deserto do gramado suplementar do Beira-Rio. Pacientemente, dedos trançados nas grades, elas aguardam a chegada parcial dos jogadores, que treinarão movimentações táticas e conclusões. Não é véspera de jogo decisivo nem o dia seguinte de uma vitória significativa.
Quando boa parte do grupo de atletas já corre pela grama tipo bermuda, um senhor pára ao meu lado e diz, olhando para frente:
- Olha a barriga desse Pedro. No Vitória, corria e fazia, jogava bem. Aqui, a noite pegou ele.
Aguardei um instante para confirmar que o instigado era eu, pois no aperto da grade era difícil saber quem falava com quem.
- Deve conhecer cada palmo da Goethe - disse, tentando novamente iniciar a conversação
Percebendo minha receptividade, o senhor de boné e rosto franzido afirmou que os jogadores de times pequenos não sabem aproveitar as chances, se deslumbram com a estrutura dos clubes grandes. Apontou aqueles que mandaria embora e outros que merececiam continuar no Inter. Utilizando argumentos convincentes, previu que se o time do Beira-Rio passar 2005 sem algum êxito, um mínimo de mais dez anos será necessário para alguma tentativa de redenção. Fixou os olhos no gramado e ficou perdido em divagações, acompanhando o desempenho dos jogadores em chutes e cabeceios. Subitamente, virou-se para mim.
- O que tu faz?
Ao ser informado de que eu estudava Jornalismo, seu Altemir, surpreso, afirmou: “Então, tu precisa ser um jornalista de impacto”. E, desdobrando um exemplar do Diário Gaúcho, procurou os textos dos colunistas esportivos. “Olha, se tu pegar os jornais do mês inteiro, vai ver que é sempre a mesma coisa. Tu vai ter que fazer diferente, porque os meus filhos não lêem esse tipo de coisa. Esses caras do rádio e da TV não vão durar para sempre. Olha o Neto, o que é aquilo?”
Depois de mais uns instantes de conversa, criticava com autoridade os jogadores e lembrava de bons tempos idos. Eu tapava o sol com a mão e olhando o campo por baixo. Ofereci uma carona até a Avenida Protásio Alves, onde ele pegaria o ônibus para o Bairro Mário Quintana. Acomodado e dispensando de todas as formas o uso do cinto de segurança, disse que os jovens não se interessam mais por rádio ou jornais, principalmente pelo jornalismo esportivo de futebol. “Mas esses caras do rádio não vão durar para sempre”, fazia questão de frisar, como se tivesse informações cabais sobre uma situação que se revelaria num futuro próximo.
Pai de um talentoso zagueiro de oito anos de idade, Seu Altemir teme que as crianças percam o interesse pelo futebol. “Hoje é muito melhor ler as notícias sobre basquete ou vôlei”. Quando desembarcou na Avenida Ramiro Barcellos, perto do Hospital de Clínicas, despediu-se de forma simpática. “Foi bom falar contigo, mas não esquece o que eu te disse. Sorte”. E se foi embora, preocupado com o futuro do futebol e torcendo pelo fim dos “caras do rádio”.
****
Texto escrito em agosto de 2005 sobre uma passagem ocorrida em algum mês do primeiro semestre do mesmo ano. Do nada, achei por aqui. Não publiquei em lugar nenhum e depois esqueci. Agora que me deparei com ele, achei legal compartilhar. Grande pessoa, o Seu Altemir.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Loucura sem precedentes. O advogado Nelson Paviotti só usa as cores verde, amarela, azul e branca desde a Copa de 1994. Antes das quartas-de-final contra a Holanda, ele prometeu que se o time de Parreira fosse campeão, só se vestiria assim morrer.
Segundo ele, não é sacrifício cumprir o prometido porque "estamos falando das cores que simbolizam o Brasil", e o desempenho da $eleção nos Estados Unidos "trouxe mais otimismo e o patriotismo que faltava ao país". Ele esqueceu de citar que o time de Parreira trouxe muitas outras coisas, muitas das quais quase ficaram presas na alfândega.
A matéria toda é um primor e aconselho fortemente a leitura, mas o final é essencial para o ensinamento do bom jornalismo. Já encaminhei para as faculdades, sugerindo um seminário para cada parágrafo. Juntos, formarão a disciplina de "Desconstrução objetiva da realidade nacional". Segue:
O fusca do advogado, ano 1982 e batizado de Fafá de Belém, não escapou da promessa. As cores da bandeira estão na lataria, interiores e no verde musgo do insufilme. O motor 1.600 cc também recebeu retoques de tinta.
Uma foto da cantora Fafá de Belém vem colada na traseira do veículo abaixo da inscrição "Consulte sempre um advogado". A artista Fafá foi associada popularmente aos modelos de fusca fabricados com lanternas mais avantajadas.
Paviotti é fã da cantora Fafá de Belém e admira sua participação ativa na história do Brasil. "Meu sonho é um dia conhecê-la pessoalmente", confessa. Ele destaca o engajamento da cantora no cenário político como no período das Diretas Já e a sua homenagem emocionada durante visita do papa João Paulo II.
O outro carro de Paviotti, um fusca 1972, não escapou da obsessão. Batizado de Romário, o veículo aguarda uma revisão, mas não será aposentado, assim como o atacante da Copa de 94.
Adepto das manifestações de alegria, Paviotti costuma ser visto nas ruas de Campinas durante os desfiles de Carnaval. Certa vez, em concentração no City Bar, Paviotti chegou vestindo um modelo árabe com muitos panos verde, amarelo, azul e branco.
O fusca Romário, convocado ao desfile noturno das escolas de samba, foi pintado com os nomes dos jogadores na lataria. "O nome do técnico era no motor, para aquecer. O jogador da defesa, no teto. Os da linha, no capô. O goleiro nas duas portas para não deixar abrir o gol", conta o advogado.
Muita delícia, não? Não sei quanto a vocês, mas a mim ele lembrou o VISCONDE DE SABUGOSA.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Romário não se cansa de ser homenageado. Desta vez, foi agraciado com uma estátua de bronze em São Januário. Merecido. Mesmo tendo jogado por Flamengo e Fluminense, o atacante quase aposentado disse que a estátua está no lugar certo, perto do campo onde sempre amou atuar. Tá, muito bonito, mas agora pára.
Saudações,
Douglas Ceconello.
UFA!. Depois de momentos de extrema angústia, muitos cigarros e clicadas em atualizar, eis que ressurgimos do inferno. Não dá nada que perdemos milhões dos nossos patrocinadores. O que importa é colocar logo no ar os palpites da Loteca para que todos corram à lotérica mais próxima e fiquem livres para as sacanagens de sexta-feira. O concurso 278 paga a miséria de R$ 250 mil, que serão integralmente investidos por nós na aquisição de reforços para o Esportivo.
Então vamos logo antes que os sistemas da Califónia peguem fogo novamente.
1 BOTAFOGO/RJ INTERNACIONAL/RS DOM
Coluna do meio. Jogo totalmente imprevisível, com dois times buscando o gol. Aposto no empate, mas é possível que qualquer um vença. 2 a 2.
2 PALMEIRAS/SP FLAMENGO/RJ DOM
Coluna 1. A grande pergunta é se Caio Júnior vai engraxar a prancheta de Jejão ou se Jejão vai engraxar os óculos de crítico de teatro de Caio Júnior. O Flamengo venceu duas seguidas. Três seria contrariar a lógica. E chegou a hora do Palmeiras vencer o trauma de jogar no Palestra. 2 a 1.
3 CRUZEIRO/MG FLUMINENSE/RJ DOM
Coluna do meio. Chegou a hora de o Cruzeiro tropeçar. O Fluminense ainda merece um mínimo de respeito. Mas são dois clubes que costumar me ferrar nas apostas. Já perdi vultuosas somas por culpa deles. 1 a 1.
4 GOIÁS/GO SÃO PAULO/SP DOM
Colunas do meio e 2. Apesar da boa campanha, o Goiás é um time bem vagabundo. O São Paulo também não enche os olhos de ninguém, mas será o vencedor, caso haja um.
5 CRICIÚMA/SC PORTUGUESA DESPORTOS/SP SÁB
Coluna 1. Barbada. O PODER DO CARVÃO anula os adversários. E a Portuguesa não subirá nesta temporada. 2 a 0.
6 SANTOS/SP SPORT/PE SÁB
Coluna 1. O Santos vence apertado. Aliás, jogos na Vila Belmiro contra adversários médios ou pequenos são palpites quase certos, mas estes dias o Náutico provocou inúmeros suicídios de apostadores. A moça esbela e loira da lotérica me disse que muita gente deixou de acertar por causa daquele jogo. Eu menti para ela que tinha sido um deles. 1 a 0.
7 NÁUTICO/PE ATLÉTICO/MG DOM
Coluna 2. O Náutico já fez sua parte e o Galo ainda está sobre o efeito da Terapia do Joelhaço imposta por Émerson Leão. 1 a 2.
8 CORITIBA/PR SANTA CRUZ/PE SÁB
Coluna 1. Barbada. Coritiba goleia sem piedade. 3 a 0.
9 FORTALEZA/CE MARÍLIA/SP SÁB
Coluna 2. Vitória do Marília, que faz grande campanha mas precisa se recuperar da derrota em casa para o Coritiba. 1 a 2.
10 PONTE PRETA/SP REMO/PA SÁB
Coluna do meio. A Ponte Preta adora tropeçar em casa nos momentos mais inoportunos. 1 a 1.
11 ATLÉTICO/PR FIGUEIRENSE/SC SÁB
Coluna 1. O Atlético está com a corda no pescoço e esta é a hora de vencer. O Figueirense é um adversário convidativo para uma recuperação. 2 a 0.
12 GRÊMIO/RS PARANÁ/PR SÁB
Coluna do meio. O Paraná não costuma tomar muitos gols, o Grêmio não costuma marcá-los. Empate em zero.
13 VASCO DA GAMA/RJ AMÉRICA/RN DOM
Coluna 1. Bom, talvez seja o jogo mais fácil da rodada e, por isto mesmo, o mais perigoso. Mas não há como, de qualquer forma, nem sob tortura, acreditar no América de Christmas. 3 a 1.
14 JUVENTUDE/RS CORINTHIANS/SP DOM
Coluna do meio. Ô joguinho fiadasputa. Mas o Corinthians já venceu uma fora, é provável que se resguarde, enquanto a equipe polentudista não conseguirá vencer por ruindade mesmo. 0 a 0.
Corram às lotéricas, paquerem as atendentes e pensem positivo na hora preencher os espaços.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Há exato um ano, também por volta das dez da manhã, eu acordei com a coluna estropiada no sofá. A primeira coisa que pensei foi que não queria ter acordado, se pudesse pularia aquele dia e despertaria apenas em 17 de agosto. Acho que fazia algum frio, certamente chovia, mas de forma preguiçosa. Liguei no Sportv, que já estava transmitindo direto do Beira-Rio.
No curto tempo em que permaneci deitado, pude perceber o quão diferente seria aquele dia. Nada mais precisava ser feito até que Elizondo erguesse o braço por volta da meia-noite. Nada podia seri feito. Qualquer coisa que não considerasse o embate gigantesco entre Inter e São Paulo não constava na angustiada pauta do dia.
Mas era preciso - e inevitável - pensar. Dois grandes panoramas se colocavam e aguardavam as nuanças que nunca permitem flertar com advinhações. Um era O desafogo, tão grande e tão feliz que se confundiria com um sonho de um sono bêbado. O fim da maldita flauta de não passar do Mampituba, com milhares de bônus extras, já que passaríamos também do Rio da Prata, da Cordilheira dos Andes, da Tríplice Fronteira, do Tietê, e sei lá que mais. O outro era o lado negro da força, o pavor, o medo e a necessidade de se continuar vivendo depois de uma derrota. A derrota.
A única certeza era que seria desfeito o estado profundo de ansiedade pelo qual estava passando há semanas. Impossível não imaginar os diversos desfechos cabíveis para aquela noite perdida nos séculos, pequeno espaço de tempo que ainda servia de obstáculo para o passo mais alto do Colorado e sua multidão de doentes incuráveis. Uma noite de agosto para o mundo. A noite para nós.
Fui cedo para o estádio, fiz questão de percorrer a pé os cerca de 4 quilômetros que separavam o trabalho da arena dos prazeres desconhecidos. Tentava registrar tudo, o momento, as pessoas, as bandeiras nas janelas, os ambulantes, a comoção da torcida nos menores gestos. Eu tinha que gravar aquilo tudo, era meu dever passar todas as impressões no futuro breve e no futuro distante, tamanho era o privilégio que sentia por viver aquele momento tão aguardado desde sempre, tão sonhado, pensado e ansiado desde tempos imemoriais, começado pelos irmãos Poppe, escapado de Falcão e desperdiçado por Nílson.
Entrei no portão 2 quando faltava pouco para iniciar o jogo. Tantas pessoas aglomeravam-se naquele setor que a arquibancada inferior apresentava vazios. Dividi com mais duas pessoas um lugar onde eu não cabia. A tensão no estádio era visível e representava-se poeticamente na colcha de fumaça dos fogos que se colocava no limite superior do estádio. A torcida queria gritar, mas não conseguia, era sufocada por cada mínimo movimento no campo. Como a vantagem era do Inter, os 90 minutos serviam bascamente como uma contagem regressiva infernal.
Ali estava eu, entre 57 mil colorados, no mesmo estádio em que vi uma partida contra o Esportivo em 2002, num frio de rachar, quando ganhar um Gauchão já estava mais do que bom. Eu contra o Confiança. Eu contra o Gama. Pois. Quando o intervalo chegou e nos passou a falsa impressão da tranqüilidade, um guri de uns dez anos olhou para seu pai, com os olhos faiscantes e todo o assombro do mundo na voz: "pai, a gente vai ser campeão da América...". Mas ele não era bobo, não queria dar mole para o azar e resolveu não enfrentar sozinho o segundo tempo. E sumiu. Depois de instantes, o pai percebeu a ausência e se apavorou. ""Tu viu ele? Cadê o guri?". Procuramos entre pernas e vultos, eu achei. O piá estava sentado uns degraus acima, com a cabeça baixa. Nas mãos firmes, um santinho, que, vejam só, tinha mesmo a estampa de uma santa. Eu quis entrar no concreto. "Pelo amor de Deus, não acabem com a vida desta criança", pensei.
O jogo recomeçou. Lá pelas tantas, o São Paulo empatou, Tinga marcou e foi expulso, o ferrolho foi armado. Faltavam 20 desgraçados minutos. O São Paulo empatou de novo. E os oito minutos seguintes foram o maior desafio ao entendimento sobre o funcionamento dos relógios e do tic-tac dos ponteiros em todos os tempos. Todos vestíamos camisas 3 e 4, comemorando e nos aliviando até com arremessos laterais. E veio aquela seqüência de escanteios nascidos no inferno. Teu time precisando não levar gol. Final de Libertadores. Se mira o se toca?. 48 do segundo tempo. Lembrei de um torcedor no final de um jogo contra o Cruzeiro em 2002, resultado que praticamente rebaixava o Inter. Ele carregava um cartaz: "Colorado até o fim". É isto, meu velho. Nunca me esqueci do teu cartaz e sempre te respeitei por ele. Por tudo que houve e haveria de sagrada, que a bola explodisse no quarto de círculo, e todas as outras sumissem. Até hoje me pergunto como sobrevivi àquele jogo, 93 minutos de taquicardia. Então, Elizondo ergueu seu braço sagrado, e o que senti foi O alívio. Fracassos, pequenos colorados tristes, Felipão e Olímpia, tudo arrancado das costas.
Não pensava em fazer festa, simplesmente tinha racionalizado demais, queria aproveitar tudo, olhar ao redor, ver as mínimas reações em todos os semblantes. Queria sentir a leveza e a resposta dos músculos que relaxavam como se eu tivesse consumido 30 quilos de Dorflex. Mais do que cair na farra, eu tinha a missão de chegar em casa e dar um abraço no meu pai. O abraço no sortudo filho da puta que trabalhou de garçom na Churrascaria Saci de 1973 a 1981. Em 2005, ele tinha sido consumido pelas chamas com a perda do título brasileiro. "Eu estive nos três, mas queria que tu e teu irmão vissem". Pois é, ficamos sem aquela taça, não vimos. Mas nada nunca vai pagar o que ouvi já na madrugada do dia 17, no meio de um tríplice abraço: "Isto nem eu tinha visto, e estamos vendo juntos!".
Fui dormir às seis da manhã, reconstruindo mentalmente todo aquele dia, todos os anos desde 1986, quando comecei a sentir o futebol, mastigando com calma cada derrota e pensando "puta merda, como a gente se ferrou", e ria. Tudo estava justificado. Então dormi, já ansioso para acordar pela manhã, pegar um café e abrir o jornal.
Saudações,
Douglas Ceconello.
O futebol carioca consegue ser engraçado mesmo quando seus personagens se desentendem. "Renato tem de engraxar minha prancheta", afirmou Jejão Santana sobre as recentes declarações de Renato Gaúcho, treinador do Fluminense.
O comandante tricolor afirmou dia desses que nunca tinha visto O Poderoso Jejão levantando uma taça de campeão. Ao melhor estilo "assim magoa o papai", Joel rebateu as críticas: "É só ver os números. Ele tem de engraxar minha prancheta", afirmou, em tom de GALHOFA.
No fim, todos aderiram ao espírito da Cidade Maravilhosa. Renato havia afirmado que conquistou muitos títulos como jogador, ao que Jejão respondeu: "Se ele conquistou muitos títulos como jogador, tem de ver o outro lado. Veja aí quantos títulos eu já conquistei. Foi uma brincadeira sadia dele, não vi maldade", concluiu o técnico que certa vez, quando treinava o Inter, disse que era igual ao Schumacher: só gostava de andar na frente. Largou o Inter quase rebaixado.
A esta hora é provável que os dis estejam bem instalados numa mesa de uma calçada qualquer, degustando chopps com bolinhos de bacalhau e falando mal da imprensa.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Richarlyson falou no Fantástico, tentando dar um fim à polêmica em que está envolvido. É óbvio que não encerrou nada, nem conseguirá por muito tempo. Porque o tema é um dos maiores tabus do futebol e acabou envolvendo - de forma voluntária ou não - mais gente.
Primeiro faço questão de dizer que o meia são-paulino está jogando muito, talvez passe pela melhor fase da carreira. O que ele faz, com que parte do corpo faz e com quem escolhe fazer é problema dele, e deve ser compreendido. Assim seria se ele fosse político, lixeiro, pedreiro, dramaturgo. Ou jogador de futebol.
Toda esta situação gerou coisas constrangedoras. Richarlyson acionou na justiça o dirigente palmeirense José Ciryllo Júnior, que teria feito declarações preconceituosas. Assisti aquele programa, e percebi que o velhote entrou muito mais como vítima do que como algoz. Porque Milton Neves e seus asseclas claramente sugeriam que o jogador possivelmente gay era Richarlyson, mas, malandros que são, não explicitavam. Então perguntaram ao cartola palmeirense se no Palestra havia algum atleta homossexual. O cara afirmou, quase inocentemente: "o Richarlyson quase foi do Palmeiras". E todos caíram na gargalhada. Era uma armadilha só não mais boba do que o dirigente.
Depois veio aquela sentença do juiz-dinossauro Maximiano Junqueira, que ao invés de propor um desfecho acabou tentando apagar o incêndio com gasolina. Um descalabro, realmente. Engraçado, é verdade, mas absurdo. Não me surpreendeu em nada, vivendo num país onde parlamentares serram pessoas ao meio, advogados mancomunam-se com presidiários e magistrados vendem sentenças para qualquer vagabundo do crime organizado.
A história toda é rica em palhaçada, humor involuntário, moralismo barato e preconceito pesado. Mas o que realmente me chamou a atenção foi o comentário de Juca Kfouri ontem no programa Linha de Passe, da Espn Brasil, de que a torcida Independente do São Paulo estaria ignorando o jogador e nem citava seu nome na tradicional saudação feita aos atletas antes dos jogos. Confesso que fiquei triste e, talvez pela primeira vez desde que a história começou, me senti solidário ao jogador. Porque deve ser difícil para um atleta ser vaiado por ter um desempenho ruim, mas não ter seu nome sequer citado por sua torcida por um motivo destes é uma maldade muito grande. E justamente ele, que há tempos está no São Paulo, já teve momentos importantes, parece sempre jogar com gana. Coitado.
Sei que para os são-paulinos esta história deve ser difícil de engolir, pois caiu como uma luva para as intenções dos rivais futebolísticos, sempre atentos e gozadores. Não é de hoje que o São Paulo é tido pelos outros torcedores como time de bambis. Eles percebem no clube do Morumbi uma homossexualidade futebolística.
Preciso dizer, caros são-paulinos, que imolar ou ignorar Richarlyson não vai aliviar a barra de vocês, porque, pasmem, a gozação e a imposição do adjetivo "bambi" tem muito pouco a ver com a opção sexual. É mais por uma frescura e aristocracia barata que o clube do Morumbi faz questão de ostentar. É por ser o mais rico, por já ter perdido decisões para todos os outros, por ter um goleiro que bate faltas e canta Nando Reis, por firmar contratos com a Turma do Pernalonga. É por faltar alma nesta torcida de final de Libertadores.
Para encerrar, apenas uma questão: por que vocês não ignoraram Rogério Ceni quando, num ato falho generoso com os rivais, ele disse que o time BAMBEOU ao não conseguir segurar um resultado? Porque ele cobra faltas? Porque canta Nando Reis? Ou porque ele é branco? Bem, mas daí já estamos mudando de preconceito e seria necessário outro post.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Morri, ressuscitei, morri e nunca mais voltarei. O jornalista Luís Carlos Reche em chamas na abertura do programa Preliminar, às 13h15, na Rádio Guaíba AM, saudando o Dia dos Pais: "Por mais CRÁPULA e SEM-VERGONHA que ele seja, tente esquecer isto ao menos hoje e se reaproxime, tente dar um abraço nele. Só quem já perdeu, sabe o valor".
E depois de tocar uma música muito constrangedora, ele emenda: "E o paizão Abel está de volta". Único jornalismo possível.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Definitivamente, o Inter é um clube que tenta fazer do absurdo um método. Menos de quatro meses depois de deixar o clube, o admirável, impagável e por vezes intragável Abel Braga está de volta.
A decisão de demitir Gallo pagou a todos de surpresa, sua queda era esperada apenas em caso de uma derrota para o Goiás amanhã. Depois de permanecer em Porto Alegre, negar algumas propostas, viajar pelo mundo e acordar ao meio-dia, Abel Braga volta ao clube onde teve um passado remoto trágico, um passado recente brilhante e um passado imediato ridículo.
Considero um erro. Abel Braga deveria ser entendido como uma página virada na vida do clube, uma bonita trama de ascensão, queda e redenção. O Inter deveria partir para algo novo, pois Abel saiu muito desgastado do clube. Ao invés de sair por cima, em dezembro de 2006, ele permaneceu para escalar Michel e deixar Pato no banco.
Já em 2005 temi que Abel Braga estragasse um projeto iniciado em 2003, que culminou com o vice-campeonato do conturbado Brasileiro de 2005 e com a vaga na Libertadores. Mas estava escrito em alguma parte do concreto do Beira-Rio que Abelardo retornaria para viver os dias mais felizes dos colorados.
Vejo Abel Braga como uma pessoa admirável, gosto de sua sinceridade e da doação com que dirige seus clubes. Me emociono com suas demonstrações de amor pelo Inter, acredito nelas, nunca vou me esquecer dele saltando sobre um monte de jogadores no Gre-Nal do século, nem do estado de pré-enfarto captado pelas câmeras na final da Libertadores. Mas ele é louco, e geralmente toma decisões muito absurdas, fechando os olhos para as escolhas razoáveis.
Quando saiu do Inter no meio deste ano, achei que já tinha ido tarde, que o clube tinha estragado todo o planejamento para 2007, mas fiquei preocupado com o substituto, e até acreditei em Gallo como um bom nome, o que se mostrou errado no médio prazo. Se o Inter estivesse num mau momento, mas Gallo fosse racional para manter um time e escalar certo, acho que deveria ter continuado. Mas ele mostrou ser ainda mais louco que Abel, e pediu para ser demitido.
Agora aí está Abel de novo. Nem sei o que falar direito, mas acho um erro, uma situação meio varzeana. Giovanni Luigi perde força na direção do futebol, pois havia deixado claro que Abel mandava no vestiário. Não sei onde vamos parar, nós colorados, mas será em algum lugar entre o 4-2-4 ensandecido e a disputa pelo tetracameponato.
Saudações,
Douglas Ceconello.
É nosso dever moral manifestar extrema discordância em relação a esta lista ignorante sobre os jogadores mais temidos da história do futebol. Como se não bastasse a presença de um espanhol - logo, maior perdedor do esporte - no topo da lista, também são escassos os sul-americanos e não há qualquer brasileiro.
A maioria dos citados não tem qualquer relevância e certamente é produto de marketing. Dar voadora em torcedores não é um motivo para ser temido, mas sim ridicularizado. O negócio é fazer o adversário tremer e, depois disso, sim, expandir o horror para qualquer canto do estádio, QUIÇÁ da SOCIEDADE. Tivessem um pouco mais de sabedoria colocariam todo o time do Estudiantes da década de 1960. Está aí uma idéia, fazer uma lista de agremiações.
Apenas para citar alguns dos que passaram pelas bandas de Brasil, senti absoluta falta de Dinho, Figueroa e dos irmãos Pontes. Também poderíamos citar Rincón, que está encarcerado por ligações com o narcotráfico, e Mancuso. Na América do Sul, Schiavi dos tempos do Boca, Simeone e outros tantos.
Mas tudo bem. É uma lista feita por lunáticos mesmo, não merece muita atenção. Prefiro o excelente texto que o Alexandre Rodrigues escreveu sobre o assunto.
Fiquem à vontade para apontar os seus malditos.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Até que enfim. O Conselho Deliberativo do Corinthians afastou Alberto Dualib e Nesi Curi, respectivamente presidente e vice do clube. O próximo passo é oficializar as acusações e partir para a investigação. Se Dualib renunciar, eleições serão convocadas em 30 dias. A torcida corintiana aprovou.
Dualib foi afastado por, no mínimo, 60 dias. Caso não renuncie, Clodomil Orsi, que assumiu na segunda-feira após solicitação de afastamento de Dualib e Curi, permanece à frente do clube, e dependerá do Conselho aceitar o pedido de impeachment. Uma comissão com 5 conselheiros será formada para colher provas contra a administração, que serão somadas às denúncias do Ministério Público e da Polícia Federal.
Aos gritos de "Fora Dualib", cerca de 600 torcedores fizeram muito barulho e depois comemoraram a decisão. Até levaram para o local uma cadeia móvel, onde colocaram pessoas identificadas como Kia Joorabchian, Carla Dualib e Wadih Helu.
Apenas desejo que tenham a mesma postura quando aparecer o próximo playboy usando cinco identidades e disposto a investir mundos e fundos no time sem prestar qualquer esclarecimento sobre a origem da grana.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Dunga convocou os 22 jogadores que integrarão a seleção brasileira na BATALHA contra a Argélia. Camus confirmou presença no gol. O anão safado muito reclamou, mas acabou abrindo las pernitas e chamando o vice-campeão mundial de clubes Ronaldinho e Kaká. O time brasileiro enfrenta os argelinos em 22 de agosto, na França. Hoje foi confirmado mais um amistoso, este um pouco mais decente, contra os mariachis do México, em 12 de setembro.
Segue a relação dos caçadores de níqueis da CBF e os comentários por posição.
Goleiros
Doni (Roma-ITA)
Júlio César (Inter de Milão-ITA)
Doni não merece ser titular nem da VIDA DELE. Além disso, tem cara de cachorro de desenho animado. Júlio César é um bom goleiro.
Laterais
Daniel Alves (Sevilla-ESP)
Gilberto (Hertha Berlin-ALE)
Kléber (Santos)
Maicon (Inter de Milão-ITA)
Maicon tanto faz como tanto fez. Mas Gilberto está muito velho e Kléber só serve para amistosos porque é baita pipoqueiro. Daniel Alves merece a famosa seqüência de jogos.
Zagueiros
Alex Silva (São Paulo)
Juan (Roma-ITA)
Lúcio (Bayern de Munique-ALE)
Naldo (Werder Bremen-ALE)
Não vejo muitos motivos para Alex Silva ser convocado. Gosto dos outros três defensores.
Volantes
Fernando (Bordeaux-FRA)
Josué (São Paulo)
Lucas (Liverpool-ING)
Mineiro (Hertha Berlin-ALE)
Barbarica. Do Fernando eu nem sei o que falar. Josué só funcionava com Mineiro, que é bom jogador, mas também meio ancião. Lucas merece, deve ser titular nos próximos anos.
Meias
Diego (Werder Bremen-ALE)
Elano (Manchester City-ING)
Júlio Baptista (Real Madrid-ESP)
Kaká (Milan-ITA)
Ronaldinho (Barcelona-ESP)
Diego e Júlio Baptista são boas alternativas. Elano não faz qualquer sentido, jogadorzinho meia-boca. Senti falta de Andershow e Daniel Carvalho. Kaká e Ronaldinho mostram que atualmente são maiores que a seleção e podem fazer Dunga de gato e sapato. Será que não poderia esperar um pouquinho mais para chamá-los, quem sabe fingir que estava brabinho e que tem alguma autoridade? Por outro lado, não os culpo. O respeito que eles demonstram pela seleção é exatamente o que ela merece depois que virou um bazar de brinquedinhos brilhantes que corre o mundo.
Atacantes
Rafael Sobis (Betis-ESP)
Robinho (Real Madrid-ESP)
Vagner Love (CSKA Moscou-RUS)
Cadê o Afonso? Já foi vendido? O Robinho eu já esperava, já que ele representa toda a famigerada malemolência do futebol braisileiro. Mas todos sabemos que ele rende mais quando Diego chega infiltrando por trás. Vagner Love não faz sentido algum. E, Sobis, bem não vejo ele jogar há algum tempo, não sei como está. Mas tenho um compromisso de sempre elogiá-lo pelos próximos 90806 anos.
Quem se morram todos, no mais.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Sem dúvida, este zagueiro do time júnior do Cruzeiro é quem mais entende o Armando Nogueira. Tem é que dar espetáculo, nem que seja para perder. Lance espetacular, melhor só se fosse com o Robinho.
Era a final da Taça Belo Horizonte, no último domingo. No tempo normal, houve empate de 1 a 1. Na decisão por pênaltis, o Flamengo levou o título.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Que Alexandre Pato seria negociado ontem, os mais atentos sabiam. O que pegou a todos desprevinidos foi a exigência do Milan de levar o atacante imediatamente. Mais um fato que comprova a natureza absolutamente sodomita dos negócios no futebol atual.
Mas a princípio era simples assim: quem pagasse a multa, levava. O Milan pagou a rescisão de 20 milhões de dólares e tem o direito de contar com Pato agora. No entanto, um acordo entre Inter, o jogador e seu empresário, Gilmar Veloz, desencadeou um leilão pelo atleta. Na Itália, especula-se que o Inter tenha levado 22 milhões de euros. Que trabalhão dá ser empresário, hein, Gilmar Veloz? Na minha condição de sócio, exijo saber qual é o exato valor e onde será investida esta grana - tá, esta parte é piada.
Mas, dentro da ótica dinheirista, o clube de Milão faz muito bem, preserva seus interesses. Mesmo que Pato só possa atuar a partir de janeiro, ele tem apenas 17 anos. Neste tempo de folga, quando participará apenas de alguns amistosos, o jogador poderá se adaptar ao país e a sua língua, e não correrá o risco de ser seqüestrado, baleado ou quebrado neste estranho território chamado HEMISFÉRIO SUL.
Alexandre Pato tem tudo para ter uma carreira excepcional, pode se tornar um jogador de exceção. Qualidade, velocidade, força física, chute potente, capacidade de improviso e bom cabeceio. Após o deslumbramento inicial, embaixadinhas e algumas firulas desnecessárias, ele aprendeu a se comportar como aquilo que esperávamos: um goleador que usa sua técnica com o único objetivo de marcar gols. Hoje o que poderia ser considerado supérfluo no seu estilo praticamente inexiste. Mostrou isto nos dois últimos jogos em que foi às redes, contra Paraná e Corinthians. Um toque na bola, não raro já driblando o zagueiro, e a paulada fatal. Matadores de verdade não pensam na hora de marcar gols. Pato é assim, e que vai acontecer nos próximos anos só NERO sabe, mas o guri tem tudo para ser um fenômeno.
É claro que esta atual situação não deixa de dar muito nojo . Pato surgiu em novembro de 2006, fez apenas 27 jogos com a camisa do Inter, perdeu alguns meses nas seleções sub-vida adulta e no banco do Abelão, e já se vai para outras bandas. O torcedor não quer saber de euros, dólares, Berlusconi ou CLAUDIA CARDINALE, ele está preocupado com quem vai fazer os gols, já que Christian anda numa fase (terminal) de TRANCA-RUA, Fernandão ainda se recupera do CÚBIS e Iarley não é exatamente um matador. Quem sabe 1 milhãozinho para ter Sóbis de volta? Conhecendo a direção atual, é mais crível aguardar ALE MENEZES.
Agora só resta lembrar, caros amigos.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Para que os dirigentes do Atlético-PR acabem de uma vez com essa frescura, uma amostra do que é violência dentro do campo, em jogo entre Argentina e Peru pelas Eliminatórias para a Copa de 1986. O resto é "vem cá, minha nêga".
O que aconteceu no jogo do Olímpico no último sábado esteve absolutamente dentro da normalidade. Mas os jogadores levaram azar. Jogadas bem mais grosseiras acontecem trolhocentos milhões de vezes e quase todos saem ilesos. É claro que neste conceito não incluo lances como o do vídeo abaixo. Sensacional, por sinal.
Para mostrar que não se trata de perseguição contra os paranaenses, vejam este vídeo abaixo, onde o defensor chega em Anderson de forma dura, mas não desleal. O ex-jogador do Grêmio se lesionou e ficou um baita tempo parado. Acontece.
E agora, de uma vez por todas, parem com esta choradeira, porque já está ficando constrangedor. Que gente fresca, é só dar uma apertadinha, escorrer um sanguinho, e a gritaria está formada. O vôlei é logo ali, e tem uma rede no meio para proteger.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Ele está de volta. Ele não fica desempregado.
Ganhar títulos estaduais por todos os clubes grandes do Rio de Janeiro garantiu emprego até o fim da vida para o Tio Jejão, que retorna ao Flamengo e aumenta o horror da torcida rubro-negra, rumo ao rebaixamento.
Há técnicos bons e ruins. Há ainda os que não são técnicos, e nesta última categoria está Joel Santana, acompanhado por Oswaldo Oliveira, Levir Culpi e outros menos cotados. Tio Jejão faz o estilo "paizão", mima os jogadores e fala coisas como "assim papai não gosta", "assim papai fica triste". Isto pode funcionar com alguns pirralhos carentes e de repente até une o grupo, mas nunca vai fazer times vencedores. Sempre serão um bando de chorões unidos.
Acompanhado de sua infalível prancheta, o poderoso Jejão tentará colocar o Flamengo no rumo, ao menos salvar o time da Gávea da Segunda Divisão. Pobre torcida flamenguista. Recém estamos na 15ª rodada e as perspectivas mais otimistas já se resumem a uma vaga na Sul-Americana.
Dou oito rodadas para que seja demitido.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Como não preenchi a prancheta de mensagens desejando bons augúrios ao mais recente migrante gaúcho na terra das araucárias, durante a confraternização da última semana, torno público meu desejo de uma excelente estada.
Mal sabem os paranaenses, mas terão a honra de receber como morador em sua capital o notável Vitor Vecchi, também conhecido como Navarro Montoya, Woody Allen, Jesus Cristo, Meu Irmão Mais Velho, entre outras alcunhas menos votadas.
Em busca de novos investimentos, para lá viajou quem mais entende de futebol sul-americano por estas bandas. Tivessem noção do que isso significa, teriam recebido-o com pompas na entrada do Estado. Já recomendei a Vecchi que compre o terreno ao lado da Arena para impedir a conclusão do estádio.
Em suma, desejo muito sucesso nesta nova empreitada, cujo secreto objetivo provavelmente é a aquisição do Paranavaí. Será bastante mais sem graça andar por aí sabendo que não nos encontraremos em algum boteco, mas sei que há bons motivos - fortuna, sucesso e felicidade. Bem, amigo, fique na buena.
Saudações,
Douglas Ceconello.
A final da Copa da Ásia será entre Arábia Saudita e Iraque, duas seleções comandadas por técnicos brasileiros, respectivamente o onipresente Hélio dos Anjos e o para mim muito desconhecido JORVAN Pereira.
Não deixa de ser curioso, principalmente pelo Hélio dos Anjos, o técnico mais infeliz do futebol brasileiro. Não que ele seja muito ruim, na verdade ele é até melhor do que muitos que andam por aí. Acontece que ele chama a desgraça por onde quer que passe. Sempre que eu via um jogo na televisão e um time precisava fazer um gol no final para não ser rebaixado - ou levava um gol no final e era erbaixado - as câmeras apontavam para a beira do campo e ali estava Hélio dos Anjos, se escabelando, suando como um porco condenado. Muita desgraça para uma pessoa só.
Agora os dois técnicos brasileiros vão decidir quem será o campeão da Ásia. Ontem, durante as comemorações pela classificação iraquiana, dois carros-boma explodiram e mataram ao menos 50 pessoas. O humor negro fica por conta do colunista de Zero Hora Mário Marcos de Souza, que dias atrás falava sobre a paz que reinava no Iraque devido à classificação do país para as semifinais, concluindo com aquela conversa mole de que "só o futebol é capaz disso". Nada pára a demência. É muita pretensão achar que o futebol seria capaz disso.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Depois de uma já interminável lenga-lenga de dois meses dizendo que ia, acabarei fondo nesta quinta-feira a caminho das terras do Paraná, erguidas do Aqüífero Guarani a base de erva-mate e farinha de mandioca...
Desde 25 de maio, venho anunciando e me despedindo de quem posso pelos caminhos a pé e a base de transporte público e carona, e agora chegou a hora.
Para tanto, como última atividade na cidade, chamo a quem quiser para reunir-se a este pobre animal na noite de 4a., 25 de julho, data de algumas efemérides importantes.
A pátria galega, o Apóstolo Tiago, São Cristóvão, os colonos alemães e a JU comemoram suas datas do ano neste dia. Para completar, a primeira visita do Grêmio ao cenário de sua mais épica e mais esculhambada página da história.
Em 26 de novembro de 2005, no estádio dos Aflitos, no Recife, este clube e seus jogadores da época protagonizaram a maior vitória de todos os tempos numa cancha de futebol na história do esporte.
Não quero me prolongar demais nos fatos do passado porque sei que alguns colorados hão sempre de tentar minimizar aquela conquista.
De toda sorte, será neste 25 de julho, com um outro Náutico - Grêmio nos Aflitos, que me despeço da cidade natal e dos seus recantos e das suas moças e de tudo mais de vez.
A partir das 19h, estarei bebendo no Nico, aquele em frente ao Zaffari da Lima e Silva, onde ainda se pode tomar uma garrafa de vinho por 10 pila com uma comida de igual preço, o carreteiro, no caso. Tem também o inusitado CHOPP DE VINHO, mas só comparecendo ao Nico pra saber como ele é.
A gurizada que for colorada e ainda assim tiver gosto de me ver compareça antes ou depois da sua vitória ante o futuro rebaixado Paraná.
E a gurizada que se ajoelhou antes do Galatto se atirar pra esquerda no segundo penal, que chutou de canhota junto com o Anderson, e que perdeu a voz se esgoelando pelas janelas, portas e ruas da cidade, estarei esperando por vocês.
Saúdos, Vitor VEC
Dominado pelo espírito dos profetas, tentarei dar seguimento aos infalíveis prognósticos da Loteca, concurso número 274, que prevê a razoável soma de R$ 250 mil ao vencedor.
1 - GRÊMIO/RS - FLAMENGO/RJ
Coluna 1. Grêmio não dará chances ao claudicante Flamengo, que deve chegar no quarto final do campeonato ainda lutando para não cair, como é costume. ainda mais agora, que perdeu Clayton. hrhs
2 - CRUZEIRO/MG - SÃO PAULO/SP
Coluna do meio. Este jogo é imprevisível, assim como o Cruzeiro, que começou mal o campeonato e já está lá em cima. O São Paulo perdeu em casa, não é a mesma criança de 2006, mas fará de tudo para encher o saco no Mineirão. Prevejo bom jogo, com 35 arremessos laterias para os mineiros e 27 para os paulistas.
3 - VASCO DA GAMA/RJ - ATLÉTICO/MG
Coluna 1. Vasco ganha certo, com três gols de bicicleta do Perdigão. O Galo começa a lutar de forma desesperada para não cair.
4 - PARANÁ/PR - PALMEIRAS/SP
Coluna 2. Dois times que vivem em crise de identidade, não sabem qual é a sua missão no campeonato. Mas o Palmeiras se sai melhor, acredito.
5 - CRICIÚMA/SC - VITÓRIA/BA
Coluna 1. Grande duelo pela Segunda Divisão. Mesmo com toda sua malemolência e sincretismo religioso, os baianos vão sucumbir ao poder do Heriberto Hülse.
6 - SANTOS/SP - FIGUEIRENSE/SC
Coluna 1. Santos fácil, com dois de Mengálvio e um de Serginho Chulapa.
7 - AMÉRICA/RN - ATLÉTICO/PR
Coluna do meio. América parindo um continente para não perder e Atlético sem saber como ganhar. Uma meia zebra na rodada.
8 - CORITIBA/PR - BARUERI/SP
Coluna 2. Possível zebra da rodada. COXA BRANCA se abre para a volúpia do interior paulista.
9 - MARÍLIA/SP - CEARÁ/CE
Coluna 1. Sei lá que porra vai dar neste jogo, mas o Marília está melhor os cearenses sentirão o frio de 23 graus.
10 - SANTA CRUZ/PE - REMO/PA
Coluna do meio. Briga de desesperados geralmente não tem vencedor. Empate em 6 a 6, com 10 viradas ao longo do jogo.
11 - CORINTHIANS/SP - NÁUTICO/PE
Corinthians vence com dificuldades, apenas para Carpegiani respirar. Na segunda-feira, a Bandeirantes e a Record perguntam: "Coringão rumo ao penta?".
12 - FLUMINENSE/RJ - GOIÁS/GO
Coluna do meio. Bom confronto. Empate razoável para os dois em jogo PRENHE de alternativas.
13 - JUVENTUDE/RS - INTERNACIONAL/RS
Coluna do meio. Juventude anda virado numa PALHACÉIA, mas neste jogo fará sua final de Copa do Mundo. Se não der empate, ganha o time da Serra.
14 - SPORT/PE - BOTAFOGO/RJ
Colunas 1 e 2. Aqui faço uso do esperto artifício do jogo duplo. Talvez o Sport, que é uma das surpresas do torneio, comece a consolidar o fim do sonho alvinegro, mas confiar plenamente no Sport também é o fim da picada.
Desnecessário afirmar que a grana obtida por qualquer pessoa com os prognósticos aqui veiculados serão obrigatoriamente destinadas ao fundo para diversão dos integrantes do Impedimento, que costuma arcar com vícios, mulheres, viagens, drogas e outras necessidades não tão básicas.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Sem muita empolgação, meio anestesiado e pressionado por fatores externos - meu irmão não admite ficar ausente de qualquer jogo -, resolvi ir ao Beira-Rio ontem, não tanto para ver a partida que começava em horário de boate, mas para me sentir ao ar livre e tentar esquecer um pouco da dor que atingiu um querido amigo e sua família em mais um episódio demente desta farsa de país.
Cheguei com o espírito totalmente desarmado, mais interessado no que o futebol proporciona fora de campo do que dentro das quatro linhas. Desde a manhã, era nítida uma transformação no ambiente da cidade. Menos carros, carros mais lentos, ocasionais silêncios absolutos. Assim foi o percurso entre minha casa e o estádio, dormente e calmo.
Para escamotear o pessimismo extremo, nada como enfiar-se numa multidão de faces disformes motivadas por um único interesse. Entrei no portão 4 do estádio às nove horas e por ali fiquei, esperando o nobre EGS. Não tenho muito o hábito de tomar trago no estádio, mas ontem era extamente o que eu precisava. Para não deixar dúvidas a ninguém das minhas intenções, me escorei no balcão da copa e pedi uma Heineken.
Bebendo apoiado na gelada estrutura de concreto, fiquei observando as pessoas que trabalham na copa e de repente me deu vontade de ter um trabalho exatamente igual àquele, um trabalho que exija muito do físico e que domestique a cabeça do cidadão, como eu fazia quando trabalhava carregando materiais de construção aos 18 anos. Dois caras chegaram, visivelmente drogados, e ficaram jogando capoeira perto de mim. Mas em sua maioria as pessoas estavam silenciosas e resguardadas. Pensei nas pessoas que já passaram pelo Beira-Rio, morreram e nunca mais irão lá, bem como nas que recém estão começando sua trajetória de torcedor. Estranho.
Torcemos do forma contida. O público estava impaciente, exigindo muito do time. "A vida já é uma merda, então ao menos ganhem, malditos", era o que eu entendia cada vez que as arquibancadas se manifestavam de forma negativa. Na saída do estádio, ficamos parados no pátio degustando uma última dose de felicidade enlatada.
Quando caminhávamos para o portão, um cara mijava sem qualquer preocupação, no meio do caminho, para quem quisesse ver. Três mulheres reclamaram: "Nem vira para o lado!". Ele, no entanto, não se abateu e, tentando mostrar que não havia alternativas, deu uma resposta sem qualquer sentido: "Sim, vocês estão vindo por aí". Quis entender que ele disse: "Esse mundo é tão desgraçado, qual é o problema de ver um caralho?".
Cuidem-se,
Douglas Ceconello.
O mais indicado seria interditar o Brasil por duzentos séculos, mas, como não há clareza mental para tanto, deveriam ter a dignidade e a sensibilidade de cancelar essa rodada do Campeonato Brasileiro ou, ao menos, o jogo entre Inter e Corinthians em Porto Alegre. Não há clima para futebol. Não há mais clima para se viver no Brasil.
A quem está fora, sempre aconselho que permaneça. Para os que estão aqui, recomendo que fujam o mais rápido possível. Nascemos num país que só nos transmite vergonha, imoralidade e irresponsabilidade. Acatamos, e nos tornamos igualmente dignos de vergonha, imorais e irresponsáveis.
Vamos esquecer tudo que aconteceu em São Paulo ontem, veremos uma CPI ser formada e negociatas e demência impedirem seu desenrolar. Vamos esquecer e continuaremos comprando passagens para voar em sucatas e aterrissar em potreiros, acreditando que Cristo Redentor, a mais nova maravilha do mundo, sempre nos acolhe, não nos pode negar seu olhar complacente e sua proteção.
Nossos sinceros e doídos pêsames a todos os atingidos pelo absurdo acidente.
Da Redação.
Aqui, imediatamente após a final da Copa América, Ricardo Teixeira foi reeleito e permanecerá por mais sete anos no comando da CBF, totalizando 25 anos à frente da entidade.
Em assembléia realizada no Hotel Excelsior, no Rio de Janeiro, a chapa única de Teixeira, denominada "Copa 2014", recebeu 43 dos 47 votos possíveis.
O dono da seleção brasileira comanda a CBF desde 1989. Para essa eleição foi acertado que o mandato passaria de cinco para sete anos graças à farsa de o Brasil sediar a Copa do Mundo.
Todos os filiados deveriam participar, mas o estatuto da CBF prevê que votem apenas as 27 federações estaduais e os 20 clubes da Primeira Divisão. Apenas o Corinthians, que tem que se preocupar com sua própria máfia, se absteve da eleição, enquanto os dirigentes de Vasco, Botafogo e Atlético-MG se atrasaram.
Há muito choro e reclamação, mas na hora da verdade todos abaixam a cabeça para o gangsterismo sem limites. Todos os clubes e federações são covardes. Isso mostra apenas que neste bordel não tem virgem. A diferença está em quem é a cafetina e quem vai trabalhar na rua.
Mas o importante é que o Brasil ganhou a Copa América! Não tem problema que nossos jogadores saiam antes do 20 anos por mixaria. Que as convocações para a seleção sejam forjadas por empresários. Que nossos clubes sejam fracos e pobres. Que a televisão pague valores ridículos pelos campeonatos.
Seria tão melhor se a CBF administrasse a seleção, ganhasse seus milhões em amistosos contra a Turquia, e as ligas fossem responsabilidade do Clube dos Treze, que seria uma institução forte e não apenas um negociador de ninharias. Nada disso nunca acontecerá. Mas tudo bem. Aqui fala um idiota que ainda comemora gols.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Depois da Toyota Libertadores e da Recopa Visa, mas antes da Nissan Sudamericana, nossos amáveis patrocinadores apresentam mais um torneio totalmente desprovido de interesse financeiro, baseado no amor ao futebol como esporte. É a Copa Panamericana Directv.
O Boca Jrs, com apenas quatro titulares campeões da América (Caranta, Ledesma, Cardozo e Palermo), já está em Phoenix para enfrentar o Alianza Lima. Completando o grupo, a equipe mexicana do América. No outro triangular, Cruz Azul, Caracas e Deportivo Cali se enfrentam. Os campeões dos grupos fazem a final no domingo.
Não sei quais os critérios para participar desta competição, mais uma aparente tentativa para fazer o futebol vingar nos Estados Unidos. Já tivemos algumas edições em períodos aleatórios, e parece que o Grêmio ganhou uma disputa contra o América do México após o mundial de 1983. Geralmente, só os latinos vão assistir as partidas por lá, o que é sinal de dignidade.
$audações,
Antenor Savoldi Jr.
Nada como uma diablita para reacender a chama de nossos enregelados corações.
Se o Independiente anda mal, a torcida nunca decepciona.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Para vocês não pensarem que sou um desalmado que só fala mal do Brasil. Eu também amo-o e não o deixo apenas por alguns formosos aspectos.
- Que foi? Robinho perdeu a bola de novo? Não fica assim, deita aqui, ó (trazendo a cabeça para o ombro e enxugando uma lágrima com a unha do polegar).
AI, CABRAL!
Nenhum sentido e saudações,
Douglas Ceconello.
Com essa história de que um jogador de um grande clube paulistano quer admitir que é homossexual em rede nacional, não me resta outra saída que não tentar adivinhar qual seria o vivente .
Para tanto, dou vazão à artisticidade do ser. O nome da composição é Biba esfiha.
Reina no centro do país o boato:
Intrépido futeboleiro de conhecido nome
Clama por reconhecimento, e quer revelar
Hábito por demais suspeito,
A ser assim considerado pelo mundo boleiro.
Rindo, ele joga, desarma e passa,
Lança, disfarça, chuta e comemora:
"Yeah!", diz correndo para o amasso - a largo passo.
São muitas suas funções,
Onde o jogo começa e, não raro, termina - que sina!
Nunca me espantou que chacoalhasse as trancinhas.
Outros afirmam que o alardeado enigma
Um pouco fácil assim se mostraria.
Rumores apontam em direção diversa,
Onde Pernalonga já tentou conversa.
Ganhou elogios fúteis em demasia
E quando mais dele se exigia
Ruiu aos pés do Gigante:
Internacional, que maravilha!
Once upon a time a tetracampeonato...
Conforme já explicitado,
Eis uma história cabulosa.
Ninguém ainda ousa confirmar, mas
In Loco o Fantástico quer mostrar.
?
Saudações,
Chico Buarque.
Uma estátua de Pelé, localizada ao lado da Fonte Nova, teve os braços e uma cópia da Jules Rimet arrancados por MALOQUEIROS. A peça de bronze, inaugurada em 1971, não tinha qualquer proteção.
Não vejo grandes problemas, já que os pés ainda estão ali. Não lembro de Pelé ter marcado muitos gols com a mão.
Sugiro que aguardem até a cabeça ser arrancada e coloquem o nome de "Monumento ao jogador desconhecido".
Saudações,
Douglas Ceconello.
Porque todo dia é dia de homenagear El Pibe.
Grande colaboração de Ricardo Schestat, que recentemente visitou o museu do atual vice-mundial e vice-espanhol e providenciou as metafotografias.
A segunda imagem provavelmente faz parte da antológica briga contra o Atlétic Bilbao.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Não poderia deixar de compartilhar com vocês tão singular indumentária futebolística, conhecida apenas por alguns companheiros do saudoso futebol de salão das tardes de sábado.
Sob a sombra de Obdulio Varela, já tive a oportunidade de lascar alguns carrinhos e marcar uns gols espíritas devidamente paramentado com ela. No entanto, no time para o qual ela foi confeccionada, o ITALIA - homenagem a uma rua -, nunca tive a oportunidade de mostrar minha impetuosidade defensiva. Claramente fui preterido em nome de firulentos.
Vou falar, embora nem precisasse, dos patrocinadores. Tanto carinho e afeição tenho pelo MOTEL ACONCHEGO que fico até emocionado. Está localizado na Avenida do Ritter, em Cachoeirinha. O caminho serve de atalho entre Porto Alegre e Canoas, e provavelmente muitos estudantes da ULBRA já andaram se engalfinhando naqueles lençóis. Fica a uns cinco quilômetros da CAPITAL e não leva dez minutos depois que passa da PONTE.
Não é nenhum paraíso de conforto e frescuras, mas oferece um serviço honesto e sai bem em conta. Três horas de luxúria custam apenas 22 reais. Apesar do preço acessível, certa vez, após acordar quase umas dez da manhã, tive que deixar um DOCUMENTO de garantia porque fui apanhado desprevenido. "Pelado", agora no sentido metafórico. Ainda bem que já era cliente.
Se além de cair na folgança tu pretenderes também matar a sede, o negócio é melhor ainda. A cerveja DE GARRAFA sai por três mangos, mais barato que na maioria dos bares. Sensacional. Não se assuste pelo fato de que fica quase em frente a um cemitério. Pense apenas que tu estás bem vivo e não tem muito dinheiro. Se não gostar, aluga um apartamento. he.
O anúncio nas costas é negócio da famiglia. Mais não posso falar, e aconselho que ninguém procure informações mais aprofundadas, sob pena de ser baleado comprando laranjas numa banca de rua.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Distância de cerca de 3 mil quilômetros. Uma temperatura bem diferente em comparação com o Rio Grande do Sul. Mesmo assim, há gaúchos, em especial colorados, que moram em Palmas, capital do Tocantins, e sempre acompanham o seu clube.
A "Adega do Cláudio", como o próprio nome diz, é casa dos colorados na capital tocantinense. No estabelecimento, sede informal do consulado colorado no Tocantins, os torcedores do Internacional se reúnem para ver quase todas as partidas do time. Não importa o adversário, o campeonato, a colocação na tabela, as condições do elenco e, muito menos, o dia da semana. O horário, também, é ignorado na maioria das vezes.
Na última segunda-feira, 4 de junho, mais um exemplo disso pôde ser visto. Pelo menos 20 colorados foram à Adega para ver o Inter, até então último colocado no Campeonato Brasileiro, contra o Náutico. Vice-cônsul do Inter em Palmas e, claro, colorado fanático, Cláudio Walter Markus, 44 anos, comprou, nos últimos três anos, o pay-per-view do Brasileiro e do Gauchão.
Novo lugar
O Inter, com a ajuda da Adega, acaba unindo as pessoas e criando laços de amizade. Os autores do texto, Daniel e Márcio, se conheceram no estabelecimento. Assim, foram muitos outros. Essa situação faz com que o local sirva como ponto de encontro para pessoas com interesses comuns –pelo menos em termos futebolísticos.
As atividades profissionais de quem vai ver os jogos são as mais diversas. É possível, portanto, ver representantes comerciais, servidores públicos, agropecuaristas, estudantes, auxiliares administrativos, policiais, jornalistas e eventuais desempregados unidos por uma só causa –o Sport Club Internacional.
Personagens
Vanessa Trindade Oliveira, estudante de 15 anos, sempre vai ver o Inter, impreterivelmente. Ela é levada pelo seu pai, Júlio César Trindade Oliveira, 44 anos. Na segunda-feira, Vanessa afirmou que o time, claro, "está péssimo". Contudo, afirmou que a esperança é de título na quinta-feira, contra o Pachuca do México.
Já Júlio César salientou que está muito descontente com o presidente do Inter, Vitório Píffero, e com o vice Giovanni Luigi. Ele sugeriu a substituição, imediata, de Luigi. "Já que não dá para tirar o presidente, tira o vice pelo menos", brincou.
A jovem Vanessa contou que, recentemente, teve um desentendimento com um flamenguista na aula. Ela está no segundo ano do ensino médio e estuda em uma escola da Ulbra. Na discussão, a colorada ficou muito descontente depois que o flamenguista disse "que futebol não é coisa de mulher" e que o Inter ganhou o mundial "apenas porque teve sorte". Antes que acontecesse algo mais sério, os colegas e professores colocaram "panos quentes" no embate.
Adega
Cláudio, proprietário da Adega, contou que está em Palmas desde 1996. Quando não havia a “tecnologia”, os colorados se reuniam da mesma forma. Os jogos eram acompanhados no velho rádio com o sistema de ondas curtas. A reunião servia, ainda, para ver as (poucas) partidas do Inter transmitidas em rede nacional de televisão.
A TV por assinatura, a partir de 2004, melhorou a situação de todos. Hoje, a Adega fica em uma área quase central de Palmas e tem sete funcionários.
Diariamente o local recebe um considerável fluxo de pessoas, em busca de vinhos, queijos, erva-mate e outras “especiarias do Sul”, mas todos sabem que, em dias de jogos, as coisas mudam e são os torcedores que mandam. O proprietário, inclusive, deixa isso bem claro. Aos domingos e feriados, ele abre apenas para os jogos e quase não atende fregueses “comuns”.
Por Daniel Machado e Marcio Santos
- Correspondentes do Impedimento no Tocantins
Não. Esqueçam. Não sou pautado pela mídia impressa. As próximas linhas não serão sobre o Grêmio. Tentarei pô-los a par do ascenso na Argentina. Isto, é claro, antes que algum de vocês retome a nossa velha rivalidade porto-alegrense.
O sábado chuvoso e frio me fez ficar sonolento. Nada melhor que ficar na cama. Ou voltar a este espaço concedido com carinho pelos amigos para que eu me manifeste sobre o esporte das massas e das paellas, parrilladas, feijoadas, buchadas de bode...
Ainda pela manhã, Grandes Momentos do Esporte (um bom programa da TV Cultura que se perde às vezes) resgatava a campanha da seleção na Copa de 82.
E como choram, pelo amor de deus. A figura mais sensata aparenta ser Éder que identifica, e muito bem, um certo distanciamento do campeonato. Já não importava muito a copa, o importante era ser estrela para todo o mundo ver.
Particularmente, acho que foi uma seleção superestimada - e que continua sendo até hoje - com jogadores abaixo da média. Ninguém vai conseguir me convencer que Cerezo e Serginho 'Chulapa' tinham qualidades para serem considerados bons jogadores. Entre Dinamite, Careca, Nunes e Baltazar já temos quatro centroavantes melhores que o titular. Segundo me consta, Careca estava machucado, mas isso é o que menos importa, ainda estavam três e acho que o Dinamite estava na España.
Como é bom ter um ídolo
Um ídolo de verdade, é claro. Nada de Beckham ou Ballack, etc... MARADOOO!!!
Depois de ter copiado descaradamente o maior gol da história dos mundiais - o de Diego contra a Inglaterra em 86, passando por seis e correndo uns 60 metros - Lionel Messi repete o gol menos, digamos, honesto da mesma partida, o de 'La Mano de Dios'.
Foi no clásico da Catalunya deste sábado entre Barcelona e Espanyol. Um cruzamento e uma mão adiante marcam mais um gol nos gramados do mundo.
O guri ainda não fez nada de muito glorioso, mas só de seguir os passos de um ídolo destes, vai pelo bom caminho.
Entonces, a la Segunda!
Voltando às explicações preliminares, Olimpo de Bahía Blanca volta ao nível máximo da AFA por ter sido ganhador de Apertura e de Clausura sendo, portanto, o grande campeón da temporada.
Pelo segundo ascenso, brigam os dois de melhor campanha durante o ano todo depois do Olimpo. O perdedor ainda terá mais uma chance, ao confrontar o 18º de pior campanha do promedio na Primera, Nueva Chicago, de momento.
Huracán 1-0 San Martín de San Juan
Assim Huracán e San Martín de San Juan começaram a se matar neste sábado em Parque Patrícios. Vantagem inicial para o Globo da Capital Federal, 1-0, gol aos 3' da 2a. parte de Milano de falta. Mas isso não quer dizer muita coisa já que eles perderam três ascensos nos últimos dois anos.
A volta se jogará no próximo sábado, em San Juan, que anda vivendo disturbios vários por ocasião das eleições locais que estão por vir e que estão dando dor de cabeça para a justiça eleitoral local. Mas como aqui não é Nova Corja, passemos para o próximo ponto.
O Reducido
Além destes, os quatro de melhor campanha na seqüência jogam o Reducido, um micro-torneio que parte das semis. O campeão deste torneio encara o 17º de pior campanha da Primera, hoje o Godoy Cruz de Mendoza.
Neste sábado ocorreram as partidas de volta das semis.
Tigre 1-0 Chacarita
O Monumental de Victoria foi uma festa só que foi passando a nervosismo a medida que o tempo se esvaía e o gol não surgia. 15 mil pessoas deixaram a curva da popular bem bonita, colorida de azul y rojo. Um gol mínimo e suficiente para a classificação era tudo o que queria a vizinhança de Tigre, San Fernando, arredores e mais além.
Modo Nostalgia On, Diego Cagna faz uma bela campanha de apresentação como treinador depois da vitoriosa carreira, notadamente no Boca. Fui prestigiar a estréia dele contra San Martín de San Juan, no já distante janeiro das já saudosas férias. Naquele 0-0, estavam dois dos que lutam agora para subir a Primera.
Modo Nostalgia Off, na partida de hoje o gol da classificação saiu de uma falta desviada no meio do caminho, aos 40' do 2o. tempo.
Grande Tigre que mais uma vez eliminou os mais odiados do Chaca. Não sei do histórico, mas já percebi que o Funebrero é o mais odiado de toda Gran Buenos Aires.
Atl. Rafaela 2-2 Platense
Atlético Rafaela e Platense empataram a 2. Gols de Villalba (22´-1ª.) e Faurlin (5´-2ª.) para La Crema, que jogava de local no seu estádio tosco mas lotado. A festa estava próxima, a classificação se acariciava com os dedos frios grudados no alambrado, a derrota por 1-0 na ida estava quase ultrapassada.
Mas o Tense mostra que se regenerou da sua quebra e consequente descida até a 3a. divisão. A falta de 10 minutos, reagiu e empatou com Puertas (37´-2ª.) e Del Campo, contra (40´-2ª.).
Agora vem a final do reducido entre Tigre-Platense programada para a 4a. mas que pode sofrer alteração dado que envolverá uma das maiores rivalidades da Gran Buenos Aires.
É possível que se jogue como foi contra Chacarita. Apenas os locais foram a ambas partidas. Só Funebrero em San Martín, só Matador em Victoria.
E deverá ser assim mais uma vez. Só Calamar em Vicente López, só Matador em Victoria.
Emoçoes a flor da pele ao norte da capital federal.
Saúdos, Vitor VEC
P.S.: E enquanto Romário marcava 1001 e 1.002 no Galatto, Impedimento já salta na frente e completa 1.004!
PELÉ, PODE ESPERAR. A TUA HORA VAI CHEGAR!
IMPEDIMENTO, RUMO AOS 1.259!
Ando bastante desanimado com o futebol ultimamente.
Sem dúvida, por isso meus posts por aqui são cada vez mais raros.
Listarei, de maneira mais ou menos aleatória, algumas de minhas aflições.
- É considerado absurdo ver um bom jogador entre 21 e 30 anos atuando no campeonato brasileiro. Com esta idade, qualquer jogador que demonstre algum talento, já está no exterior. Europa, Ásia, qualquer lugar. Nosso campeonato é formado por juniores, mais alguns veteranos, mais alguns jogadores da faixa de idade intermediária, que não são bons suficientes para jogar fora daqui.
- É deprimente, mas torcedores agora vibram conforme a oferta do exterior por jogadores de seu time. Me peguei comemorando a venda milionária do Lucas, o que é profundamente constrangedor. Da mesma maneira, ficamos felizes quando nosso time consegue manter um teto salarial controlado.
- Neste caminho, os grandes vencedores do final do ano serão os clubes com os melhores balancetes contábeis. "São Paulo e Santos apresentaram as finanças mais equilibradas, vejam uma simulação de jogos entre os dois times, utilizando tecnologia de última geração, do Winning Eleven 20".
- De fato, isto já vem acontecendo, com a tendência irreversível de o clube mais endinheirado ser campeão desta naba por pontos corridos. Cruzeiro, Santos, Corinthians, São Paulo... Quem será o próximo? Torça pelo contador de seu clube.
- Tudo é espetáculo midiático, já sabemos. Mas a tendência é a extrapolação total. Agora, dirigentes de clubes falam sobre a construção de "modernos estádios, inteligentes, com centro de eventos e shopping center". A torcida já é apropriada como parte do espetáculo, faz-se o possível para que apareçam bem na tv, uniformes comemorativos são lançados, bla bla bla. Você é um público alvo.
- Algumas discussões nos comentários aqui do Impedimento também me entristecem. Não quero me estender muito, mas, vocês sabem, algumas coisas são difíceis de entender. Um post sobre a segunda divisão argentina, por exemplo, que descamba para uma discussão grenal. Claro, não faz o menor sentido eu querer que todos pensem como eu, ainda mais sobre futebol, paixão que cega todo mundo. De qualquer maneira, lamento a estupidez de torcedores que tecem comentários completamente descabidos.
- A crônica esportiva nacional é ridícula. É viciada, não no sentido de fumar crack, mas no sentido de não se renovar. Comentaristas gagás ficam atrelados à suas opiniões. Todos já sabem o que aquele imbecil segurando uma fichinha com o logotipo do programa vai dizer. Até entendo o saudosismo dos que viram o 4-2-4 funcionar em 1950, mas não é pela choradeira repetitiva dos "infalíveis profetas do acontecido" que o esquema vai voltar a dar certo.
- A cobertura esportiva nacional é completamente tendenciosa, e não é difícil provar isso. Na noite em que Grêmio e Santos se classificaram para as semifinais da Libertadores, a capa do globoesporte.com colocava o Santos em primeiro plano, matérias sobre a Copa do Brasil em seguida, depois automobilismo, hipismo, Pan, qualquer lixo. Absolutamente nenhuma menção ao Grêmio, exceto na manchete "Santos passa e pega o Grêmio". Tudo bem, isso só faz diferença se houver PODER E GRANA ENVOLVIDOS.
- Então: http://santos.globo.com . Não é piada, é o site oficial do Santos, o que em parte explica o item acima. Lembrando, o presidente do Santos é sobrinho do DONO da CBF. Também explica o fato de o Santos ser o único time da chamada "segunda categoria das cotas televisivas", só ganhando menos que Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco, mas mais do que todos os outros times do Brasil. Grêmio, Inter, Cruzeiro e Atlético ficam num terceiro patamar. Meu amigo Alexandre Rodrigues prometeu um texto destrinchando melhor o assunto.
- update: conforme fonte citada, "Santos já tem acordo com a CBF: Zé Roberto e Kléber disputam a Copa América, mas serão liberados para a Libertadores."
- Outro prenúncio da ruína: arbitragem feminina. Não. Porque não. Tenho bilhões de argumentos, mas digo simplesmente: Porque não. Se querem aceitar arbitragem, não vejo motivos para não aceitar jogadoras entre os jogadores. Aliás, um time do MÉXICO tentou fazer isso, FIFA vetou. Vamos lá, então.
- A participação mexicana na Libertadores é sofrível. Tem cunho estritamente financeiro, já que o futebol mexicano é riquíssimo. Mas o que aconteceu com o América, ao trazer apenas TRÊS reservas para uma SEMIFINAL de Libertadores, é algo que eu só ouvia falar em anedotas de futebol, e não acreditava ser possível.
- A arbitragem brasileira é um horror. Basta comparar às partidas de Libertadores com arbitragem de fora daqui. O jogo flui muito mais, e o cai-cai é inibido não por cartões ou reprimendas, mas pelo "foda-se". Falta, só quando é FALTA.
- A arbitragem brasileira é tendenciosa. Acompanhei estas primeiras rodadas do Brasileirão, e isso fica claro. Num campeonato enfadonho de 38 rodadas, erros como o de Paulo Cesar Oliveira em Botafogo X Grêmio e de Leonardo Gaciba em Paraná X São Paulo ficam diluídos, e ninguém percebe o tamanho da sem-vergonhice. Na única vez que se percebeu, Tinga foi expulso por sofrer um pênalti no Pacaembu. Infelizmente, não é sempre que fica tão clara a palhaçada.
- Vou me abster de comentar as declarações do radialista santista. Ainda sobre o jogo de hoje: há pouco, soube que Amoroso foi suspenso por três jogos pela expulsão contra o Defensor.
- O calendário do futebol na América do Sul é bisonho. Essa Recopa, por exemplo, não faz o menor sentido. Se Sudamericana e Libertadores fossem SIMULTÂNEAS, com os campeões se enfrentando logo após as finais, e não UM ANO DEPOIS, faria sentido. Claro, serei acusado de dizer isso por ser gremista.
- Sem contar a absoluta filhadaputice da CBF, ao convocar jogadores de Grêmio e Inter em época de jogos decisivos. Preciso citar os casos de Paulo Nunes, Daniel Carvalho, e agora Carlos Eduardo?
- Não considerem isso um desabafo, pois não é. Naturalmente, poderia dizer tudo isso em uma mesa de bar, para dois ou três colegas. Mas listar alguns destes pontos - e poderia ficar horas lamentando muito mais -, pode me ajudar a arrumar as idéias, e talvez alguém por aí concorde com algum deles, e tire algum proveito disso. Não sei.
- Se o Grêmio ganhar a Libertadores, ficarei feliz, será divertido. Mas acho que estou cansando do futebol. Ou do que ele está se tornando.
- O futebol é algo novo, para os padrões de tempo de "vida humana em sociedade". Tem pouco mais de 100 anos. E nem percebemos que, assim como as locomotivas à vapor, o futebol pode estar rumando para sua decadência. Ou pior, para uma transformação em algo pasteurizado, previsível, eficiente. Algo como um trem-bala.
apocalypse now,
Antenor Savoldi Jr.
ps: Percebi agora que este é o post número 1000 de Impedimento.
Ironias à parte, um brinde a todos. ;-)
Impedimento exige a imediata revogação da decisão que proíbe mandar jogos a partir de 2.500 metros acima do nível do mar. Caso contrário, organizaremos nosso próprio mundial, jogado apenas perto do céu, convidando as agremiações mais facínoras, pestilentas e mal-intencionadas do futebol.
Atento à causa das comunidades que perderam a oportunidade de assistirem seus times e seleções disputarem partidas por torneios internacionais, Impedimento pressiona as autoridades. Na Bolívia, por exemplo, mais da metade da população vive acima dos 2.500 metros impostos como limite. Não deixamos passar em branco ainda a malandragem sobre a definição dos 2.500 metros, que livrou importantes cidades mexicanas, situadas a uma altitute pouquíssimo inferior. Por que não 2.000 metros?
Damos um prazo de 15 dias para a Fifa revogar essa bobagem. Não cumprindo a exigência, nos vemos obrigados a fundar a FEFA, Federação Embusteira de Futebol Associado, entidade paralela que aglutinará todos os times e seleções malditos e amaldiçoados.
Nosso torneio, a Copa do Mundo Alternativa, será jogado apenas nos estádios mais altos do planeta, como o Hernán Siles Suazo (foto), não vai tolerar pedaladas e punirá quem usar do fair-play. Nas cobranças de penais, o goleiro pode sair correndo e dividir a bola com o atacante. Também não há distinções entre clubes e seleções. Todos disputam um únIco título mundial. Só participarão convidados, desde que paguem um dízimo para a FEFA e tratem de facilitar o ingresso de bugigangas piratas na mais diversas alfândegas.
O regulamento dividiria 12 equipes em dois grupos de seis. Na primeira fase, os times jogam contra os outros companheiros de chave. Os dois primeiros passam às semifinais. Os vencedores fazem a final. Não terá decisão de 3º lugar. Os perdedores ganham um churrasco com bebida liberada para acompanhar a finalíssima, a ser disputada em Potosí.
Para a primeira edição, os representantes do continente ficariam no Grupo A e seriam:
Combinado de Bagé
Estudiantes de La Plata
Seleção Uruguaia
The Strongest
América-RJ*
Criciúma
* Como não poderia faltar a GINGA brasileira, decidimos homenagear o tradicional clube carioca
Os inimigos que atravessarão os oceanos ficarão no Grupo B e seriam:
Napoli
Combinado Catalão
Seleção da Sicília
Irã
Coréia do Norte
Angola*
* Zé Kalanga será o paraninfo da primeira edição
Da Redação.
O técnico e anão chamou 34 atletas para a pré-lista de jogadores que podem defender o Brasil na Copa América. Desses, apenas 22 vão correr pelas canchas do lunático Chávez na tentativa de defender o título. Algumas boas surpresas, outras muitas velhas caras amarrotadas.
Dunga disse que chamou alguns jogadores que estava observando (ainda bem) e outros com idade olímpica. A lista final sai em 6 de junho, um dia depois de o Brasil enfrentar a Turquia em Dortmund. Antes disso, os brasileiros jogam contra a Inglaterra, no estádio de Wembley, em 1º de junho.
Aí está a pré-lista e o que merece ser comentado:
Goleiros
Diego (Atlético-MG) - Bom nome. Dos três, é o que menos vi falhar.
Doni (Roma-ITA) - Que empresário bom esse cara tem.
Helton (Porto-POR) - Não vejo há tempos. Quando via, não gostava.
Defensores
Alex Silva (São Paulo) - Nenhum sentido.
Alex (PSV-HOL) - Tanto faz.
Cicinho (Real Madrid-ESP) - Não estava morto?
Daniel Alves (Sevilla-ESP) - Bom nome.
Edmílson (Barcelona-ESP) - Até o dia da apresentação, terá torcido os dois joelhos e os dois tornozelos.
Edu Dracena (Fenerbahce-TUR) - Morri.
Gilberto (Hertha Berlin-ALE) - Meio velho, mas joga muito.
Juan (Bayer Leverkusen-ALE) - Passa.
Kleber (Santos) - Melhor lateral-esquerdo brasileiro da atualidade.
Maicon (Inter de Milão-ITA) - Não fará mal a ninguém.
Marcelo (Real Madrid-ESP) - Alguém por favor me diga há quantos meses foi a última partida dele.
Naldo (Werder Bremen-ALE) - Bom zagueiro.
Tiago Silva (Fluminense) - Dos que jogam aqui, é o melhorzinho.
Meio-campistas
Anderson (Porto-POR)- Joga muito.
Diego (Werder Bremen-ALE) - Justo.
Elano (Shakhtar Donetsk-UCR) - Esperado, mas lamentável.
Fernando (Bordeaux-FRA) - Piada.
Gilberto Silva (Arsenal-ING) - Entendo.
Josué (São Paulo) - Blasfêmia!
Julio Baptista (Arsenal-ING) - Tanto fez como tanto faz.
Lincoln (Schalke 04-ALE) - Andava bem, me parece.
Mineiro (Hertha Berlin-ALE) - Bom jogador, mas é reserva e já meio velhote.
Morais (Vasco da Gama) - Boa aposta.
Zé Roberto (Santos) - Joga pra caramba.
Atacantes
Afonso (Heerenveen-HOL) - Mesmo empresário do Doni?
Carlos Eduardo (Grêmio) - Merece a chance. Está muito bem.
Fred (Lyon-FRA) - Poucos gostam, mas eu acredito nele.
Jô (CSKA Moscou-RUS) - Sinceramente.
Rafael Sobis (Real Betis-ESP) - Rei (sei que vocês me compreendem).
Robinho (Real Madrid-ESP) - A farsa continua. Se ficar no mesmo quarto de Diego, é Sodoma e Gomorra na certa. Ambos correndo nus pelo hotel.
Vagner Love (CSKA Moscou-RUS) - Não vinha para o Corinthians?
Saudações,
Douglas Ceconello.
Um dos maiores apitaços do futebol brasileiro. Flamengo e Atlético acabaram a fase de grupos da Libertadores 1981 empatados e precisaram fazer um jogo de desempate. Deu nisso.
Além dos brasileiros, o grupo 3 tinha ainda Cerro e Olimpia. Atlético e Flamengo acabaram a fase com 8 pontos conquistados. Nos dois jogos entre as equipes houve empate em dois gols. A partida de desempate foi disputada em 21 de agosto, em Goiânia.
Eram dois grandes times e a expectativa era de um confronto espetacular. Mas havia um José Roberto Wright, que expulsou os melhores jogadores do Galo, causou confusão, e a partida acabou mais cedo. Observem que os primeiros a receberem vermelho foram Reinaldo, por falta nem tão violenta em Zico, e Éder, que esbarrou no juiz. O time mineiro ficou com 6 jogadores na cancha, três foram expulsos e outros caíram, a partida foi interrompida aos 35 minutos e o Flamengo foi declarado vencedor. Como todos sabem, os rubro-negros acabaram levando aquela edição, enfrentando o Cobreloa na final.
Na decisão do Brasileiro de 1980, as duas equipes já tinham se enfrentado. No primeiro jogo, o Galo venceu por 1 a 0, no Mineirão. Na segunda partida, o empate favorecia aos mineiros. O Flamengo saiu na frente, mas Reinaldo empatou. Aos 45 da primeira etapa, Zico colocou os rubro-negros em vantagem. Na segunda etapa, Reinaldo sentiu a perna e ficou se arrastando em campo. Mesmo assim, o centroavante empatou novamente. O resultado dava o título ao Atlético, mas Reinaldo reclamou com o juiz de um impedimento mal marcado e foi expulso. Aos 36, Nunes anotou um golaço e deu o primeiro título nacional para o time da Gávea. Depois desse jogo, o juiz passou a ser chamado de José Assis Flamengão. Veja aqui os gols.
É claro que o Flamengo tinha um timaço, até superior ao Atlético, mas também é inegável o apito companheiro de Right e Aragão.
E o que contece quando um juiz erra muito durante sua carreitra? Vai ser comentarista de arbitragem na TV.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Andei pensando em jogos que já acompanhei de uma forma bizarra ou correndo alguma espécie de risco físico ou emocional. Pensei em partidas com confronto entre torcidas ou policiais, no recente Gre-Nal assistido num bar do Jardim Leopoldina e em outros tantos que fui em um ônibus alugado, partindo totalmente alterado com a maloqueirada da vila. Foram jogos estranhos, mas nenhum se compara a Inter e Paysandu, em 2003.
Na época, o Inter fazia um bom campeonato, após quase ter sido rebaixado em 2002. Muricy Ramalho ainda não tinha sucumbido a seus vícios e conseguira armar uma equipe coerente, baseada no talento de Daniel Carvalho, o referencial técnico. Nilmar e Diego funcionavam bem como dupla de ataque.
Era um sábado, o jogo aconteceu no Beira-Rio. Estava prontito para me aventurar pela Freeway, com a inocente confiança de que aquele time chegaria em algum lugar. No entanto - e como há interferências na minha vida de torcedor, ó Cristo - um casal de amigos convidou para passar o final de semana em um sítio em Morungava, cerca de 30 quilômetros distante de Porto Alegre. Acatei. Já estava em débito com o social e tinha crédito com a arquibancada.
E lá fomos nós. Jovens saudáveis e lépidos, um rádio de pilha, conhaque e outros venenos que mais tarde se mostrariam quase letais. Eu realmente tinha a esperança de que a diversão conjunta fosse comandar as horas bucólicas na propriedade rural. O dia estava claro, com sol consistente e a boa vontade pairava no ar. A euforia era tanta que não demorei a preencher com DOMECQ um copo cujo tamanho recomendava que deveria ser usado para consumir líquidos benéficos à saúde. Sorvi em tempo recorde para dar um brilho e me preparar para a felicidade.
Eis que aparece uma Tamburello no meu caminho. O companheiro da anfitriã tinha sotaque forte de porto-alegrense e gostava de reggae. Mais não preciso dizer. Entre o papo furado e a feitura do almoço, aparece o indefectível tijolinho do capeta. Tem início o ritual de preparo do artefato maconhístico. Não demora para o usuário chegar no MICRO SYSTEM e sacar da mochila o Legend.
- Baahh, vamos escutar um Bob -, diz o malandro.
- Odeio reggae -, responde uma interlocutora, que, de fato, não suporta um som rasta.
- Tu não gosta de Bob?! Bahh, mina, que palha.
Mas ali ficamos, ainda felizes, com Buffalo Soldier comandando as ações. A bomba ficou pronta. Embora já conhecesse meus limites e reações quando estes são ultrapassados, também não sou de fazer desfeita aos donos da casa. E, como não queria ficar deslocado da espiritualidade do momento, não me restou qualquer outra saída.
Um aparte: já tenho idade suficiente para ter descoberto que minha droga é o álcool. Tudo mais me transtorna profundamente. Mesmo com o ORÉGANO, sempre fui extremamente fraco e suscetível aos efeitos. Bobeira pouca é bobagem. Com o IOGURTE não, geralmente me deixa com a vida transparecendo nos olhos e nos POROS, aberto ao mais fraterno convívio. Por isso, hoje rendo preces apenas ao DEUS CANECO.
E lá fomos nós. Estranhei porque geralmente demora a cair a ficha. Daquela vez não, foi rápido demais e realmente proporcionou uma confraternização por dez minutos, tempo suficiente para que o segundo ou terceiro copo de destilado fosse entornado. Admito que me passei e traguei como se fosse o MINISTRO. Mas nada que pudesse justificar a perda de toda coordenação motora que os humanos herdam de priscas eras.
Nesse momento, já empunhava o pequeno NKS, pretendendo acompanhar a jornada esportiva da Guaíba, andando pelo pátio de forma semelhante à que posteriormente vi Johnny Deep fazer ao interpretar Hunter Thompson. Mas meu medo e delírio sucedia em Morungava. Vaguei infindáveis minutos chutando o ar e dobrando os joelhos ao redor da bela e aconchegante residência, já estranhamente iluminada perante os meus olhos. Quando sentado, a cabeça me puxava para dar uma banda. Literalmente. Fazia movimentos bruscos e involuntários para o lado -, mas o corpo não queria, e esse dilema durou uma eternidade. Como a risadeira ainda estava uma beleza, continuei a fumegação por mais um tempo.
Havia uma piscina na casa, cheia de água verde e plantas variadas, que se colocavam pela borda como braços de criaturas HORRENDAS. Aspecto pantanoso. O adorador de Bob Marley aventurou-se na podridão e quase pude perceber a resistência da água quando ele deu uma ponta na gigantesca gelatina de limão. A mim, só restou preservar o grão de dignidade que ainda guardava no bolso e comunicar : - preciso dar uma deitadinha.
Mas não deitei sozinho. Belzebu escamoteou-se para o leito. E me levou aos delírios mais desgraçados que já tive. Mais do que a pneumonia sofrida aos oito anos e que resultou numa febre equatoriana, me deixando deitado por dias e me proporcionando a leitura do meu primeiro livro, a saber O menino candeeiro. Bom livro, aliás. Mas bem. Fui dominado por uma sucessão de imagens e sensações absurdas, difíceis da narrar e de lembrar, tremendo e tentando me reconciliar com meu sistema neurológico. Pânico e ansiedade. Na hora, não me parecia justo que escapasse ileso. Tinha certeza que sofreria uma lesão irreversível. Fiquei lá, em chamas, durante um tempo que pareceu elástico, sob observação atenta de uma companheira, que temia pelo enfarto fulminante - 24 anos, difícil de sair vivo. "Estudante de Jornalismo abusa das drogas e sofre enfarto", estampava a Zero Hora impressa no éter pelo meu cerebelo.
Eis que no meio da fantasia e do desespero, vislumbro um brócolis, tenro, grande, verde. Tínhamos comido massa com brócolis. Aquilo foi o ápice da fantasmagoria vespertina. Mas a singela planta da família das CRUCÍFERAS também representou o meu retorno ao mundo real. Numa manobra súbita, saltei e já estava no banheiro, acertando as contas com o estômago, que insistia em se livrar de mim. Voltei para o quarto e me atirei na cama, quase lúcido, mas envergonhado diante da civilização. Então, lembrei. O jogo. Puxei o rádio e o coloquei sobre a barriga, ainda confundindo locução e fantasia, meio louco, meio são. Volta e meia, vinha da rua um grito desesperado, direto da garganta do senhor da minha desgraça:
- DÔGGLAAAAS, E O COLORADO?
Puta que me pariu. Eu não conseguia nem respirar, quanto mais responder qualquer coisa. A partida estava empatada. Mesmo entregue às moscas, tentei torcer. Achei que não ia dar certo, pois acredito que cada jogo precisa de um nível absurdo de concentração de cada torcedor. Mas o Inter marcou o gol da vitória no final. Wilson, o zagueiro que também gostava de Bob Marley. Entendi a coincidência como prelúdio de uma conspiração. Estendi um insólito punho cerrado para o ar, o que deve ter feito a cúmplice suspeitar que eu estivera fingindo. Mas foi um movimento involuntário. E não poderia deixar passar um gol sem comemoração. Dormi. Acordei com a maior dor de cabeça que já existiu na história da humanidade. Solito no quarto, com uma picareta atravessada do cume do melão até o queixo. Estavam lavando a louça. Cada vez que uma colher de chá tocava na pia, era como se alguém girasse a picareta em 180 graus. O desespero me fez reunir forças e clamar por atenção:
- Opa.
Fui atendido.
- Por favor, tentem fazer NENHUM barulho. Minha cabeça está RACHANDO.
Aos poucos, uma entidade qualquer extraiu lentamente a picareta da minha cabeça. Levantei como se tivessem me virado do avesso e passado num ralador. Cambaleei até a cozinha. As pessoas estavam se divertindo, o que me pareceu um comportamento demasiado pornográfico naquela altura das coisas. Malditos FUMETAS experientes.
- Fiquei meio mal -, comentei com o ALGOZ.
- É que era de um TIPO ESPECIAL.
Era skunk.
- Ainda bem, achei que fosse o demônio prensado.
Nota: esse texto trata-se de uma advertência à JUVENTUDE e culmina com o conselho: NUNCA abandonem seu time pela FUMETAGEM. E se forem a Morungava, tenham cuidado.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Aquilo que já havia anunciado aos sócios, aos mais chegados e aos mais queridos, tornou-se oficial nesta 2a.-feira. Anunciaram minha transferência pro Paraná, terra da lendária lagoa coberta por farinha de mandioca e erva-mate no século XVII.
Como não fui feliz na tarefa de agradar a gregos e troianos, partirei para tentar melhor sorte com curitibanos.
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Escreva mais e melhor
Certo escrito é exemplo típico disto, não consigo 'acertar a mão'. Mas quem foi que disse que tem receita pra isso, assim como o 'bolo da vovó'?
Enfim, o causo é que só vi os comentários depois de bloqueados e continuo impressionado com uma coisa. Como é difícil se fazer entender por todas as outras pessoas que não eu mesmo, incrível!
Leia mais e melhor
Desde a corneta ao título, passando por 'inconsistências históricas e lógicas' - que fizeram o favor de alertar mas, corrigir que é bom, nada - e por um tal de 'revisionismo histórico' e chegando a um 'tu tinha que ser negro pra ver o que é racismo de verdade'. Não é necessário ser cego pra não enxergar. JESUS!
Eu poderia cornetear a todos, A TODOS (como ficou convencionado após um furacão não-atleticano-paranaense) e MANDAR QUE TODOS LESSEM TUDO DE NOVO (vejam como minha preocupação e nervosismo me deixam sem argumentos, me obrigando a MAIUSCULIZAR o texto).
Não o farei, mas a quem fizer o favor de ler novamente, agradeço desde já.
Muito me preocupa o pouco zelo alheio em ler com ATENÇÃO pra não cair em ARMADILHAS DO SEU PRÓPRIO INTELECTO e que a mim acabam sendo imputadas.
PENSEM NISSO!
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A cidade de três clubes médios que me espere
Estou mais uma vez passando uma noite em claro, situação comum agravada pela atual conjuntura de mudança permanente de cidade logo ali na frente.
E possivelmente já começo a ver Porto Alegre com nostalgia, de um tempo lá distante que já passou. Porque a tendência de tudo que é passado é ficar cada vez mais esquecido.
E de tudo o que mais me preocupa são os jogos que não mais verei ao vivo. Desde 85, tenho frequentado assiduamente o Olímpico. E desde 2005, amigos e conhecidos me identificam nos dois maiores estádios da cidade. Entre um e outro, os gastos que tenho não me parecem mais pesados do que a ausência total do futebol daqui.
Sim, porque - os paranaenses que me desculpem - não dá pra ver futebol no Paraná. Chego a imaginar que a torcida do AtlPR, por exemplo, seja pior que a do JU, por exemplo. Pensando bem, acho que vou virar uma espécie de 'secador local' de todos os times de lá, e irei sempre na torcida adversária em todos os jogos que puder. Além de tudo, vocês poderão me identificar facilmente quando os visitantes marcarem golos.
Talvez veja com um pouco mais de simpatia o Coritiba. Seja pelo título histórico de 85, seja pela costumaz freguesia em confrontos com o tricolor. Seja por Rafael, por Lela (figurinha carimbada do álbum da Copa União-87 ou 88), pelo maior estádio COMPLETO da cidade. Seja por estar - Ó, AGORA É A HORA DA CORNETA - na Segunda. O fato é que, pra mim, o Coxa sempre pareceu o legítimo representante de lá nas competições nacionais. Será o clube lembrado em primeiro lugar quando me perguntarem "Futebol em Curitiba?" numa pesquisa de marketing, quando estiver andando pela Boca do Lixo.
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Pra ir embora feliz!
Reina um notório pessimismo em Porto Alegre quanto à chance de ter uma equipe local nas semifinais da Liber. Entendo, mas nem tanto. Por que?
Porque o Defensor já deu mostras da sua valentia, mas também de fragilidade fora de seus domínios. Lembro das partidas decisivas contra Gimnasia-LP e Flamengo. Podendo perder por 3 em La Plata tomou justos 3-0. Situação idêntica no Rio, com o placar desfavorável de 2-0. Assim sendo, se o Grêmio tem conseguido passar com vitórias mínimas, o Defensor tem avançado graças a derrotas igualmente mínimas.
Mas voltando ao aspecto pessoal, a tendência é que deva desembarcar em Curitiba em 21 de junho, exatamente o dia seguinte a uma possível decisão da Liber no Olímpico. Seria extremamente agradável e de suma importância sair daqui campeão. Último recuerdo mais glorioso da nossa terra impossível.
Seria interessante ver o título permanecer em Porto Alegre, apenas se deslocando através da Rua José de Alencar entre os dois estádios. Eu me habilito a ir buscar a taça, como bom sócio colorado que paga suas contas em dia com o débito em conta, e entregar nas mãos do capitão Tcheco/Sandro Goiano (?).
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Rima rica, rima pobre
Joguei fora do já citado texto acima considerações acerca dos hinos de futebol do país, pensei que poderia sair da idéia central. Como ninguém entendeu direito mesmo a idéia central, vejo que teria sido melhor deixar lá a corneta sobre Lamartine Babo e outros autores.
Eu iria lembrar que o Lamartine é o mesmo de 'O teu cabelo não nega, mulata', música que, a dias de hoje, escandalizaria a todos os politicamente corretos e faria júbilo aos defensores de uma suposta superioridade racial. Mas prefiro simplesmente lembrar que o cara fez todos os hinos do Rio A RODO. Deve ter sido na virada dos 40 pros 50. Às vésperas de um Carnaval, contrataram-no pra fazer um disco pra agradar a todas as torcidas. Acho que foram DOZE no total. Capaz até do CANTO DO RIO ter um hino de autoria célebre - e que possa ser mais bonito que o aclamado hino do America Carioca -. Cumpriu seu papel de forma excelente, mas excessivamente repetitivo e nem sempre original.
Assim, de forma a tentar iniciar um novo debate, sustento que o Hino do Cinquentenário é o melhor do país. E não tem como ser diferente. Não é o fato de ser obra de autor renomado, mas há elementos que não se pode deixar de exaltar. Preferiria deixar o aspecto musical pra quem entende mais, mas vamos lá:
Refrão que 'pega' - Quase como um 'hit' veraniego do axé baiano, 'Até a pé nós iremos...' é identificável até por fãs do Calypso na fila do 'Ídolos' em Belém do Pará.
Tempo correto - Não é sonolento como o corinthiano, nem acelerado em demasia como o colorado.
Não parece ser uma marchinha de Carnaval - Quesito no qual bate todos os hinos cariocas, de forma massacrante.
Exalta, numa figura, todos os jogadores da sua história - Lara é o craque imortal que soube o seu nome elevar. Mas não só ele como todos os que passaram por aqui, até o Danlaba Mendi, por exemplo.
Não põe o clube acima do bem e do mal - Obsevem que outros clubes são 'o orgulho do Brasil', 'o clube mais brasileiro', 'não podes perder pra ninguém' (logo o Botafogo, que piada!), 'dentre os grandes, és o primeiro', 'o campeão dos campeões'. Já no Grêmio: 'o certo é que nós estaremos com o Grêmio onde o Grêmio estiver' e 'aplaudiremos o Grêmio, aonde (sic) o Grêmio estiver'. O que mais se aproxima é o Flamengo: 'Flamengo até morrer eu sou', 'uma vez Flamengo, Flamengo até morrer'.
Os torcedores são parte fundamental do clube - Pra mim, este é o diferencial chave desta análise. Enquanto os outros clubes parecem o Brasil 'deitado eternamente em berço esplêndido' (à base de incentivos fiscais, patrocínios estatais e perdão de dívidas com a União) o hino do Grêmio é o único no qual a torcida desempenha papel relevante, cuja presença é marcante em todas as partes: 'com o Grêmio onde o Grêmio estiver', já mencionado.
Pra fechar, PLAY:
"Até a pé nós iremos,
ver a taça mudar de lar.
E lotar o Japão em dezembro,
ver o Grêmio o Mundo conquistar! (Mais uma vez!!!)"
(Ah, meu estilo livre não empolga adeptos da boa métrica!)
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Voltarei a um silêncio como o que estava recentemente e possivelmente não volto a deixar nada aqui até a hora final. Tenho que aproveitar os últimos dias de Porto Alegre e ver e conhecer tudo que ainda não vi nem conheci na cidade.
Minha barba tá grande o suficiente pra me garantir um empreguinho no feriado de Corpus Christi. Vou lá ganhar uma grana arrastando a serragem e já volto.
Saúdos, Vitor VEC
Encerramos essa série de fotos de estádios de Buenos Aires com o imponente Monumental de Nuñez, casa do River Plate e da seleção argentina.
Nunca é demais agradecer ao solícito leitor Marcio Santos, que enviou uma preciosa seqüência de excelentes imagens. Podemos ver a parte externa do estádio, bem como suas instalações, com a galeria de títulos e alguns uniformes históricos e a goleira onde Bertoni marcou o gol na final do Mundial de 78, contra a Holanda. Até uma escola de KARATE tem para o aperfeiçoamento físico, mental e espiritual dos millonarios. É só falar com o professor Pedro Fattore.
Inaugurado em 25 de maio de 1938, o Monumental de Nuñez é o maior estádio da Argentina e recebe os jogos da seleção nacional. Na época da Copa de 78, foi amplamente remodelado com o impulso econômico que o governo de Jorge Videla despendeu para realizar a competição. Na final, contra a Holanda, mais de 135 mil pessoas estiveram presentes. A partir de 1986, passou a se chamar Antonio Vespucio Liberti, em homenagem ao histórico presidente milloinario, que comandava o clube na época da construção do estádio e da inauguração. Atualmente, tem capacidade para 66 mil pessoas.
Colaborações podem ser enviadas para impedimento@gmail.com
Saudações,
Douglas Ceconello.
Com as arrebatadoras participações de uma figura que só escreve em maiúsculas, era óbvio que eu não poderia ficar calado, certo?
Ainda mais tendo sido citado por crime de empáfia, arrogância e sei-lá-mais-o-quê. Sou de origem hispânica, logo, empáfia e arrogância nasceram e estarão para sempre comigo.
Bueno, aparenta que o cara já se acalmou um pouquinho, embora esta minha participação possa atiçar todos seus demônios particulares.
Gremista ou Colorado? Quem foi o primeiro racista?
Não sei.
SÓ SEI QUE:
CLUBES DE FUTEBOL do início do século foram fundados (adivinha!!!) logo após a abolição da escravidão, oficialmente considerada como 13 de maio de 1888.
Diz-se que desde 1884 não havia mais pessoa alguma escrava na capital do Rio Grande. Aparentemente, Porto Alegre foi uma das cidades onde mais se fez pelo fim da escravidão.
POIS BEM, há de se considerar que mentalidades vão mudando de acordo com o tempo, com os costumes, com o que vem do estrangeiro, etc. Tudo isto pode ser chamado de 'caldeirão' donde emerge a suculenta cultura de uma sociedade.
ENTÃO, pensem como pessoas, brancas ou negras, recém saídas do antigo regime de trabalho. Ser branco era, muito mais do que ainda é hoje, ser parte da sociedade. Em resumo, poderia-se dizer que, mesmo após o fim do regime, ser branco era sinal de ter tempo livre para o lazer. O esporte, e desde 1903 em Porto Alegre, o futebol, era o lazer preferido de quem tinha tempo livre para desfrutar.
CONSEQUENTEMENTE, durante os primeiros anos, FUTEBOL ERA COISA DE BRANCO. Porque o negro, mesmo fora da senzala, continuava se matando pra sobreviver com alguma dignidade, através de subemprego e sem leis trabalhistas. Seja através dos lendários irmãos Poppe, seja por outro lendário, Cândido Dias da Silva, a introdução do futebol na sociedade se deu através dos brancos cuja última preocupação era de batalhar atrás de dinheiro.
A PARTIR DOS ANOS 10, quando os anarquistas italianos eram os trabalhadores das fábricas por excelência, as greves gerais pressionaram o governo a garantir a minima proteção trabalhista possível para a época. Em 1916, São Paulo explodiu como uma panela de pressão de vidas e sangue foi o preço que o governo e o mercado cobraram para que os operários tivessem mais tempo livre. Para a sua família e também para o futebol, por exemplo.
OS TERRENOS BALDIOS começam a ver proliferarem moleques com bolas de pano, de meia e até alguma bola oficial que algum zagueiro grosso tenha chutado pra fora da Baixada, da Chácara ou da Várzea. Não demora muito para que os brancos dos clubes clássicos de futebol vejam estes talentos brutos ao passar de bonde pela Estrada da Glória, a caminho do treino de sábado na Cascata.
ALGUNS DESTES são escolhidos para participar dos jogos oficiais. Pra camuflar um pouco a cor, diz-se que o cara morou no norte do país e acabou 'pegando uma corzinha'. Ou então o exemplo tão famoso do 'pó-de-arroz', caracterizado no Fluminense mas prática comum em vários dos 'clubes de brancos'.
A LIGA DA CANELA PRETA foi o bastião do futebol negro de Porto Alegre no início do século XX. Os dois maiores e mais tradicionais redutos da afro-descendência da época eram a Ilhota (onde hoje está o Copacabana, o teatro Renascença, a Zero Hora e o ginásio Tesourinha, filho do lugar) e a Colônia Africana (no bairro Rio Branco, os nomes das ruas não deixam mentir - Liberdade, Castro Alves). Clubes amadores pipocavam como sessões de matinê, Rio-Grandense, 13 de Maio, Vasco da Gama, Rio Branco e outros tantos. Estes clubes não eram habilitados pela FRGF a paticipar de forma regular dos campeonatos citadinos. Assim, por iniciativa própria, fundaram a Liga, formada basicamente por clubes fundados por negros, mestiços e brancos pobres.
NOS ANOS 30, com o início do profissionalismo, a Liga da Canela Preta se esvazia. Os melhores jogadores encontram onde jogar, principalmente Cruzeiro, Inter e Nacional. Os clubes da liga desaparecem e, sem os registros da época, é praticamente impossível resgatar este passado histórico dos primórdios do futebol porto-alegrense. Não se sabe sequer os campeões da Liga ao certo.
A NOTA A SER destacada é que Francisco Rodrigues, à época presidente do Rio-Grandense, foi bater à porta do clube dos irmãos Poppe. Aquele mesmo cujos simpatizantes o proclamam de 'clube do povo'. Sim, este mesmo que está na tua cabeça. Vou dar uma pista, é de Porto Alegre. Pois bem, 'seu' Rodrigues achou que seria bem acolhido pelo auto-proclamado 'clube do povo'.
E NÃO É QUE BATERAM a porta na cara do 'véio' Rodrigues. O pessoal do 'clube do povo' fechou a porta pro negro Rodrigues e os seus. Como não foram aceitos, passaram a ter uma certa simpatia por outro clube de Porto Alegre, o principal rival do 'clube do povo'. Sim, aquele 'da burguesia', o 'dos racistas'. A Ilhota foi marcada por este conflito, tendo sido a primeira área pobre de Porto Alegre a ter predominância de torcedores 'racistas'. Engraçado que estes 'racistas' não se importavam que eles mesmos fossem... negros (!?!).
VINTE ANOS DEPOIS, o filho do presidente do Rio-Grandense da Ilhota, o filho do 'seu' Rodrigues - que assistiu seu pai ser humilhado por desconhecidos numa casa em que supostamente seriam bem recebidos - compôs o hino mais célebre de todos os clubes de futebol do país.
Enfim, até a pé eu irei - afinal, a duas quadras de casa não tem como ir de outro jeito mesmo.
Saúdos, Vitor VEC
P.S.: Não dormi hoje e atravessei a madrugada só pra fazer este texto, mas acho que era necessário e que valeria a pena o desgaste.
E pra vocês, valeu a pena ler?
(ok, pessoal, ultrapassamos os 150 comentários, e claramente perdemos totalmente o controle. Vou dar um "pause" aqui, para retornarmos depois. Obrigado pela assiduidade.
-Antena)
No Maracanã, o Fluminense fez apenas o necessário para vencer ao time do LUÍS ESTEVÃO, enquanto o Botafogo sucumbiu na terra de ANITA e ficou em situação complicada. O Santos perdeu grande chance de vencer o festivo América.
Do jogo entre Fluminense e Brasiliense, faz-se MÍSTER dizer que os cariocas começaram atropelando e mereciam marcar no início. Mas saíram perdendo. Heber Roberto Lopes fez coisa feia ao dar cartão para Adriano Magrão por ter simulado um pênalti que existiu. Depois, um bandeira mandou voltar de forma lamentável a cobrança do pênalti que definiu os 4 a 2.
Minha única exigência é que o Brasiliense fique fora da final, mas imaginar Adriano Magrão no pôster do título também não me faz bem ENQUANTO admirador do esporte. E alguém precisa dar uma surra no Carlos Alberto, cortar seus cabelos e deixá-lo trancado passando forme para ver se ele volta a jogar novamente. É muita marra, até mesmo para um carioca.
No final do jogo, inconformado com a arbitragem do RAUL CORTEZ, o atacante Dimba ainda me vem com a seguinte frase: "O que aconteceu aqui é caso de Polícia Federal, de FMI, voltar pênalti porque torcida está gritando é brincadeira". Morri demais. Mas tudo bem, ele não deve saber nem qual é a moeda corrente no Brasil. Enquanto isso, eu defendo uma CPI para analisar a administração do Brasiliense.
Enfim, ficou difícil para os assessores do ex-senador, mas Renato Gaúcho sabe que precisa conter a alegria tricolor.
Boca do Jacaré aguarda o Fluminense
E o Botafogo chegou em Santa Catarina achando que se banharia no calmo mar de Jurerê e confiando na submissão de parcela do estado, que torce para equipes cariocas. Uma vez fui alugar uma casa para me esbaldar no verão e o cara advertiu: "espera aí que o jogo do Flamengo está acabando". Se fosse do Figueira, Criciúma ou Avaí eu certamente entenderia. De repente, até pagaria mais pela estadia. Deplorável. Mas o 2 a 0 é uma vantagem significativa, ainda mais com esse gol qualificado. Qualquer um dos dois será bom finalista.
O Santos perdeu uma excelente chance de vencer o América, também conhecido como Associação dos Aposentados Amigos do Azteca. Que time deprimente, não tem qualquer senso de competitividade. Marca com uma distância tremenda, não apresenta qualquer efetividade no ataque e se contenta em fazer firulas na entrada da área. Além disso, tem o profundo desrespeito de poupar titulares para o campeonato nacional. A liga mexicana é o que seria o Campeonato Pernambucano se tivesse 2 bilhões de dólares. Só quem tem admiração pueril pelos torneios europeus confia no futebol mexicano. E a Conmebol segue convidando esses enfeitados para jogar a Libertadores, quando poderia dar vaga cativa a Nacional e Peñarol e abrir mais umas vagas exclusivas para o Interior gaúcho. Mas o Santos não tem ataque e também não teve vontade de vencer. Se bobear, até fora fica na próxima quarta.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Afinal de contas, o Papa tá na área e a onda é catar tudo quanto é citação que lembre o mundo católico. Aliás, Super Trunfo Católico é o canal.
Durante a curta semana que durou de domingo até 4a., 3-0 e 3-1 foram os resultados mais ouvidos por mim ao redor da cidade.
Por algum fator estranho à minha consciência, os torcedores gremistas repentinamente esqueceram dos resultados recentes que têm mantido o tricolor vivo este ano.
Certamente foi o foguete alucinado da comemoração do título estadual que operou esta alteração de consciência no coletivo da torcida.
As vitórias 'sob medida' têm sido a tônica no estádio Olímpico desde os 4-0 contra o Caxias.
A última, contra o São Paulo, não foi diferente, ainda que tenha sido uma das melhores (talvez a melhor) apresentações do time este ano.
E foi só passar pelo São Paulo que o pessoal à minha volta já retoma um discursinho que não me agrada, o de que 'passar pelo Defensor vai ser fácil'.
CHARRÚAS EN FIESTA
É por essas e por outras que paguei caro pelo meu rádio Sony e costumo ouvir as transmissões esportivas do Uruguay. Horas atrás, ouvia com gosto a disputa pegada pela última vaga das quartas entre Necaxa e Nacional. 'Zapeando' por Oriental 770, Espectador 810, Carve 850 e Centenario 1250, havia uma mesmice nas opiniões que me era agradável.
Em todas elas, narradores, repórteres e comentaristas se punham de acordo num ponto da Liber. O bom, velho e clássico 'não há jogo jogado'. Ou seja, não há porque sofrer de véspera quando vemos que a partida vai ser dura. Ela sempre começa 0-0 quando o juiz apita e a bola rola.
O Nacional entrou no Azteca precisando empatar. A altitude de 2.300 metros interfere no fôlego. A folha salarial do Nacional quase se equivale ao atleta mais bem pago dos mexicanos. Robert, ex-São Cartano, faz jus a 100 mil dólares mensais. Mas o público mexicano não compareceu em bom número (cerca de 20 mil), devem ter preterido o clube em prol da Shakira. Considerando que no Mexico o futebol é gerenciado pelo sistema de franquias como nos EE.UU., não chega a ser uma decisão condenável.
Pois bem, aos 43 da 2a. parte, 'Malaka' (por maloqueiro, talvez?) Martinez afunda os mexicanos e o Nacional avança às quartas. O Bolso jogou atrás, jogou menos, o arquero Muslera foi a figura da partida com umas sete defesas difíceis. E, mesmo com tudo isso contra, GANHOU e completa a festa do fulbo charrua com o aproveitamento de 100% nas oitavas.
E asim como não há porque sofrer de véspera, não há porque COMEMORAR DE VÉSPERA. O Defensor não vai encher o Centenario, tem algumas limitaçoes, principalmente no meio. Mas vai jogar os 180 minutos desta decisão, não vai entrar em campo e ficar olhando. Vai dar bico, carrinho e chutão. Vai cabecear, arriscar de longe e cruzar bolas na área.
ESQUEÇAM O PARANÁ!
E o Botafogo e o Vasco e o Sport e quem mais o tricolor enfrente pelo nacional até que acabe a aventura na Liber.
O Gremio pode tentar iniciar o nacional com um time reserva, tem condições pra isso, vejam:
Galatto; Gavilan, Pereira, Schavi, Bruno Teles; Nunes, William Magrão, Ramon, Kelly; Everton, Amoroso.
Não é uma maravilha, mas pode ser um time pras primeiras rodadas.
Assim como houve gente que considerava o Gremio a zebra no confronto contra o São Paulo, é a vez do Defensor fazer o papel de zebra. E principalmente em função do comportamento visível do pessoal aqui do Rio Grande. O Defensor já conta com um ponto-extra nesta decisão. Senti o clima de 'já ganhou' tão gigante nesta 5a.-feira que a pauta é a venda ou não do Lucas e o Paraná no domingo. Repito, ESQUEÇAM O PARANÁ!
MAMMA MIA!
Domingo é Dia das Mães. Vejam as suas, vão a restaurante, comam galeto, etc. Quem lamentavelmente não a tem, que se anime com uma emprestada. Pode ser a mãe vizinha, a da patroa ou a dona do bar. Mas, por favor, esqueçam que tem jogo domingo. É mentira, não tem. Vão pra Redenção, fiquem debaixo das cobertas porque vai fazer frio, mas não me liguem a TV nem o rádio, muito menos fiquem acompanhando os fatos do Durival de Brito, eles não têm a menor importância. O jogo é o da 4a. 'Domingo é dia de descanso, programa Sílvio Santos', como diriam os Titãs.
E era isso.
Saúdos, Vitor VEC
Mais fotinhas enviadas pelo leitor Marcio Santos. As imagens ilustram a profunda relação do Boca Juniors com o lendário Barrio de La Boca e sua população.
O bairro cresceu junto do Riachuelo, pequeno rio que marca o limite sul da capital federal em direção ao Rio de la Plata, sendo um dos primeiros portos do país. A identidade do lugar foi formada principalmente depois da chegada dos imigrantes italianos, a maioria de Genova, que se misturaram aos criollos, nativos do país.
O Barrio de La Boca deu origem aos maiores times do país, o Boca e o River, mas os albirrojos se bandearam para o lado mais rico da cidade, construindo sua nova sede ao norte de Belgrano e garantindo o ressentimento eterno da população do bairro. Mesmo que outros tantos imigrantes e descendentes tenham saído, o lugar conservou sua peculiar e colorida atmosfera, seja na agitação das cantinas ou através da manifestação dos artistas de Caminito. Em dia de vitória boquense, então, a euforia transborda em cada canto do Barrio de La Boca.
Novamente agradecemos, Marcio. Na próxima vez, teremos imagens do Monumental de Nuñez.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Junto de outros quatro jogadores, Adriano Gabiru deve ser dispensado pelo Inter. E já não era sem tempo. O jogador que marcou o gol do título mundial teve uma trajetória ridícula no clube desde sua chegada, com exceção dos dois segundos em que teve a bola nos pés na frente de Valdés.
Ouvi gente assombrada com a liberação do homem que marcou o gol histórico. Na maioria, pessoas de outros estados, que não costumam acompanhar o Inter e nem assistem aos jogos da equipe. Mas também de outros daqui, como manifestado na Zero Hora, com a manchete "Adriano, um herói desprezado".
A verdade é que Adriano foi uma desgraça completa desde que chegou ao Beira-Rio. Não fez nenhuma partida decente e era odiado pela torcida. Tanto isso procede que nenhum clube quer contratá-lo. Sua dispensa deveria ter acontecido no início da temporada, mas o gol contra o Barcelona lhe deu algum gás. No entanto, isso não significava que ele precisasse entrar em TODOS os jogos. Se ficasse, até seria um jogador decente para compor grupo e entrar em algumas partidas lá pelo 30 do segundo tempo. Mas não é uma saída a se lamentar.
A saída de Abel Braga abriu caminho para a despedida dele, mas também de Michel, Ediglê, Wilson, Rafael Santos, Jean, entre outros. Sempre defendi que Adriano deveria ganhar uma pensão vitalícia do clube. Quando alguém sugeriu que se fizesse um busto em sua homenagem, me ocorreu que talvez o próprio jogador pudesse ser transformado em estátua. Era só jogar um pouco de cimento em cima dele, esperar secar e pronto, estava feita a obra. Ficaria eternizado na história do Inter, mas longe do time.
Aos que ficaram comovidos com alguma insensibilidade do clube, resta lembrar que o futebol não é feito de assistencialismo. Não deve haver Bolsa Família para jogadores que não conseguem se afirmar. São raros os atletas aos quais os clubes devem algum agradecimento. Na grande maioria das vezes, os jogadores é que devem se sentir gratificados simplesmente por servirem às instituições. E são muito bem remunerados para isso, não estão fazendo nenhum favor. Tinham que homenagear a mim, que sentei no concreto todo fiadasputa, bebi, joguei, apostei, e perdi mulheres, fortunas e iates, durante 27 anos, até ser recompensado.
Adriano marcou o gol do Mundial, mas isso acontece. Provavelmente qualquer outro jogador acertasse aquela conclusão - Deus, como eu queria que tivesse sido o Rentería. Tratar de Adriano como o herói desprezado me soa muito Brasil-sil-sil. Com a saída dele, pelo menos podem começar a dar o devido crédito a Clemer, Iarley, Edinho e Índio, tão ou mais importantes para a conquista. Além de tudo isso, odeio jogador deprimido.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Sport e Galo podem aumentar suas chances no Brasileiro. Flamenguistas se engalfinham no vestiário. Vascaínos protestam contra diretoria. Renato Gaúcho continua se empenhando no seu maior passatempo: ser técnico. Na Argenitna, duas partidas atrasadas foram jogadas.
Brasileiras
Sport e Atlético-MG devem aumentar suas chances no Brasileirão. Os pernambucanos porque desistiram de Leão e contrataram Giba como técnico. Os mineiros porque podem perder Levir Culpi para o futebol japonês na segunda-feira.
Dizem que Juninho e o técnico Ney Franco quase se agarraram a socos no vestiário. O nanico não gostou de ser substituído. Ninguém manda contratar ex-jogador. Na volta para o Brasil, os atletas quase apanharam dos torcedores no aeroporto. Ninguém manda não jogar nada.
Torcedores do Vasco fizeram caminhada para protestar contra a atual diretoria. Engraçado é que ninguém reclamava quando time estava vencendo, levando Libertadores, Brasileiro e Mercosul.
Renato Gaúcho continua fazendo força para não rir cada vez que o chamam de técnico. Mestre absoluto. O goleiro Fernando Henrique, que não teve qualquer culpa no gol do Atlético-PR, foi vaiado pela torcida do Fluminense. Ô clube desgraçado, parece que nunca vai se ajeitar.
Juca Kfouri espantou-se que o Flamengo tenha sido facilmente batido por um time de camisa lilás. Mais respeito com os violetas, seu Juca. A camisa é lilás, mas não tem dinheiro da Petrobrás. Até rimou. Que lixo.
Pela 196ª as organizadas do Corinthians foram proibidas de entrar nos estádios paulistas. Será que a proibição da FPF inclui vestiários?
Cruzeiro pensa em contratar Cuca, já que Adílson não sairá do Japão. Cada dia mais parecido com o Fluminense, repito.
Argentinas
Em jogos atrasados da oitava rodada, River e Colón apenas igualaram em zero, enquanto o Racing venceu o Quilmes, fora de casa, por 3 a 2. Os millonarios estão sete pontos atrás do líder San Lorenzo, enquanto La Academia voltou a obter uma vitória após seis rodadas.
O árbitro Gabriel Favale não vai atuar na próxima rodada do Clausura. Ele foi suspenso por ter anotado de forma equivocada três pênaltis no confronto Boca 2 x 2 Racing, no último domingo. Foram duas penalidades para os xeneizes e outra para o time de Avellaneda.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Dia desses fui interpelado pela patroa sobre um assunto mui discutido durante os últimos 100 anos. Ela exigia de mim uma resposta sobre os motivos que tornam o futebol essa loucura de Jesus e faz com que um bando de seguidores rendam preces a instituições destinadas a tão singular esporte.
Esse é um assunto que já me tomou algum tempo. Nunca cheguei a qualquer resposta que me acalmasse a nervura. Nem me interesso muito mais pelo assunto e tenho certa aversão a teorizações. Na ocasião do questionamento, em alguma noite da última quinzena, eu andava já pelo sexto chopp. Como bebo profissionalmente, não sou afeito a muitas divagações durante o ato. No entanto, como era uma pergunta da consorte, fiz questão de despender algum esforço.
Gostaria de vos alertar que minha vida torcedorística foi extremamente difícil no início desses oito anos de alegre relacionamento. Era uma mulher que não gostava de futebol, vejam só. Mas não que fosse indiferente. Ela odiava. Chegava ao desplante de nem time de preferência ter. Não para meu pai, que ao primeiro contato com a portadora das melenas louras, acusou: "Mas tu tem uma cara de gremista...".
Pois bem. Na nossa fase pré-jurássica, eu tinha que usar dos mais variados subterfúgios para acompanhar ao menos os jogos do Colorado e, ao mesmo tempo, não parecer um cara negligente com a rotina a dois. E eu fazia tudo que vocês possam imaginar. Andava com escutas pelo corpo, fones que repentinamente apareciam da gola do blusão. Saía no meio da sessão de cinema para correr a um orelhão e ligar para um posto avançado, ansioso por resultados, sendo abastecido de placares por variados informantes.
Quando os jogos eram imperdíveis, misteriosamente eu desejava encontrá-la um pouco mais tarde. A quintessência da malandragem, no entanto, acontecia quando eu a convidava para tomar uma cerveja. Ao chegarmos no bar, eu aparentava espanto: "Bah, tá passando jogo. Olha só, é do Inter", dizia, puxando a cadeira e gritando ao balconista antes que tivesse de buscá-la em uma fuga desenfreada.
Mas essa época ficou no passado. Com o decorrer do tempo, a signorita percebeu que o futebol realmente era um troço importante para mim e que não tolheria meu compromisso com uma vida marital. Hoje, há até simpatida de sua parte pelos rubros da Padre Cacique. Percebi que tinha o aval definitivo quando fomos a um jogo. Não muito importante, claro. Não queria que ela percebesse o fauno delirante que se apossa de mim cada vez que estou na grande estrutura de concreto margeada pelo Guaíba. A cumplicidade futebolística foi selada, embora até hoje ela não entenda muito bem por que diabos eu preciso ver um jogo entre argentinos e mexicanos em um horário esdrúxulo.
Bem. De volta à mesa do bar. De volta ao questionamento. Assim de prima, surpreso, tentei explicar que o futebol é algo que faz parte da tradição, passado pelos familiares, como se fosse uma comunidade. Argumento pedestre, sem dúvida. Não me admira que ela não tenha aceitado. Acossado e espremido, tentando embasar a coisa de qualquer maneira, refugiei-me nos recôncavos da ideologia e do comprometimento pessoal. "Há coisas que não se explica. Talvez seja como na Política. As pessoas também torcem para partidos". Um lixo, claro. Quando existia, a política partidária angariava apoio popular através de diretrizes que influenciavam a vida das pessoas de forma direta. Mas ninguém vai afirmar: "Sou palmeirense, portanto defendo a revisão das taxas de juros". Nenhum sentido. Apenas para completar, hoje não há mais partidos nem ideologias. Tudo se restringe a formas diferentes de manifestar a mais absoluta canalhice.
Não me dei por vencido e continuei. "Tu pode simplesmente simpatizar com um clube, mas quando conhece a história da agremiação, identifica-se com certos aspectos." Citei, no caso do Inter, o fato de o Beira-Rio ter sido construído com ajuda dos torcedores, de o clube ter sido um dos primeiros a aceitar negros, de ser conhecido como Clube do Povo. Melhorou, mas a questão da "paixão", da comoção que provoca na plebe, ainda misturava-se à fumaça de Marlboro.
Eu, que então já não freqüentava os límpidos lençóis da sobriedade, resfoleguei. "Sei lá, se eu tiver que te falar de mim, vou te dizer que foi a cor. A primeira vez que fui ao Beira-Rio ver o Inter jogar, o que me chamou mais atenção foi o vermelho. É uma maravilha ver o sol refletindo no vermelho", poetizei. Bem, se o inquiridor fosse eu, perguntaria por que eu não demonstrava o mesmo entusiasmo pela flamejante tonalidade quando representada nas Artes Plásticas. Óbvio que a incisiva agente da polícia futebolística não ficou de todo convencida. "Como é possível as pessoas se escabelarem quando o time perde? São os jogadores que perdem". Em parte, concordo. Os clubes nada mais são que sociedades com patrimônio. A diferença está no fim e na multidão que se compromete com determinados objetivos. Acontece que os atletas não são o time. Nem são o emblema, nem a torcida. Mas é claro que, na hora, não disse nada sobre minha parcial concessão. Seria como tirar um zagueiro e colocar um ponta para segurar o empate.
Nos estertores da minha resistência, apelei para a irracionalidade e admiti minha necessidade de suave selvageria, acompanhada de doses regulares de insanidade e também pela consciência da total falta de sentido da humanidade. Tratei essa gama de pequenas urgências pessoais como como algo digno dos bons homens e genuíno da espécie - no que de fato acredito. Mais que isso, aventurei-me pela seara antropológica. "Podemos avaliar como um sentimento de TRIBO. Quando o Inter ganha, eu fico feliz e os outros ficam tristes. Isso me agrada. Não torço pela seleção porque todos ficam felizes. É claro que torcedores de outros países não gostam, mas daí a tribo fica grande demais, difícil de atingir. Não tenho sentimento nacionalista." A resposta me alegrou por um momento, mas não posso dizer que foi oi suficiente para aplacar a fúria da oposição.
Entretanto, em respeito ao meu desgaste emocional, a conversa foi interrompida. Dedicamos nossos esforços conjuntos a requisitar um garçom. Ninguém ficou convencido. Entendo o anseio de parcela das mulheres pela comoção dos homens com seu clube, mas eu nem desejava ter chegado a qualquer conclusão. Há tempos não pretendo dissecar o universo do futebol como se fosse o cadáver de uma rã deitado numa superfície clara. Contento-me em achar que é gratuito e não pode ter uma justificativa plausível. No fim das contas, o que vale é a mescla de egoísmo e diversão, condimentada com a devida necessidade de se apaixonar e enlouquecer. Seja numa festinha cheia de lascívia ou no campo de jogo.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Segundo informaram as rádios de Porto Alegre, Abel Braga não é mais treinador do Inter. Ele vai para os Emirados Árabes ganhar uma grana preta e tomar trago em copos de ouro. Não foi demitido, portanto. A relação entre Abel e a torcida já andava desgastada, mas estou apreensivo sobre o substituto.
Abelardo chegou em 2006 para sua quarta passagem no clube onde despontou para o futebol em 1988. Foi recebido com grande suspeita pela torcida colorada, inclusive por mim. Os colorados temiam que o excelente time montado pela direção naufragasse junto com a sina de vice-campeão do treinador. Todos sabem que o simpático gordacho carregava um anjo da morte sobre os ombros e que a criatura lhe abandonou apenas em 2006, provavelmente alçando vôo de algum lugar na altitude de Quito. Ou quem sabe recebeu um bico de Rentería na angelical bundinha. A torcida do Inter amava Abel Braga desde 1989 pelo Gre-Nal do Século. E também o odiava pelo Campeonato Brasileiro perdido para o Bahia e pela desclassificação na Libertadores de 89 para o Olímpia.
Sou um grande admirador de Abel Braga. Sempre fui. Excelente pessoa, com fibra e caráter. Sofre pelos clubes que defende e era impossível não sentir compaixão pelos seus fracassos monumentais em edições da Copa do Brasil com Flamengo e Fluminense. Quando anunciaram sua contratação, pensei: "Ai, o Abel. Ele é tão gente boa, mas sempre estraga tudo no final. Lá vamos nós. Mais alguns anos sem títulos importantes".
No entanto, o retorno dele foi dessas coisas inexplicáveis no futebol. Nenhum treinador merecia mais estar junto com o clube nos momentos mais importantes da sua história recente. E agradeço a ele ao menos por isso, por estar junto. Tenho dúvidas sobre a importância dos treinadores em algumas conquistas, mas foi sob o seu comando que o Inter foi campeão da América e do mundo e fez algumas das partidas mais espetaculares a que assisti. Como contra a LDU, no Beira-Rio; contra o São Paulo, no Morumbi; e contra o Barcelona, no Japão.
Abel Braga é um doce lunático. Menos mal que em 2006 seus erros foram perdoados pelas entidades que zelam pela justiça futebolística. Mas em 2007 ele insistiu nos mesmos equiívocos e os deuses já haviam dado uma banda para bem longe da Padre Cacique. Deu no que deu.
É impressionante como o convívio diário com o futebol acaba cegando as pessoas. Na Zero saiu a informação de que Abel teria se arrependido de renovar seu contrato antes mesmo do Mundial. Poderia ter saído por cima, no ponto máximo que um técnico consegue chegar em um clube. É isso mesmo, Abel. Tu rateou feio. Assim como Clemer, que já deveria ter largado e nos deixado com a última impressão de suas fabulosas defesas contra o Barcelona.
De alguma forma - não sei exatamente por que - sempre serei grato a Abel Braga. Talvez por tê-lo visto jogando-se de pança sobre Clemer após a classificação contra a Liga de Quito. Talvez por nos proporcionar fotos como a que ilustra o post. De repente, por uma empatia que se manifestou em algo como: "nós vivemos juntos o inferno desde 1989 e agora tudo ficou tão doce". Sei lá. No fundo, tenho vontade de tomar um trago com ele, FALAR DA VIDA, coisas assim.
Vá pela sombra, Abel. Tu é louco, mas é gente boa.
O grande problema - e por isso não queria que Abel fosse embora, apesar dos pesares - é quem vem para sentar na casamata colorada. Nomes como Bonamigo, Tite, Adílson Batista, Dorival Júnior, Antônio Lopes e Oswaldo Oliveira me deixam com uma sensação de medo profundo, quase de DESFRAGMENTAÇÃO. Entre os possíveis, não me desagradaria de todo se viesse Geninho ou Caio Júnior. De todos os mais cotados até agora, no entanto, apostaria em Gallo. Podem me chamar de louco. Mas pelo menos teríamos boas piadas envolvendo Perdigão, Granja e Pato.
Só não me inventem de contratar o Fábio Pinto de novo.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Grêmio só terá conforto classificando-se contra o Caxias e contra o Cerro também.
Não há 'mal menor' para esta situação em que o próprio Grêmio se meteu.
Devemos lembrar que o time está postergando a passagem às oitavas da Liber desde a segunda rodada, no jogo contra o Cúcuta em Porto Alegre.
Agora, também está descarrilado no Gauchão com o 3-0 imposto pelo Caxias no Centenário.
E temos as seguintes possibilidades de situação futura próxima:
Grêmio fora do Gauchão e avante na Liber: sempre vai ter corneteiros a dizer que este time veio dominando o estado e morreu na praia. Na Liber, parará adiante, restará saber quando.
Grêmio avante no Gauchão e fora da Liber: vai se dizer que o time gastou todos os golos que precisava fazer num jogo que valia menos. Além de aumentar a pressão para, obrigatoriamente, conquistar o troféu local.
Grêmio avante no Gauchão e na Liber: é o que todo torcedor quer para seu time. Mas causará a falsa impressão de time bom, ajeitado e enganará a muitos; até que uma derrota fatal acabe com as esperanças desta parcela da torcida. Não creio que fará bom papel sem que sejam ajustadas na equipe as novas peças contratadas a preços meio salgados.
Grêmio fora do Gauchão e da Liber: todos os fantasmas de 1990 e de 2000 se reunirão para dançar sobre o cadáver tricolor. Em maio, quando começa o nacional, já estará fedendo a inferno de 2a.divisão novamente.
Ademais, a expectativa para o jogo de logo mais entre Inter e Nacional já toma conta de alguns contatos do msn e do google. Segundo consta, é fraca a movimentação em busca de ingressos, mas a direção espera que o sócio colorado compareça em peso e cubra o Beira-Rio de vermelho. O time precisa de todo apoio possível.
Evanescence - Show curto em cidade pequena com público pequeno
Parece ser a mais nova tendência em relação a shows de bandas estrangeiras por aqui. Primeiro foi Pennywise, agora Evanescence.
Em comum, duas apresentações curtas. Meu relógio marcou 1h e 10 min quando Amy Lee e cia. saíram do palco para, a seguir, apresentarem apenas duas músicas mais. Em suma, shows agora custam 1 pila por minuto. É o que eu posso ler desta nova tendência. E a produção da Opus é uma droga, lamentável.
Teria sido melhor deixar tudo na mão do grande e competente Alex Xande Crivo Ramone, cara que já trouxe banda pra tocar aqui na cidade com aprovação do público e dos músicos.
Chuleando, saúdos, Vitor VEC
Assim eles acabam comigo. Não consigo postar sobre outra coisa. O novo técnico do Corinthians foi apresentado segunda-feira como CASTEJANO, ou Castellano se a pretensão tinha cunho portenho, pelo presidente e gagá maior da agremiação, Alberto Dualib. Como se não bastasse, o contrato do novo treinador foi roubado. É muita brasilidade.
"Tenho a honra de apresentar outra vez o novo técnico, que vocês conhecem bem, Paulo Cézar...Castejano...Castejani." Assim o velho tchuco começou a entrevista de Carpegiani, contratado para tentar recuperar o Corinthians.
Na tarde de segunda-feira, o clube prestou queixa de furto de uma via do contrato na Delegacia Seccional Oeste. O documento teria sido roubado durante entrevistas concedidas a diversos veículos de imprensa. Os dirigentes resolveram esperar para ver se o conteúdo seria publicado, o que aconteceu no Lance!.
O Corinthians terá que refazer o documento porque a via roubada era original. Foi divulgado que Carpegiani receberá R$ 120 mil, enquanto Cláudio Duarte vai faturar R$ 35 mil por mês. O empresário Orlando da Hora teria levado R$ 150 mil para fazer o meio-de-campo nas negociações.
Como se não bastasse a bagunça, segunda-feira ouvi na ESPN Brasil que Renato Gaúcho teria sido vetado por setores da Gaviões da Fiel.
Assim não adianta nem colocar o São Jorge em pessoa sentado na casamata.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Aproveito a contratação do treinador Sexy Hot pelo Vasco da Gama para celebrar a conquista da Libertadores da América em 1998 através deste sensacional compacto do jogo de volta contra o Barcelona.
Aqui estão os melhores momentos do segundo tempo da final e a festa do Vasco.
E aqui o compacto do primeiro jogo, no Rio de Janeiro.
O time de São Januário acabou em segundo na fase de grupos, quando compôs a chave 2 junto de Grêmio, América do México e Chivas Guadalajara. Nas oitavas-de-final, bateu o Cruzeiro e chegou às quartas, quando venceu o Grêmio. Uma vitória e um empate contra o River Plate, pelas semifinais, levaram o time treinado por Antônio Lopes para as finais contra o Barcelona, de Guayaquil.
No primeiro jogo, em São Januário, o time brasileiro garantiu uma boa vantagem ao vencer por 2 a 0, com uma golaço de Donizete Pantera e outro de Luizão. E poderia ter sido muito mais, já que o Vasco criou bastante. A grande final aconteceu em 26 de agosto e novamente Pantera - melhor comemoração de gols - e Luizão - grande centroavante, atualmente com perna de marido - compareceram ao placar. De Ávila descontou para os equatorianos em partida na qual os cariocas novamente foram superiores.
Confira a ficha do jogo:
Estádio: Monumental Isidro Romero
Barcelona: José Cevallos, Jimmy Montanero, Raúl Noriega (Washington Aires),
Holger Quiñonez, Luis Gómez, Marcelo Morales, Héctor Carabalí,
Nicolas Asencio, Fricson George, Anthony de Avila, Agustín Delgado.
Vasco da Gama: Carlos Germano, Vagner, Odvan, Mauro Galvão, Felipe, Luisinho
Nasa, Juninho, Pedrinho (Ramon), Donizete, Luizão (Alex).
Árbitro: Javier Castrilli (Argentina)
Técnic novo
Acho bastante apropriada a escolha de Celso Roth para treinar o Vasco. O técnico, que estava sem trabalho há um ano e meio, tem capacidade para encontrar uma forma adequada de jogo para os vascaínos, com a equipe resguardada na defesa e com fortes contragolpes. Vale lembra que HOT é discípulo de Felipão e também de Cláudio Duarte, o homem que sabia atrair os adversários para desferir o golpe fatal, no esquema que ele mesmo intitulou de PEGA-RATÃO.
No entanto, faço a ressalva que a melhor fase do treinador aconteceu quando ele usava bigode. Com a cara lisa, geralmente não realiza grandes campanhas.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Paulo Cézar Carpegiani é o novo técnico do Corinthians. O acerto ocorreu na noite de sábado e o treinador deve ser apresentado nesta segunda-feira. Com a escolha, encerra-se a disputa gaúcha pelo nobre lugar na casamata alvi-negra, que envolvia também Tite e Abel Braga.
Carpegiani é um técnico de poucos e convincentes trabalhos. Foi campeão da América e do Mundo em 1981 com o melhor Flamengo de todos os tempos. Em 1998 levou o Paraguai a uma digna participação na Copa da França, quando os guaranís foram eliminados pelo time da casa nas oitavas apenas na prorrogação.
Parece que o ex-meio-campista colorado - quem viu, diz que tinha uma técnica absurda - vai receber cerca de R$ 200 mil reais por mês. Ao meu ver, o Corinthians acertou na escolha. Alguns posts atrás, eu pedia seu nome para substituir Abel Braga em uma possível saída.
Resta ver se mesmo Carpegiani, um profissional capaz e sensato, conseguirá por fim ao convescote de vaidades e desacertos que impera no Parque São Jorge. Um desafio monstruoso, sem dúvida.
Isso significa também ser bem provável que Abel Braga, que na sexta-feira havia novamente se declarado colorado e afirmado que não sairia, fique no Beira-Rio independente do resultado contra o Nacional, na quinta-feira. Sinceramente, não sei se isso é bom ou ruim.
A notícia saiu há pouco no Terra.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Os dirigentes do Corinthians afirmam que já fizeram proposta para Abel ir para o Parque São Jorge. O treinador nega, mas eu já estou preocupado com um possível substituto, pois dele depende meu bem-estar emocional até o fim da temporada. E Abelão que não esqueça de levar Rafael Santos, Michel e Adriano.
Me parece claro que a permanência de Abel Braga no Beira Rio depende da classificação às oitavas na Copa Libertadores. Se o Inter perder a vaga, a situação do treinador ficará muito difícil, já que a equipe também está fora do Gauchão.
Acredito que Abel encerrou seu ciclo no Inter - um ciclo longo, que começou em 1988 e acabou da melhor forma possível em 2006. Ele sempre foi contestado e em 2007 chegou ao auge de sua depravação mental. Mas o grande problema é pensar em um substituto, já que não existem muitos bons técnicos no Brasil.
Mesmo que possa parecer impossível prever algo pior que escalar Michel e Adriano, as coisas não são bem assim. Me preocupa, por exemplo, que os dirigentes do Inter sejam apaixonados por Paulo Bonamigo. Leão, Levir Culpi, Tite e nomes deste tipo me fariam cogitar uma ausência irrevogável do Beira Rio.
De todos os possíveis, Paulo Autouri e Geninho poderiam ser escolhas razoáveis, mas também não contam com minha aprovação total. Paulo César Carpegianni seria uma escolha acertada, embora não conte com a simpatia de colorados históricos, como Arthur Dallegrave. O novato Leandro Machado poderia ser promissor, mas provavelmente sucumbiria ao vestiário.
Em fevereiro, o Inter pagou a multa rescisória e tirou Christian do Corinthians. Esse tipo de atitude é legal, mas não consiste exatamente em um exemplo de ética. Dezenas de cronistas do centro do país tiveram ataques de raiva pela atitude colorada, o que não fizeram em inúmeras operações semelhantes de clubes do centro do país.
Bem, agora o Inter está envolvido numa disputa de vaga na Copa Libertadores. Os dirigentes corintianos afirmam que já fizeram proposta para levar Abel Braga, que é louco mas ainda tem responsabilidade pela equipe do clube que lhe paga. Renato Duprat disse que vai secar os colorados para o treinador ficar liberado de uma vez. É engraçado que desta vez a ética não esteja na pauta do dia.
Para alguns clubes, vale a lei do mercado. Os de fora do eixo devem respeitar as convenções da ética e do cavalheirismo.
Mas tenho uma má notícia para os corintianos: é bem provável que Abel Braga arrume as coisas no Parque São Jorge, mas não vai conquistar títulos. Ele é um técnico de boas campanhas e poucas taças. A Libertadores e o Mundial pelo Inter? Bem, por trás disso teve um grande time, formado em quatro anos, e um nome maior ainda: Fernando Carvalho.
Torço pelo sucesso de Abel. Sinceramente. E que o Corinthians tenha sorte, o que deve ocorrer apenas daqui a dez anos, quando acabar esta parceria bandida com a MSI e os dirigentes dementes, caducos ou pára-quedistas, saírem do clube.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Fotos de lendário estádio Azteca enviadas por Daniel Cassol durante sua passagem pelo México, quando fez doutorado em degustação de tequila.
Na primeira imagem, temos uma pelada amiga sendo realizada no pátio do estádio. Segundo Cassol, era Brasil x México.
Temos ainda uma placa que lembra das duas Copas ocorridas lá, em 1970 e 1986, cujos vencedores foram Brasil e Argenina. O estádio foi inaugurado em 1966 e tem capacidade para 114 mil torcedores.
E a terceira imagem ilustra uma história sensacional. Se o guarda não mentiu para Cassol, ocorre que, quando inauguraram o estádio, houve um sorteio do primeiro ingresso. O torcedor premiado foi homenageado com o monumento, que é a estátua del primer aficionado do Azteca. Maravilhoso.
Saudações,
Douglas Ceconello.
"Héctor Pezzella, diretor da clínica Güemes, de Buenos Aires, na qual o craque Diego Maradona está internado para tratar de complicações advindas do consumo excessivo de álcool, tabaco e comida, disse que o ex-jogador pensa que é Deus. Para o médico, tal fato deve ser uma das explicações possíveis de suas enfermidades.
'Acho que Maradona pensa que é um Deus e esta pode ser a origem de alguns de seus males', afirmou Pezzella à agência estatal de notícias Télam. 'Os meios em que ele se encontra exercem uma influência negativa sobre ele. Cada ambiente é formado por cada um, e não o contrário. Depende de cada personalidade', acrescentou o médico, que afirma que o astro continua convalescente.
'Maradona continua com boa evolução clínica da hepatite tóxica causada pelo consumo de álcool e com a melhora de seus parâmetros cognitivos e mobilização ativa', afirma o último relatório da clínica. 'O paciente permanece com sedativos em doses descendentes, o que lhe permite se movimentar no quarto e se alimentar sozinho', acrescentou.
Após vários dias sem visitas, Maradona recebeu no domingo alguns familiares. Apesar de a clínica não ter informado oficialmente, fontes ligadas a Maradona disseram que é possível que os médicos lhe dêem alta ainda nesta semana."
Não vejo qualquer problema. Se todos argentinos acreditam que Diego é Deus, qual o problema de ele mesmo pensar isso?
Ficou atrás de Pelé nos campos, mas está trilhões de anos à frente no quesito personalidade.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Desejamos uma boa Sexta-Feira Santa a todos.
Da redação.
Últimas imagens da série enviada por Leandro Rizzi dos Santos, agora tornando ainda mais eterno o Centenario. Não se precisa falar muito de um estádio que em 1983 foi declarado pela Fifa como Monumento Histórico del Fútbol Mundial.
Um dos grandes templos do futebol sul-americano, o Centenario foi inaugurado em 18 de julho de 1930, com a vitória da Celeste sobre o Peru por 1 a 0 em jogo válido pela primeira Copa do Mundo de Futebol. Atualmente, tem capacidade para 76 mil espectadores. É a casa da seleção nacional, mas pode acolher qualquer clube uruguaio que solicite.
Valeu, Leandro.
Na próxima seqüência de imagens das canchas, o representado será o imponente Azteca, do México.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Não sou daqueles que acham a camisa do Paraná feia. Não sei, não acho bonita, mas vejo com simpatia a divisão bicolor ao meio. A do Vitesse de Arnhem é bem melhor, mas isso não importa.
O caso aqui é que a pequeneza (ou grandeza) de um clube pode ser medida pelo espetáculo de sua torcida, em feitos dentro do campo e por ações de suas diretorias. A camisa (seu estilo, não o 'peso') nestes casos, não importa.
E cabe aos dirigentes terem a consciência do que eles são para os clubes, do que os clubes são para eles e para os outros torcedores e qual o papel que se tem a intenção de representar no cenário esportivo, o de um clube grande ou pequeno.
O Paraná está na segunda lista, como se pode ver a seguir.
Do POP:
Paraná cede e enfrenta Coritiba no dia 12
O time vai disputar dois jogos em um intervalo de 48 horas. Enfrenta o Coritiba, pelo Paranaense e o Real Potosí, pela Libertadores
Quer dizer, o time tem um confronto nada mole no campo de maior altitude desta Liber, quiçá de todas elas, e dois dias depois entra em campo para enfrentar um clássico da cidade. Não dá pra entender/aguentar. Ainda bem que eu não torço pra este time.
Seria uma decepção notar que mais uma Ouvidoria não me dá ouvidos.
Saúdos, Vitor VEC
"Futebol e política não devem se misturar", dizia Maradona antes do confronto entre Argentina e Inglaterra pelas quartas-de-final da Copa de 1986, no México. Mas era impossível para britânicos e ingleses não vincular o jogo com a Guerra das Malvinas, ocorrida quatro anos antes.
O território localizado no extremo sul do Oceano Atlântico foi tomado diversas vezes ao longo da história, desde que Américo Vespúcio ali chegou, em 1502. Primeiro os espanhóis, depois franceses e ingleses. Os argentinos reivindicaram a ilha e tentaram colonizá-la, alegando o uso de seus direitos sobre as antigas possessões espanholas, mas foram expulsos pelos ingleses em 1833.
A questão da soberania havia ficado engasgada nos argentinos, mas não foi por nenhum senso patriótico que a junta militar tentou reaver as Malvinas. Em 1982, a popularidade dos militares estava em baixa. A população voltava-se contra a ditadura implantada em 1976 e todas as suas conseqüências infames. "Bem, para comover o povo e angariar apoio, uma patriotada qualquer", deve ter pensado Galtieri.
Os milicos esperavavam que a Inglaterra aceitasse numa boa. Além disso, acharam que teriam apoio dos Estados Unidos, pois os argentinos haviam contribuído para repressões diversas na América Central, usando e ensinando toda a sua habilidade em tortura contra quem quer que fosse. Muita burrice de Leopoldo Galtieri e sua turma.
Mas as forças argentinas chegaram nas Malvinas em 2 de abril. E a força-tarefa inglesa logo partiu para cruzar quase 15 mil quilômetros e tentar recuperar o tesouro esquecido e agora ameaçado. No momento em que Margareth Thatcher ordenou e os navios saíram, a coisa tomou uma proporção gigantesca. Porque não foi um entrevero qualquer, mas sim a maior batalha aeronaval desde a Segunda Guerra Mundial. Todas as tratativas diplomáticas fracassaram miseravelmente.
Os argentinos foram bravos, mas o exército inglês era extremamente eficiente, um dos mais bem-preparados do mundo. Em 14 de junho, os hermanos se renderam e a guerra acabou. 652 argentinos e 255 britânicos morreram. Quem acabou levando vantagem foi o próprio arquipélago, que passou a ganhar maior atenção da Inglaterra e hoje está em franco desenvolvimento, com um PIB de 75 milhões de libras (na época era de 16 milhões). Até hoje a Argentina reclama pela soberania das Malvinas.
O regime militar argentino, que já estava enfraquecido, ruiu de vez poucos dias depois. Além de responder pelos desaparecimentos e mortes de milhares de pessoas, os militares tiveram que arcar com as acusações de omissão na guerra. Os veteranos que foram lutar nas Malvinas foram tratados por anos como fantasmas. Até hoje eles encontram-se uma vez por semana para tomar um trago em um bar de Buenos Aires.
Esse breve e bastante superficial panorama serve para contextualizar um jogo de futebol. O que ninguém deve ter advinhado é que quatro anos depois, em 1986, o embate entre os dois países seria transportado para dentro das quatro linhas do estádio Azteca. Argentina e Inglaterra jogaram pelas quartas-de-final da Copa do México e os jornais de ambos os países exploraram ao máximo os combates ocorridos tempos antes.
Mesmo que a iniciativa púbere dos militares de ocupar o arquipélago tenha custado a vida de centenas de cidadãos, o povo argentino tinha seu orgulho ferido. Em 1986, o país já tinha se vingado do regime ditatorial - muitos militares já estavam presos - e podia voltar toda sua mágoa contra a Inglaterra. Se Margareth Thatcher tivesse antevisto o que aconteceria certamente haveria trocado o arquipélago por um certo camisa dez que andava jogando na Espanha.
Porque Maradona não queria confundir futebol com política, mas jogou como nunca. Para fazer todos esquecerem do seu deslize de caráter ao usar a mão divina, driblou reis, rainhas, navios, caças e zagueiros para anotar uma pintura. Fez dois dos mais fantásticos gols ocorridos em copas e mandou os ingleses embora mais cedo. E até hoje os europeus - e principalmente o goleiro Shilton - precisam agüentar a debochada corneta: "não fique brabo, Shilton. Você se lembra?", pergunta Maradona aos risos, gesticulando com a mão erguida sobre a cabeça.
El Pibe só jogou futebol, mas muitos argentinos aproveitaram para cicatrizar as feridas.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Mais imagens enviadas pelo romeiro Leandro Rizzi dos Santos, desta vez mostrando o belo Monumental de Nuñez, casa do River Plate e da seleção argentina.
Para quem não conhece, como é o meu caso, dá para ter uma boa noção da magnitude da cancha e do excelente estado de preservação. A corneta com o Boca Juniors e a celebração dos títulos conquistados não poderiam faltar.
Em breve, imagens do Centenario.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Imagens enviadas por Leandro Rizzi dos Santos, que recentemente deu umas bandas pelas canchas argentinas e uruguaias. Essa aí em cima é a Bombonera.
Colorado, não teve sorte no José Amalfitani - que, segundo ele, é muito bem cuidado -, onde viu o Inter levar 3 a 0 do Vélez e ainda teve que agüentar a volta para o hotel com a torcida do Fortín cantando nos seus ouvidos dentro de um ônibus. Sensacional essa advertência nas dependências do estádio.
Leandro ainda assistiu a um jogo do Boca na Bombonera e fotografou a estátua do convalescente Maradona.
Agradecemos pelo envio das imagens fantásticas. E tem mais, Centenario e Monumental de Nuñes virão em posts futuros.
Saudações,
Douglas Ceconello.
As experiências recentes já me deram provas suficientes para acreditar que Ouvidorias no futebol não existem de verdade. Questionamentos à FGF, Grêmio, Inter e Vélez nunca foram respondidos por seus responsáveis. Apesar disso, tento mais uma vez ao ver dois irmãos brigando feio nesta 5a.-feira após discussão braba sobre Inter-Vélez.
Nome: Vitor Vecchi
E-mail: vitorvecchi@argentina.com
Questão:
Só aparecem os erros contra o Inter nesta notícia. Alguns discutíveis, inclusive.
Porque a pessoa que fez esta notícia deixou de relatar os prejuízos ao Vélez cometidos pelo árbitro?
Ademais, se o juiz estivesse mesmo querendo prejudicar os locais, teria marcado o gol na única bola que balançou as redes no jogo.
Finalmente, gostaria que quem escreve as notícias do clube refletisse um pouco sobre a questão, ou então que não se deixasse levar pelas pressões que talvez sofre por parte de pessoas mais importantes no clube.
Saúdos, Vitor VECchi
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A notícia em questão é ESTA, acessada a partir da home page.
Aguardo resposta de novo, em nome da boa vizinhança. E pra mostrar pros guris que tudo tem limite, até no futebol.
Pensem nisso.
Saúdos, Vitor VEC
Não me importo com o gol 1.000 do Romário. Não dou valor ao número. Por respeito ao monstro que foi, fico feliz que ele possa anotá-lo pelo Vasco e não por aqueles times onde andou jogando.Também não me agrada quem fica procurando gols que não mereceriam estar na lista. Bando de recalcados.
Aqui vai a minha homenagem antecipada antes da comoção nacional que certamente acontecerá. E não é pelos 1.000, nem pelos 900, nem pelos 1.300. É por absolutamente todos que ele marcou. Alguns tão sensacionais que parecem invenção. Mas naquela época ninguém fazia ninguém chutar quatro bolas na trave usando o computador - me senti o Flávio Alcaraz Gomes, agora.
Ainda é mestre. Era um gênio. E teve o mérito de me fazer torcer de verdade pela seleção brasileira nas Olimpíadas de 1988, no jogo contra o Uruguai pelas Eliminatórias de 1994 e no tetracampeonato nos Estados Unidos.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Esperava que Brasil e Chile fosse um jogo digno de ser assisitido. Mas o pênalti inventado pelo juiz para os brasileiros logo aos 14 minutos prejudicou o bom andamento da partida e qualquer espécie de avaliação que pudesse ser feita.
O que veremos nos próximos dias será a felicidade total e irrestrita da nação pelo sucesso do trio ofensivo formado por Ronaldinho, Kaká e Robinho. Mas na realidade as coisas foram bem diferentes. O Brasil trocou infinitos passes no meio-campo, mas criou bem poucas chances de gol. Tanto que três dos quatro gols marcados saíram de bolas paradas.
O setor que melhor rendeu do time foi a defesa, que não deu espaços para os bons atacantes de La Roja. Daniel Alves realizou boa apresentação e merece uma seqüência maior de jogos na lateral-direita. A seleção chilena me decepcionou muito. Um time com tantos bons jogadores não pode ficar o jogo inteiro sem ter praticamente nenhuma oportunidade. Mas, como disse no início, talvez aquele pênalti inventado tenha estragado qualquer análise.
E no final do jogo novamente os torcedores brasileiros mostraram ao mundo a índole nacional e invadiram o campo para abraçar seus heróis.
Saudações,
Douglas Ceconello.
A culpa foi da maconha. O zagueiro Renato Silva foi pego no antidoping após a partida contra o Volta Redonda, dia 28 de janeiro, pela Taça Guanabara. O exame da urina do atleta foi claro como a água: ele tinha fumado um cigarrinho do capeta.
O Fluminense anunciou que encerrará o contrato do jogador por justa causa. Agora temos alguma justificadtiva para a zaga do tricolor ser uma calamidade. Imaginem o zagueiro delirando em campo: "bah, olha só, o Valdir Papel vai fazer o gol, legal...".
Mas como o bom jornalismo manda-me investigar, levanto algumas questões. Quantos atletas não se arriscam a cair no antidoping apenas para entrar em comunhão com a natureza? Maconha deveria ser considerada doping? Não deveriam premiar um jogador que consegue jogar chapado ao invés de acusá-lo? Esse caso tem algo a ver com o fato de Joel Santana usar óculos escuros?
Não sei.
Pensem nisso enquanto vou ali comprar um maço de cigarro.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Anos de pesquisa e observação, acrescidos de experiências clubísticas recentes, permitem-me afirmar que a função do técnico no futebol é muito superestimada. Geralmente - embora seja um pensamento usual, é uma conclusão difícil de alcançar -, a maior contribuição do "professor" é não atrapalhar.
Um bom time se faz com jogadores e entrosamento, alcançando a perfeita harmonia entre talento individual, disposição anímica e dinâmica de jogo. Esses três fatores são conjugados de forma natural, buscados pelos prórpios atletas, que apenas pela índole de rebanho precisam de alguém gritando à beira do campo.
Os fundamentos táticos do futebol há tempos estão balizados e podem ser aplicados por quase qualquer um. Você, leitor de Impedimento, teria plena capacidade de treinar uma equipe, provavelmente com mais sucesso que a maioria dos técnicos. Basta saber quem marca e quem cria, e não colocar um zagueiro para articular a equipe.
As conquistas de Abel Braga em 2006 são a prova cabal da teoria. Tenho sérias dúvidas dos seus méritos táticos - acho que ele nem treina a equipe, para dizer a verdade -, mas o Inter destacou-se por alguns motivos. O time da Libertadores era muito qualificado e tinha vontade de ganhar. A equipe do Mundial não era tão cheia de bons valores, mas a gana ainda estava presente, talvez mais intensa ainda. No entanto, acredito que Abel foi fundamental na motivação da equipe. E quase só isso.
É claro que há exceções, e são justamente os profissionais mais vitoriosos, os poucos que realmente fazem a diferença. E fazem isso das mais variadas formas, mas todas incluem inteligência tática e motivação da equipe, em maior ou menor dose. São dessa espécie Felipão, Luxembrugo, Bianchi e Minelli, apenas para citar alguns. Esse conhecem, são motivadores, enciclopédicos ou inteligentes e, mais importante, não temem fazer o simples.
Portanto, os técnicos são superestimados. Por isso, volta e meia aparece um desconhecido que faz excelente campanha e até conquista títulos. E esse anônimo poderia ser qualquer um de nós. No contexto futebolístico, geralmente os treinadores fazem tanta diferença quanto o tecido do fardamento esportivo e a marca da chuteira. Muito pouca.
Resumo da ópera: um bom cobrador de faltas é mais importante que o técnico.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Inter segue correndo riscos no Gauchão, enquanto o Grêmio perdeu a invencibilidade no campeonato. Flamengo garante a vaga e praticamente a liderança. Necaxa deflora o São Paulo ao som de mariachis e na base da tequila com limão e sal. Já os mexicanos do América foram inapelavelmente batidos pelo Banfield.
Glória 0 x 0 Inter
O grande problema do Inter é o meio-campo, que não cria absolutamente nada e em nenhum momento deixa os atacantes em condições de concluir. Não há criatividade nos meio-campistas, Fernandão está mal, e os laterais não vêm tendo um bom desempenho. A marcação novamente foi eficiente, mas apenas nos últimos minutos os colorados se impuseram.
E justamente quando a equipe mais precisaria de Christian - que fez uma péssima partida - Abel o tirou para colocar Adriano. Nenhum propósito. Alexandre Pato deve ser titular. Não anda jogando uma barbaridade, mas está melhor que os outros atacantes. Agora é vencer o Guarany, em Bagé, ou a coisa vai ficar preta.
Grêmio 1 x 2 Esportivo
Após um início em ritmo de treino, quando fez 1 a 0, o Grêmio vacilou, e Esportivo reagiu e empatou. Na segunda etapa, Jhonatan e Carlos Eduardo perderam chances incríveis. Então foi a vez de Anderson atazanar a vida dos zagueiros gremistas, criando algumas oportunidades e marcando o gol da virada. Entende-se que o time de Mano Menezes tenha perdido o interesse no campeonato após a classificação, mas imagino que estes altos e baixos já estejam deixando a torcida apreensiva.
Necaxa 2 x 1 São Paulo
A virgem do Morumbi foi deflorada no México. O Necaxa bateu o São Paulo e quebrou uma invencibilidade de 29 partidas. Mas os paulistas saíram na frente, com Jadílson, aos 40 do primeiro tempo. Logo depois, o goleiro cobrador de pênaltis não justificou seu salário e errou uma penalidade. E tanto os brasileiros fizeram que os mexicanos perderam o pudor. Na segunda etapa, Kléber e Salgueiro viraram e deixaram o São Paulo estacionado nos 4 pontos. A situação do time de Muricy só não é desesperadora porque os outros adversários são fracos, embora a força carcamana do Chile esteja chegando devagarito.
Grupo 2
Time - pontos - partidas
Necaxa (MEX) 9 3
São Paulo (BRA) 4 3
Audax Italiano (CHI) 4 3
Alianza Lima (PER) 0 3
Banfield 3 x 1 América
O Banfield bateu o América e entrou de vez na briga pela classificação. Como o El Nacional está praticamente fora e o Libertad deve obter a vaga, a briga tende a ficar por aí mesmo.
Grupo 1
Libertad (PAR) 7 3
América (MEX) 6 4
Banfield (ARG) 6 4
El Nacional (EQU) 1 3
Flamengo 1 x 0 Paraná
No mais, eu sempre disse que o Flamengo seria o primeiro colocado no seu grupo. E que o Paraná também garantiria a vaga, o que vai acontecer.
Grupo 5
Flamengo (BRA) 10 4
Paraná (BRA) 6 3
Real Potosí (BOL) 3 4
Unión Maracaibo (VEN) 2 4
Juventude 2 x 3 Brasiliense
E o Juventude abriu as pernas de forma vergonhosa para o Brasiliense, time que tem o uniforme mais feio do país. A defesa caxiense estava uma calamidade. Cada ataque era um gol. Mas também, apenas umas 3 mil pessoas no estádio para um jogo decisivo é uma afronta ao futebol.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Mascote do Gimnasia aproveita-se do posto para fazer a festa com as fanáticas do clube.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Espero que a infâmia do trocadilho acima não desmotive o leitor. A estas horas da manhã foi o que se pôde arranjar
Como vi o que vi
O Grêmio passa por algo que não acontecia muito em 2006. É a TCHECODEPENDÊNCIA. Sabe-se lá porque, mas TODA bola tem que passar por ele. É fato que o cara tem a melhor técnica do time. Mas os laterais não fizeram nenhuma correria, Lucas fez uma arrancada apenas, e mesmo assim muito tosca.
Tcheco é um bom jogador, mas não faz milagres. Se faz necessário que as alternativas funcionem. Não basta que se tenha as clássicas jogadas como a da 'bola-trabalhada-pelo-meio-levada-para-a-direita-com-cruzamento-letal-para-dentro-da-área-para-
remate-certeiro-de-cabeça'. Ou então aquela outra, a do 'corner-cobrado-com-mesmo-efeito
-da-jogada-anterior'.
Neste ponto é que identifico a falta de outra figura com condições técnicas para mudar uma partida. Se a Polar, a Bohemia ou a Brahma Extra não distorceram muito minha visão, C.Alberto deve ter entrado no 2.tempo. E 'entrado' é forma de dizer, porque não identifiquei o cara em campo, logo, não deve ter jogado nada. Alguém mais sóbrio naquela hora pode ter opinião diferente, mas não creio.
E pontualmente sobre o lance que marcou o resultado final, algumas pequenas falhas individuais resultaram num grave prejuízo coletivo, o gol do adversário.
Minutos antes do gol, Saja já tinha dado rebote pro meio da área numa bola. Como a defesa estava bem colocada, livrou o perigo da área.
No lance do gol, não custava nada que o goleiro espalmasse a bola 'mais pro ladinho', na direção da lateral do campo, como todo bom treinador de goleiros ensina. Assim como o Prof. Angeli dos tempos do 2.grau.
Na sequência, vemos a zaga descolocada já que saíamos de um escanteio em que a bola foi mal aliviada por Lúcio e caiu no pé do '10' do Tolima.
Mesmo assim, havia chance de que o gol fosse evitado, Schiavi e Patrício estavam na jogada. Mas ambos dormiram e não acompanharam o atacante colombiano que tocou a bola bem no cantinho direito de Saja.
1-0 e era isso, conforme adiantado anteriormente.
De resto o jogo teve mais aspectos de Liber-em-preto-e-branco como as cotoveladas, os carrinhos no joelho e o soco do '25' do Tolima em Patrício. Uma expulsão não faria mal ali e poderia mudar o rumo do jogo. Enfim, foi jogo pegado, daqueles que não agradam aos pauli-cariocas.
E daqui pra frente
De um jeito ou de outro, o Grêmio segue bem na parada já que terá dois jogos em casa na volta. Problema, se houver, passará por Cúcuta, num possível confronto direto por uma vaga. Isso se o Cerro não fizer a caridade de ganhar em casa a partida 'da volta' contra os cucuteños. Empate em Asunción também é bom resultado. Diria até que o empate é o melhor resultado que pode acontecer no Paraguay, desde que combinado com uma vitória tricolor no Olímpico contra o Tolima, é claro.
Gremistas, marquem o número '25' do Tolima pro jogo da volta.
Chute no Saja, soco no Patrício; é daqueles que, no primeiro minuto tem que tomar um pontapé e ouvir algo assim: "Aqui quem manda sou eu, fica no teu campo e nem pensa em entrar na minha área", por exemplo.
Profissionais da imprensa a serviço de Deus
E sobre João Garcia. Seus comentários não devem ser levados a sério.
Quando jogamos contra pauli-cariocas, ele lembra do pampa, do estilo de futebol aguerrido. Quando jogamos contra uruguayos e argentinos, nada disto vale. Eles são truculentos e nossas equipes são hábeis, lutando contra tudo e contra todos.
Ele que tente se dar bem com os pastores da Record já que, aparentemente, seu emprego dependerá deles, que decidirão no que a Guaíba tornará.
Acho que nunca vou conseguir minha carteirinha da Aceg. E eu nem sei se o cara ainda é da associação. Não tem problema, prefiro pagar meu ingresso, ajudar os clubes e me manter independente.
Saúdos, Vitor VEC
Enfim, uma ilustração definitiva sobre a relação entre sul-americanos e europeus no futebol. Como não têm cojónes, querem os nossos.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Algo que me enoja ao extremo é essa adoração que os incautos admiradores do futebol delegam ao europeus. Não têm nenhum senso critíco para separar o que merece elogios daquilo que é apenas produto da publicidade e acabam gerando uma síndrome de coitadismo.
Obviamente, é mais fácil ter acesso aos campeonatos do velho continente do que aos torneios realizados na América Latina. Culpa da drástica transformação do futebol em mercadoria, patrocínio, publicidade e frescura - que já ocorreu há algum tempo, e eu não vou ficar aqui dando murro em ponta de faca.
O que me causa indiganção é a paparicação em torno dos nomes de jogadores que atuam na Europa. Qualquer um transforma-se em ídolo inconteste porque joga na Espanha, Inglaterra, Itália ou - pasmem - Alemanha. Muitos desses jogadores brigariam por vaga no banco de reservas dos clubes que disputam a primeira divisão dos campeonatos brasileiro e argentino.
Adoram Messi, que é bom jogador. E isso acontece porque ele joga no Barcelona. Mas Palacio não fica devendo em nada ao guri da Catalunha - na minha visão, é até superior. Messi fez três gols contra o Real Madri, logo é craque. Bobagem. Larguem Kuki, do Naútico, no meio daquela zaga merengue - apelido mais gay do mundo -, que a festa está pronta.
Sérgio Ramos não joga na em nenhum grande clube brasileiro. Van Nistlerooy é amplamente inferior a Aloísio. Gilardino é inferior a Denis Marques. Rooney não engraxa a chuteira de Suazo. Beckham é o Perdigão com Spice Girls. Ballack é deus na Alemanha porque sabe passar a bola com o lado do pé. Zárate joga mais que Joe Cole. E por aí vai. É só mudar os nomes.
Eu tenho nojo disso. Volta e meia me aparece um lunático, que diz: "eu torço para o Real Madrid. Nós vamos ganhar do Barcelona". Que "torce", rapaz. Que "nós", o que. Larga dessa porra de televisão a cabo e vai para a várzea ver onde o futebol de verdade acontece. Ou pega o ônibus e vai dar um giro pela América do Sul para criar caráter e aprender com quantos carrinhos se implode uma farsa européia. Ou vai pro inferno, quem sabe.
O assunto não é novo, mas gosto de me repetir. E adoro ficar nervoso.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Capa da edição histórica sobre a estréia de Maradona pelo Boca Juniors, ocorrida em 22 de fevereiro de 1981, contra o Talleres. Os xeneizes venceram por 4 a 2 e Diego marcou dois gols. Na sua primeira passagem, foram 40 jogos e 28 gols. Depois foi para o Barcelona, em setembro de 1982.
Saudações,
Douglas Ceconello
A Igreja Universal chegou na frente do Impedimento e comprou as rádios e televisão Guaíba e o jornal Correio do Povo. Espero apenas que não tirem do ar o Cadeira Cativa, principal programa da televisão gaúcha, que premia seus convidados com sucos da CBS.
A notícia da venda das rádios e da televisão saiu há alguns dias e hoje foi informado que o jornal também está no pacote. A redação foi informada que tudo continua na mesma até segunda ordem.
Outra bomba no meio jornalístico gaúcho foi a notícia de que a partir de julho a Record dispensará a TV Pampa e passará toda sua programação divina para a Guaíba. O resultado imediato foi a extinção do setor de esportes da rádio e da televisão da Pampa e a dispensa de mais de 80 funcionários.
Mais de 80 profissionais da Rede Pampa são dispensados - Os profissionais da Rede Pampa ainda estão perplexos com a notícia de que a partir de julho a Record dispensará a TV Pampa, passando sua programação para a TV Guaíba. O primeiro impacto foi a extinção do setor de Esportes das emissoras de rádio e televisão da Pampa."
Guaibeiro que sempre fui, estou apreensivo com toda essa função. E, num aspecto mais amplo, lamento que a Igreja Universal esteja metida em todos os setores da sociedade, mas, como já desisti do Brasil, não estou assim tão surpreso.
Aqui está a notícia. E a outra.
Como não consegui emprego de jornalista, talvez deva investir na carreira de pastor.
Saudações angustiadas,
Douglas Ceconello.
O Fluminense está se tornando a maior piada do país quando o assunto é contratar técnico.
Todos sabemos que não vai dar certo. O clube até pode se recuperar na Taça Rio e vencer o Campeonato Carioca, mas será apenas isso, já que o Tio Jejão é perito em vencer estaduais.
No Brasileiro, no entanto, é provável que faça uma campanha medíocre. Ou briga para não cair ou perde a classificação para um dos torneios continentais na última rodada.
Foto da Agência Lance.
Saudações,
Douglas Ceconello.
O técnico da Seleção Brasileira convocou os atletas que vão faturar uma grana para a CBF na Suécia. Primeiro, no dia 24, contra o Chile, em Gotemburgo. Depois, no dia 27, contra Gana, em Estocolmo. Não aprovamos.
Segue a lista dos convocados e os comentários cabíveis.
Goleiros
Helton (Porto-POR)
Júlio César (Inter de Milão-ITA)
Não há goleiro brasileiro decente na atualidade. O último foi o Marcos.
Zagueiro
Alex (PSV-HOL)
Juan (Bayer Leverkusen-ALE)
Lúcio (Bayern de Munique-ALE)
Luisão (Benfica-POR)
Tudo bem, a zaga anda sendo o melhor setor do time. Mas ainda reivindico uma chance para Bolívar.
Laterais
Daniel Alves (Sevilla-ESP)
Gilberto (Hertha Berlim-ALE)
Ilsinho (São Paulo)
Kléber (Santos)
Me parecem bons nomes, com exceção de Ilsinho, evidente.
Meias
Dudu Cearense (CSKA-RUS)
Gilberto Silva (Arsenal-ING)
Josué (São Paulo)
Mineiro (Hertha Berlin-ALE)
Diego (Werder Bremen-ALE)
Elano (Shaktar Donetsk-UCR)
Kaká (Milan-ITA)
Ronaldinho (Barcelona-ESP)
Josué, por favor, parem com isso. É a borboleta da vez, como foi aquele Renato, ex-Santos. Uma seleção que baseia sua estrutura em Elano não pode ter futuro. O resto me parece adequado, mas acho que Lucas teria lugar garantido no grupo.
Atacantes
Fred (Lyon-FRA)
Rafael Sóbis (Betis-ESP)
Robinho (Real Madrid-ESP)
Vágner Love (CSKA-RUS)
Fred é bom atacante, merece. Rafael Sóbis também, mas vem mal no Bétis, até porque o técnico inventou de colocá-lo na LATERAL-DIREITA. Vágner Love não me diz muita coisa, preferia o Daniel Carvalho. E Robinho, bem, deve ter sodomia na história.
Impedimento está em vias de romper com Dunga, o que não acontecerá apenas se Kelson, do Novo Hamburgo, for convocado ainda este ano.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Gol de Morena, que garantiu a vitória do Peñarol na final da Copa Libertadores da América de 1982, contra o Cobreloa.
Parece que não tem som, mas é imagem é muito boa.
Após um empate no Centenario, os carboneros buscaram a taça na segunda partida, no Estádio Nacional. O único gol do jogo foi marcado por Morena, aos 44 do segundo tempo. Anos depois, em1987, contra o América de Cali, o Penãrol ganharia a Libertadores com um gol de Diego Aguirre, aquele do Inter, também no último minuto, mas da prorrogação. É muita maestria.
Suspeito que aquele Letelier, do Cobreloa, é o mesmo que anos depois salvaria o Inter da segundona ao marcar um gol no jogo contra a Portuguesa. Ou já seria muito vellho? Sei lá.
Saudações,
Douglas Ceconello.
30/11/1982 - Estádio Nacional, em Santiago
Cobreloa: Wirth, E. Gómez, Soto, Tabilo (Martínez), Alarcón, Escobar, Rubio,
Merello, Siviero, R. Gómez, W. Olivera (Letelier).
Peñarol: G. Fernández, V. Diogo, N. Gutiérrez, W. Olivera, J.V. Morales, Bossio,
Saralegui, Vargas, Jair Gonçalves, F. Morena, Ramos (D. Rodríguez)
Em sua edição de março, a revista Placar divulgou a eleição do maior craque da história de 12 clubes brasileiros. O levantamento foi realizado com leitores cadastrados pela internet. Insatisfeito com o resultado, Impedimento faz a réplica.
O resultado divulgado pela Placar foi o seguinte:
Clube - votos recebidos - jogador - percentual de votos
Atlético-MG - 2 416 - Reinaldo - 67%
Botafogo - 4 467 - Garrincha - 44%
Corinthians - 5 750 - Marcelinho Carioca - 33%
Cruzeiro - 2 613 - Tostão - 51%
Flamengo - 7 959 - Zico - 67%
Fluminense - 2 262 - Rivelino - 44%
Grêmio - 6 150 - Renato Gaúcho - 52%
Inter - 5 696 - Falcão - 36%
Palmeiras - 4 203 - Ademir da Guia - 45%
Santos - 3 461 - Pelé - 77%
São Paulo - 6 965 - Rogério Ceni - 60%
Vasco - 4 310 - Roberto Dinamite - 49%
Fiquei impressionado com o baixo percentual de Garrincha, pelo Botafogo, certamente por causa do fator Túlio Maravilha. Tostão deve ter dividido grande parte dos seus votos com Alex e Dirceu Lopes. Não me surpreende a expressiva vantagem de Renato Gaúcho, pelo Grêmio. Nem a relativamente baixa votação em Falcão, que deve ter distribuído votos com Figueroa, Manga e, fruto das recentes conquistas, Fernandão. Agora, gostei mesmo foi do bom humor são-paulino, ou será que não foi piada?
Bem, o que proponho é o seguinte: diga ali nos comentários qual é o maior jogador do teu clube que tu viu jogar NO CAMPO, sem o auxílio do Grandes Momentos do Esporte.
Não resta outra alternativa senão confiar na honestidade do leitor, mas começarei a suspeitar quando surgirem nomes como Salvador, Lara e Ademir de Menezes.
É claro que não precisa ser torcedor desses 12 times. Absolutamente todos os clubes estão incluídos. Se voce torce para o Santa Cruz gaúcho, por exemplo, não pense duas vezes
antes de votar no zagueiro Aládio (que, só para informar, está no Inter de Santa Maria).
Saudações,
Douglas Ceconello.
Os uruguaios do Nacional estão apresentando um começo de temporada totalmente esquizofrênico. O time que tem apenas um ponto no Apertura 2007 e já tomou duas sacudidas de 3 a 0 nem parece o mesmo que faz boa campanha na Copa Libertadores.
Ontem, o Bolso foi goleado impiedosamente pelo Tacuarembó por 3 a 0, no estádio Raúl Goyenola. O Nacional não mostrou qualquer poder de reação, "mostró 'la otra cara', la del torneo local, la de un equipo que se muestra superado en todas sus líneas, sin ideas ofensivas y sin reacción anímica. Un equipo totalmente diferente al de la Copa, ese que te impone respeto, ese que da la sensación de ser muy difícil de superar, ese que marca y 'muerde' cada pelota como si fuera la última, ese que si le das un espacio te mata". Assim salienta o site charrúa Futbol.
É incrível pensar que apenas três dias atrás a equipe havia conquistado um excelente resultado diante do Vélez Sarsfield, 1 a 1 em Liniers, em partida na qual poderia até ter vencido e que lhe garantiu a ponta do Grupo 4, juntos dos argentinos. Antes disso, pelo torneio uruguaio, havia tomado 3 a 0 do Danubio. Perder para "El tercer grande" não é nada demais, já que atualmente é a melhor equipe do país, mas o placar elástico diz tudo.
E antes dessa partida havia batido o Inter, em uma reação sensacional após sair perdendo por 1 a 0. Tudo bem que os colorados fizeram o possível para entregar, mas nada tira os méritos pelo grande triunfo. E a mesma equipe que venceu os atuais campeões mundiais havia estreado no Apertura com um modesto empate sem gols diante do Central Español.
O saldo da temporada é absolutamente bipolar: na Libertadores, quatro pontos em dois difíceis jogos e líder do difícil Grupo 4; no campeonato uruguaio, 1 pontos em três jogos, seis gols contra e nenhum a favor, ocupando a última posição na tabela.
Essa nem Impedimento consegue explicar. A menos que o Nacional esteja vivendo a síndrome de Engraçadinha. Uma dona de casa zelosa, generosa, que apronta miséria quando longe de seus domínios. Dama no lar, tirana na rua, para deixar de eufemismos.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Para não dizerem que eu só corneteio o Corinthians.
Minha única restrição quanto ao clube remete a 2005.
Mas hoje o Pirambu vai chegar forte.
Foto roubada daqui.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Cortesia enviada por Henrique Fanti.
O nobre colaborador encontrou a preciosidade em uma lojinha de San Isidro e fez questão do nos enviar a imagem. Agradecemos profundamente.
Que MIMO de camisa. Grande achado. Me fez lembrar que há tempos assisti ao vídeo da final. Que jogo sensacional. Cheguei a duvidar da história registrada, pois a nítida impressão era que os europeus ganhariam. Mas a Argenina deu o golpe fatal, com o artilheiro Kempes, e depois a pá de cal, com Bertoni.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Confiram a ficha da final
25.06.78 - Buenos Aires - Estádio Monumental
Argentina: Fillol; Olguin, Galvan, Passarella, Tarantini; Ardiles (Larossa),
Gallego, Kempes, Bertoni; Luqué, Ortiz (Houseman).
Holanda: Jongbloed; Poortvliet, Krol, Brandts, Jansen (Suurbier);
Neeskens, Haan, W. van de Kerkhof, R. van de Kerkhof; Rep (Nanninga),
Rensenbrink.
Gols: Kempes (38), Nanninga (82), Kempes (105), Bertoni (115)
Não fique triste com a má campanha no Paulistão, torcedor corintiano. Seu homônimo de Alagoas bateu o MURICI por 3 a 0 e assumiu a ponta do campeonato estadual. Com a vitória, o alvi-negro chegou a 22 pontos e ultrapassou a máquina do Coruripe, que soma 21 pontos, mas tem um jogo a menos.
Se o Corinthians se alegra tanto de ter uma torcida nacional, espalhada por todo o país, exijo que comemorem uma futura conquista do irmão alagoano com ardor e interdição da Avenida Paulista.
Senão o Pirambu te pega.
[nenhum sentido, mas é assim que eu gosto]
Agora vou ver como está o Flamengo do Piauí.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Enquanto vou fazer um retiro carnal no suspeito litoral gaúcho, obrigo-os a lembrar sempre do embaixador supremo do futebol colombiano.
Teremos um belo fim de semana pelos estaduais. Dentro do possível, estarei atento ao Campeonato Carioca. Vasco e Flamengo sempre promovem bons jogos.
Também o Gaúcho terá minha atenção especial. Não se surpreendam se ouvirem algo a respeito de seqüestros envolvendo defensores colorados.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Ainda bem que, eventualmente, a Liber-em-preto-e-branco ainda aparece entre nós para cobrar os tributos que o presente deve ao pasado.
Liber em branco e preto
Reparei nos dias precedentes à estréia colorada na noite de ontem uma certa empáfia. Comentários desonrando conquistas alheias de 20, 30 anos atrás eram indícios do que o CCC (Consciente Coletivo Colorado) tinha criado em mentes nem tão inocentes, nem tão estragadas.
E foi com o espírito pouco aguerrido, nada beligerante e com absurdo ar de superioridade que entraram no gramado do Parque Central os 11 que representariam a 'Nação Colorada' na versão 2007 da Liber.
Ao final do 1.tempo, julguei ter visto o S.Paulo em campo e na sua clássica condição de vencer os adversários sem sujar o calção.
Ainda bem que, eventualmente, a Liber-em-branco-e-preto ainda aparece entre nós para cobrar os tributos que o presente deve ao pasado.
Bêbado e olhando pros lados a toda hora, lembrei a quem me acompanhava no tradicional Nicu's que Hugo de León, histórico capitão de Libertadores, com 3 faixas e 2 alçamentos de Copas, tinha apenas 22 na final da Liber-80 e 25 em 1983. Consequentemente, contava com 30 quando o TRI, particular e do C. Nacional de F., em 1988.
E a intenção de lembrar isto agora e neste espaço é que expressões do tipo: 'peça de museu', 'ficou pra história', etc; não devem ser tratadas de forma depreciativa, seja de parte de quem fala como de quem ouve.
Museus (e suas peças) são parte integrante de tudo aquilo que fomos / somos / podemos ser.
E o colorado que lê e faz parte dos magnatas do clube fará com que esta leitura particular chegue às mãos de quem precisa (principalmente do Clemer, hehe) e mais uma vez terei ajudado o pesoal da beira do rio a chegar mais longe na Liber do que iriam com suas próprias forças.
Apesar de lamentar ao saber que as chances do colorado sair campeão aumentaram por minha causa, não consigo ficar arrependido, sei que fiz a coisa certa.
Saúdos, Vitor VEC
Batalha naval
Perto dos 20' do 2.tempo, mandei uma desoladora mensagem para o sócio gremista e fervoroso torcedor o C.N. de F. ASJ, a seguir:
"Este ano não deu pro teu time de novo. Uma lástima. Saúdos,"
Meia hora e três gols depois, direcionei o canhão dos torpedos para outro alvo, o colorado DC:
"Este ano não deu pro teu time. Uma lástima pra ti. Hahahaha!!! Saúdos,"
O retruco não foi modesto:
"Respeite quem te olha do topo."
Pela falta de consideração por parte da dona BRASILTELECOM, sofro com meu telefone. Pra continuar om a batalha, pedi armas emprestadas a um aliado e mandei de volta:
"Ainda falta 1 copa p me igualar! Mas que BAILE no 2o. tempo, hein? Saúdos, VEC"
Já quase sem forças mas ainda lutando, DC contra-atacou. Sem muita convicção, apenas por defender-se:
"Nao sei s o 17/12 me vem aos olhos."
E pra afundar o barco colorado de DC:
"É, tá sem argumentos. Tu sabe q foi 1 aula de Liber no 2.tempo. De Leon que o diga! Pede pro GABIRU salvar teu time desta vez!"
A la Herrera
O gol do empate momentâneo do Nacional me fez lembrar de um personagem do ano passado no Grêmio, German Herrera. Foi algo muito parecido com o que se viu em Flu 1-2 Grêmio em out/06 pelo Nacional:
"O goleiro dá um bago pra frente. A defesa bate cabeça e lá se vai o Herreriña 'a la muerte' pela bola e dá a testada na bola. O goleiro, político e ex-presidente Fenando Henrique sai desastrosamente do gol e pelota adentro..."
Certamente, a mim deixou saudade o espírito de luta que o cara tinha, que não é reproduzido por ninguém do grupo atual do Grêmio e que pode fazer falta numa fase eliminatória.
CAMPANHA PELA VOLTA DO HERRERIÑA NA SEGUNDA FASE DA LIBER!
Para não dizer que passamos o Carnaval em branco, homenageamos essa bela porta-bandeira. Habla español, mas como o dia é de festa, nada como pular a cerca da fronteira entre Brasil e Argentina.
Impossível não reparar nos evidentes sinais de empolgação da moça, assim como na expressão de felicidade extrema do seu companheiro, certamente com idéias pra lá de malandras.
Confiram também a passista de la tri mexicana desfraldando seu pavilhão.
E a brasileira, fazendo caras e bocas para tentar conseguir um mestre-sala.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Todos estão fazendo miséria da filha do Dunga, mas Reebok e Puma também não ficam atrás. Estiliscamente falando, o ano não começou bem para a dupla Gre-Nal. E mudanças nos mantos tradicionais, bem sabemos, podem até rebaixar equipes.
Como já é comum, a camisa da Reebok subverte princípios simples do imaginário colorado. Isso para não falar da qualidade do material, que se desprega todo nas primeiras lavadas. Fato é que a o fardamento do Mundial de Clubes era uma beleza. O Inter jogou todo de branco, que também era muito bonito, mas o vermelho era um espetáculo. Esse foi o acerto.
Agora, o Inter apareceu no Gauchão com uma camisa cheia de detalhes brancos, algo profundamente revoltante. Não admito isso. Mesmo que ao longo da história eu tenha visto belos uniformes brancos, entendo que a jaqueta colorada tem uma cor, e apenas ela deve estar presente: o vermelhão, como diria a Fafá de Belém. Admito detalhes bracos apenas na gola e nas borda das mangas. Nunca me esqueço da impressão de ver no gramado do Beira-Rio a camisa encarnada de 1988.
É uma pena que a camisa mais bonita dos últimos anos tenha aparecido em uma época tão desgraçada. Lembro-me muito bem daquela de 2000/2001, toda vermelha, sem patrocínio, uma verdadeira obra de arte.
No Grêmio, a Puma também anda aprontando. Até abril, o time da Azenha deve usar um uniforme totalmente contrário a sua tradição, mesmo que já tenha sido envergado não sei quando. Eu olho para isso e não imagino uma camisa do Grêmio, vejo o fardamento da Paraná, somente com cores diferentes.
Já havia achado uma corruptela imperdoável aquela história de um lado azul, outro preto e no meio as listras, mas esse ultrpassou todos os limites.
Será que é tão difícil ater-se aos princípios fundamentais da indumentária dos clubes? Custa manter a camisa mais parecida com a história do time como primeiro uniforme e um branco como segundo? Que façam o que quiserem com o terceiro, mas não coloquem o time a jogar competições com ele. No máximo, deixem nas lojas para o torcedor excêntrico comprar e mostrar nos ônibus lotados da Região Metropolitana. Ou para enfrentar o Sindicato dos Altetas, sei lá.
A coisa é muito tenebrosa e os sátiros deuses que comandam o futebol não costumam perdoar esse tipo de desrespeito. Não sei se a cronologia está plenamente correta, mas gosto de acreditar que o Fluminense começou a usar aquela camisa grená e acabou rebaixado; depois, inventou uma laranja e caiu para a terceira.
Outro que me deixa nervoso é o Palmeiras, que após jogar com camisa listradas na época da Parmalat, ainda se debate entre a condição física do dedo de Marcos e o tom de verde mais ridículo que pode ser encontrado. Também o Botafogo costumava inventar, mas parece que entrou nos trilhos e voltou a respeitar a tradição.
Tudo isso é um absurdo. Mas nada no mundo, nem a filha do Dunga, explica as camisas douradas que Guarani e Atlético-PR usaram certa vez. Aquilo era o quadro da dor.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Guacamaya bandera, a mascote
Nesta quarta-feira aconteceu o sorteio dos grupos para a Copa América da Venezuela, competição eternamente mais relevante que outras similares realizadas em outros velhos continentes.
No grupo A, a anfitriã Venezuela tem até boas chances de passar, assim como a Celeste. Os outros dois, Peru e Bolívia, vão de mal a pior já faz algum tempo. Os peruanos vivem uma incrível época de aridez técnica. Os bolivianos estão mais preocupados em tomar as refinarias de petróleo.
Contrariando sua histórica sorte em sortteios, o Brasil caiu no grupo mais difícil, junto de México, Equador e Chile. Se Robinho jogar, certamente não conseguirá a vaga. Mas a verdade é que, mesmo sendo favoritos, os canários não podem se fresquear. Para o segundo lugar, vejo as outras três seleções em condições de igualdade.
No grupo C, temos um nível de dificuldade intermediário. Argentina, Paraguai e Colômbia brigam pelos dois primeiros lugares, com clara vantagem para a albiceleste. Novamente, lamentamos a presença dos EE.UU da América. Na próxima temporada vou mandar a Sogipa para jogar a NBA.
Os dois primeiros colocados de cada grupo e mais os dois melhores terceiros passam à próxima fase. Ou seja, não classifica apenas quem fizer muita força. A competição será disputada entre 26 de junho e 15 de julho, quando ocorre a final, em Maracaibo.
Saudações,
Douglas Ceconello.
GRUPO A
Venezuela
Uruguai
Peru
Bolívia
26/6 - San Cristóbal Venezuela x Bolívia
26/6 - Mérida Uruguai x Peru
30/6 - San Cristóbal Bolívia x Uruguai
30/6 - San Cristóbal Venezuela x Peru
3/7 - Mérida Peru x Bolívia
3/7 - Mérida Venezuela x Uruguai
GRUPO B
Brasil
Equador
Chile
México
27/6 - Puerto Ordaz Brasil x México
27/6 - Puerto Ordaz Equador x Chile
1/7 - Maturín México x Equador
1/7 - Maturín Brasil x Chile
4/7 - Puerto La Cruz México x Chile
4/7 - Puerto La Cruz Brasil - x - Equador
GRUPO C
Argentina
Paraguai
Colômbia
Estados Unidos
28/6 - Maracaibo Argentina x EUA
28/6 - Maracaibo Paraguai x Colômbia
2/7 - Barinas EUA x Paraguai
2/7 - Maracaibo Argentina x Colômbia
5/7 - Barquisimeto Colômbia x EUA
5/7 - Barquisimeto Argentina x Paraguai
Neste Domingo que passou fui presenteado pela minha senhoura, em comemoração ao Dia Internacional dos Namorados, com ingressos para assistir Fútbol “Mes que un” Club Barcelona x Racing Santander no Camp Nou. Como bom gremista no exílio, enverguei o manto tricolor e me abalei ao estádio.
Este jogo estava sendo exaltado como importantíssimos na prensa catalana, o “partido dels retorns”: Lionel Messi e Samuel Eto’o voltavam de longa parada e Ronaldinho havia perdido a ultima rodada. Alem disso, com os tropeços do Sevilha e Real Madrid o Barça poderia abrir tres pontos de vantagem na Liga. Não levando nada disso em conta saí pro jogo um pouco antes da bola rolar – e nao fui o único. O fato dos ingressos serem marcados fez com que a multidão fosse em massa na ultima hora possível. Estar espremido em transporte coletivo por meia hora nao pareceu tão diferente assim do Brasil.
Chegando no Camp Nou admito que me impressionei com a facilidade de encontrar meus lugares. A cada 10 metros havia um portão em que os ingressos eram marcados e depois era só achar a sua respectiva entrada (mais ou menos 100 em volta do estádio). Dali a marcacao era clara; alguns lances de escada e eu estava sentado. A vista é impressionante: apesar dos 98.000 lugares, o estilo caixote (alto e quase em cima do campo), alem da inexistência de uma pista atlética, fazem o estádio parecer muito menor ao vivo do que na tv. As cadeiras são confortáveis e colocadas de maneira que a cabeça da pessoa na fileira da frente fica na altura dos teus pés – muito melhor do que as fileiras apertadas do Olímpico. O sistema de som (incrivelmente claro) tocava “Hurt”, na versao do Johny Cash – sempre um bom sinal.
A partida começou e em alguns minutos algo muito estranho ficou óbvio: ninguém torce no estádio inteiro. Fora o ocasional coro de BARÇA - CLAP CLAP CLAP (repita 3 vezes), nao se ouvia nada alem do ÚNICO TAMBOR completamente fora de ritmo soando em algum lugar, sem sentido nenhum. De quando em quando gritos contra a arbitragem ou apoiando Oleguer, jogador recentemente envolvido em uma polêmica política por emitir comentários levemente separatistas (fato nao incomum na Catalunha). Admito que tive esperança quando Beletti cabeceou contra o patrimônio e um enlouquecido gritou “BIEN BELETTI, SIEMPRE NOS QUEDARÁ PARIS” – obvia referência a um desses acontecimentos bizarros em que uma nulidade do futebol se consagra sem merecimento algum – mas não passou disso. Quando o time de basquete do Barça ganhou o título sobre o Real Madrid na partida que acontecia simultaneamente rolou um coro de “MADRI CABRON, SALUDA EL CAMPEON”, mas nada mais. E isso pareceu ainda mais triste no momento que o Racing foi cobrar um penalti (que achei mal marcado): o barulho de assobios e gritos tornou-se absolutamente ensurdecedor. Muito mais do que quando Victor Valdez pegou a cobrança ou quando o time da casa marcou. A impressão é que uma torcida organizada com um mínimo de vontade faria um escarcéu de assustar qualquer adversário. Não foi o caso aqui. Além disso, é quase impossível se mexer entre os assentos enquanto todos estão sentados, então nenhuma explosão de alegria poderia ser acompanhada de grande movimentação (ALMA CATALANA, nao existirás).
Acho que o futebol apresentado justifica muita coisa. A Liga, apesar de todo o marketing, é uma falácia óbvia: Barcelona, Real, Valencia e mais um time que outro por ano (dessa vez é o Sevilha) são os únicos que tem qualquer chance. Times como o Betis ou o Atlético de Madrid, que contratam enlouquecidamente e nunca chegam, são a maioria. Ninguém marca a menos de dois metros e qualquer contato é falta – ainda assim pouquíssimas faltas forem marcadas, tal o LAISSEZ FAIRE dominante. O Barcelona, apesar de uma infinidade de bons jogadores, tem claras deficiências: Puyol, capitão e símbolo da equipe, é ZAGUEIRO DE COLÉGIO - sempre mal posicionado, dando a vida atrás do adversário e mostrando sempre que pode que não tem nenhuma idéia do que fazer com uma bola de futebol; quase todos meio-campistas sao minúsculos (Xavi, Deco, Iniesta, Giuly) ou toscos (Edmilson, Motta); os atacantes Messi and Saviola ((ainda sem Eto’o) são PIGMEUS, e fazem a frase “ponto de referencia” assumir contornos cômicos. E Ronaldinho? Bom, o melhor jogador do mundo virou um craque burocrata; ele fica literalmente parado na esquerda até receber a bola e ai’ tenta sempre as mesmas coisas: pedalada telegrafada ou ENFIADINHA FIFA SOCCER. Como ninguém marca ele ainda toca o horror na defesa, mesmo estando obviamente desembocado. Dá dó ver que o aclamado Rikjaard usa ele da mesma maneira que o CELSO ROTH e sua tática “joga no guri que ele resolve”. Bons tempos aqueles em que achávamos que o traidor poderia ser um camisa 10 histórico e nao um LUIS MÁRIO de luxo (proporções guardadas, obviamente). Ainda assim, fez um de falta e outro de cabeça, o que o torna vice-artilheiro da Liga com 16 gols, o que nao é nada mal, convenhamos.
Ronaldinho é, compreensivelmente, amado pela torcida: é um jogador que dá espetáculo num estádio que parece mais casa de shows do que campo de futebol. Conheço os catalães pelo tempo que passo lá e eles torcem enlouquecidamente; as comemorações nas ruas são das coisas mais impressionantes que já vi. O que parece, no entanto, é que o Camp Nou virou uma máquina de fazer dinheiro: é belíssimo, está sempre cheio, atrai uma infinidade de turistas e é uma experiência extremamente civilizada de futebol de primeiro nível. O que é, obviamente, um saco. Conforto, instalações práticas e divertimento, isso é o que salas de cinema devem proporcionar. Sentar no concreto, ficar rouco de tanto cantar barbaridades, rir com gritos de OLHA O MIJO, tropeçar nos degraus e envisionar a morte ou dano físico permanente, SORRINDO, ao ser pisoteado comemorando um gol no último minuto: isso é futebol. E me faz considerar se derrubar o Olímpico e construir uma arena é afinal uma idéia tao boa.
Francisco Mahfuz
(espião de Impedimento na Europa, tem os textos publicados apenas quando fala mal do futebol-farsa praticado no velho mundo. ;)
Nada, mas nada mesmo, me deixa mais constrangido do que assistir a entrevistas de jogadores do Rio de Janeiro ou de São Paulo e ouvir lá pelas tantas, quando os atletas falam algo engraçadinho, absurdas gargalhadas dos profissionais de imprensa, tentando obter com boleiros um grau de intimidade que provavelmente já não conseguem alcançar com suas companheiras.
Quase morro de vergonha. Menos por apresentar na Delegacia do Trabalho o mesmo registro profissional que eles. Mais pela DECÊNCIA HUMANA.
A primeira vez que percebi isso foi quando Romário mandou Pelé enfiar um sapato na boca e os seguradores de microfone riram como se emaconhados. Depois, comecei a notar que se referem a Romário como "Baixinho". O eterno camisa 11 geralmente nem olha na cara deles, mas a vaselina da imprensa não seca.
Na quarta-feira, Aloísio estava falando de sua boa participação no clássico contra o Corinthians. Afirmou umas coisas totalmente sem graça e os cicerones ficaram lá de frescura, entre risos e gargalhadas.
Imaginem um advogado e seu cliente:
Advogado: qual foi o instrumento do crime?
Cliente: um guarda-chuva.
Advogado: hususahsuhasuhahssddfsdfdfasdada
Lamentável. Se ganham para isso, ao menos tenham um comportamento adequado. Fosse eu dono de um veículo de comunição, demitiria por justa causa um jornalista arreganhado desses.
Já cansei de elencar os defeitos da imprensa gaúcha e entendo que há profissionais lamentáveis, mas nunca percebi atitudes tão desprezíveis e ridículas como as que demonstram alguns imbecis do Rio e de São Paulo.
De luto,
Douglas Ceconello.
Atento às advertências do Impedimento, o Fluminense corretamente demitiu o técnico Paulo César Gusmão, que concedeu entrevista coletiva afirmando que um dos motivos para o time não ter engrenado foi porque "contratou demais". O fato de ele colocar um meia-atacante para jogar de volante não foi mencionado.
Alguns nomes que surgiram devem causar calafrios na torcida, como Renê "Mario Bros" Weber, Joel "Tio Jejão" Santana e Toninho "entreguei uma Copa do Mundo" Cerezo. Não preciso explicitar o que acho desses nomes. Ah, tem o Gallo também. Nenhum sentido.
Se não estiverem intencionados em continuar agindo com correção, os dirigentes tricolores podem contrar qualquer um desses enganadores. E perderem todas as compteições, correndo sérios riscos de rebaixamento no Brasileiro, quando já terão trocado mais umas oito vezes de treinador.
Outro que está sendo cotado é Tite, de longe o mais qualificado dos aqui citados, que pode ter mais uma oportunidade de demonstrar que o sucesso obtido no Grêmio em 2001 não foi 90% responsabilidade de Marcelinho Paraíba.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Se confirmada, essa será a maior notícia do ano no futebol brasileiro. Após a série de barbaridades envolvendo gandulas, a Federação Paulista de Futebol pode colocar universitárias para exercerem a função e alegrar jogadores, repórteres e torcedores.
É claro que apenas as garotas com mais de 18 anos poderão ficar se refestelando ao redor das quatro linhas. Desde já exigimos que o exemplo seja seguido por outras federações. E eu quero uma vaga de lateral no Sertãozinho.
A Máfia dos Gandulas começou a se revelar no clássico entre Comercial x Botafogo, quando um barbado usou uma barra de ferro para dar um golpe ninja no goleiro. No domingo, os gandulas demoraram para repor bolas e deixar Rogério Ceni aparecer para todo o país. Depois, um outro ficou mandando beijos para Leão.
Impedimento apóia gandulas insatisfeitos com o anonimato, mas apóia mais ainda universitárias correndo sobre o tapete verde dos estádios.
Atualização mais do que necessária e bem-vinda: o presidentente da FPF, Marco Polo Del Nero, declarou à Rádio Jovem Pan que o Comerical já convocou universitárias para gandula. U-HU.
Saudações,
Douglas Ceconello.
A Libertadores de verdade começa agora. Com a realização dos jogos de volta da repescagem, ficaram definidos os grupos da primeira fase. Sem muitas surpresas.
O Grupo 1 é extremamente equilibrado, com todas as equipes brigando pelas vagas.
Igualdade que falta no Grupo 2, onde o São Paulo tem chance de fazer 18 pontos.
No 3, Grêmio e Cerro começam como os grandes favoritos, pois aos colombianos falta, no mínimo, experiência.
No 4, espera-se que o Emelec seja o trem pagador, embora fique evidente a crise técnica que o Nacional atravessa.
Na chave 5, o Paraná saiu da repescagem para assumir a posição de favorito, assim como o Flamengo.
Grupo que terá bons jogos é o 6, com River, Colo Colo e LDU. Os argentinos levam alguma vantagem.
O Boca teve a mesma sorte que o São Paulo e pega apenas times fracos na chave 7.
E no grupo 8 o Santos já chegou assumindo a condição de principal postulante à vaga e ao primeiro lugar; a outra vaga deve ficar entre Defensor e Gimnasia, que farão conforntos sanguinolentos.
E assim ficaram os grupos
Grupo 1
Banfield
Libertad
El Nacional
América
Grupo 2
São Paulo
Audax Italiano
Alianza Lima
Necaxa
Grupo 3
Grêmio
Cerro Porteño
Deportivo Cúcuta
Deportes Tolima
Grupo 4
Inter
Nacional
Emelec
Vélez Sarsfiled
Grupo 5
Flamengo
Real Potosí
Maracaibo
Paraná
Grupo 6
River Plate
Colo Colo
Caracas
LDU
Grupo 7
Boca Juniors
Bolívar
Cienciano
Toluca
Grupo 8
Gimnasia
Defensor
Deportivo Pasto
Santos
Confira todos os jogos da pré-Libertadores:
Chave 1
31/1 Blooming (BOL) 0 x 1 Santos (BRA) S. C. de la Sierra
7/2 Santos (BRA) 5 x 0 Blooming (BOL) Santos
Chave 2
30/1 Vélez Sarsfield (ARG) 3 x 0 Danubio (URU) Buenos Aires
6/2 Danubio (URU) 1 x 2 Vélez Sarsfield (ARG) Montevidéu
Chave 3
30/1 Dep. Táchira (VEN) 1 x 2 Dep. Tolima (COL) San Cristóbal
8/2 Dep. Tolima (COL) 2 x 0 Dep. Táchira (VEN) Ibagué
Chave 4
1/2 Tacuary (PAR) 1 x 1 LDU (EQU) Assunção
6/2 LDU (EQU) 3 x 0 Tacuary (PAR) Quito
Chave 5
1/2 Cobreloa (CHI) 0 x 2 Paraná (BRA) Calama
7/2 Paraná (PAR) 1 x 1 Cobreloa (CHI) Curitiba
Chave 6
25/1 América (MEX) 5 x 0 Sporting Cristal (PER) Cidade do México
1/2 Sporting Cristal (PER) 2 x 1 América (MEX) Lima
Mensagem deixada esta manhã para a Ouvidoria da FGF no site www.fgf.com.br.
A princípio, quem responderá (deveria responder) é Flávio Fiorin, que vem a ser o plantão da Rádio 'Guaíba, o microfone líder de audiência'. Veremos.
Logo do Gauchão:
O que aconteceu para que o logotipo do campeonato fosse retirado do site da FGF?
É verdade que se trata de uma cópia do que usa a MLS, liga de futebol norte-americana, e que por isso deixou de ser usado?
O mais provável é que seja esquecida e que ninguém me responda, assim como nas consultas para o Inter sobre a origem platina do apelido 'colorado' (mai/06) e para o Grêmio sobre os ingressos de arquibancada que sobraram no jogo contra o São Paulo (nov/06), um verdadeiro escândalo após dizerem que todos os ingressos haviam sido vendidos.
Senhor Douglas Ceconello, passe no caixa, por favor!
Observe-se o resumo da sentença da sentença do 'dotô':
"O árbitro em questão não atuou com imparcialidade. Nos termos do Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor é a entidade responsável pela organização da competição. Diante disso, o réu passa a responder de forma objetiva pelo dano causado. Além do mais, é direito do consumidor a informação clara sobre a qualidade do serviço que lhe é prestado."
Colombia 1-3 Uruguay
Francia 0-1 Argentina
Não vi, mas gostei dos resultados dos amistosos internacionais disputados nesta 4a.-feira.
Basile salva o pescoço, que já estava perigando nos corredores da AFA.
Vélez adiante
Algumas impressões após os dois jogos contra o Danubio:
É uma equipe que joga bem 'aberta', por assim dizer.
Os jogadores ficam espalhados e no meio campo preferem construir jogadas e levar a bola pelos lados do campo.
Esta estratégia leva a jogadas como a do segundo gol, o da vitoria.
Numa bonita trama, a bola sai da direita num passe longo pra ponta. Dentro da área já entram outros três e após rápida troca de passes, Lucas Castroman (pena que se quebrou ano passado, a Liber 2006 poderia estar guardada em Liniers) sela a vitória.
Estará o Velez em Porto Alegre em março. Ahí estaremos com 'La Pandilla'.
Santos adiante
Na ida 0-1. Mas atenção, apesar do resultado adverso na volta (0-5), no jogo da ida pôde se observar uma faixa gigante que dizia mais ou menos asim:
'O céu continua celeste, Deus não guarda a bandeira'
Pra quem torce por um celeste como o Blooming e o Uruguay, não deixa de ser uma ilustre presença.
Paraná adiante
Com o 0-2 em Calama, a volta era mero cumprimento de tabela. Aparentemente foi exatamente foi que aconteceu. 1-1, Paraná adiante, entra no grupo de Flamengo, Real Potosí e Maracaibo, é isso?
Correndo pra chegar no trabalho na hora.
Saúdos, Vitor VEC
Ninguém que se mete com moda passa incólume.
Taí a Miss Brasil, provavelmente sendo trocada por 10 sacos de arroz na Indonésia.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Atento a todos que estão sob a batuta de chefes tiranos, sem nenhum rádio à mão, Impedimento coloca no ar mais uma cobertura instantânea. Brasil e Portugal enfrentam-se na disputa da Taça Primo Basílio, em pleno Emirates Stadium, em Londres.
De um lado, Felipão. Do outro, Dunga. "São os gaúchos dominando as atenções do futebol mundial", diriam esses bagaceiros da imprensa esportiva. Para mim, a CBF apenas enriquece um pouco mais para pagar a birita de Ricardo Teixeira.
O jogo começa às 18h e conta com aproximadamente 60 mil desocupados. Não precisa ser um gênio para saber que os brasileiros ficaram a tarde inteira saqueando a cidade ao som dos pandeiros.
Segue a ficha:
Brasil: Hélton; Maicon, Lúcio, Juan e Gilberto; Gilberto Silva, Edmílson, Elano e Kaká; Fred e Rafael Sóbis. Técnico: Dunga
Portugal: Ricardo; Miguel, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho e Jorge Andrade; Tiago, Deco e Raul Meireles; Cristiano Ronaldo, Simão Sabrosa e Nuno Gomes. Técnico: Luiz Felipe Scolari
Árbitro: Martin Atkinson (Inglaterra)
______________________________________________________________________________
20h - Aqui acaba a nossa jornada. O Brasil até que foi bem no primeiro tempo. No segundo, sucumbiu de forma vergonhosa. Oito finalizaçãoes de Portugal contra nenhuma do time de Dunga. E hoje realmente o time de Felipão está muito à frente dos brasileiros. Depois de cinco minutos em campo, Adriano sumiu do jogo. Diego entrou bem, mas não conseguiu carregar o time nas costas.
Obrigado pela companhia de todos e até mais.
Douglas Ceconello.
48 - FINAL DE PARTIDA. Em amistoso no Emirates Stadium, em Londres, Portugal venceu o Brasil por 2 a 0.
46 - Brasil está entregue em campo.
44 - GOOOOOOLLLLLLL DE PORTUGAL!!! Novamente cruzamento da direita, com Viana. Ricardo Carvalho pega de primeira e marca outro bonito gol.
42 - Felipão realmente promoveu uma Revolução dos Cravos no futebol lusitano.
40 - Ainda bem que saiu um gol. Já imaginaram a felicidade da imprensa se um confronto entre Dunga e Felipão termina 0 a 0?
37 - GOOOOOOLLLLL DE PORTUGAL!!! Em rápida jogada pela direita a bola foi cruzada para Simão, livre na área, acertar um belo voleio e marcar.
35 - As equipes selaram um acordo de não agressão e não entram mais na área adversária.
Informação: o CRB demitiu o treinador Arnaldo Lira após a derrota de 3 a 0 para o Penedense, lanterna do Campeonato Alagoano.
30 - Diego deu uma chegada forte no Quaresma, que é muito bom jogador.
28 - O Brasil melhorou no jogo. Gilberto cruzou e Adriano dominou dentro da área, mas acabou chutando em cima da zaga.
22 - Entrou Diego, o namoradinho do Robinho, que costumava baixar suas calças, afinal ele é "moleque e alegre". Diego é bom jogador.
Informação: hoje, pela Libertadores, Danubio x Vélez (21h15) e LDU x Tacuary (23h45).
21 - Tomou-me vossa vista soberana
Tomou-me vossa vista soberana
Aonde tinha as armas mais à mão,
Por mostrar que quem busca defensão
Contra esses belos olhos, que se engana.
Por ficar da vitória mais ufana,
Deixou-me armar primeiro da razão;
Cuidei de me salvar, mas foi em vão,
Que contra o Céu não vale defensa humana.
Mas porém, se vos tinha prometido
O vosso alto destino esta vitória,
Ser-vos tudo bem pouco está sabido.
Que posto que estivesse apercebido,
Não levais de vencer-me grande glória;
Maior a levo eu de ser vencido.
Luís de Camões
20 - O jogo caiu muito de qualidade. Estou aqui lendo uns sonetos.
17 - Entrou Simão no lugar de C. Ronaldo. Tinga também está em campo.
15 – Desculpem a lentidão, mas esse editor está me boicotando.
12 - O Brasil tomou um sufoco de Portugal, que quase marcou de cabeça. O eterno Tino Marcos afirmou que a CBF não vê com bons olhos a influência de Assis sobre Ronaldinho.
11 - De repente, sumiu tudo que eu havia publicado no editor. Meu reino está ruindo.
03 - Correria tresloucada em campo, sem muita qualidade. Vou trocar de canal uns minutos.
02 - O Funkeiro de Milão entrou com vontade. Depois, certamente vai para uma rave encher as fuças de êxtase.
01 - COMEÇA O SEGUNDO TEMPO. Luisão entrou no lugar de Juan. Lá fora, o sol está brilhando e as moças estão exibindo suas beldades. Vida de jornalista é triste.
- Sem qualquer lógica, Adriano entra no lugar de Rafael Sóbis, que estava bem no jogo. E todos sabem que minhas únicas motivações eram a presença do ex-colorado e a ausência de Robinho. Demônio.
- Ai, que vontade de tomar uma cervejinha.
Informação: Viola, 38 anos, se apresentou nessa terça-feira ao Uberlândia, clube que disputa a Segunda Divisão mineira. Melhor em campo contra a Itália, em 1994.
- Temos oito viventes online. Saudações.
46 - FIM DO PRIMEIRO TEMPO. Primeiro tempo com leve superioridade brasileira, mas o resultado não pode ser considerado injusto. Vou lá pegar um café.
43 - Arnaldo César Coelho faz carinhos em Galvão Bueno. Gemidos são ouvidos.
41 - O Brasil tenta pressionar, mas cede muitos espaços no contragolpe. Elano cobrou falta, a bola sobrou para Lúcio, que deu uma porrada no travessão.
38 - Todos os jogadores da seleção portuguesa usam uma tarja preta no braço, referência à morte de Eça de Queiroz em 16 de agosto de 1900.
Informação: Thiago, atacante do São Paulo, vai jogar no catar. Bem feito.
33 - Cartão amarelo para Edmílson, que deu uma chegada forte no C. Ronaldo. Bem aplicado, assim como a entrada.
31 - Portugal consegue equilibrar o jogo. Fizeram uma bela jogada pela direita, mas o Miguel Cafú se embaralhou todo.
27 - Sóbis faz boa jogada pela esquerda, dentro da área, mas a zaga afasta o cruzamento.
25 - Depois do cruzamento de Elano, Sóbis cabeceia e desloca o goleiro, mas a bola vai para fora.
Informação: Riquelme está muito perto de retornar ao Boca Juniors, após loga passagem pelo Villarreal.
21 - Postiga recebe livre na área e chuta para defesa de Hélton. Portugal melhora, apenas para me derrubar como redator.
20 - O Brasil está melhor. Não cria muito, mas Portugal quase não sai de seu campo. Kaká fez boa jogada pelo meio mas chutou para fora, rasteiro.
18 - Durante a Copa da Alemanha, não cansei de dizer que Cristiano Ronaldo era muito superior ao farsante Robinho. Joga muito, esse PUTO.
15 - Maicon quase faz um golaço espírita do lado direito da área. Galvão só falta dar o rabo para a organização inglesa.
Informação: o jogo entre Grêmio e Guarani, no próximo domingo, está confirmado para Venâncio Aires.
13 - Rafael Sóbis desperdiçou chance clara em bola espirrada. Ricardo jogou para escanteio. Momentos antes, Hélton quase entregou a rapadura.
08 - Depois da velocidade inicial, os dois times estão amorcegando as ações.
Informação: o tablóide The Sun afirmou que Robinho e Casagrande foram vistos saindo de um Motel em Taubaté.
03 - Jogo tenso. Quaresma já chegou pela direita e cruzou para Hélton defender. Elano respondeu cobrando falta para defesa de Ricardo. No escanteio, o goleiro português salvou a cobrança fechada. Galvão diz que Felipão ensinou Portugal a bater.
00 - COMEÇA A PELADA!
Brasil de amarelo, branco e azul. Portugal de vermelho. Eu estou de calção verde e camiseta cinza.
17:56 - Os dois selecionados estão no meio do campo recitando uma poema de Camões:
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
17:52 - Enquanto não começa a pelada, vamos ao noticiário: o Inter contratou o meia-atacante Jean, que estava no São Caetano e já passou por Ponte Preta e São Paulo. Indicação do Abelão.
17:45 - Estão abertos os trabalhos. Roubei a televisão do meu irmão. Vamos de Globo, mesmo, já que o cara que atualizava meu gatoview deve estar no Presídio Central servindo de noivinha dos traficantes.
Já temos um logo para o fabuloso Campeonato Gaúcho. É claro que não é de nossa autoria. A sorte é que temos um gênio trabalhando pelo futebol.
Não temos exclusividade sobre a imagem, mas recebemos o aval do criador, o mais que conhecido e mais que brilhante Eduardo Menezes, que apresentou a peça no mesmo post em que indicou a evolução da pelota usada no torneio, que deve seguir essa linha:
Segundo o autor, nada salva o torneio que é disputado com uma bola amarela. Para quem ainda se recuperava do choque que foi a bola laranja do ano passado, foi um golpe duro. Ao menos pude entender a lógica da fabricante, que está seguindo o espectro de cores e muda a tonalidade a cada ano. Era para começar no vermelho, mas como os gremistas iriam reclamar ,essa etapa cor foi ignorada.
Já tentamos atrair sua genialidade para nosso uso exclusivo, mas a impossibilidade de oferecer férias nas Ilhas Canárias impediu a contratação do seu passe.
Em campo
Grêmio continua em chamas, atropelando todo mundo. Mas que foi falta no goleiro, ah, isso foi. Tuta mostrou que sabe fazer gols e sua velocidade surpreeende para quem já o viu em outras jornadas. Carlos Eduardo naturalmente sente a pressão, após as primeiras grandes atuações. É normal. Saja ainda não pôde mostrar se capacidade, pois a defesa gremista tem sido pouco acossada.
Inter B perdeu para o Juventude, mas fez sua melhor partida. Os colorados não mereciam a derrota, mas fizeram bem pouco para ganhar também. O zagueiro Tite já havia me agradado contra o Glória e ontem foi bem de novo, apesar de ter falhado nos gols, tanto quinta-feira quanto ontem, no primeiro do Ju . Mas é a vida, ele é guri e um dia aprende. O time do Jaconi me decepcionou profundamente.
Cristian Borja, o primo do Rentería, estreou contra o Glória. Sensacional, quase chorei quando ele se engalfinhou com uns defensores. Quando Abu marcou o gol, meu coração ficou engasgado, achei que era ele. Nem consegui esconder certa decepção com o fato de não ter sido.
Ma so que importa mesmo é o Guarany, de Bagé, que soma oito pontos, com duas vitórias e dois empates em cinco jogos. Está em terceiro no Grupo 1, um ponto atrás dos líderes Juventude e Ulbra. Melhor time.
Saudações,
Douglas Ceconello.
O futebol brasileiro ainda me causa orgulho. No clássico entre Comercial e Botafogo, o sensacional Come-Fogo, o goleiro Marcão, do Botafogo, foi agredido pelo gandula com uma barra de ferro. O jogo era válido pela Série A-2 do Campeonato Paulista.
Como o Comercial, dono da casa, estava vencendo, os gandulas passaram a retardar a reposição de bolas. Mesmo após advertência do árbitro, a sitação continuou. A certa altura, o goleiro correu, aparentemente indignado, em direção às bolas colocadas atrás do gol. Lá estava o gandula, armado com uma barra de ferro. O arqueiro passou por ele, com a intenção de apanhar uma redonda.
Na passagem o gandula desferiu um golpe esteticamente perfeito, com um giro de 180 graus, a barra paralela ao solo, usando toda a envergadura do braço. A barra atingiu as costas do goleiro. Se fosse uma espada tinha partido o goleiro em dois, troncos e braços separados das pernas e da cintura. O gandula foi preso. O Comercial venceu por 1 a 0.
Impedimento apóia gandulas mais atuantes.
E o futebol ganhou mais uma história fantástica.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Estive fora por longas três semanas. Durante a minha ausencia, Douglas Ceconello consagrou impropérios contra um dos meus clubes favoritos na face da terra, o nem sempre bem reconhecido:
CLUB ATLÉTICO VÉLEZ SARSFIELD
Claramente há uma impressão distorcida por parte do Douglas, o Vélez é muito mais que isso.
Em forma de resumo, elenco a seguir os pontos que considero importante citar na hora de defender o CAVS.
1 - "Un equipo de barrio, jugando a lo grande" é um dos motes do clube, isto diz muito.
Não so Nueva Chicago, mas tambem o Chacarita é um rival historico. Já apanharam muitas vezes nas imediações da estação Liniers do trem metropolitano.
E nao é apenas de um bairro, mas de vários. Desde a Floresta até Liniers, passando por Villa Luro, Vélez Sarsfield, Villa Real, Monte Grande e Versailles, o Vélez esta presente em todos eles. A presença dos nomes dos barrios nos cantos, nos trapos e nas pichações em cada muro branco confirmam a 'inserção local' na zona oeste da capital. E não só da capital. Merlo, Ciudadela e Morón também são localidades onde a 'V' se faz presentes.
2 - O estádio é o melhor da capital, levando-se em consideração os aspectos para os profisionais e para os torcedores. Poderia ter maior capacidade, mas de toda forma, é um baita estádio. Funciona muito bem como panela de pressão. A arquibancada poderia ser menos inclinada, mas é interessante ver um jogo por cima do alambrado, fato impossível em oitros estádios de lá.
O sistema de som é o melhor do país. Não por acaso, sedia muitos shows nacionais e internacionais. Quando a questão é primar pela qualidade do som, as produções artísticas se inclinam pelo Amalfitani em vez de ir pro River ou pro Obras.
3 - Não e considerado um 'grande'. Mesmo assim o é de fato. A torcida não esquece disto e recorda aos cuervos de San Lorenzo que, para ser grande, é necessário ganhar pelo menos a Liber.
4 - É um clube que aparenta manter a 'dignidade' e preserva a tradição de origem italiana do início. Nao esquecer de onde se vem é uma bela fórmula para nao se perder no futuro. Na parede acima das tribunas e dos espaços da imprensa, podem ser vistas todas as evoluções do escudo do clube e o antigo tricolor em vermelho-verde-branco foi substituído pelo azul-branco. Apesar das cores diferentes, a Itália está presente no Amalfitani, a começar pelo antigo herói homenageado com o nome do estádio.
5 - Na pracinha em frente ao estádio, as árvores sempre contam com faixas de apoio ao clube por parte dos torcedores, anônimos e os integrantes da 'pandilla'. Da concentração, o jogador que observa a praça, tem sempre a sua frente uma mensagem de carinho e apoio, que deve servir nas horas importantes.
6 - Deixei por último o lado místico do lugar. Liniers é o bairro da fé.
A igreja de San Cayetano, um dos santos mais cultuados do país (é o santo do 'Pan, paz y trabajo'), recebe mais de dois milhões de fiéis (ou nem tanto) no domingo de agosto que é destinado a sua homenagem.
Como se não fosse bastante, do outro lado da rua, várias santerías oferecem os mais diversos artigos de religião, desde o mais clásico rosário católico até o mais forte caboclo de encruzilhada.
E é claro que esta presença tão próxima ao estádio invade seus portões quando isto se faz necessário.
Ainda com a imagem do tio taxista ao meu lado na popular, do telão gigante com as mega caixas de som ao lado e de Mauro Zárate, Papa e La Volpe comemorando o terceiro gol.
Saúdos, Vitor VEC
Que beleza é o futebol. Agora, Perdigão pode ir para o Boca Juniors, notícia que surgiu com ares de piada e foi tomando forma até que me acostumei a pensar em "Perdigón". "Não quero ficar conhecido como animador de torcida", falou dia desses o maior incentivador da torcida colorada em 2006.
Contratado junto ao 15 de Novembro, Perdigão é muito bom jogador, segundo volante ou terceiro homem de meio-campo que sempre joga com extrema inteligência, é dono de um passe primoroso e gosta de ficar com a bola no pé, mas peca na marcação.
No Inter, fez grandes jogos, mas levou muitos cartões vermelhos e acabou queimado com a comissão técnica. Gosta de um trago, mas perece ter noção das coisas e saber se controlar. Agora, pode desfilar seu corpo de botijão pelas canchas argentinas e sul-americanas e, pasmem, se ovacionado por Maradona em plena la Bombonera, após deixar Palacio na cara do gol contra o River Plate.
Mas fiquem tranqüilos, o espírito maloqueiro criou raízes fortes no Beira-Rio. Hoje, pela primeira vez, o atacante Cristian, PRIMO DO RENTERÍA, ficará no banco de reservas. Exigirei seu ingresso antes do começo da partida, ao longo dos 90 minutos e depois vou para a saída do vestiário vestido de saci.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Como já virou costume no Brasil, o São Paulo atravessou a negociação entre Grêmio e Jorge Wagner e já apresentou o ex-colorado em seu site. Depois da reformulação da lei de transferência de atletas, a maioria dos clubes já se meteu em negócios alheios, mas o que chama a atenção é a freqüência das intervenções do tricolor paulista.
É claro que a questão financeira sempre fala mais alto. No caso de Jorge Wagner, tinha mais importância ainda, pois o Inter havia colocado uma cláusula com multa de 3 milhões de dólares. Numa futura briga judicial, esse dinheiro poderia sair até do bolso do jogador.
Outra coisa que não estão levando em consideração é que certamente o jogador seria hostilizado pela torcida do Inter. Não que ele tenha algum respeito pelo clube do Beira-Rio, todos sabemos que é um mercenário, foi mais por medo mesmo.
O Grêmio também deu sua contribuição para a lambança ao ficar tratando do assunto abertamente durante semanas. Bom jogador que é, Jorge Wagner é cobiçado por muitos clubes e desperta o desejo de tantos outros.
Quero deixar bem claro que é normal dois times brigarem por um jogador. Mas o São Paulo não tem feito isso. Ultimamente, o clube paulista espera um jogador acertar com um clube, vai lá e propõe um valor mais alto. Quando uma agremiação está praticamente fechada com um atleta, é uma questão de cavalheirismo aguardar o resultado.
Mas sei que eu vivo em outra época.
Não preciso dizer que a tira é do Laerte, a pessoa mais genial que já nasceu no Brasil.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Não adianta. Devemos estar sempre atentos a todas as competições ou corremos o risco de não vermos em nossas canchas verdadeiros craques que surgem. Nem bem começam a atuar e já se vão para o hemisfério norte. Dessa vez foi Cavani, atualmente no Danubio e grande destaque do Uruguai no Sul-Americano Sub-20.
Edison Cavani, que completa 20 anos em 14 de fevereiro, asisnou contrato de cinco anos com o Palermo. O clube italiano pagará 4,5 milhões de euros so Danubio. Também a Juventus tinha interesse no atleta.
Mesmo com a não obtenção da vaga pela Celeste, Cavani foi um dos principais destaques da competição, acabando como goleador, com sete gols.
Conforme se vão os talentos, também as equipes promissoras têm seu ciclo interrompido. O Danubio, grande campeão do Apertura uruguaio, já havia perdido o meio-campista Juan Manuel Salgueiro, que foi para o Necaxa.
Também o Colo Colo, que fez um brilhante segundo semestre, já perdeu o melhor jogador chileno da temporada, Matías Fernández, que atualmente enverga a 7 do Villarreal.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Pense rápido e responda: quantas vezes você já se arrependeu na vida por ter a chance dourada de dizer a alguém o quanto essa pessoa é especial para você, e não fazê-lo?
Pense no quão dolorido é guardar no peito a mágoa por uma palavra reprimida. Ações equivocadas, exteriorizadas, provocam desde uma leve ressaca moral até traumáticos términos de noivado. Porém o solo abrasador das nossas entranhas a tudo digere, disso temos certeza. Não há mal que dure para sempre. De fato, espinhoso, mesmo, é o não-dito, a atitude contida, o calar que sufoca a explosão, a cautela que inibe a ousadia majestosa. É o excessivo cuidado que nos tolhe a própria vida.
O não-realizado, esse sim, arde para sempre, com o gosto amargo do sonho podado.
Felizmente, em meio à confusão etílica que inundava as sinapses do meu cérebro e os acordes dissonantes das guitarras e cornetas que emanavam de um trio elétrico, neste domingo último, pude olhar no fundo dos olhos da Besta do Apocalipse e abrir meu coração.
Dinho.
O Cangaceiro. O Bandido do Sertão. O Terror dos Firulentos. O Chupa-Cabra. O Colecionador de Ossos.
O Marginal da meia-cancha. O Anti-herói da Azenha. O Wolverine caboclo. O Emissário da Morte.
O Deus, ou melhor, o Anjo Caído da raça gremista. O nome de uma era. O homem que me fez vibrar com uma voadora tanto quanto com um gol. O homem que dez anos depois de uma das mais apoteóticas batalhas já vistas nos gramados do auto-intitulado país do futebol, ainda sentiu gosto de sangue na boca a ponto de avançar sobre seu antigo rival em uma casa noturna e reeditar uma peleja inconcluída perdida no tempo e no espaço, e proclamar: “Para mim, não está acabado!”.
Dinho. O Huno da Libertadores, com três troféus no armário. O Dinho dos Cartões Vermelhos. O Dinho, jamais esqueçamos, que dava a verdadeira e velada segurança para que Juninhos, Palhinhas e Raís brilhassem no pretensamente cândido São Paulo do finado Telê. Dinho, jamais percamos de vista, da Seleção Brasileira.
Sinceramente, quando recebi o convite para integrar o camarote VIP da Prefeitura de Capão da Canoa em recente evento carnavalístico-Bahia-emulator, em uma cinzenta Avenida Beira-Mar de um final de semana repleto de mormaço, pensei que seria a oportunidade de - como tantas em minha vida - encher a caveira de cevada for free rodeado de pessoas queridas e música ruim. Foi mais do que isso.
Absolutamente despreocupado com a ausência de uma das atrações (dizem que o vôo do Araketu teve problemas no aeroporto de Salvador e a trupe não conseguiu deixar a capital baiana a tempo), e preocupado, sim, com as reposições de cerveja geladíssima no camarote, minha íris filmava a folia gaudéria de inspiração soteropolitana com um certo ar que misturava contemplação reflexiva e momentos de requebrar frenético e desajeitado. Em um dado instante, eu e o amigo que me acompanhava na empreitada decidimos que não haveria possibilidade de freqüentar um evento como esse sem dar ao menos uma conferida no frege dos popularescos, e nos permitimos uma ousada excursão ao chão, território hostil onde nossos abadás diferenciados e nossas pulseirinhas não valiam absolutamente nada. E foi em meio aos pulos atrás do caminhão de uma renovada Banda Eva que o avistamos. Minha prima (outra das integrantes do camarote da corte praiana) ainda reforçou a convicção, perguntando, diante de nossos olhos incrédulos, se aquele que ali dançava e bebericava na latinha de Skol ao lado de uma ouriçada loirosa não era “alguém” no hall of fame gremista. Era mais do que “alguém”. Era ELE.
Por um momento pensei em manter minha política pessoal (altamente praticada quando me encontro em areias cariocas) de, aconteça o que acontecer, NÃO IMPORTUNAR celebridades.
Porém, pensei na minha já desbotada camisa da Penalty com o cavalinho da Renner em ambas as mangas; pensei em cada duelo com o Palmeiras vencido com afinco e acompanhado em clima de Instituto de Cardiologia, pela televisão; pensei, principalmente, na época da minha vida em que não havia contas de luz para pagar, não havia Mestrado, não havia clientes telefonando: a época da minha vida em que, pelos corredores do Colégio Bom Conselho, apenas o futebol importava de verdade. E nesses dias dourados em que o esporte bretão era tudo, meu time, o MEU time, tratou de proporcionar um dos maiores amores correspondidos que alguém pode ter. O Grêmio tinha a equipe mais incrível do mundo. Eu precisava transmitir um pouco disso ao Dinho.
Caminhei decidido até ele, como quando ele próprio fazia rumo ao DESMONTE das pernas dos meias-atacantes faceirinhos. Esperei uma brecha entre ele e a moçoila rebolativa e me posicionei cara-a-cara com o demônio. Só depois do ato involuntário me dei conta de que não é muito interessante ter um desconhecido infiltrado bruscamente entre alguém e sua pegada em meio a uma micareta em que todos os presentes se encontram entorpecidos alcoolicamente. Seu olhar me fulminou e nem nos vários assaltos que já sofri me senti tão próximo da morte.
Aproximei-me do ouvido de Dinho conformado em receber, talvez, em resposta, uma mordida em minha jugular que me drenaria o sangue inteiro. Não foi o caso. Gritando para tentar superar os versos de “Arerê”, rapidamente deixei a emoção fluir e sustentei para o Dinho o quanto ele representou na minha vida, o quando ele inspirou meu estilo de jogo e o quanto ele fez pelo orgulho daqueles que, como eu, primam pelos rasos limites técnicos com a redonda nos pés: ele, Dinho, é uma espécie de figura arquetípica que serve de redenção para os toscos do mundo inteiro. Dinho é, foi, e sempre será um vencedor.
Revelei para Dinho, sem medo de ser feliz, o quanto o admiro, o quanto vibrava com sua figura mítica em campo, o quanto de carinho tenho por uma fase da minha existência em que ele foi um dos protagonistas maiores. Os gregos tinham Zeus, Hermes e toda a árvore genealógica do Monte Olimpo. Eu tinha Jardel, Arce, Arílson. Eu tinha DINHO.
O CÃO me fitava imóvel. Terminada minha ladainha (que, admito, não sei se durou quarenta segundos ou duas horas, tamanho o acelerar de meus batimentos), ele bebeu mais um gole de sua cerveja, sorriu com o canto da boca (como fazem os vilões), e ostentando um olhar inabalavelmente pétreo (mas carregado da sinceridade de menino nordestino que ainda reside em algum lugar daquela alma) disse, simplesmente: “Obrigado”.
Afastei-me com receio de importunar MAIS o colosso, e por isso me despedi, com a certeza de que aquele momento ficará para sempre em mim, sem a exuberante pretensão de que ele também sentiria algo parecido. O Dinho jamais sentiria algo parecido. Dinho jamais sentiria ALGO, aliás. Dinho, conforme resultados de recente exame de DNA, é o PAI de Chuck Norris.
Importante salientar que ao lado de Dinho havia também o importantíssimo (porém, diante da situação, quase irrelevante) CARLOS MIGUEL. Carlos Miguel que guarda uma ESTRITA semelhança com o Rei Pelé: são os dois únicos ex-atletas no mundo que mantêm o mesmo peso mesmo depois de anos de inatividade. Pelé, aos 65, continua com corpo de guri. Miguel, quase uma década após o fim da carreira, segue com o corpo de quando jogava, ou seja, pesando algo parecido com o que pesa alguém sedentário de 65 anos.
Mas isso é outra história.
Texto enviado pelo leitor Gabriel Divan.
Finalmente, temos aqui a participação desse que voz fala e de Antenor Savoldi no programa Por volta do meio-dia, que foi ao ar no dia 30 de dezembro na Rádio da Universidade.
O debate abordou o futebol sul-americano e lá estivemos erguendo a bandeira do Impedimento.
O apresentador foi o companheiro de zaga do futebol de salão, Gustavo Xinho Faraon, e na ponta-esquerda estava Leo Ponso, ambos jornalistas de extrema categoria e não muito afeitos a embaixadinhas.
Atentem para o contexto: a gravação ocorreu no dia 19/12, dois dias após a conquista colorada no Japão. O convite foi feito antes da final. Era uma sorrateira arapuca para o único seguidor do Inter sentado à mesa, armada no embalo do favoritismo catalão, que ruiu como pó diante dos óculos escuros de Abel Braga.
Antenor, nosso eterno âncora, foi brilhante como sempre. Eu estava com a voz estropiada, instantes antes tinha ido ao Beira-Rio para quase morrer de calor, depois de alguns dias anestesiado de prazer e alegria extremos.
Aproveitem.
Saudações,
Douglas Ceconello.
A notícia não é nova, mas sempre merece destaque. Ainda mais agora que a diretoria do Bahia, temendo a reforma do estatuto que pode dar direito de voto aos associados, pretende expulsar quatro possíveis candidatos oposicionistas do quadro social do clube.
Os oposicionistas são o engenheiro Fernando Jorge Carneiro, o jornalista Nestor Mendes Júnior, o empresário Jorge Pires e o psicanalista Edmilson Gouveia, o Pinto, que denominou o arbítrio da diretoria de "AI-5 azul, vermelho e branco", em referência ao ato institucional da ditadura brasileira, decretado em 1968.
Em novembro de 2006, o radialista e torcedor do Bahia Mário Kertész iniciou na Rádio Metrópole a campanha "Devolva Meu Bahia", que exigia a renúncia imediata de Petrônio Barradas, homem que comanda e continua dilapidando o clube e é ligado ao grupo de Paulo Maracajá, que por sua vez anda na cola de Antônio Carlos Magalhães. Coronelismo pouco é bobagem.
Em 24 de novembro, milhares de torcedores foram até a Praça Castro Alves em um evento pacífico, talvez inédito na história do futebol brasileiro. Agora, iniciado o Campeonato Baiano, as torcidas organizadas promoveram o movimento "Público Zero", que contou com ampla adesão e levou apenas 197 pagantes para a estréia do Bahia. A torcida do Esquadrão de Aço, conhecida por lotar a Fonte Nova, agora mostrou sua força fazendo justamente o contrário.
A diretoria ainda não renunciou, mas não resta dúvidas de que começou a ruir ou, no mínimo, apertar as calças.
Impedimento apóia integralmente a indignação dos torcedores.
Eu também, desde que não venham ao Beira-Rio ganhar outro Brasileiro.
Acompanhe o desenrolar da situação aqui:
Bahia Livre e EcBahia, sítios independentes da torcida tricolor.
Saudações,
Douglas Ceconello.
E chegou o momento que todos colorados já pressentiam - os mais sábios e leves de coração temiam. Para alegria da maioria dos falsos entendedores de futebol, Rentería foi negociado com o Porto por 1,5 milhão de euros e agora vai dançar em outras canchas.
Pelo menos ele não vestirá outra jaqueta sul-americana e assim um terrível enfrentamento com o clube que o adotou tem bem pouca chance de ocorrer.
Defendo que ele e Fabiano Cachaça deveriam receber pensão vitalícia do Inter por encarnarem de forma tão singela e natural a identidade do clube. Por levantarem o Gigante quando arrancavam furiosos pelas pontas do campo.
Quem fica feliz com a saída de Rentería não sabe que o futebol gaúcho e brasileiro ficará mais triste, mais politicamente correto e mais previsível.
Toda segunda-feira matarei um galo em um cruzeiro para te abrir os caminhos nesse mundo, Saci endiabrado.
Meus eternos agradecimentos ao filho de Quibdó já tinham sido manifestados nesse sítio.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Porque todo dia é dia de homenagear El Pibe.
Desfilando seu melhor futebol
Apoiando la albiceleste
Rei da Itália
Tudo pelo Boca Juniors
Política não era seu forte
Furor xeneize a alguma cosita a mais
"Enfiem as Malvinas no rabo"
Saudações,
Douglas Ceconello.
Dura mesmo era a vida dos atacantes naqueles anos 60/70. Eles sabiam que no fim da RS-153, depois de cruzar por campos cobertos de soja, estava Passo Fundo - e lá, à espera deles, sem disposição para mesuras com visitantes, estariam os irmãos Pontes, João (E, na foto) e o mais velho, Daison, uma feroz dupla de centrais. Em campo, todos entendiam por que Daison repetia que para ser campeão um time precisava passar por Passo Fundo. Hoje, a vida parece mais fácil para os atacantes. Jogar em Passo Fundo, na era dos Pontes, era um teste de coragem.
- A gente só não admitia desrespeito - lembra o hoje aposentado municipal Daison Pontes, 67 anos, já sem os cabelos longos de antes, mas com uma forma física que nem de longe lembra a idade.
Desrespeito, no mundo dos Pontes, podia ser um olhar, um sorriso na hora errada, firulas ou uma cuspida, como o atacante Nestor Scotta ousou dar em um jogo Grêmio e Gaúcho. Argentino, habituado a batalhas em seu país, Scotta entendeu no fim do jogo que complicado mesmo era jogar em Passo Fundo
Trecho do excelente texto No futebol de Passo Fundo, Ele era a lei, de Mário Marcos de Souza, que foi publicado no jornal Zero Hora e abriu a muito boa série O tempo em que havia guerra, sobre a história do Campeonato Gaúcho.
No futebol gaúcho, os irmãos Pontes são lendas daquelas que nossos pais contam com prazer. Eram três zagueiros, Daison, João e Bibiano. Dois jogaram juntos no Gaúcho, enquanto o terceiro, mais novo, atuou pelo Inter no começo da década de 1970.
Segundo o pai desse que vos fala, era um grande jogador, que uma vez fez um gol contra e ficou muito furioso. Quando a partida foi reiniciada, pegou a bola, driblou meio time adversário e empatou o jogo.
Quem quiser ler toda a matéria, aqui está.
Aconselho os leitores a acompanharem toda a série.
Saudações,
Douglas Ceconello.
O técnico-anão Dunga convocou a seleção brasileira que enfrentará Portugal no próximo dia 6, em Londres. A novidade é o retorno do funkeiro de Milão, Adriano, que foi chamado após marcar uns míseros gols. De novo Robinho está presente, e a relação entre Dunga e Impedimento começa a ficar desgastada.
Todas as pessoas razoáveis sabem que Robinho só jogou algumas coisa em 2002, antes de entender que era craque. No Brasil, é muito comum ouvir dromedários comentando na imprensa que "só Capello não gosta de Robinho". E é justamente por isso que ele é um técnico de ponta e vocês dividem programas esportivos com Muller e Marcelinho Carioca.
No mais, também todos devem ter a noção que não existem grandes goleiros brasileiros. Em quatro anos, podemos ter Renan (Inter), Cássio (Grêmio) e Diego Cavalieri (Palmeiras) prontos para vestir a 1 na Copa da África do Sul e não sermos comidos por leões, como profetizou Fernando Vanucci.
Não gosto de Elano, mas ele merece ser convocado. Menos mal que enterraram aquele outro morto, o Renato, ex-Santos. Vejo como necessário mesclar novos atacantes juntos aos mais experientes para não ficar sempre na dependência dos mesmos malditos mercenários.
Tinga é um grande jogador, mas não percebo coerência na sua convocação após Dunga ter afirmado que não adianta chamar quem não poderá estar no próximo Mundial. Mas vou lá eu entender a cabeça de alguém que se preocupa com moda.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Confira a lista de convocados:
Goleiros
Helton (Porto)
Júlio César (Inter de Milão)
Laterais
Daniel Alves (Sevilla)
Maicon (Inter de Milão)
Adriano (Sevilla)
Gilberto (Hertha Berlin)
Zagueiros
Alex (PSV)
Juan (Bayer Leverkusen)
Lúcio (Bayern de Munique)
Luisão (Benfica)
Volantes
Edmílson (Barcelona)
Gilberto Silva (Arsenal)
Dudu Cearense (CSKA)
Tinga (Borussia Dortmund)
Meias
Elano (Shakhtar Donetsk)
Diego (Werder Bremen)
Kaká (Milan)
Ronaldinho (Barcelona)
Atacantes
Robinho (Real Madrid)
Adriano (Inter de Milão)
Rafael Sobis (Betis)
Fred (Lyon)
Caso se confirme a saída de Fabiano Eller para o Atlético de Madrid, como noticiou o jornal Zero Hora, o Inter enfrenta a primeira grande baixa na equipe campeã mundial. E não adianta tentar subestimar a perda porque não há no grupo jogador com qualidades para substituí-lo.
E certamente não há no Brasil um zagueiro que esteja em melhor momento que Fabiano Eller. Quando ele chegou ao Beira-Rio, no início de 2006, recebi a notícia com certo desdém. "Zagueiro lento", "metido a jogador clássico", "bruxo do Abel".
Bem, não apenas queimei a língua como não tive problemas para admitir que ele tornou-se um dos melhores defensores a envergar a camisa vermelha. Mostrou-se um zagueiro técnico, mas sem deixar de impor respeito e jogar duro. Com Bolivar, fez uma dupla brilhante na Libertadores. Foi eleito o melhor na posição no Brasileiro e esteve impecável na final do Mundial contra o Barcelona. Hoje, é imprescindível.
Quando Bolivar saiu, após a Libertadores, poucos e desesperaram porque Índio era um reserva capacitado, praticamente no mesmo nível. Agora, a situação é diferente. Não creio que Rafael Santos tenha condições de ser um bom substituto. E sair tresloucado para contratar por Argentina e Uruguai não me parece adequado.
Entendo a estratégia da diretoria colorada, de barganhar para não fazer loucuras, mas melhor seria ter aberto o cofre para pagar a grana que os turcos pediam. A menos que o jogador tenha inclinado-se para a proposta da Espanha. Daí não teria jeito, e ele merece queimar no inferno de mediocridade que é o Atlético de Madrid.
Em tempo: não confio no jornal Zero Hora como fonte de notícias esportivas. As "barrigadas" do periódico são mais freqüentes que o aceitável.
Saudações,
Douglas Ceconello.
O futebol brasileiro anda cada vez mais divertido. O jogador Carlos Alberto Gonçalves apresentou-se ao Veranópolis, clube do Interior gaúcho, alegando ser o atacante Pena, ex-Palmeiras e Botafogo. Depois de alguma discussão e uma passagem pela Polícia Civil, a situação foi resolvida.
Como se já não bastasse a dificuldade em fazer futebol no Interior, os clubes ainda precisam lidar com loucuras ocasionais. O Veranópolis procurava o atacante Pena, 34 anos, para jogar o Gauchão. Mas quem se apresentou foi Carlos Alberto Gonçalves, o Edu Bala, que já tinha até atuado pelo VEC em 2005. O atleta, louco por uma grana, alegava ser Pena.
A demência durou uma semana. Ele prestou depoimento na Polícia Civil, mas foi liberado porque teria mentido apenas o apelido, o que não seria falsidade ideológica. Na polícia, apresentou os documentos verdadeiros. Ainda segundo o jogador, ele teria passado a adotar o apelido Pena recentemente. Nenhum sentido. Ele e o empresário tiveram que devolver os 4 mil que haviam surrupiado do Veranópolis.
Coitado do presidente do VEC, Gilberto Generosi, que declarou: "- Ele treinava de boné enterrado na cabeça, afastado dos demais. Contava da vida como se fosse o verdadeiro Pena".
Não dá nem mais para contratar em paz. Certamente daqui a uns dois anos aquele atacante Roma vai pedir emprego no Pelotas alegando ser o Romário em busca do Gol 2.000.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Logo de escrever a nota anterior, leio o que segue abaixo:
Isso sem falar que a Liber também está sendo buscada pelo próprio Lanús, com a diferença de que os granates jogariam no continente apenas em 2008, no caso de conquistarem a vaga ao final desta temporada.
Com isso, Saja segue no San Lorenzo, mas com um pé fora. Apesar disso, inicia a temporada de titular no amistoso de hoje contra o Independiente em Mendoza.
E, na sequencia, leio isso:
Lanús abandona Saja porque acerta com Bossio porque este não vem a Porto Alegre porque Carini acertou com o Grêmio.
Afinal, então Carini vem? Estou confuso, voltarei a me calar enquanto não haja definição sobre o assunto.
Habemus You Tube
Ainda bem que tenho acesso ao YouTube novamente
http://www.youtube.com/watch?v=R-IqOcxNQEA
Aos 5 minutos e 30 segundos.
Melhor que Pelé contra Mazurka em 70.
Larguei!!!
De momento, a partir de hoje, por volta das 18h30, começo a gozar das inevitáveis e merecidas férias até 5 de fevereiro.
Domingo me afasto do país pela via terrestre e chego a Buenos Aires. Aproveitando o tempo livre, tratarei de costurar alianças, negociar com jogadores e aproveitar o ambiente cultural da cidade.
Eventualmente, aparecerei por aqui, através da internet x $1 a hora. Depois de devorar uma original pizza 'de mussa' do uji's e antes de voltar ao Hotel Orense.
Não se surpreendam se, até o fim do mês, o Juventude importe algum centroavante. Pode ser o Pavone, quem sabe...
Saúdos, Vitor VEC
O drible que a diretoria do Grêmio deu na imprensa local fará com que o goleiro seja, desde já, o jogador mais odiado do estado.
Ontem, por volta do meio-dia, quando foi veiculado que Bossio poderia estar chegando ao Olímpico, nos programas esportivos das rádios porto-alegrenses do horário, comentaristas de todas as emissoras já tratavam de desmerecer, avacalhar e esculhambar a contratação, a carreira e a qualidade do goleiro. E nada disso terá sido culpa do jogador.
Chegará em Porto Alegre, verá caras amassadas, virará a cara e se encontrará com o torcedor. Este será sua defesa até que cometa sua primeira falha.
O resto da história já conhecemos, será odiado cada vez mais, principalmente pelos lados da sócial e das cadeiras, que se fazem ouvir melhor pela diretoria. Deixará o clube no ostracismo no final do ano, após ter sido relegado do grupo principal.
No regresso a Buenos Aires, será entrevistado por Miguel D'Alesio no 'El Alargue', nos 910kHz da La Red, e dirá que passou por uma experiência má nos gramados brasileiros. Acabará contratado por um Defensa y Justicia, por exemplo, e conseguirá mais um ascenso. Pendura as chuteiras na temporada 2008/09 com boas recordações dos tempos iniciais, nem tanto dos tempos finais da carreira profissional.
E tudo isso por culpa dos profissionais (Nem tanto assim. Por comportamento, bem menos profissional do que eu, por exemplo) da imprensa esportiva porto-alegrense. Atiram pedras sem sequer saber se há pecado já que não há sequer um que saiba do histórico de Bossio.
Não conseguem nem puxar pela memória os confrontos entre Lanus e Corinthians pela Suda, onde foi figura e ajudou a segurar o 0-0 no Morumbi e matar por 4-2 na Fortaleza de Lanús. A Globo mostrou pro país inteiro e não faz nem 4 meses.
É lamentável!
Saúdos, Vitor VEC
P.S.: Só pra complementar enquanto a insônia me mantem acordado.
As últimas duas vagas para a Liber serão definidas hoje a noite/madrugada, quando se matarão pela vaga continental:
Necaxa - Jaguares de Chiapas
América - Tigres
Dale comandante Marcos, que poderá sequestrar Muricy e o S.Paulo inteiro quando se enfrentarem pelo grupo 2.
Quanto desgosto para uma mãe. Foi descoberto o primeiro "gato" da Copa São Paulo de Futebol Júnior. O jogador, que defendeu o Guarany-SE, usava o documento de identidade de seu irmão, morto em 2003. Já o Vitória-ES contra-atacou e contratou LAION, ex-Bahia.
O jogador do time sergipano foi suspenso, mas a quipe continua na competição. Jacir Souza Soares usou a identidade do irmão Giovani para mascarar que na verdade tem um anos a mais do que se permite para jogar o torneio. O caso foi registrado na delegacia de Araraquara, como falsidade ideológica.
É provável que não tenha sido o jogador a ter essa brilhante idéia. Deve haver algum empresário de terno sujo e engordurado por trás disso.
Uma breve explicação: os jogos da primeira fase nos dão razão para ignorar o início do torneio. Quando começar a ficar bom, lá pelas oitavas-de-final, começaremos a dar mais atenção.
Falando em felinos, o Vitória-ES contratou LAION, 18 anos, atacante gaúcho que estava no Bahia. Ele disputará o Capixaba, a Copa do Brasil e a Série C.
Jogador defenderá as cores do Vitória
Há boatos de que o Estrela do Norte esteja tentando responder com a contratação de MUMM-HA, que na versão brasileira ficaria em algo como Munrá e tentaria impedir o triunfo dos Thundercats na busca do bicampeonato.
Estrela do Norte já fez proposta
Saudações,
Douglas Ceconello.
Da arte de escalar a albiceleste.
Vejam a notória firmeza da arqueira e a imposição das defensoras colocadas próximas dela. E a capitã do time, então, chamando - provavelmente um brasileiro - para o combate.
Já pensaram nesse time nas mãos de Coco Basile? Ele faria a preleção cantando um tango com sua voz de Jack Daniels e morreria no túnel, vendo as donzelas subirem para o gramado do Monumental.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Parece que entre obturações e tratamentos de canal, Ronaldo Gordo está dando uns pegas na sua dentista. Agora falta ele conseguir também uma nutricionista e uma psicóloga.
Acredito que ela não se conteve com o riso espontâneo do craque e rendeu-se aos encantos da arcada dentária mais desejada das bandoleiras do futebol.
Unidos até que nasça o último siso
Reparem na cara de alucinada da guria. Tem ares de quem adora aplicar uma anestesia no céu da boca.
Agora eles permanecerão juntos até que a primeira cárie apareça. Tá certo. Como disse o Renato Gaúcho, tem mais é que passar o trator, mesmo.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Da arte de cobrar um arremesso lateral.
Observem que esforço, que movimento exato e pleno de convicção.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Com a apresentação do zagueiro argentino Schiavi, o Grêmio começou de fato a montagem do time para a Libertadores. Acredito que o atleta pode ser fundamental para o desempenho da equipe na Copa.
O ex-Boca Juniors foi recebido com pompa pela torcida tricolor, historicamente identificada com os argentinos. E, realmente, talvez Schiavi represente mais do que uma simples contratação. Pode servir de motivação para alcançar os resultados que os gremistas esperam, e da forma como preferem fazer isso: com alguém de língua espanhola que não tenha vergonha de dar umas chegadas fortes em atacantes maliciosos
Não sei como anda jogando o xerife Schiavi. Se for 70% do que era na Bombonera já será uma grande contratação e pode auxiliar muito no clima de Libertadores.
Quanto ao resto do time, é preciso esperar. O Grêmio perdeu muitos - e importantes - jogadores. Evaldo, Maidana, Jeovânio, Hugo, Rafinha, Alessandro, Escalona, Ricardinho e Rômulo deixaram o Olímpico. Em contrapartida, além de Schiavi, chegaram Douglas e Diego Souza. Kelly deve ser o próximo. O goleiro uruguaio Carini pode ser contratado, além do lateral-esquerdo Marcão, ex-Atlético-PR. Há especulações ainda sobre Marcelinho Paraíba.
Vejamos como seria o time do Grêmio com os contratados e mais uns possíveis reforços. 4-5-1, como prefere Mano Menezes. A escolha dos atletas é a minha, portanto passível de retificações e discordância.
Carini; Patrício, Schiavi, Willian e Marcão; Diego Souza, Lucas, Tcheco, Leo Lima e Ramon; Marcelinho Paraíba.
É uma equipe acima da média nacional, com condições de fazer grande campanha em qualquer competição, dependendo da "liga" que o time alcançar. Antes de mais nada, seria necessário acorrentar Patrício junto ao bandeirinha, liberando o Marcão. Outro fator interessante e decisivo diz respeito ao desempenho de Leo Lima, pois nunca sabemos o quanto vai jogar, e Tcheco, constantemente machucado.
No mais, tenho a intuição de que o Grêmio fará uma campanha boa na Libertadores, mesmo que não traga reforços do nível de Carini e Marcelinho Paraíba. A diferença entre a boa campanha e o êxito pode estar no grupo de jogadores disponíveis, que ainda é insuficiente.
Saudações,
Douglas Ceconello.
O jornal uruguaio El País divulgou nesse domingo sua tradicional lista de melhores do futebol sul-americano da temporada. Como grande parte dessas eleições, peca por não considerar o desempenho do ano inteiro, privilegiando o segundo semestre, mais vivo na memória dos incautos.
Mais de trezentos periodistas do continente elegeram os maiores destaques da temporada, dentre os quais podemos salientar:
País - melhor time - melhor jogador (time)
Argentina - Estudiantes - Rodrigo Palacio (Boca Juniors).
Bolivia - Real Potosí - Alejandro Jara (Real Potosí).
Brasil - São Paulo - Fernandão (Inter).
Chile - Colo Colo - Matías Fernández (Colo Colo).
Colômbia - Millonarios - Darwin Quintero (Tolima).
Equador - El Nacional - Marcos Mondaini (Emelec).
México - América - Cuathemoc Blanco (América).
Paraguai - Libertad - Cristhian Riveros (Libertad).
Peru - Universitario - Mayer Candelo (Universitario).
Uruguai - Danubio - Ignacio González (Danubio).
Venezuela - Caracas - Alejandro Guerra (Caracas).
O meio-campista Matías Fernández, que jogou pelo Colo Colo em 2006, foi escolhido o Rey del fútbol de América, categoria que o jornal promove desde 1986 e que já teve como ganhadores:
1986: Antonio Alzamenti (URU).
1987: Carlos Valderrama (COL).
1988: Ruben Paz (URU).
1989: Bebeto (BRA).
1990: Raúl Vicente Amarilla (PAR).
1991: Oscar Ruggeri (ARG).
1992: Raí (BRA).
1993: Carlos Valderrama (COL).
1994: Cafú (BRA).
1995: Enzo Francéscoli (URU).
1996: José Luis Chilavert (PAR).
1997: Marcelo Salas (CHI).
1998: Martín Palermo (ARG).
1999: Javier Saviola (ARG).
2000: Romario (BRA).
2001: Juan Román Riquelme (ARG).
2002: José Saturnino Cardozo (PAR).
2003: Carlos Tevez (ARG).
2004: Carlos Tevez (ARG).
2005: Carlos Tevez (ARG).
Sempre afirmo que o Fernández foi um dos melhores que vi jogar nos últimos meses, mas não teve um desempenho superior ao de Palacio ao longo do ano. Como o segundo semestre está mais próximo, escolhem o que é mais fácil.
Confira outros bem votados:
2 - Rodrigo Palacio (ARG) 53.
3 - Fernando Gago (ARG) 50.
4 - Rogerio Ceni (BRA) 45.
5 - Humberto Suazo (CHI) 36.
- Fernandão (BRA) 36.
7 - Juan Sebastián Verón (ARG) 29.
8 - Hugo Ibarra (ARG) 24.
9 - Daniel Díaz (ARG) 23.
- Gonzalo Higuaín (FRA) 23.
A seleção ficou com Rogerio Ceni (Brasil); Hugo Ibarra (Argentina), Daniel Díaz (Argentina), Fabão (Brasil); Juan Sebastián Verón (Argentina), Fernando Gago (Argentina), Rodrigo Palacio (Argentina), Matías Fernández (Chile); Fernandão (Brasil), Gonzalo Higuaín (franco-argentino) e Humberto Suazo (Chile). Bem faceirinho esse time, só pode ser escalado no papel.
Claro que Rogério Ceni aparece de forma totalmente gratuita. Aliás, uma edição da Placar, "histórica", "de colecionador", está nas bancas com o título "Rogério Ceni, o melhor goleiro do mundo". A edição inteira é para ele, como se já não bastasse ganhar metade de todas as edições do ano inteiro. Ri quando peguei nas mãos, mas logo depois fiquei preocupado que crianças venham a ter contato com o material e passem a acreditar em tal infâmia.
Voltando à eleição do El País. Quanto aos melhores times, basicamente - e de forma justa - os escolhidos foram os campeões nacionais. No entanto, mesmo respeitando e vibrando demais com a conquista pincha, na Argentina o Boca Juniors foi o melhor ao longo da temporada.
No Brasil, já ouvi questionamentos acerca do melhor time, Inter ou São Paulo. Da mesma forma que considerei os paulistas destaques de 2005, não hesito em afirmar que o Colorado foi o melhor dessa temporada. Querer equilibrar as coisas é equiparar o Campeonato Brasileiro à Libertadores e ao Mundial juntos. Algo demente, em suma. O melhor é quem ganha mais. Por isso mesmo, considero o São Paulo o time brasileiro da década, com Libertadores, Mundial e Brasileiro, mas em 2006 não há como comparar suas conquistas às do Inter.
Agora, imaginem se os títulos estivessem invertidos, Inter com o Brasileiro, São Paulo com Libertadores e Mundial. Seria feito esse questionamento?
No mais, novamente deixo os votos de um 2007 de muita cotovelada, campo embarrado e fumaça no campo.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Romário no Vasco novamente seria ruim para todos: para o time de São Januário, que parece ter retomado o rumo do profissionalismo em 2006 e para o próprio jogador, cada vez mais afundado na busca de um recorde sem qualquer sentido.
Romário
Vindo sabe-se de que região do ar, o tigre aparece, dá o seu bote e se esfuma. O goleiro, preso na sua jaula, não tem tempo nem de piscar. Num lampejo, Romário mete seus gols de meia volta, de bicicleta, de voleio, de trivela, de calcanhar ou de perfil.
Romário nasceu na miséria, na favela de Jacarezinho, mas desde menino ensaiava a assinatura para os muitos autógrafos que iria assinar na vida. Chegou à fama sem pagar os impostos da mentira obrigatória: este homem muito pobre deu-se sempre ao luxo de fazer o que queria, apreciador da noite, farrista, e sempre disse o que pensava sem pensar no que dizia.
Agora tem uma coleção de Mercedez benz e duzentos e cinqüenta pares de sapatos, mas seus melhores amigos continuam sendo aqueles inapresentáveis busca-vidas que na infância ensinaram a ele o segredo do bote.
Edurado Galeano, Futebol ao sol e à sombra, L&PM POCKET
Eduardo Galeano escreveu isso quando Romário ainda era digno de respeito pelo que fizera no campo. Indiscutivelmente, um gênio na arte de fazer gols, muito superior a Ronaldo, por exemplo. Se ele parasse exatamente agora, ainda seria bem digno de lembrança, mas parece que está disposto a perder todo o respeito que conquistou com muito custo, na bola e na farra.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Está na banca a revista Placar com os times dos sonhos de grandes clubes brasileiros. Há equívocos, naturalmente, mas as agremiações ficaram bem representadas.
Obviamente, a grande maiorira de nós não viu muitos desses jogadores atuarem, mas cada torcedor conhece a história de seus ídolos, clubes e de grandes craques de outros clubes. Por exemplo, eu não me atreveria a tirar o Figueroa da zaga colorada, nem o Lara do gol gremista, nem o Reinaldo do ataque do Galo.
Na escalação do Inter, talvez eu colocasse o Winck no lugar do Paulinho e Larry ou Claudiomiro no lugar do Fernandão. Talvez.
Também Zetti seria meu escolhido para o gol são-paulino. E acho meio demais colocar Ronaldinho Gaúcho no melhor Grêmio.
E o Gamarra do Corinthians também não foi tão estupendo como costumava ser. Por fim, Robinho torna o time do Santos um dos piores elencos abaixo expostos.
Desnecessário dizer que os comentários estão abertos para sugestões, reclamações, receitas e contos eróticos.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Atlético Mineiro
João Leite, Nelinho, Luizinho, Vantuir e Cincunegui; Cerezo, Oldair e Paulo Isidoro; Reinaldo, Dario e Éder. Técnico: Telê Santana.
Botafogo
Manga, Carlos Alberto Torres, Leônidas, Mauro Galvão e Nilton Santos; Didi, Gérson e Paulo César Lima; Garrincha, Jairzinho e Túlio. Técnico: Zagallo.
Corinthians
Gilmar, Zé Maria, Gamarra, Roberto Belangero e Wladimir; Luizinho, Sócrates, Rivellino e Neto; Cláudio e Casagrande. Técnico: Oswaldo Brandão.
Cruzeiro
Raul, Nelinho, Procópio, Perfumo e Sorín; Piaza, Zé Carlos, Dirceu Lopes e Tostão; Palhinha e Joãozinho. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Flamengo
Raul, Mozer, Aldair e Domingos da Guia; Leandro, Andrade, Adílio, Zizinho, Júnior e Zico; Nunes. Técnico: Cláudio Coutinho.
Fluminense
Castilho, Carlos Alberto Torres, Ricardo Gomes, Edinho e Branco; Didi, Paulo César Lima, Rivellino e Gérson; Telê e Assis. Técnico: Carlos Alberto Parreira.
Grêmio
Lara, Arce, Aírton, Calvet e Everaldo; Dinho, Gessi, Ronaldinho Gaúcho; Renato Gaúcho, Alcindo e Éder. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Internacional
Manga, Paulinho, Figueroa, Gamarra e Oreco; Salvador, Carpegiani e Falcão; Valdomiro, Fernandão e Tesourinha. Técnico: Rubens Minelli.
Palmeiras
Marcos, Djalma Santos, Luiz Pereira, Waldemar Fiúme e Roberto Carlos; Dudu, César Sampaio, Rivaldo e Ademir da Guia; Julinho Botelho e Evair. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Santos
Gilmar, Carlos Alberto Torres, Mauro, Alex e Léo; Zito, Clodoaldo e Pelé; Robinho, Coutinho e Pepe. Técnico: Lula.
São Paulo
Rogério Ceni, Cafu, Oscar, Daryo Pereira e Leonardo; Mineiro, Pedro Rocha e Raí; Muller, Careca e Canhoteiro. Técnico: Telê Santana.
Vasco
Barbosa, Augusto, Bellini, Ely e Mazinho; Danilo, Juninho Pernambucano e Edmundo; Ademir, Roberto e Romário. Técnico: Flávio Costa.
Com a conquista do Campeonato Peruano pelo Alianza Lima, os títulos nacionais sul-americanos e no México em 2006 ficaram assim definidos.
Argentina
Clausura: Boca Juniors
Apertura: Estudiantes de La Plata
Bolívia
Clausura: Bolívar
Apertura: Jorge Wilstermann
Brasil
Campeonato Brasileiro: São Paulo
Copa do Brasil: Flamengo
Chile
Apertura: Colo Colo
Clausura: Colo Colo
Colômbia
Apertura: Deportivo Pasto
Clausura: Deportivo Cúcuta
Equador
El Nacional
México
Clausura: Pachuca
Apertura: Chivas Guadalajara
Paraguai
Apertura: Libertad
Clausura: Cerro Porteño
Campeão Nacional: Libertad
Peru
Apertura: Alianza Lima
Clausura: Cienciano
Campeão Nacional: Alianza Lima
Uruguai
Clausura: Nacional
Apertura: Danubio
Venezuela
Clausura: Caracas
Apertura: Caracas
Saudações,
Douglas Ceconello.
Leiam esse post, ressuscitado da semana passada:
Acompanhe nessa sexta-feira o programa Por volta do meio-dia, da Rádio da Universidade, da UFRGS, que apresentará um debate sobre futebol sul-americano. Antenor e eu fomos convidados e lá estivemos, armados para representar a ideologia desse sítio.
O apresentador foi o Gustavo "Xinho" Faraon e Leo Ponso também compôs a mesa. Claramente, o programa teria mais uns 45 minutos, mas foi interrompido no momento em que perceberam a nossa intenção de usar todo o tempo restante para falar do Valderrama.
Como o nome indica, o programa vai ao ar em torno das 12 horas.
É só sintonizar o 1080 kHz AM ou acessar o site da Rádio da Universidade.
Então, cada leitor vai se sentir mais íntimo da gente ao ouvir nossas vozes de barítono.
Observem que claramente era uma arapuca para mim, já que a pauta envolvia a dupla Gre-Nal e o convite foi feito antes de Inter x Barcelona.
Agradecemos de coração ao convite. E confesso que tremi quando percebi que voltava a dividir o microfone com o Antenor, e imaginei ali também o Vitor e o Edson. A dupla dinâmica Xinho e Leo ainda tentou me matar de fato ao escolher Piazzolla para encerrar o debate.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Delícias na corte do Rei Pelé
Poucos viveram de forma tão intensa e variada como Pelé. Pegou a Rainha dos Baixinhos, o filho virou traficante, ajudou a elaborar uma lei que arruinou os clubes brasileiros e, além disso, foi o maior jogador de todos os tempos.
Nessa semana, Pelé esteve no México para participar da Conferência Mundial de Futebol e fazer o que melhor sabe: ser Pelé.
Foto: Grosby Group
Saudações,
Douglas Ceconello.
Nesse mês de dezembro, tivemos mais três campeões nacionais definidos, na Venezuela, na Colômbia e na Bolívia. Agora, falta apenas o vencedor do Campeonato Peruano, que será decidido hoje.
Venezuela
O ano futebolístico na Venezuela foi do Caracas, que venceu o Clausura e o Apertura. No torneio que abre a temporada 2006/07, o título chegou de forma heróica. O Unión Maracaibo teve várias chances de garantir a taça, mas empatou nas últimas rodadas e deixou o Caracas aproximar-se.
Na última rodada da competição - disputada em pontos corridos -, justamente quando as duas equipes enfrentaram-se, os caraqueños bateram o Maracaibo por 3 a 1. Os dois times acabaram empatados em pontos, mas o saldo do Caracas foi superior - 15 a 11. A partida decisiva foi jogada em 17 de dezembro no Estádio Brígido Iriarte.
Classificação
1.Caracas FC 36
2.Unión Atlético Maracaibo 36
3.AC Mineros de Guayana 27
4.Deportivo Táchira 25
5.Zamora FC 23
6.Portuguesa FC 23
7.Carabobo FC 21
8.Aragua FC 19
9.Trujillanos FC 14
10.Monagas SC 11
Bolívia
O Jorge Wilstermann venceu o hexagonal final e faturou o Apertura boliviano. Na última rodada, Wilstermann e Real Potosí tinham chances de conquistar o título e fizeram o confronto direto. O Wilstermann podia até empatar, mas venceu por 2 a 1, fez a festa e garantiu seu quarto título nacional.
O jogo que garantiu a taça foi disputado no Estádio Félix Capriles, em Cochabamba, casa do Wilstermann, diante de 35 mil torcedores.
Classificação Hexagonal Final
1.Jorge Wilstermann 21
2.Real Potosí 17
3.Oriente Petrolero 13
4.Universitario (Sucre) 12
5.Blooming 11
6.Bolívar 8
Colômbia
O Deportivo Cúcuta fez história no futebol colombiano. Na mesma temporada em que subiu para a primeira divisão, a equipe ganhou o título nacional. O maior triunfo do Cúcuta remontava a 1964, quando alcançou o vice-campeonato do torneio vencido pelo Millonarios.
O Cúcuta acabou seu grupo em primeiro e enfrentou na final o Tolima, vencedor da outra chave. No primeiro jogo, o Cúcuta venceu por 1 a 0. Na partida decisiva, disputada em 20 de dezembro no Estádio Manuel Murillo Toro, o empate em 1 a 1 garantiu o título do Clausura. A equipe será adversária do Grêmio na fase de grupos da Libertadores 2007.
Grupo A
1.Deportes Tolima 12
2.Atlético Nacional 8
3.Deportivo Pasto 8
4.Boyacá Chicó FC 5
Grupo B
1.Cúcuta Deportivo 10
2.CD Independiente Medellín 9
3.CD Millonarios 9
4.Atlético Huila 7
Final
Primeira partida - 17/12
Cúcuta 1-0 Tolima
Segunda partida - 20/12
Tolima 1-1 Cúcuta
Peru
O título do Campeonato Peruano será decidido hoje entre Alianza Lima e Cienciano, vencedores do Apertura e do Clausura. A primeira partida acabou 1 a 0 para o Cienciano, que agora precisa apenas empatar. Se o time de Lima vencer por um gol, teremos prorrogação e pênaltis. Vitória por dois gols dá o título ao Alianza.
Escalações
Alianza Lima: Forsyth, Salas, Salazar, Arakaki, Pérez, Ciurlizza, Cruzado, Viza (Olcese), Ligüera, Martel, Maestri. T: Gerardo Pelusso.
Cienciano: Ibáñez, Huertas, Lugo, Villalta, Fernández, Torres, Bazalar, De la Haza, García, Mariño, Mostto. T: Julio César Uribe.
Estádio: Alejandro Villanueva.
Árbitro: George Buckley.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Segundo recente pesquisa, Boca Juniors e River Plate detêm esmagadora maioria da torcida na Argentina. No Brasil, Flamengo e Corinthians lideram.
Somando o tamanho das duas torcidas, millonarios e xeneizes representam 73% da preferência dos hinchas. O Boca aparece com 41,5%, enquanto o River tem 31,8%. O terceiro colocado, Independiente, está lá longe, com 4,8%. Depois, vem San Lorenzo (com 3,3%), Racing (3,2%) e Vélez Sarsfield (1,2%).
Juntos, os outros times somam 7,2%. Na Argentina, 6,8% dos entrevistados disseram que não torcem por time algum, índice que no Brasil - o "país do futebol" - alcança 26%. Não preciso dizer que esse percentual é automaticamente repassado ao Flamengo. "Ah, não torces para time algum!? Ok, Flamengo...[marcando um X para o rubro-negro].
Também existe a possibilidade de os 26% de brasileiros não terem entendido a pergunta.
- Para que time tu torces?
- Vatapá!
A pesquisa foi realizada pelo Sistema Nacional de Consumos Culturais da Secretaria dos Meios de Comunicaçãoe ouviu 3051 pessoas. A matéria saiu na Gazeta Esportiva.
No Brasil, em setembro o Datafolha divulgou resultados sobre o tamanho das torcidas. O Flamengo aparece com 15%, enquanto o Corinthians aproxima-se perigosamente e já conta com 13%. Como a margem de erro era de 2 pontos, podemos considerar um empate. Se a pesquisa fosse do Ibope, com margem de 300 pontos percentuais, Flamengo e Esportivo, de Bento Gonçalves, estariam empatados.
Mais abaixo, aparece o São Paulo, com 8%, enquanto o Palmeiras tem 7%. O Vasco conta com 4%, mesmo índice que o Grêmio. Inter, Santos e Cruzeiro têm 3%. Depois, vem o Atlético-MG com 2%, e Fluminense, Botafogo e Bahia têm 1%. Os outros times somam 9%.
A seleção brasileira é o "time" preferido de 3%, um bando de lunáticos.
No Nordeste, o Flamengo aparece com 21% dos eleitores de Lula. No Sudeste, o Coritnhians tem 18%. No Norte e Centro-Oeste, a terceirização rubro-negra atinge 19%, enquanto no Sul o Grêmio aparece com 21% e o Inter com 19%.
Como já disse, a margem de erro é de 2 pontos.
A pesquisa pode ser conferida no site do Datafolha.
Segundo o AIPIM (Associação Institucional para Pesquisas do Impedimento), a maior torcida subterrânea da América do Sul é a do Cobreloa, com 57% de capacetes amarelos, enquanto o maior número de adeptos de time com nome de aviador fica com o Jorge Wilstermann, com 87% Os outros 13%, sem qualquer motive aparente, citaram Bin Laden.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Impedimento deseja aos leitores um Natal cheio de cerveja, consumismo e orgias infinitas.
Leia esse post, ressuscitado da semana passada:
Acompanhe nessa sexta-feira o programa Por volta do meio-dia, da Rádio da Universidade, da UFRGS, que apresentará um debate sobre futebol sul-americano. Antenor e eu fomos convidados e lá estivemos, armados para representar a ideologia desse sítio.
O apresentador foi o Gustavo "Xinho" Faraon e Leo Ponso também compôs a mesa. Claramente, o programa teria mais uns 45 minutos, mas foi interrompido no momento em que perceberam a nossa intenção de usar todo o tempo restante para falar do Valderrama.
Como o nome indica, o programa vai ao ar em torno das 12 horas.
É só sintonizar o 1080 kHz AM ou acessar o site da Rádio da Universidade.
Então, cada leitor vai se sentir mais íntimo da gente ao ouvir nossas vozes de barítono.
Observem que claramente era uma arapuca para mim, já que a pauta envolvia a dupla Gre-Nal e o convite foi feito antes de Inter x Barcelona.
Agradecemos de coração ao convite. E confesso que tremi quando percebi que voltava a dividir o microfone com o Antenor, e imaginei ali também o Vitor e o Edson. A dupla dinâmica Xinho e Leo ainda tentou me matar de fato ao escolher Piazzolla para encerrar o debate.
Saudações,
Douglas Ceconello.
A vitória do Internacional sobre o Barcelona pode ser uma boa oportunidade para um "mea culpa" acerca de nossa mentalidade terceiromundista. Além disso, é uma ótima chance de reflexão sobre a rivalidade grenal.
Sobre o primeiro ponto: Impedimento sempre está certo.
Ou seja, é simplesmente errado considerar as milionárias equipes do futebol europeu como paradigmas imbatíveis da excelência do futebol. Pois não são.
Pontualmente, sobre o confronto da final mundial: Milton Neves fez um selecionado entre os 22 titulares de Inter e Barcelona; dentre os onze escolhidos, apenas Fabiano Eller, Fernandão e Alexandre Pato eram colorados, sendo os oito restantes da equipe catalã.
Considero Eller e Índio muito, mas muito superiores a Puyol e Marquez. Não vejo desvantagem nenhuma entre Edinho e Monteiro frente a Mota e Iniesta. Dentre os laterais dos dois times, o único que me parece jogar algo é Zambrota, mas Ceará comprovou grande competência durante todo o ano, enquanto Beletti não existe. Nas meias estava a superioridade do Barcelona, com Ronaldinho e Deco. No ataque, Iarley vale mais que Gudjohnsen e Giuly juntos, que não são sombra de Eto´o. Sem comentar o esquema tático do Barcelona, um convite ao pega-ratão de Cláudio Duarte - o maior técnico brasileiro.
Essas constatações não são de agora, e muitos tinham e têm a mesma opinião. Mas o incrível é que grande parte dos torcedores e - mais grave - dos profissionais da imprensa esportiva brasileira, entendiam que a distância entre Barcelona e Inter e, afinal, entre o futebol europeu e o sulamericano, era gigantesca - o que é uma leitura completamente errada. O placar está 25 X 21 para nós.
Basicamente, esta é a idéia que fez Impedimento surgir, inicialmente como um programa de rádio de faculdade. Não há sentido algum na sobrevalorização que se costuma fazer do futebol praticado na Europa. Dentro de campo, as coisas não se resolvem pela disparidade entre o euro e o real.
É claro, não se pode errar pelo outro extremo, e considerar que o Barcelona foi uma barbada. Sem dúvida, trata-se de um dos maiores clubes do futebol mundial em estrutura, marketing finanças. Mas seu time não foi superior ao do Inter.
Com isso, vou me encaminhando ao segundo ponto.
Na metade do ano, ouvi muitas pessoas indicando a Libertadores como uma conquista superior à do Mundial. Mas o que aconteceu de entre o início do jogo de domingo em Yokohama, seu desenrolar, e seu desfecho na terça-feira em Porto Alegre, me serve de argumento definitivo para comprovar o contrário. Nada pode ser maior, é a verdade.
Além disso, o mundial é a oportunidade para fazermos de maneira objetiva as comparações entre o nosso futebol e o "futebol ideal de primeira linha" da Europa. Este que leva os jogadores daqui com 17 anos; que esnoba o torneio do Japão para depois lamentar; e que inclusive provoca federações daqui a alterar seus calendários de maneira esdrúxula, para acompanhar as datas européias.
A vitória do Inter nos permite falar, com algum grau de precisão, que o Getafe provavelmente seria goleado pelo XV em Campo Bom. Assim como a vitória do São Paulo sobre o Liverpool em 2005 me leva a crer que o Newcastle teria sérios problemas ao enfrenter o Paulista em Jundiaí.
No âmbito da rivalidade local, me parece que todos só têm a ganhar. O ano de 2006 faz o torcedor colorado valorizar o que antes desprezava no rival. Obviamente, como gremista, preferia ver o Inter voltando de mãos vazias. Mas não posso lamentar a extrema felicidade de amigos e familiares colorados. E não posso deixar de sorrir ao ver a cara de bunda dos "europeus", sobretudo dos "brasileiros europeus", recebendo a medalha de prata.
Até entendo as violentas cornetas coloradas, represadas por anos. E as respostas meio atordoadas dos gremistas. Mas não gosto e nunca gostei destas provocações. É claro, não tentarei mudar o mundo.
Os Beach Boys lançaram "Pet Sounds", e os Beatles lançaram o "Sgt. Peppers" como resposta, com Mcartney dizendo que "Pet Sounds" ainda era seu disco favorito. Ou ao contrário, não lembro exatamente. Prefiro Black Sabbath.
Mas gosto de pensar que agora a disputa se nivelou por cima, como no caso musical citado.
Que Grêmio e Inter, junto com suas grandes torcidas, aproveitarão as particularidades do futebol em um país de economia periférica e se consolidarão como clubes de referência.
Que a disputa será pelo número de mundiais, não de grenais ou gauchões.
E que daqui alguns anos, todo o mundo olhará para essa cidadezinha merreca no canto sul do Brasil, sabendo que ali se joga o maior clássico do planeta.
saudações,
Antenor Savoldi Jr
Chega o final da temporada e começa a famosa caça a reforços para o próximo ano. A maioria dos clubes contrata apenas para agitar o ambiente, desprezando qualquer critério técnico. Outros, como o Juventude, seguem tentando pavimentar o caminho para o rebaixamento.
* Claiton vai sair do Botafogo para o Flamengo. Como todos sabem, qualquer jogador que chega ao futebol carioca deve passar por no mínimo três times antes de trocar de estado.
* Juninho Paulista também foi para o Flamengo jogar fiado e ainda levar uns carrinhos na Libertadores.
* De forma inexplicável, o Cruzeiro quer renovar com o goleiro Fábio. Pela última temporada, deveria emprestá-lo sem qualquer custo ao rival Atlético.
* O Corinthians contratou o Christian, bom centroavante e reforço decente. Resta esperar para ver se dessa vez ele engrena fora do Rio Grande do Sul.
* O Juventude vai contar com três jogadores do Fluminense: Ulisses, Radamés e Juliano. E só tende a piorar, já que o goleiro Fernando Henrique também pode chegar no Jaconi. O arqueiro André iria para as Laranjeiras.
* O Grêmio contratou o zagueiro Teco, do Cruzeiro, sobre o qual não posso me manifestar. Também pode chegar no Olímpico o grande goleiro uruguaio Carini e o zagueiro ex-Boca Schiavi, que se jogar metade do que fazia na Bombonera será excelente reforço. Além disso, o bom lateral Marcão também interessa.
* Escalona foi para o Náutico, provavelmente envolvido em um grande esquema de tráfico de vinhos chilenos para o nordeste brasileiro.
* Fabiano Eller deve ficar no Inter, o que é boa notícia. O volante Fabinho deve voltar ao Santos, o que não é mau negócio. Élder Granja, que ultimamente mais comemora do que joga, afirmou que tem milhares de propostas para sair.
* Vasco e Atlético têm interesse em Athirson, que nas últimas semanas já foi quase contratado por uns 73 times. O volante Germano, ex-Vila Nova, chegou ao Galo. O Vasco deseja o muito bom meia argentino Darío Conca, de 24 anos.
Por enquanto, era isso. Em breve, mais da orgia de tranferências que excita o futebol nacional.
Saudações,
Douglas Ceconello.
O fenômeno não é nada novo. Recentemente, o verificamos na Copa do Mundo, mas agora o assunto é Internacional e, por isso, devoto mais atenção.
Comecei a refletir sobre a desgraça que se tornou a imprensa esportiva logo após a tal propaganda da RBS, em que o pai japonês manda Toshiro “ficar frio”, porque o tremor na cozinha de casa não era mais um terremoto, mas o pessoal do “Cororado” chegando no Japão. Uma peça publicitária que passa por bem-humorada, mas que logo em seguida vem encarreirada de uma série de patrocinadores da cobertura da RBS no Mundial do Japão.
Não vale mais que um parágrafo dizer que as empresas jornalísticas sempre vêem nos eventos esportivos uma grande chance de faturar, principalmente quando a bola que rola é a do futebol, um dos esportes mais massacrados por essa crescente mercantilização da vida. A cada novo patrocinador conquistado, porém, o veículo de comunicação entra num dilema: onde encontrar assunto para preencher espaço entre tantos anunciantes?
Piffero diz que ônibus azul tem a cor da Fifa
São 21h30 de quarta-feira. A Rádio Gaúcha mantém no ar, há mais de uma hora, um advogado colorado, dois supostos humoristas, uma repórter esportiva feminina, um roqueiro gaúcho e um apresentador boçal. Acabam de sortear vagas num café-da-manhã promovido pela RBS para colorados, após longa discussão sobre a melhor denominação a ser dada ao novo atacante do Inter, se Alexandre Pato ou Pato Alexandre. Atônito, ouço que, mais cedo, a rádio chegou a promover uma enquete sobre o tema. Direto de Tóquio, o repórter Sílvio Benfica anuncia o cardápio do seu café recém tomado: ovos e salsicha. Nesse tranco, a Rádio Gaúcha pretende falar de futebol durante toda a madrugada, até a hora do jogo entre Inter e Al-Ahly.
No Portal Terra, a manchete anunciava: “Abel escapa de saia justa”. Antes de começar a me preocupar com um possível abalo psicológica na delegação colorada, tomei o cuidado de clicar na notícia. Numa coletiva de imprensa, uma jornalista falou que Abel estava com cara de sono, logo após a viagem. Nenhuma saia justa, apenas mais uma grande bobagem transformada em lead.
Gremistas, como Humberto Gessinger, aguardam vingança
Em 1983, eu tinha dois anos de idade. Por isso, não tenho capacidade de falar do título gremista em Tóquio, a não ser que o maldigo há 23 anos. Neste tempo, aprendi com meu pai a rebater as flautas tricolores falando que o Hamburgo era um time desinteressado na partida. “Desembarcaram no aeroporto e foram direto pro estádio”, dizia o pai, e eu, criança, imaginava jogadores alemães, fardados, correndo no saguão do aeroporto carregando suas bagagens, atabalhoadamente.
Mas não posso negar que a vitória gremista sempre pareceu gloriosa. Imagino que, em 1983, mesmo com rádio e televisão, os torcedores no Rio Grande do Sul tinham uma vaga idéia do que acontecia no Japão. A própria idéia de uma final no outro lado do mundo já tornava a epopéia tricolor muito mais mística.
Demonstre que seu amor nem a distância diminui
Hoje, o outro lado do mundo está diante de mim, minuto-a-minuto, na tela do computador. O futebol é um grande negócio, para empresas, empresários, federações, clubes e, claro, para a imprensa.
Os jogadores, intencionalmente ou não, acabam jogando o mesmo jogo. Beneficiam-se e, ao mesmo tempo, se perdem nessa onda. Eles, pelo menos, podem marcar um gol de placa, dar um drible ou um carrinho de cinco metros, e se redimirem.
Para a nossa imprensa, com seus incontáveis comentaristas, colunistas, torcedores símbolo e entendidos do assunto, o que sobra?
Nada, não sobra nada.
Por isso, nesta noite que antecede a grande jornada dos 97 anos do Internacional, me sinto um pouco enfastiado de tudo, embora nervoso com a estréia e certo de que ela representará, assim como a conquista da Libertadores, o começo de uma nova era para nós, colorados. E peço, aos jogadores do Inter, que não leiam os jornais gaúchos até a hora do jogo.
Aos nossos cronistas esportivos, recomendo um retorno aos fundamentos do jornalismo: o vaso sanitário eletrônico no Japão não é notícia. A notícia é, e sempre será, a bola.
Texto enviado por Daniel Cassol
Ouso escolher minha seleção dos que desfilaram um melhor futebol pelas canchas sul-americanas no ano de 2006. Me forneçam esse elenco e eu lhes trago a Copa da África do Sul, atuando com o brasão de alguma confederação pirata estampado na manga esquerda do uniforme.
Os critérios de avaliação são claros: jogadores que tiveram um bom desempenho nas duas principais competições do continente e nos principais campeonatos nacionais. Como infelizmente sou privado de assistir a jogos do campeonato boliviano e outros, não adianta um atacante do Jorge Wilstermann ter marcado 302 gols em seis meses que ele não estará no meu time dos sonhos da corrente temporada.
4-4-2, como sempre deveria ser:
GOLEIRO
Bobadilla (Boca Juniors) – Destacou-se principalmente pelo Libertad, apareceu bem na Copa do Mundo e passou para o lado dos xeneizes. No mais, goleiro é uma espécie em extinção.
LATERAL-DIREITO
Reasco (São Paulo, ex-LDU) – Fez um primeiro semestre brilhante. Na segunda metade do ano, não jogou, mas ainda assim ninguém foi melhor que ele na média da temporada.
ZAGUEIROS
Bolívar (Inter) – Certa vez, vi um lateral que não acertava nenhum cruzamento. Meses depois, esse lateral virou o maior zagueiro da América.
Lugano (São Paulo) – Formaria com Bolívar uma zaga impecável. Sou admirador do seu futebol de força e intimidação dos adversários, ainda que não seja um jogador perfeito. Nada paga o hábito de sussurrar "la muerte" no ouvido das borboletas de plantão.
LATERAL-ESQUERDO
Jorge Wagner (Inter) – Foi imprescindível na caminhada do Inter na Libertadores. Habilidoso e dono de uma bola parada mortal, não pipocou como em outras oportunidades.
VOLANTES
Gago (Boca Juniors) – Teve um primeiro semestre de luxo. No segundo, confesso que não acompanhei muito, mas fica o registro.
Tinga (Inter) – escalo ele na segunda função e confesso que o time pode ficar muito faceiro. Seria um jogador completo se tivesse maior poder de conclusão. Ainda assim, foi o motor colorado até o final da Libertadores
MEIAS
Fernández (Colo Colo) – Jogou como um desgraçado da Sul-Americana. No geral, foi o armador que mais me chamou a atenção em 2006.
Fernandão (Inter) – Após um começo de temporada abaixo do esperado, alcançou um patamar de atuação invejável, aliando a qualidade técnica à liderança e ao poder de definição. Ah, e começou a bater também, o que sempre deve ser elogiado.
ATACANTES
Palacio (Boca Juniors) – um demônio, jogou como uma patrola durante o ano inteiro, levando o Boca a partidas fulminantes, como nos dois jogos da Recopa e em momentos cabais do Campeonato Argentino.
Suazo (Colo Colo) – Brando Suazo foi infernal na Sul-Americana, provando que é possível ser gordo, amado e bom de bola. Gols decisivos em momentos decisivos, tudo que se exige de um centroavante.
TÉCNICO
Alfio Coco Basile – pelo conjunto da obra. Mas deixo uma menção honrosa a Simeone, que levou o Estudiante bem longe, e a Mano Menezes, que fez milagre no Grêmio.
TROFÉU SIMÓN BOLÍVAR
Rafael Sobis (Inter) – É claro que não esqueceria do vizinho de Savoldi, o maior e mais colorado atacante dos últimos 27 anos. No livro sobre a conquista da Libertadores - de terríveis redação e revisão, diga-se -, Chico Fraga, treinador de bola parada do Inter, disse que Sobis havia comentado, referindo-se ao primeiro jogo da final: “Eles podem me quebrar todinho que não vão conseguir nos vencer”. Rei.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Eu, Douglas e Vitor - provavelmente junto com vários de vocês que acessam o Impedimento -, sofremos e ainda estamos sofrendo muito com a repentina perda de um grande amigo.
Aqui costumamos debater futebol, a principal das coisas menos importantes da vida. Chegamos até a levar a sério. Depois de mais de um ano sem gravações para o formato rádio, o Impedimento passou a existir como um blog do Insanus através do convite e com o incentivo
dado pelo Gabriel. É claro, isso é um detalhe menor. Mas é uma amostra da postura sempre positiva que ele espalhava, até com um simples aperto de mão e o sorriso permanente no rosto.
Num momento como esse, só nos resta buscar consolo no ânimo e na alegria que nosso amigo sempre trouxe, e vai continuar trazendo. E esperar que essa dor terrível e inesperada transforme todos nós, de alguma maneira, em pessoas melhores.
Abraço e obrigado a todos.
Antenor Savoldi Junior
Douglas Cecconello
Vitor Vecchi
A relação entre clubes e imprensa sempre teve seus problemas. Quando a culpa por algum fracasso em campo é colocada na imprensa, geralmente não corresponde à verdade. Ainda assim, se fosse necessário apontar qual dos dois é mais importante nessa relação, não tenho grandes dúvidas de que os clubes são praticamente a galinha dos ovos de ouro dos meios de comunicação. Falo sobre isso devido às declarações do jornalista Davi Coimbra em um programa de debates esportivos, no último domingo, na TV COM.
Recapitulando: naquele programa, o técnico Mano Menezes foi entrevistado durante os primeiros blocos. Questionado sobre possíveis problemas na sua relação com o craque Anderson durante 2005, explicou com clareza sua posição. Basicamente, alertou que não podia deixar toda a responsabilidade com o garoto, e ao mesmo tempo desmobilizar os demais jogadores. Lembrou também que, na reta final da série B passada, o jogador não tinha as mínimas condições de atuar na maior parte dos jogos, já que havia voltado em uma cadeira de rodas do campeonato mundial com a seleção de base.
O técnico também explicitou sua discordância com Davi Coimbra, que disse em determinado momento do ano passado que Anderson seria titular do Grêmio mesmo se chegasse todo o dia às 4 horas da manhã - na época, circulavam rumores acerca dos festejos noturnos do atleta. Nos blocos seguintes, já sem o técnico, o fato rendeu uma corneta do colega de mesa Nando Gross: "Quero ver agora quem tu vai mandar dormir às quatro, Davi..."
Até aí tudo bem. Já na parte final do programa, Coimbra ocupou seu espaço para uma espécie de manifesto. Comentou que um dirigente do Grêmio, em visita à Zero Hora - onde o jornalista é editor de esportes -, havia criticado uma série de reportagens veiculadas nas últimas semanas acerca da violência nos estádios. O dirigente temia o esvaziamento do público.
Quanto a isso, concordo que a intervenção de dirigentes na imprensa é lamentável. No entanto, esta mesma imprensa contrata dirigentes como comentaristas.
Expondo o caso, Davi Coimbra fez questão de dizer que não deve satisfação a nenhum clube, a não ser "à RBS, aos leitores e ao jornalismo". E foi além, aparentemente transtornado. Falou que havia praticado o jornalismo em diferentes editorias, e que se o Grêmio e o Inter fechassem as portas amanhã, estaria "pouco se lixando". Exerceria o jornalismo em outra vertente.
Considero Coimbra um jornalista esportivo acima da média nacional, seja esta média boa ou ruim. Sempre gostei de seus textos e, mesmo discordando em alguns casos, acho seus argumentos em geral coerentes. Mas neste caso, sou obrigado a discordar frontalmente.
Não tenho dúvida que, às vezes, a imprensa realmente tem influência em resultados de uma equipe. No primeiro parágrafo, disse que isso "geralmente" não acontece. No entanto, o caso clássico das "ovelinhas de Tite" está aí para provar o contrário. Aos desavisados: em 2003, uma ligação de celular mal-interrompida acabou por gravar dirigentes gremistas em uma reunião, criticando possíveis "protegidos" do técnico. Conforme foi divulgado pela empresa depois, uma reunião de cúpula entre responsáveis pelos veículos da RBS optou por publicar imediatamente o material. Como se podia prever, o racha provocado em toda a estrutura de futebol do clube eliminou-o da Libertadores, desempregou o técnico e quase levou o time ao rebaixamento naquele ano. Isso é subjetivo? Não me parece. Evoco esta lembrança para dizer que, desde então, não culpo dirigente nenhum por peitar a imprensa na tentativa de evitar prejuízos ao seu clube.
Não podemos esquecer que a totalidade destes "leitores" para quem o jornalista disse dever satisfações, são torcedores. Não tenho dúvida alguma que, sem a dupla Grenal, as empresas de comunicação gaúchas estariam muito próximas da falência, ou teriam uma grotesca queda em seus rendimentos.
Confiem em mim.
Antenor Savoldi Jr
impedimento@gmail.com
Vejo com maus olhos os recentes processos eleitorais em Inter e Grêmio. Mesmo que ambas gestões tenham sido vitoriosas em seus objetivos, é dever da oposição contestar. Quando isso não acontece, bem, a saúde administrativa do clubes tende a deteriorar-se.
Digo isso porque é obrigação das alas oposicionistas participarem dos pleitos. Por interesse do clube, que garantem um agente investigador atuante, mas também para que os quadros com diferentes visões políticas não sumam pela omissão e acabem tornando o clube um império de apenas um movimento, como a lamentável influência de Asmuz e da família Záchia no Beira-Rio durante os anos 80 - que ocorre até hoje, mas em menor grau.
Tanto Paulo Odone quanto Vitório Píffero foram aclamados nos conselhos de Grêmio e Inter. Venceriam a eleição fácil, se ela acontecesse, mas teriam mais legitimidade para seguirem como supremos mandatários da dupla.
No Grêmio, ninguém conseguiria rebater o argumento de "assumi o clube na Segunda Divisão, coloquei de volta na Primeira. No outro ano, fomos campeões gaúcho e voltamos à Libertadores". Já no Inter, bem, seria mais difícil ainda bater o candidato de uma gestão que conquistou o título mais cobiçado pelos colorados.
Ainda assim, a oposição deveria estar presente. Nem que fosse para perguntar, no caso do Grêmio, sobre a crise financeira que o clube atravessa e as possíveis soluções para por fim à situação. Também a contratação de atletas de categoria duvidosa poderia ser trazida à baila.
No caso de Inter, sobre a relação com empresários, que acabou trazendo ao Beira-Rio jogadores sem qualquer qualidade, ou ainda a respeito do desmanche do time após a Libertadores ou à negociação prévia dos direitos federativos de Rafael Sóbis, que acabou deixando o clube com apenas 25% do montante final. Se não por isso, para encher o saco e incomodar já estava bom. Fato é que a oposição deveria marcar presença.
Essa aparente preguiça não se reflete nos conselhos dos clubes. A eleição para a renovação de 150 vagas na casa colorada está sendo uma tremenda confusão. O pleito estava marcado para sábado, mas a CBF passou o jogo do Inter para esse dia, já que a delegação viaja ao Japão três dias depois.
A oposição suspeita que se trata de uma jogada política para inibir sua atuação: como o futebol do clube está bem, há o temor da reação da torcida contra aqueles que se opõem a Fernando Carvalho. Se foi a intenção da situação, ontem o tiro saiu pela culatra, pois a Polícia Militar afirmou que não tem condições de garantir a segurança para os dois eventos simultâneos - jogo e eleições. Algo até engraçado para quem está acostumado a atuar em clássicos.
Existe a possibilidade de que a escolha dos novos conselheiros aconteça em 9 de dezembro, com o time no Japão, o que seria lamentável. O presidente do conselho, Pedro Paulo Záchia, disse que é medida não é política, assim como eu posso dizer que Michel é maior que Francescoli.
No Grêmio, a coisa assumiu ares de faroeste. O conselheiro Marco Antônio Souza afirmou que vem recebendo ameaças de morte ligadas a outros quadros da casa deliberativa do clube. Ele sempre foi conhecido por suas posições fortes, principalmente na investigação do caso ISL, quando participou de uma comissão para averiguar as negociações do clube com a empresa. Parece que durante a parceria dirigentes do Grêmio teriam cometido atos ilícitos, entre eles desvio de dinheiro.
Coerente com suas posições, Souza renunciou essa semana. Ontem à noite, afirmou que vem recebendo ameaças de morte, que um conhecido conselheiro teria lhe dito "não mexe nesse assunto porque ele é fétido. Qualquer dia uma bala perdida pode te acertar". Marco Antônio Souza disse que fez um "seguro de vida": um dossiê falando barbaridades, "muito pior do que aquilo que apareceu", segundo ele. O documento estaria espalhado em quatro lugares diferentes e será distribuído se algo acontecer a ele.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Tem que dar de relho nessa gente. Agora estão tentando me convencer que Ronaldinho marcou o gol mais bonito da história dos gols mais geniais de toda a trajetória do futebol. Desafiamos o leitor com uma enquete.
Quando vi o lance, pensei: "que filho da puta! golaço", mas depois comecei a ouvir que se tratava do maior feito esportivo de todos os tempos.
Foi um golaço, sem dúvida, mas não está nem entre os mais bonitos do próprio Ronaldinho. Aquela balela do "vejam como ele girou o corpo no ar" é a maior prova de que nenhum cronista brasileiro jamais chutou uma bola.
Quem já jogou futebol algumas vezes sabe que aquele movimento acontece ao natural, portanto não teve a mão de ZEUS ajustando o corpo do iluminado filho da dona Miguelina no ar. Achei o lance até plasticamente poluído, com o jogador encolhido para finalizar.
Veja aqui e ouse me contrariar.
E o gol de Nenê, do Santa Cruz, foi muito mais bonito.
Fiquem à vontade para votar nos comentários. Mas votem certo.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Achamos melhor redefinir o mapa do futebol mundial. Confira os gráficos.
Veja como essa divisão é límpida em nossas mentes. Importante ressaltar que os pontos amarelos representam focos de resistência em Nápoles, Madagascar e Petropavlovsk. Há ainda uma balsa que se desloca para as Filipinas com o objetivo de resolver pendências envolvendo o comércio de arroz.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Faltando três rodadas para o final da Série C do Brasileiro, o Criciúma já garantiu a sua vaga e o Ipatinga está praticamente classificado. O Vitória está próximo do ascenso, enquanto Ferroviário e Barueri brigam pelo último posto.
O inferno arde para Bahia, Brasil e Treze. A equipe de Pelotas foi a primeira a dar adeus à possibilidade de subir para a Segunda Divisão. E eu já estava imaginando uma campanha fantástica e surpreendente na Primeira em 2008.
O Bahia conseguiu um resultado expressivo ontem, quando perdeu de 7 a 2 para o Ferroviário. Já o Treze, que apanhou de 4 a 2 para o Vitória, está passando maus bocados. Após o jogo, torcedores queimaram a bandeira do clube. Ainda no primeiro tempo, quando o time de Campina Grande estava perdendo por 3 a 0, parte do público presente no Ernani Sátiro (melhor nome) já queria escalpelar os jogadores.
Vejo com muita alegria a subida do Criciúma e prevejo um futuro negro de carvão para os seus adversários. Além disso, acredito que o Heriberto Hülse deva ser a primeira opção em termos de estádio caso se confirme essa farsa de Copa do Mundo no Brasil.
Imaginem a torcida da Alemanha espremida naquele canto onde o Criciúma costuma colocar os adversários, perto da bandeira de escanteio.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Classificação
1º Criciúma 26
2º Ipatinga 22
3º Vitória 19
4º Ferroviário-CE 16
5º Barueri 14
6º Brasil 10
Treze 10
Bahia 10
Partidas que faltam
12ª rodada
Bahia-BA x Treze-PB
Vitória-BA x Ferroviário-CE
Ipatinga-MG x Criciúma-SC
Barueri-SP x Brasil-RS
13ª rodada
Brasil-RS x Bahia-BA
Criciúma-SC x Vitória-BA
Ferroviário-CE x Ipatinga-MG
Treze-PB x Barueri-SP
14ª rodada
Bahia-BA x Criciúma-SC
Vitória-BA x Brasil-RS
Ipatinga-MG x Treze-PB
Barueri-SP x Ferroviário-CE
É incompreensível para qualquer torcedor de outro time, qualquer torcedor razoável, mesmo pessoas que apenas tenham alguma noção futebolística ou ainda uma mera, remota, digamos, uma tênue decência que Eurico Miranda ainda seja presidente de um clube da primeira divisão. Mas ele continuará à frente do Vasco. Nesta segunda-feira, com 1.848 votos, os sócios do clube sacramentaram novo mandato, que vai durar até 2009.
Mais incompreensível se torna entender a relação entre Eurico e Vasco quando se vê o derrotado. Roberto Dinamite, maior ídolo da história do clube, perdeu a segunda eleição consecutiva para Eurico. Não bastasse o fracasso, torcedores aliados do presidente reeleito xingaram o ex-ídolo na votação. Treze anos desde o último jogo da carreira de Dinamite bastaram para que o esquecessem. Alguns, que gritavam seu nome com mais força do que os dos outros jogadores (sabíamos todos que os times do Vasco sempre eram ruins, mas nele, em Roberto, podíamos confiar), agora preferem aplaudir Eurico. Questão de gosto.
Mas o nefasto, a despeito de tudo, das mutretagens, tem vantagens que Roberto ainda não conseguiu – e talvez nunca consiga – superar. A força que sustenta Eurico é praticamente centenária dentro do Vasco. Faz parte das particularidades de um clube com raízes na colônia portuguesa. Há muito tempo os portugueses e seus descendentes são minoria entre a torcida, mas são também boa parte dos sócios beneméritos, com direito a voto. Algumas décadas atrás uma nova força política surgiu no clube com torcedores de fora da colônia, a qual Eurico representa. Nos anos 70 e 80 as duas forças se enfrentaram em eleições, mas há vinte e um anos ocorreu uma aliança. Eurico se tornou vice do presidente Antonio Soares Calçada, que na verdade não passou de uma rainha da Inglaterra, já que o outro mandava. Em 97, Eurico se tornou presidente de fato e desde então vem se reelegendo sem problemas.
A eleição também é influenciada pelo formato de votação, em que menos de quatro mil sócios puderam participar. É um colégio eleitoral elitista e dominado pelas forças mais tradicionais do clube.
Além do mais, há de se notar que, por baixo da arrogância, Eurico tem a mostrar um bom currículo como dirigente. Os últimos vinte anos são os mais vitoriosos da história do Vasco, que ganhou três títulos brasileiros, uma Libertadores, uma Mercosul e sete cariocas. Também passou pela vexatória façanha de perder duas finais de Mundial, o de verdade, em Tóquio, para o Real Madrid, e aquele outro, que não valeu, para o Corinthians. Mas no fim das contas representa mais ou menos a quantidade que havia vencido nos cinqüenta anos anteriores. Nos últimos anos o clube havia voltado à mediocridade, mas quase do nada Renato tirou da cartola um bom esquema de jogo e o Vasco, mesmo limitado para fazer frente ao São Paulo ou Inter, é, junto com o Grêmio, a boa surpresa do campeonato.
Essa deve ser a parte em que se lembra que ele também é o mal encarnado no futebol, manipulador de regulamentos, espertalhão, etc. Ok, é tudo isso. Só que toda a manipulação, esperteza, etc, foi feita a favor do Vasco. E, tão importante, ninguém rapinou o Vasco como fizeram com o Inter no Zveitão 2005. Além do mais, 99% das artimanhas dele seriam evitadas se os dirigentes se dessem ao trabalho de ler os regulamentos que aprovaram. Ele se dá.
Alexandre Rodrigues
A presença de britânicos, australianos, portugueses, franceses e alemães entre os últimos 50 acessos de Impedimento mostra a eficaz criação de focos de resistência em territórios inimigos. A todos foi recomendado que entrem nus nos principais jogos dos campeonatos nacionais, empunhando uma bandeira do Estudiantes e mascando folhas de coca.
É claro que não acreditarei quando me disserem que são amigos presentes em diversos lugares do mundo que ficaram curiosos como a apresentação no novo template.
Além deles, tivemos duas pessoas de Santiago e outra de Concepción, no Chile. Há ainda um forte núcleo de Canoas e outro malandro de Capão da Canoa, que deve estar tomando batida de maracujá.
São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Distrito Federal, Goiás e Pernambuco estão presentes, bem como as cidades gaúchas de Marau e, claro, Cachoeirinha.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Contrariando a feiúra gráfica da imprensa mundial, Impedimento apresenta-se em belos trajes sumários de verão. Dessa forma, credencia-se como o único veículo com capacidade e atributos estéticos suficientes para cobrir a copa de 2010.
A melhoria só foi possível graças à presteza e à sabedoria do notório artista Bruno Galera, a quem agradecemos. O pagamento será feito com parte das arrecadações obtidas no mercado do peixe.
A modificação do template, indiscutivelmente melhor, faz parte de uma revolução em permanente gestação nos corredores da nossa sede, com único propósito de desmascarar a farsa do futebol Europeu, ao mesmo tempo em que empurramos os sul-americanos para o merecido topo do mundo. Temos todos os passos definidos para alcançar o lugar que nos é roubado diariamente.
Paradoxalmente, queremos retornar às origens. Para isso, teremos novo ímpeto na cobertura dos campeonatos nacionais da América Latina, da Patagônia até onde os atacantes usarem bandanas. Também aumentaremos a intolerância com Ceni e Robinho, e a ideologia que representam. Xingaremos ao menos um cronista carioca por dia.
É nossa intenção, ainda, aumentar a família e contar com contribuições daqueles que choram quando lembram de Usuriaga e estejam dispostos a ter o dedo mínimo cortado quando da entrega do primeiro texto. No entanto, devemos reafirmar que opiniões contrárias às nossas e referências a europeus não só continuam expressamente proibidas como passarão a ser punidas fisicamente.
Cada comentarista deverá deixar nome, endereço e caução. Os comentários podem ser feitos após depósito bancário no valor de RS 5,00.
Toda nudez será castigada, exceto a das modelos que enviarem fotos.
Fotos nossas serão freqüentes e devem ser elogiadas.
A redação
Na esperança de ter mais sucesso clubístico que o ídolo, Renan quebrou o recorde de invencibilidade de um goleiro colorado em campeonatos nacionais, até então ostentado por Taffarel.
Já faz oito jogos que o jovem arqueiro não vê suas redes balançarem. Antes dele, Taffarel havia ficado sete jogos e 72 minutos sem sofrer gols, na Copa União de 1987. A marca mais expressiva, no entanto, ainda é de Gainete, que ficou invicto em 1202 minutos (quase 14 jogos), lá em 1970.
Aproveito a oportunidade para dizer mais uma vez que o alemão Taffarel é superestimado na histórica colorada. Na Seleção Brasileira, foi o maior de todos. No Inter, não passou de um bom goleiro. Tudo bem que aquela equipe não era um primor, mas não levantar nem um Gauchão é inadmissível. E mais lamentável ainda é o fato de tremer em grenais. Uma vez chegou ao cúmulo de jogar a bola para as redes ao tentar recolocá-la em jogo.
Como se não bastasse, fundou no Beira Rio uma escola de goleiros que não conta com a minha aprovação. Tanto que os melhores arqueiros que jogaram depois dele vieram de fora. O nome "João Gabriel", por exemplo, até hoje me causa calafrios, embora eu tenha a obrigação moral de fazer a ressalva de que no desespero de 2002 foi ele quem segurou as pontas.
Por isso, defendo que o maior camisa 1 que vi jogar no Inter foi o Gato Fernandez. O segundo lugar em importância pertence ao às vezes frangueiro, mas sempre boa gente, Clemer. Taffarel ocupa apenas o terceiro posto. Não tenho nada contra ele, acho um cara digno e decente, até simpatizo, mas não posso brigar com os fatos.
Voltando à atualidade, entendo ainda que Clemer deva ser o titular para o Mundial de Clubes, e não me pergutem os motivos. Eu não consigo dar uma justificativa racional. Mas uma voz - talvez Manga, de Miami, pelo Skype - me disse: "o Clemer deve jogar no Japão". Porém, entendo que ele deveria aposentar-se no final dessa temporada, sair por cima, como campeão da América. Dessa forma, abriria o lugar para Renan, que está pedindo passagem.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Enquanto o Britannia, atual campeão, só pensa em ficar entre os 4 classificados, o Racing Club vai abrindo caminho com uma campanha invejável no Arubão 2006-07. Com 5 vitórias em 5 jogos, o time da cidade de Solito já abre 5 pontos de vantagem sobre o Estrella e o Britannia, segundos colocados. Embalado pela vitória sobre o Dakota por 1 a 0, no clássico da província de Oranjestad, o expresso Azul e Branco enche de esperança a torcida, que espera desde 2001 na fila.
Racing lidera o Arubão
Vale lembrar – como se alguém não soubesse - que na primeira fase os 10 times jogam em turno e returno, todos contra todos. Os quatro primeiros avançam à fase final, onde se enfrentam novamente em turno e returno. Os dois piores colocados são rebaixados para a segundona.
Confira a classificação de momento da Division de Honer:
1.Racing Club Aruba - 15
2.Britannia - 10
3. Estrella - 10
4. Deportivo Nacional - 8
5. Dakota - 7
6. Independiente - 7
7. Jong Aruba -7
8. La Fama - 4
9. Juventud Tanki - 1
10. Caiquetio - 1
Colaboração do mestre Eduardo Menezes.
O que não faz o desespero. Um empresário pagou uma nota preta para publicar no jornal O Globo uma carta aberta ao treinador do Fluminense.
O cara pagou R$ 55 mil para exigir a escalação que entende mais adequada. Apesar de achar que o dinheiro poderia ser usado para pintar as Laranjeiras, vejo méritos na atitude. Primeiro, por cornetear Lenny; depois, por representar a agonia da torcida tricolor, que conhece bem o que é disputar as divisões inferiores.
No entanto, devo dizer que desejo o rebaixamento do Fluminense, para que ele suba no campo e não através dessa putaria política que é a CBF.
Devo acrescentar ainda que aquele pseudônimo é muito travesti. Sheila Candiogo parece nome de personagens daquela drag queen conhecida como Almodóvar.
Justamente para me torturar e obrigar a ver seus filmes, ele coloca aquela diaba da Penélope Cruz. Resistirei.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Vamos aos palpites infalíveis, claramente prejudicados pelo desconhecimento dos resultados de hoje à noite.
1 - FLUMINENSE/RJ 1 x 1 CRUZEIRO/MG
Os cariocas estão numa fase lamentável, mas jogam a morrer. O Cruzeiro mantém uma ponta de esperança de chegar à Libertadores. Empate afunda os dois, mas é o mais provável.
2 - PALMEIRAS/SP 1 x 2 BOTAFOGO/RJ
Botafogo vence para colocar mais lenha nessa fogueira do rebaixamento, que queima os incautos e leva para o inferno as defesas mais vazadas.
3 - GOIÁS/GO 0 x 2 SÃO PAULO/SP
Jogo para confirmar o título. Festa tricolor para comemorar o tetra no Serra Dourada.
4 - ATLÉTICO/PR 2 x 1 GRÊMIO/RS
O Grêmio não se dá bem na Arena e o Atlético está a fim de subir na tabela. Jogo duro, mas creio que a vitória será paranaense.
5 - PONTE PRETA/SP 3 x 2 FLAMENGO/RJ
Ponte Preta joga a vida, o Flamengo não está muito interessado. Vitória dramática para começar a salvar a equipe campineira.
6 - SANTOS/SP 1 x 0 PARANÁ/PR
O time de Luxemburgo precisa vencer para não deixar a vaga na Libertadores escapar. O Paraná também, mas é fato que esse vai entregar para o Vasco.
7 - SANTA CRUZ/PE 0 x 1 SÃO CAETANO/SP
Fazer essa aposta me dói no coração, gostaria que o falecido Santa Cruz assombrasse a casa do São Caetano. Mas não sei, esse time dos diabos não está se entregando fácil.
8 - CORITIBA/PR 2 x 2 ATLÉTICO/MG
Dessa vez os jogadores do Coritiba não vão apanhar no aeroporto, pois o jogo é em casa.
9 - VILA NOVA/GO 2 x 0 PAYSANDU/PA
Sei lá que diabos eu marco nesse jogo. Vitória caseira é sempre o mais provável.
10 - AVAÍ/SC 1 x 1 NÁUTICO/PE
Os catarinenses não têm mais o que fazer no campeonato, mas conto com a ajuda deles para começar a derrocada do Náutico.
11 - GUARANI/SP 1 x 2 AMÉRICA/RN
América está enlouquecido para subir e vai matar o desesperado Guarani nos contragolpes.
12 - VASCO DA GAMA/RJ 3 x 1 JUVENTUDE/RS
Vasco briga pela vaga na Libertadores e começará a se distanciar do Paraná, apesar desse time do Juventude ser chato e imprevisível.
13 - INTERNACIONAL/RS 2 x 0 FORTALEZA/CE
Vitória para encerrar o interesse vermelho no campeonato, já que o São Paulo comemora o título nessa mesma rodada.
14 - FIGUEIRENSE/SC 2 x 1 CORINTHIANS/SP
O Corinthians ganhou cinco seguidas, acho que a série pára por aí. O Figueirense não contará com o Homem Gato, mas vencerá.
Não tenho nada mais a declarar no momento, a não ser que espero ter atendida minha expectativa de fazer ao menos 13 acertos nessa temporada.
Piquete em frente às casas lotéricas já!
Saudações,
Douglas Ceconello.
O adeus uruguaio ao goleador das Américas.
Um multidão de carboneros - torcedores, dirigentes e ex-companheiros - e demais uruguaios acompanharam, ontem, o enterro de Alberto Spencer, o maior goleador da Copa Libertadores e um dos nomes mais expressivos do futebol sul-americano e do Peñarol. O velório aconteceu no Palácio Gastón Guelfi e o enterro foi realizado no cemitério Parque del Recuerdo, em um clima profundamente emotivo.
Dentre tudo que foi dito, as palavras do ex-presidente carbonero Julio Sanguinetti expressam bem o que o artilheiro significava. "Spencer honró con su gloriosa actuación deportiva a Peñarol. Honró a las dos patrias que tuvo en su corazón y en su vida. Era el goleador, el que daba vuelta los partidos, no lo podemos comparar a ninguno de los grandes de su tiempo, ni después", disse Sanguinetti.
Segunda-feira, centenas de pessoas formaram filas no estádio Voltaire Paladines Polo para o adeus do Equador a Spencer, em Guayaquil. O presidente do Barcelona, Galo Roggiero, disse que irá sugerir à direção do Peñarol a realização de um amistoso entre as equipes em "tributo a la memoria de Spencer". O jogo também serviria para levantar fundos para o família do jogador, qua atualmente passa por dificuldades.
Despedida de Spencer no Equador
Outros dirigentes esportivos anunciaram que o estádio Isidro Romero Carbo, o Monumental, do Barcelona, levará o nome do goleador, assim como outra praça, a Modelo, também de Guayaquil, que é utilizada para diversos esportes.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Não discuto a contribuição dessa "nova geração" de torcidas como a Geral do Grêmio e a Popular do Inter para os seus times. Naquelas quartas-feiras chuvosas, 10 horas da noite, elas carregam nas costas o estádio inteiro e preenchem no grito os espaços vazios das arquibancadas. No entanto, fico me perguntando sobre a atuação dessas torcidas em jogos de casa lotada.
Pouca coisa no futebol é mais importante do que o grito da torcida quando um time está atrás no marcador, sobretudo em clássico. Assim, o que se esperava quando Iarley abriu o placar do Gre-nal era que os mais de 30 mil gremistas presentes empurrassem o tricolor, no mínimo, ao empate. Mas, ao contrário, o que se viu foi um arrefecimento da massa.
Consigo encontrar dois argumentos para tentar explicar o acontecido. Um deles é o de que nenhuma torcida é capaz de apoiar de verdade quando seu time está jogando mal. O outro, mais razoável, dá conta de uma questão bastante estranha.
O verdadeiro grito capaz de impulsionar um time não tem origem na razão. O sujeito simplesmente se levanta, enlouquecido, vira pra trás e, sacudindo os braços como uma forma de ordenar que o resto do povo o acompanhe, começa a berrar. Ele é puramente instintivo e, acredito, é por isso que o time responde dentro do campo.
Mas qual a chance de um sujeito, inflamado pelo carrinho vencedor do seu zagueiro ou por um escanteio conquistado, levantar de sua cadeira e começar a berrar enlouquecidamente "vou torcer pro Grêmio bebendo vinho, e o Mundial é o meu caminho"? Qual a chance de isso acontecer? Ein, ein? Nenhuma, eu respondo.
Dentre todas as mudanças que essas torcidas trouxeram, e no caso posso falar do Grêmio porque freqüento o Olímpico, a pior delas sem dúvida foi a extinção dos gritos mais simples e, diria, eficientes, que são também os mais tradicionais. Isso acabou fazendo com que grandes setores do estádio ficassem simplesmente impossibilitados de participar do jogo. Por vezes, é possível testemunhar tentativas constrangedoras de gente buscando emplacar o bom e velho "olê olê olê olê, Grêmiô, Grêmiô". Outro grito de que lembro com saudosismo é o "Grêmiô" antecedido por sete assovios, mas este também está morto e enterrado.
E se de um lado é difícil para o torcedor comum acompanhar essas novas músicas, de outro a Geral não costuma seguir os cantos originados fora dela. Assim, parece que foi-se o tempo em que o público do estádio lotado gritava em uníssono, e junto com ele os efeitos estimulantes que esse grito de 50 mil provocava no time.
Cabe a pergunta: qual o sentido de abdicar dos tradicionais gritos de guerra?
Espero que estas novas torcidas não padeçam da tradicional síndrome do fã abandonado, que acredita que bom mesmo era quando ninguém conhecia as músicas da banda favorita, etc. Com a popularidade e a força que ganharam, veio junto uma nova responsabilidade, e acho que ela não é apenas de apoiar o time incondicionalmente, mas garantir que todos os torcedores que vão ao campo também possam fazê-lo. E isso passa obrigatoriamente pela adoção de cantos que não precisem ser decorados e ensaiados com antecedência.
Texto enviado por Gustavo "Xinho" Faraon.
Como de costume, o futebol carioca começa a semana com um assalto.
Dessa vez a vítima foi o Fluminense, que teve sua sede invadida por uns maloqueiros. Eles levaram um carro e mais uns pilas, R$ 1,5 mil se não estou enganado. Para piorar a situação, PC Gusmão está garantido como técnico.
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Depois de fazer um passeio na Europa, Carlos Alberto voltou ao Brasil, mas não se apresentou ao Corinthians. Dentro de campo, o time parece não estar sentido: já são quatro vitórias seguidas. Leão dá graças a Deus.
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Marcos não teve um bom retorno ao gol do Palmeiras. Falhou em um dos gols na derrota para o Paraná. O pentacampeão foi um dos melhores goleiros que vi atuar, mas isso não era hora para sacar Diego Cavalieri, que vinha salvando a pátria.
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Ao contrário de jornadas anteriores, não reclamarei da arbitragem. Houve pênalti para o Corinthians e teve ainda outro, não marcado. Na vitória do São Paulo, o gol santista foi bem anulado. Tudo bem, Lenílson deveria ser expulso, mas parece que ele foi rápido o suficiente para que ninguém percebesse.
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Ponte Preta avacalhando tudo. Empata com o São Paulo e perde para o infame São Caetano. Ainda assim, abraçarei a causa campineira nesse final de campeonato.
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Saudações,
Douglas Ceconello.
Se vai um dos imortais do futebol sul-americano
Ontem pela manhã morreu Alberto Spencer, o maior nome do futebol equatoriano e um dos grandes ídolos do Peñarol na década de 1960. Nascido em 1939, no povoado mineiro de Ancón, ao 14 anos partia para Guayaquil para mostrar seu talento. Passou pelo Deportivo Everest (1955 a 1958) e depois foi para o Barcelona local.
Em 1959, chegou ao Peñarol, onde ganhou absolutamente tudo. Foi campeão uruguaio por oito vezes consecutivas, de 1959 a 1968. Por três vezes levantou a Libertadores, em 1960, 61 e 66, sendo campeão do mundo em 1961 e 1966. É o maior artilheiro da Copa, com 54 gols. Em 1971, foi campeão equatoriano com o Barcelona.
Suas estatísticas são absurdas. Pelo Everest, marcou 101 gols; no Peñarol, 326. autando pelo Barcelona, foram 18. Jogou por duas seleções. Com o Uruguai, que defendia apenas em amistosos, anotou um gol. Pelo Equador, foram 4.
No Peñarol fez parte de uma das maiores equipes de futebol de todos os tempos. No mínimo igual ao Santos, certamente superior ao Botafogo, por exemplo.
Em 1960, a primeira Libertadores, conquistada diante do Olímpia com uma vitória de 1 a 0 e um empate em 1 a 1, que tinha a seguinte escalação:
Maidana, W.Martínez, Salvador, Pino, Gonçálvez, Aguerre, Cubilla, Linazza, Spencer (Hohberg), Griecco, Borges.
Em 1961, o bicampeonato diante do Palmeiras, também vitória de 1 a 0 e empate de 1 a 1, com essa formação:
Maidana, W.Martínez, Cano, E.González, Matosas, Aguerre, Cubilla, Ledesma, Sasía, Spencer, Joya.
E em 1966, a terceira Libertadores, contra o River Plate, vitórias de 2 a 0 e 4 a 2:
Mazurkiewicz, Lezcano, Díaz, Forlán, Gonçálvez, Caetano, Abbadie, Rocha, Spencer, Cortés, Joya.
Alberto Spencer tinha 69 anos e morreu na cidade norte-americana de Cleveland, por complicações decorrentes de uma operação cardíaca.
Lamentável.
Saudações,
Douglas Ceconello
Mirem-se neste exemplo.
É disto que é (deveria ser) feito um ser humano deveras.
O resto deveria ter saído na terça, lá vai:
Diego, aquele do Santos, do Porto e que hoje está no Werder Bremen, é o destaque da lista do Dunga para o jogo na cidade partida em três, Basiléia contra um dos donos da casa, no caso a Suíça, no feriado de 15 de novembro.
As outras novidades são o goleiro Júlio César, 'Suzana Werner' da Inter Milano. O meio-campo Fernando, ex de Ju e Grêmio e que agora se veste de bordô nas terras de alguns dos melhores vinhos do mundo, a Aquitânia do Girondins de Bordeaux. Ricardo Oliveira, vice da Liber com o S.Paulo e meio titular meio reserva do Milan. E por último lateral Carlinhos do Santos, único jogador que atua no Brasil e sem motivo aparente integra a lista; talvez para aparecer na vitrine e seja negociado no mercado de inverno europeu, é possível que 10% caiam direto na conta que Wand.Lux mantem na Suiça.
A lista:
Goleiros: Júlio César (Internazionale), Helton (Porto);
Laterais: Daniel Alves (Sevilla), Maicon (Internazionale), Carlinhos (Santos), Adriano (Sevilla);
Zagueiros: Luisão (Benfica), Alex (PSV), Lúcio (Bayern Munique), Juan (Bayer Leverkusen);
Meias: Diego (Werder Bremen), Edmílson (Barcelona), Dudu Cearense (CSKA Moscou), Kaká (Milan), Ronaldinho Gaúcho (Barcelona), Elano (Shakhtar Donetsk), Fernando (Bordeaux), Gilberto Silva (Arsenal);
Atacantes: Daniel Carvalho (CSKA Moscou), Robinho (Real Madrid), Rafael Sobis (Real Betis), Ricardo Oliveira (Milan).
E com vocês, A DEMENCIA DO DIA (no caso, do dia 30/10, 2a.-feira passada)
(OS TRECHOS EM NEGRITO FORAM SELECIONADOS POR MIM COMO AS PARTES MAIS DEMENTES DA MATÉRIA)
Vale lembrar que quando os internautas DO MUNDO INTEIRO elegeram Maradona como a figura do século no futebol mundial na página da FIFA, a votação foi desconsiderada. Enfim, como costumo dizer: VAI SABER...
Vai na integra no POP:
30/10/2006 Torcida escolherá craque do Brasileiro em votação
Além do destaque eleito por especialistas, a premiação dos melhores jogadores do Campeonato Brasileiro deste ano terá uma novidade, a eleição do Craque da Torcida.
Em 2006, a Confederação Brasileira de Futebol realizará a segunda edição do prêmio para os melhores jogadores da temporada, no dia 4 de dezembro, e a inovação divulgada nesta segunda-feira será a participação popular através da Internet para a entrega do prêmio da torcida.
O argentino Carlos Tevez, que liderou o Corinthinas na conquista do Brasileiro de 2005, é o atual campeão do prêmio máximo, o Rei da Bola, entregue em dezembro do ano passado em cerimônia de gala no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Desta vez, 300 membros fazem parte do colégio eleitoral, entre cronistas esportivos, ex-jogadores e treinadores, e os atuais técnicos e capitães dos 20 clubes da primeira divisão. Serão premiados ainda o artilheiro, o melhor jogador segundo o colégio eleitoral (Rei da Bola), três jogadores por posição, além do melhor técnico e do melhor árbitro.
Novamente a festa será no Teatro Municipal, e desta vez com participação de artistas do Cirque du Soleil. Os atores Evandro Mesquita e Taís Araújo estarão encarregados da apresentação. Para a cantora Sandra de Sá, torcedora do Flamengo e escolhida como uma das curadoras do prêmio, o troféu já tem dono: o atacante Obina, devido ao tamanho da torcida da equipe carioca.
"Eu voto nele", disse ela que, questionada se o Campeonato Brasileiro corre o risco de ter o atacante como melhor jogador, não vacilou: "Seríssimo (risco)".
Já para o técnico da seleção brasileira, Dunga, também presente ao lançamento, o goleiro Rogério Ceni, do líder São Paulo, está entre os favoritos para receber o título de Rei da Bola.
"Acho que no Brasil as pessoas têm tendência de só elogiar os jogadores de ataque, que marcam gols, mas é importante ressaltar que um time é formado por 11 jogadores, do goleiro ao atacante", respondeu Dunga quando perguntado sobre a possibilidade de o melhor jogador da competição ser Ceni.
FALTAM SEIS RODADAS
Pra fechar, prefiro manter-me fora da recente discussão sobre o campeonato nacional de 2005. Afasto-me também de comentar os jogos da rodada; os pênaltis inexistentes falarão por mim.
Saúdos, Vitor VEC
O enterro mais esperado pelos adeptos do futebol digno acontecerá no interior de São Paulo, quando o Azulão confirmar na prática aquilo que a matemática já aponta como inevitável, indicando 98% de chances de cair. Além de ser um time ser qualquer apelo e torcida, ainda tem esse escudo lamentável.
O Santa Cruz foi o primeiro a morrer. Passou praticamente o campeonato inteiro sem apresentar sinais vitais. Depoius de morto, teve seu corpo arrastado para ritos em diversos estádios país. Seguindo sua tradição, deve subir no ano que vem para ser rebaixado novamente em 2008. Nenhum sentido aquelas letras do seu escudo, que parecem um encanamento.
Bahia e Vitória estão mortos há uma década e agora brigam na mesma tumba para ver quem consegue colocar o braço pra fora. O Bahia paga pelas peripécias dos seus dirigentes. Um clube campeão brasileiro, o maior do Nordeste, chegar nessa situação é algo lamentável. Já o Vitória, nem seu bonito escudo deve ajudar na reabilitação.
Carpindo,
Douglas Ceconello.
Impedimento flerta com o politicamente correto.
Sensibilizado pelo movimento pela paz nos estádios, aconselhamos:
"DEIXE A VIOLÊNCIA PARA DENTRO DO CAMPO - ou a polícia vai te moer a soco".
Vamos exigir que os jogadores contribuam para a galeria de imagens dos clássicos, ao mesmo tempo em que mantemos a sanidade e tentamos evitar confusões. Afinal, ninguém quer Gre-Nal com uma só torcida ou, pior, com estádio vazio.
Portanto, tu, torcedor que for ao Olímpico, deixe a violência para quem realmente entende. Os jogadores não precisarão de outro combustível que não a simples presença das camisas coloradas e tricolores no lado oposto do campo.
Se for para incendiar alguma coisa, coloque fogo no seu próprio corpo. É mais poético. Certamente, um bombeiro aparecerá a tempo de evitar o pior. E tu ainda poderá dizer nos microfones que foi em homenagem à patroa, que na verdade gostaria de pedi-la em casamento.
Caso tu queiras brigar de qualquer forma, lembre-se dos tempos de colégio e chame o oponente para uma disputa mano a mano. É honesto. Tu sempre quis ser igual ao Van Damme, então faça um duelo particular. Ou tu já viu o Van Damme batendo em alguém com a ajuda de uma turma?
Use toda a sua fúria para xingar a torcida adversária. Gremistas vão chamar os colorados de "macacos". Vermelhos vão chamar os tricolores de "bichonas". Isso é bonito, é do futebol. Mas não destrua o estádio, construção erguida para lhe receber e que carrega o carinho da torcida adversária, da mesma maneira que a casa do seu time é estimada como um troféu por ti.
Mas se, ainda assim, tu quiseres destruir alguma coisa, espere o final do jogo. Então saia pra rua e ataque um outdoor, essas coisas nojentas que a publicidade faz para tornar Porto Alegre mais feia.
Impedimento faz a sua parte.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Impedimento deflagra a semana Gre-Nal
Iniciou aquele período em que a idéia começa a se formar: mais importante que fazer gol é não tomar. Melhor não comemorar do que ver eles comemorando.
Durante a semana, o Grêmio enfrenta o Figueirense, no Olímpico. O Inter vai ao Rio de Janeiro jogar com o Botafogo. Mas, sinceramente, quem quer saber disso? Os azuis já estão na Libertadores há horas, enquanto os colorados pensam cada vez mais no Mundial. O São Paulo é o virtual campeão.
O que realmente domina os pensamentos tricolores e vermelhos é que mais um clássico está se aproximando, sorrateiro, para proporcionar felicidade plena ou desgraça infinita. Pela 367ª vez, as duas maiores forças do sul do país medem suas envergaduras. Dessa feita, na cancha da Azenha, domingo, às 16 horas.
Talvez porque não tenha nenhuma remota ligação com qualquer outra disputa regional, tendo cada vez mais a pensar que se trata da maior rivalidade do país. Opiniões contrárias baseadas em bons argumentos são aceitas nos comentários.
* todos devem saber que é a frase que Haroldo "Magrão" de Souza, locutor da Rádio Guaíba, abre as jornadas de clássicos gaúchos.
Saudações,
Douglas Ceconello
Na data de hoje, el pibe comemora seus 46 anos, bem
vividos, cheirados e driblados.
Mas não é o único, como bem sabemos. O período entre 22 de outubro e 21 de novembro, que corresponde na farsa astrológica ao signo solar de Escorpião. acabou sendo agraciado pelo futebol com, no mínimo, mais dois gênios fora de qualquer discussão.
Pelé nasceu a 23 de outubro de 1940.
Garrincha e suas pernas tortas foram paridos
em 28 de outubro de 1933.
Impedimento felicita a todos: aos dois vivos, ao finado Garrincha também.
Não adianta.
Não resisto a revelar que nesse mesmo dia 28 do décimo mês do ano, mas 46 temporadas depois, vinha ao mundo esse que passou a atender pelo nome que assina o post. Cabe a óbvia ressalva que, em termos futebolísticos, a minha única semelhança com esses três acima é que eu também nasci com duas pernas. Na vida pessoal, algumas analogias seriam possíveis, mas isso não é assunto para ser dito, assim, em público.
Saudações,
Douglas Ceconello.
A Zero Hora, numa série de reportagens recentes sobre o Barcelona, mostrou como a contratação de Ronaldinho foi não só o princípio como também o fator mais decisivo na transformação do clube nos últimos anos de segundo na Espanha a primeiro no mundo.
O gaúcho ganhou todos os prêmios possíveis (tanto no clube como mundialmente) e era o centro de toda a expectativa durante a última Copa do Mundo - e o maior símbolo da sua decepção.
Hoje o mundo todo fala que o jogador está em crise, não encontra mais seu futebol e manchetes espanholas dizem que a torcida do Barça acha que ele deve ir pra reserva. Ao mesmo tempo, seu irmão e empresário tem seguidas conversas com o Milan abastecendo os rumores duma possível transferência (Assis nega dizendo que estava só negociando o contrato do Ricardo Oliveira, já contratado e esquentando o banco faz mais de dois meses). Ronaldinho desmente tudo e fala que está feliz no Barcelona e pretende continuar por muito tempo no time catalão. Não sei se o negócio sai ou não, mas tenho certeza duma coisa: sua falta não seria sentida.
Não há duvidas de que, jogando o que tem jogado nos últimos anos, Ronaldinho é não só o melhor jogador do mundo como possivelmente um dos melhores de todos os tempos. É impossível negar que ele pode ganhar campeonatos praticamente sozinho e encantar multidões, transformando um clube grande numa unanimidade mundial. O que também e indiscutível é que ele consegue isso pelo que faz em campo, nada mais. Ronaldinho não tem nenhuma identificação verdadeira com a torcida do Barcelona, assim como não teve com nenhuma outra camiseta que ele vestiu. O discurso dele, em Porto Alegre, Paris, Espanha ou na seleção é o mesmo: "o que eu quero é jogar futebol com alegria, estou muito feliz, quero continuar aqui por muito tempo". BOBAGEM. A sua única lealdade é o Futebol Clube Assis Moreira.
Não há nenhuma crítica aqui; ele teve uma infância trágica (perdendo o pai quando a carreira do irmão decolava) e Assis nunca realizou a promessa de grande jogador que ele era. É normal que eles tenham decidido ganhar todo o dinheiro que pudessem, o mais rápido possível. A saída dele do Grêmio foi assim; por mais que o clube pudesse não ter valorizado ele o suficiente ele teria saído de qualquer jeito. Um clube do exterior poderia pagar vários milhões ao tricolor, levar o Ronaldinho e ele ainda seria rico. Mas porque deixar a decisão na mão dos outros?
O que eles fizeram foi tão premeditado e distante de emoção como uma possível mudança do Barcelona seria. A imprensa espanhola critica o jogador veladamente pois ele renegociou o seu contrato três vezes nos três anos que esteve lá e tentará um quarto aumento logo. A mensagem é simples: "sem ressentimentos, mas eu tenho é que garantir o meu".
A comparação com outros ídolos é injusta: Renato Portaluppi até hoje faz piadas anti-coloradas, seus times treinam no Olímpico e ele tem a simpatia de absolutamente todos os gremistas. Vários ex-jogadores exercem cargos diretivos em clubes onde foram influentes: Cruyff treinou e hoje toma muitas das decisões no Barcelona, Pepe Guardiola treina times juvenis e trabalha com o departamento de futebol do time catalão, Leonardo é relações-públicas do Milan - os exemplos são muitos. Alguém consegue imaginar Ronaldinho tendo esse tipo de relação com qualquer dos seus clubes? Eu não.
O principal motivo tem muito menos a ver com ele ser "mercenário" e muito mais com o fato de que jogar bem e ganhar títulos não é o essencial para eternizar um jogador no imaginário do clube - a diferença é que jogadores muito ruins ou sem sucesso simplesmente não duram o suficiente para marcar época. O genial texto do Douglas sobre o Renteria (ler abaixo) explica tudo, mas eu acrescento: o que o torcedor quer ver é alguém vestindo a camiseta e tentando ganhar como eles fariam se tivessem bola para tanto. O deboche ao adversário, a falta que joga o Savio-perereca na pista (ah, que saudade do Dinho) e a emoção do Renato ao ganhar o mundial - não como conquista profissional ou pessoal, mas como a alegria de ver o SEU TIME ser campeão. O que o torcedor quer e' que o jogador entenda a sua importância como REPRESENTANTE da massa e não como um assalariado da instituição que é o clube.
Samuel Eto'o, jogador do Real Madrid por seis anos sem nunca ter recebido uma chance de se firmar (foi emprestado a três clubes diferentes e só fez dois jogos com o time da capital) joga com raiva e marca gols em todas as partidas em que enfrentou o ex-clube; Alcindo, talvez o maior centroavante da historia do Grêmio, foi dispensado do Inter quando jovem e fez questão de vingar-se em cada Grenal, por vários anos; Batistuta jogou na Segunda Divisão com a Fiorentina e ajudou a trazer o time de volta (recebendo uma estatua na cidade quando finalmente saiu para uma equipe maior).
O futebol, coisa mais importante das coisas menos importantes, é um esporte de paixão e entrega muito mais do que técnica. Fazer cera, gândulas sumindo com bolas, faltas duras no jogador que desrespeita o adversário, foguetes no hotel, isso tudo é importante, é valido, faz parte. Quem se interessa por um esporte em que a única coisa que vale é técnica pura e simples deveria assistir a nado sincronizado ou salto ornamental, não futebol. Ronaldinho nunca entendeu isso ou simplesmente não se importa. Por isso ele vai ser eterno e sempre lembrado por todos que gostam de futebol - mas amado por ninguém.
Francisco Mahfuz
Espião de Impedimento no G-14
"Just when I thought that I was out they pull me back"
"Quando penso que estou fora eles me puxam de volta". Assim disse Michael Corleone, totalmente transtornado, na parte final da saga de Coppola sobre os mafiosos. Assim repito eu agora acerca da loucura generalizada que tomou conta da imprensa esportiva.
Pois bem. Aqui vamos nós, como diria aquela bruxa do Pica Pau que tem uma niqueleira na ponta da meia, ao tentar pela milésima vez voar com uma vassoura.
Parto da seguinte premissa: a maioria dos jornalistas são umas putinhas. Desde já peço desculpas à classe das mulheres que vendem prazer, pois digo isso sugerindo que os profissionais da imprensa acostumaram-se a ser maltratados.
Teve um velho gagá, o Salvador Hugo Palaia, dirigente do Palmeiras, que fez uma auto-entrevista coletiva, cercado por quatro seguranças. Ele chamou os jornalistas, levou as perguntas e as respostas e começou a inquirir a si mesmo. Sou obrigado a tirar o chapéu para ele. Faz isso porque deixam fazer.
Enquanto isso, os jornalistas também procediam como estão acostumados. Ficaram lá, segurando seus microfones e gravadores, como se empalhados. Tivessem UM COLHÃO, virariam as costas, todos juntos.
Mesma coisa procede na casa corintiana. Os jogadores decidiram não falar mais com os jornalistas, como se a culpa dos desmandos alvi-negros fosse da imprensa. Mesmo assim a Globo levou um profissional para dar as informações do Corinthians durante o clássico. Tivesse um pouco mais de respeito pela CLASSE, colocaria os dois para cobrir o Palmeiras.
Ontem, o apocalipse da mídia esportiva. Um programa de debates ficou 90 minutos discutindo o fato de o Corinthians não dar entrevistas. N-E-N-H-U-M S-E-N-T-I-D-O. Cabe ressaltar que, apesar de muitos torcedores e dirigientes do Corinthians dizerem que o imprensa paulista é são-paulina, 70% das atenções voltam-se para o time do Parque São Jorge. Nos bons e nos maus momentos.
Depois, vem o São Paulo, com 20%. Apesar da grandeza, bem atrás estão Santos e Palmeiras, com 5% cada um. Esses são números do AIPIM (Associação Institucional para Pesquisas do Impedimento), que aponta ainda a vitória de Carlos Lacerda nas eleições presidenciais.
Com o coração partido,
Douglas Ceconello.
47 do 2º tempo, a partida por terminar. O goleiro Cássio (tem futuro) com a bola na mão, berra pro time todo avançar e dá um bago pra frente.
A defesa carioca bate cabeça e lá se vai o Herreriña 'a la muerte' pela bola e dá a testada na bola. O goleiro, político e ex-presidente Fenando Henrique sai desastrosamente do gol e pelota adentro.
Como no confronto do primeiro turno, o resultado foi buscado nos descontos e pelo 18 gremista, que também entrou na 2a. parte. Coincidências a parte, o espírito do Grêmio é este.
Herrera; porque a gurizada gosta do cara? O pessoal 'especialista' daqui não consegue entender ou finge que não sabe, nazismos a parte porque ele é estrangeiro. Os zagueiros do Fluminense ja entenderam o porquê.
DENÚNCIA
No jogo contra o S.Paulo do último domingo, o Grêmio deixou milhares de torcedores do lado de fora. Supostamente os ingressos acabaram na manhã da 4a.-feira da semana passada.
Supostamente eu repito. Pois nesta 3a.-feira o site da CBF divulgou que sobraram nada mais nada menos que 4 MIL INGRESSOS. Verdade que a maioria eram exclusivos para os idosos. Mas mesmo assim, chamou a minha atenção as 87 arquibancadas, teoricamente esgotadas. É razoável pensar que ingressos estejam sendo desviados, e com alguém uma grana por fora, evidentemente.
FES-TE SOCI
Recebi uma corrrespondência de nada mais, nada menos do que o seu FCBARCELONA.
O meu endereço é um mero detalhe, portanto está fora.
Confere o detalhe.
Uma consulta ao seu FCB resultou nesta correspondencia, na qual junto com a resposta já aproveitaram e enviaram inclusive o número de sócio: 154597. 154 mil sócios. Impressiona. Disparado, é o clube com mais sócios no mundo.
E a busca pelo sócio continua, para alcançar 'El Gran Repte' (O Grande Desafio), como é denominada a estratégia de marketing para o sócio.
€142, perto de R$400 anuais. Aproximadamente é o mesmo preço praticado no nosso mercado - no Grêmio é R$350 e no Inter, R$340. É claro que lá não se tem acesso ao estádio gratuitamente como aqui. Por outro lado, ganhamos umas 10 vezes menos que os torcedores deles.
Pra fechar, inicia hoje a Feira do Livro, que se extende cada vez mais pelo centro da cidade. A área infantil seguirá dentro do cais desativado do porto, fato que dará trabalho novamente pro pessoal do trânsito.
Saúdos, Vitor VEC
Para não ser acusado de oportunista nem correr qualquer risco de mudar minha opinião por fatos vindouros, vos digo, sem mais delongas: considero vencer a Libertadores superior a ser campeão mundial. Pronto, já disse, podem me apedrejar, mas já aviso que não viro a cara, apesar de transformar água em whiskey 12 anos.
É claro e sabido por todos que vencer o torneio organizado pela Fifa em dezembro é mais importante e consiste o maior triunfo que um clube pode alcançar. Mas não é esse o ponto. Competição por competição, entendo a Libertadores como o supra-sumo da glória futebolística. É ali que está o charme, a superação dos vizinhos, os xingamentos em castelhano. Mais do que isso, o simbolismo da Copa fala por si.
Desde o começo da participação dos clubes mexicanos na Libertadores, surgiu a possibilidade - absurda - de que um time pudesse vencer o Mundial sem ter ganho o torneio continental. Para tanto, basta que uma equipe do México seja campeã e que o vice, escalado para representar os de cá, ganhasse de algum clube europeu. Algo execrável, já que para um sul-americano conquistar o mundo, deve obrigatoriamente ser campeão da Libertadores.
Quando o Chivas disputou com o São Paulo a semifinal desse ano, vislumbrou-se a possibilidade de o Inter jogar no Japão e vencer sem ter levado a Libertadores. E me pareceu bastante nojento, esse descalabro originado por uma fanfarronice da Conmebol. Não sei se essa chance de levar o mundo pulando sobre a taça do continente agradaria, por exemplo, a Cruzeiro, Vasco ou Palmeiras, que não obtiveram o triunfo no Japão e equilibrariam as coisas. Na minha concepção, isso não tem valor e, conforme Savoldi me informou, a Conmebol está tomando providências.
O título de "Campeão do Mundo" traz na própria denominação a impossibilidade de ser superado, mas para mim sempre foi a cereja do bolo, um jogo até meio superficial, do outro lado do mundo, uma única partida testemunhada por orientais e suas goelas estridentes. Pelos motivos acima explicados, considero a Libertadores superior em mérito e fascínio, mas sei que sou voto vencido. E, para muitos, meus argumentos só parecerão sinceros se houver o segundo sucesso gaúcho em terras nipônicas e ainda assim eu continuar alardeando essa posição.
O que farei, sem dúvida.
(Prevejo que a revolução da República do Pampa comece aí. Se acontecer o que os vermelhos esperam, Montevidéu e Porto Alegre terão oito conquistas mundiais e onze Libertadores)
Saudações,
Douglas Ceconello.
Nesta 4a.-feira pouco futebolística (aparentemente, ao menos), os canais abertos ofereceram um espetáculo pobre vindo dos lados de Piratininga.
Morumbi vazio: Bom, mas já estamos acostumados a isso.
Gramado péssimo: Segundo consta, em razão de shows ocorridos nos últimos dias (ENTÃO JOGA NO PACAEMBU, PO!!)
Transmissao da Globo (e da Record também, oras): Cleber Machado tentando animar a audiencia falando de uma suposta bravura, dedicaçao e esforço de ambas equipes que sinceramente eu nao vi.
Vitória corinthiana: Talvez tenha sido o que de pior tenha acontecido nesta noite. 0-0 já estava desenhado há muito tempo. Foi quando um corner do lateral César e uma subsequente cabeçada e Marcelo Mattos selou o definitivo 1-0 para o Corinthians que entra para a história e para as estatísticas e que também resulta numa distancia de 5 pontos da Ponte com um jogo a mais.
Como há uma tendencia dos últimos perderem, é possivel que esta distancia se mantenha antes de votarmos no domingo, 29/10.
E tudo isso faz com que minhas preocupaçoes se voltem para Caxias. Como a derrota nesta 5a. na beira do rio é previsível, o Ju volta a olhar para baixo depois de umas 10 rodadas de segurança. Sem falar que na última rodada, haverá de encarar o próprio clube da torcida auto-proclamada de fiel e o jogo será em São Paulo. OLHO VIVO, SEU IGUATEMY*!
(*): Presidente do E.C.Juventude
Pessoalmente, preferiria ter visto o jogo do Brasil de Pelotas na Paraíba ou o Nacional no Paraná, ambos caídos em derrotas flagrantes. Treze 3-1 e Atlético-PR 4-1, respectivamente. Estes resultados por certo me deixaram algo triste.
Num dado momento, Claudio Millar marcou e o Xavante saiu na frente em Campina Grande, terra do forró. Instintivamente pensei: "Bueno, não tem rádio nenhuma da capital lá na Paraíba. Só isto explica o resultado.". Logo em seguida, a Gaúcha anuncia o gol do Brasil na Série C, colocando tudo a perder.
Já na Sudamericana, desde já me posiciono e indico que ela terá um destes destinos:
1- Prêmio de consolação: Vai para o Atlético-PR. Não é uma Liber de America, mas já é alguma coisa para um clube sem representação decente no cenário futebolístico.
2- Recolocação: Para o San Lorenzo. Depois do bicampeonato 2000-2001, o tri da Suda representaria a afirmação no continente. Nem o Nene Sanfilippo chegou tão longe nos anos 60/70.
3- Ressureição: Do cacique Colo-Colo. É um dos mais tradicionais manda-chuvas da América. Depois da Liber-91, aparenta que o futebol pós-Pinochet afundou. Não obteve mais conquista alguma, sequer aparições decentes em competições internacionais que disputou. Claudio Borghi, o '9' dos Argentinos de 85, com breve passagem pouco feliz pelo Flamengo em 89, é o mentor desta nova fase. O técnico já tem credibilidade e começa a ser cogitado para se tornar treinador do próximo clube que enfrentar uma crise na Argentina.
De volta ao país, no jogo que eu vi houve: muitas imprecisoes, gols clarissimos perdidos de cada lado por Enilton(Palmeiras) e Amoroso e Rafael Moura (Corinthians) e várias situações de corta-luz para o adversário, por exemplo.
Nada mais insuportavel, bem pior que o recente Corinthians-Lanús, cujo 0-0 muita gente achou deploravel. Em suma, um derby deploravel.
Aliás, já expus uma ideia para os amigos. Num campeonato de pontos corridos, os classicos mais importantes devem ser disputados proximos do seu final, quando a definiçao está proxima.
O final seria bem mais acirrado, com os diversos clubes tendo que enfrentar seus rivais classicos. è posível que não tivéssemos confrontos diretos pelo título, mas pelo menos colocaria um nível e dificuldade maior aos postulantes da taça.
Para exemplificar, colocarei adiante uma possivel combinaçao dos ultimos 5 jogos dos lideres atuais:
S. Paulo: Palmeiras, Gremio, Fluminense, Santos, Corinthians.
Inter: Corinthians, Cruzeiro, Vasco, Gremio, Fluminense.
Santos: Cruzeiro, Palmeiras, Botafogo, S. Paulo, Vasco.
Gremio: Flamengo, S. Paulo, Corinthians, Inter, Palmeiras.
E para justificar o título e corroborar tudo que está escrito aí em cima:
"O gol
O gol é o orgasmo do futebol. E, como o orgasmo, o gol é cada vez menos freqüente na vida moderna.
Há meio século, era raro que uma partida terminasse sem gols: 0 a 0, duas bocas abertas, dois bocejos.
Agora, os onze jogadores passam toda a partida pendurados na trave, dedicados a evitar os gols e sem tempo para fazer nenhum.
O entusiasmo que se desencadeia cada vez que a bola sacode a rede pode parecer mistério ou loucura, mas é preciso levar em conta que o milagre é raro. O gol, mesmo que seja um golzinho, é sempre goooooooooooooooooooool na garganta dos locutores de rádio, um dó de peito capaz de deixar Caruso mudo para sempre, e a multidão delira e o estádio se esquece que é de cimento, se solta da terra e vai para o espaço."
GALEANO, Eduardo. Futebol ao Sol e à Sombra. L&PM, Edição atualizada, Porto Alegre, 2004.
Saúdos, Vitor VEC
Ele foi tripudiado desde sua chegada, e até hoje é contestado e odiado por alguns cronistas. Com freqüência, costumo ouvir que sua presença no time ou no banco deve-se a interesses empresariais.
Saído de Quibdó, provavelmente foi batizado em meio a plantações de milho e oferecido a deuses pagãos, que depois viria a homenagear com seu ruqueraque. Teve que descer pela América para receber todo o louvor que merece.
Rentería não me agrada por sua técnica, sabidamente modesta. O que me espanta e fascina é um certo espírito amador, tão ausente nos gramados brasileiros há muito tempo. Rentería é o peladeiro com vontade de ganhar. No entanto, não perde tempo com firulas: gosta mesmo é de correr como um demente. Dificilmente veremos ele aplicando alguma janelinha ou meia-lua, o importante é ultrapassar o adversário, na base da força, da velocidade e com uma pequena dose de técnica. Rentería não sabe pedalar.
Não ter nenhuma vergonha de perder gols também é um componente importante do seu caráter. Após desperdiçar chances claras dentro da pequena área, poderia muito bem fugir da responsabilidade e passar a bola quando outro bom momento surgisse. Mas não, prefere dificultar ainda mais as coisas, aplicando um chapéu ou encobrindo o goleiro para marcar um golaço.
Despreza o bom-mocismo a assume sempre sua faceta mau-caráter. Adota aquela posição de "eles são os adversários, temos que humilhá-los, ofendê-los, acabar com sua raça". E assim faz, sem desistir em momento algum. Guarda toda sua faceirice para correr aos seus depois de balançar as redes, com gorro e cachimbo de Saci. Não reclama da reserva nunca: dez ou quinze minutos são suficientes para ele. Ou não.
Rentería encarna o deboche e um certo sentimento favelado que historicamente caracteriza a índole colorada. Sem ele, o Inter poderia ter vencido a Libertadores - embora eu não tenha certeza -, mas não teríamos esse fascinante componente maloqueiro-místico. Não me interessa que há muito ele não contribui com o time. Me comprometo a nunca duvidar da sua generosidade e das boas intenções para com os colorados. Por comemorar de verdade seus gols. Por brigar com adversários. Por debochar. Por ser expulso devido a bobagens.
Está na galeria dos inesquecíveis, mesmo que perca um gol debaixo dos paus contra o Barcelona. Apesar da minha certeza íntima ser outra. De bicicleta? De canela? Quem sabe. Mandando o Valdés fazer um fellatio e ser expulso por isso, é o mais provável. E bem comum do tipo Colômbia.
Além disso tudo, é um predestinado, como os fatos a seguir comprovam:
Na sua estréia contra o Fluminense, nas horas seguintes à anulação do jogos que acabou dando o título ao Corinthians em 2005, fez um gol em velocidade, chutando a bola de chicote. Instantes após, começou a driblar loucamente no setor defensivo, perdeu a bola e quase cedeu o gol de empate.
No jogo remarcado contra o Coritiba em 2005, marcou dois gols que confirmaram o resultado da primeira partida - 3 a 2 -, o segundo aos 44 do segundo tempo, com um chute que venceu mais ou menos uns 18 adversários na pequena área.
Contra o Palmeiras, na penúltima partida do Brasileiro de 2005, marcou o gol da vitória aos 42 do segundo tempo. Chutou de bico, com a perna meio deitada, sem chances para Marcos. A vitória impediu o Corinthians de comemorar antecipadamente e garantiu a vaga colorada na Libertadores.
Contra o São José, em jogo que não valia absolutamente nada, pelo Campeonato Gaúcho, foi flagrado pelas câmeras soqueando a barriga de um zagueiro. Depois marcou o gol que iniciou a sua famosa seqüência de comemorações vestido de Saci, com gorro e cachimbo.
Contra o Santa Cruz, pelo Brasileiro, fez o gol da vitória. Instantes depois, quando um adversário ficou caído com a bola na altura do estômago, deu um bico contra a barriga do cara e saiu correndo pela lateral, caçado por uma meia dúzia de jogadores raivosos.
No grenal em que o Grêmio foi campeão gaúcho, entrou e fez bem pouco, mas muito mais do que a equipe tinha feito até então. O simples fato de jogar um gremista contra as placas para recuperar uma bola e cobrar o lateral deveria servir de modelo a todos os jogadores brasileiros que entendem que um clássico é apenas um jogo com estádio cheio.
Na última partida da primeira fase da Libertadores, contra o Maracaibo, teve sua atuação mais destacada. Entrou no segundo tempo e aprontou um escarcéu para cima dos venezuelanos. Fez o último gol da goleada por 4 a 0 e tomou cartão amarelo por mandar o goleiro adversário calar aboca. Sim, no QUARTO gol ele mandou o goleiro ficar quieto.
Em Montevidéu, contra o Nacional, fez um dos gols mais bonitos e mais importantes da história do Inter, após ter perdido duas oportunidades claras. Comemora com seu tradicional rukerake, mas muito mais acintoso, esbravejando contra os uruguaios. Depois fiquei sabendo que, enquanto aquecia, ele foi xingado pelos torcedores e respondeu algo como "vou entrar lá e acabar com vocês".
Contra a LDU, no Beira Rio, entrou no segundo tempo e também marcou um dos gols mais bonitos e importantes do Inter, comemorando diante de um estádio lotado durante uns dois minutos e posteriormente agradecendo aos seus deuses secretos, que bem podem ser os cantores da moda na Colômbia.
Sinceramente agradecido,
Douglas Ceconello.
Que a operação para salvar o Corinthians tinha começado, todos sabíamos. O que não poderíamos advinhar é que ela tomaria contornos tão perceptíveis. Pois há poucos instantes o técnico Emerson Leão foi absolvido pelo STJD.
Quando Kurt Cobain disse algo como: "só poque você é paranóico não significa que eles não estejam atrás de você", sem saber estava referindo-se ao panorama futebolístico do Brasil e da relação do centro do país com os estados periféricos.
Leão chamou o juiz da partida Corinthians x Santos de ladrão, mas os promotores decidiram descaracterizar o que foi relatado na súmula. O mesmo Leão que tem uma lista interminável de encheção de saco de todos na volta do gramado e que deu um soco no bobalhão do Leandro Vuaden, ano passado, no Beira Rio.
Acredito que Leão não devesse ser punido pela maioria desses fatos, pois não passavam de bravata infantil, mas a lei deveria ser minimamente semelhante para todos. Não preciso repetir que esse mesmo STJD puniu Abel Braga por 30 dias por ter chamado Wágner Tardelli de "cagão, medroso e covarde".
Não satisfeitos, o procurador Rafael Aberge - provavelmente um laranja daquele carniceiro do Paulo Schmitt - entrou com nova denúncia, pois o treinador do Inter teria ido ao vestiário no jogo contra o Cruzeiro. Cuca, do Botafogo, fez a mesma coisa e não teve sua pena ampliada. O julgamento de Abel foi suspenso porque o STJD quer ouvir o delegado da partida contra os mineiros, mas deu tempo da relatora votar pela penas de três meses. O próximo julgamento deve ser na próxima sexta. A punição de Abel pode variar de 90 a 360 dias.
E vem aí também o julgamento de Mano Menezes, expulso contra o São Caetano, que não fez absolutamente nada se comparado a Leão.
Então, poderemos perceber qual das duas lamentáveis hipóteses procede: ou teremos a prova cabal de que há benefícios para certos clubes de Rio e São Paulo, ou ficará claro que o Inter sofre retaliações do STJD por ter ingressado na justiça comum para tentar reaver a taça de 2005.
Troféu que a própria justiça desportiva colocou num embrulho e mandou via sedex para o Parque São Jorge.
Impetrando o mandado de segurança,
Douglas Ceconello.
No jogo mais esperado da rodada, Grêmio e São Paulo igualaram em 1 a 1. Com o empate diante dos gaúchos, o São Paulo deu um passo quase irreversível para chegar ao tetracampeonato brasileiro. Só perde se Muricy for muito Muricy daqui para frente. Por via das dúvidas, prevejo que essa é a hora exata para uma substituição no comando técnico são-paulino.
Me parece bem claro o que ocorreu no Olímpico na tarde de domingo, testemunhado por 47 mil personas. O Grêmio foi surpreendido antes de fechar o primeiro minuto de jogo e praticamente começou a partia perdendo. Ouvi muitos falarem da desatenção da zaga gremista, mas o que vi foi um lance de felicidade para Danilo, em que nenhum gaúcho pode ser culpado.
Depois disso, o Grêmio teve mais posse de bola, enquanto o São Paulo ameaçou com duas chances claras em contragolpes. A imperícia que dominou os atacantes gremistas ontem acabou consagrando Rogério Ceni. Na segunda etapa, o tricolor gaúcho dominou a partida. O São Paulo pedia para tomar um gol, o que aconteceu através de Hugo e só não se repetiu por fatalidade.
O Grêmio deixou passar o cavalo encilhado, perdendo uma chance de ouro de colocar fogo no campeonato. Mas a vaga na Libertadores está mais do que bem encaminhada, também devido à derrota do Paraná para o time B do Flamengo. E eu não sabia que o rubro-negro tinha sequer um time A.
Com a vitória sobre a coitada da Ponte Preta, o Inter assumiu a vice-liderança e está sete pontos atrás do São Paulo. Quem viu a Macaca jogar, vislumbrou uma cara de time rebaixado, o que eu realmente não gostaria que acontecesse.
Graças a um senhor muito simpático que afundou a traseira do meu carro, assisti apenas a partes do jogo, o suficiente para perceber em Renan o futuro titular da posição. E, por favor, parem de compará-lo a Taffarel. Nenhum colorado quer ter o melhor goleiro do mundo que não ganhou título. Um razoável com uma faixa já basta.
Mas se disse que o São Paulo é praticamente campeão, é também porque não vejo forças no Inter para alcançar o título. Se fosse apenas o Brasileiro e nada mais, tudo bem, mas a diretoria já avisou que os jogadores começarão a ser poupados para o Mundial. No Santos eu não tenho esperanças e, repito, o Grêmio pode ter perido a chance da competição. Claro que o futuro breve pode me desmentir se o São Paulo perder para o Figueira e Inter, Grêmio e Santos - ou algum dos três - vencerem. Então, o campeonato toma vida nova.
Ademais, suspiro da morte corintiano, muito graças à inexistência futebolística do Cruzeiro atual. Ouvi que reclamaram de gandulas que demoraram em repor as bolas para o time mineiro jogar, mas isso deveria ser considerado uma atitude nobre e favorável ao futebol.
São Caetano já eras e o Fortaleza me decepcionou. Aliás, ocorreu algo bem peculiar. Naquele famoso segundo cartão da Loteca - o primeiro, vocês sabem, é publicado aqui - acertei todos os oito jogos do sábado, com direito a marcar um empate "seco" entre Paysandu e Guarani.
No domingo, precisava de cinco acertos em seis partidas, mas apenas dois resultados me favoreceram: as vitórias de Botafogo e Corinthians. Outros que anotei considerando fáceis, como alguma vitória no confronto dos tricolores ou um triunfo paranista, resultaram em lástimas profundas.
Mas sinto que a glória eterna se aproxima através dessas travessuras.
Aos que estiveram no Olímpico, aos que têm queixas, também àqueles que perderam o amor da sua vida ou andam tendo pesadelos, os comentários são uma alternativa.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Resultados
Vasco 3 x 0 Palmeiras
Goiás 5 x 3 Santa Cruz
Santos 2 x 1 Figueirense
Ponte Preta 0 x 2 Internacional
Paraná 0 x 2 Flamengo
Grêmio 1 x 1 São Paulo
Fortaleza 3 x 4 Atlético-PR
Corinthians 1 x 0 Cruzeiro
Botafogo 2 x 1 São Caetano Leia o relato do
Juventude 1 x 1 Fluminense
Classificação
1º São Paulo 60
2º Internacional 53
3º Santos 52
Grêmio 52
5º Paraná 49
6º Vasco 47
7º Botafogo 43
Figueirense 43
9º Flamengo 42
Cruzeiro 42
Goiás 42
12º Atlético-PR 40
13º Juventude 39
14º Palmeiras 37
15º Corinthians 35
Fluminense 35
17º Ponte Preta 33
18º Fortaleza 28
19º São Caetano 26
20º Santa Cruz 24
Na única disputa coerente para escolher a melhor seleção do mundo, o Uruguai chegou mais uma vez ao topo, tirando o título da Venezuela.
Aos golear a Venezuela por 4 a 0, na quarta-feira, a Celeste recuperou o título mundial segundo o Unofficial Football World Championship, que usa critérios semelhantes ao do boxe, onde o atual campeão coloca o título em jogo a cada partida. Se perder, o título passa para o adversário. Se empatar, está mantido como melhor do mundo.
A Venezuela havia conquistado o caneco em cima do próprio Uruguai ao vencer por 1 a 0 um amistoso realizado no mês passado. Na partida disputada no Centenario, a Celeste venceu com gols de Sánchez, Godín, Abreu e Blanco. Cerca de 5 mil pessoas compareceram na cancha e há boatos de que Montevidéu parou para comemorar a conquista histórica.
Desnecessário dizer que acho coerente esse tipo de disputa, que já deu o título às Antilhas Holandesas, em 1962.
Esse critério de disputa já foi brilhantemente lembrado por um leitor nos comentários, mas quem não acredita e acha que estou sob o efeito de entorpecentes pode tirar suas próprias dúvidas: http://www.ufwc.co.uk
Saudações,
Douglas Ceconello
Escalações
Uruguai 4 x 0 Venezuela
Uruguai: Carini; Lemes, Victorino, Godín e Filgueiras (García); Pereira (Alvaro González), Gargano, Ignacio González (Grossmüller) e Vila (Blanco); Sánchez e Abreu (Vera). T: Oscar Tabárez
Venezuela: Sanhouse; Vallenilla (Godoy), Vizcarrondo, Perozo (Cichero) e Lancken (Pérez); Guerra, Mea Vitali, Giroletti (Moreno) e Seijas (Arocha); Maldonado e Arismendi (Ospina). T: Richard Páez
Apesar de ser uma rodada difícil, vamos aos palpites. A única coisa certa é a derrota do Fluminense. É possível ainda que o campeonato pegue fogo depois desses jogos, tanto na Primeira quanto na Segunda.
Vocês obviamente lembram da famosa zebra do Fantástico, aparição que me causava calafrios de medo quando eu tinha uns seis anos. Mas vocês recordam que depois apareceu uma outra zebra, que nada mais era do que uma gostosa que aparecia na Bandeirantes de roupa listrada?
1 - GRÊMIO/RS 2 (1) x (1) SÃO PAULO/SP
Jogaço. Tenho a impressão que o campeonato começa de verdade no domingo. Acredito que o Grêmio vence com dificuldades, mas usarei o famoso artifício do resultado duplo. Muricy provavelmente vai estragar tudo, baseado na sua trajetória de fazer o time jogar o mínimo possível em jogos relamente importantes.
2 - CORINTHIANS/SP 1 x 1 CRUZEIRO/MG
Empate ruim para o Cruzeiro e pior ainda para o Coritnhians. Leão xinga jogadores, bate boca com a imprensa e começa a balançar, não que essa seja uma previsão muito difícil. O Cruzeiro já não tem muito o que fazer no campeonato, ficará pela Sul-Americana mesmo.
3 - PONTE PRETA/SP 1 x 2 INTERNACIONAL/RS
O Inter poderia vencer esse jogo de uma forma até tranqüila, mas Michel está praticamente escalado. Esses times que estão na parte de baixo da tabela e se mobilizam muito para um jogo sempre perdem, por menos sentido que isso possa fazer.
4 - PARANÁ/PR 2 x 0 FLAMENGO/RJ
Paraná vence e começa a incomodar para aproximar-se de forma perigosa da Libertadores. A imprensa carioca vem tratando a fase do Flmaengo como muito boa pelo simples fato de que não está brigando MUITO para não ser rebaixado. Lamentável.
5 - GOIÁS/GO 3 x 0 SANTA CRUZ/PE
Goiás vence e também acerca-se da vaga em La Copa. O Santa Cruz já nem gostaria mais de ter que jogar.
6 - FORTALEZA/CE 2 x 1 ATLÉTICO/PR
Fortaleza ganha do Atlético, preocupado com o Nacional, e começa uma reação fantástica rumo à classificação para a Sul-Americana.
7 - PAYSANDU/PA 2 x 0 GUARANI/SP
Papão ganha apertado. Não me perguntem mais nada.
8 - PAULISTA/SP 1 x 1 CORITIBA/PR
Com medo de chegar ao aeroporto com uma derrota, o Coritiba faz de tudo para vencer, mas o Paulista também tem grandes pretensões.
9 - ATLÉTICO/MG 2 x 0 AVAÍ/SC
Galo vence com 70 mil atleticanos no Mineirão e praticamente garante a vaga. Avaí começa a abandonar o sonho de enfrentar o rival Figueira na Série A.
10 - SPORT/PE 3 x 1 NÁUTICO/PE
Jogão também. Torço para que o Leão comece a arruinar de uma vez as pretensões do Náutico. E é o que deve acontecer com a Ilha do Retiro lotada.
11 - CEARÁ/CE 1 x 0 SÃO RAIMUNDO/AM
Como não faço a mínima idéia sobre esse jogo, vou de coluna 1.
12 - BOTAFOGO/RJ 4 x 1 SÃO CAETANO/SP
O Botafogo não é grande coisa, mas, como o inimigo é o São Caetano, goleará com facilidades.
13 - JUVENTUDE/RS 2 x 0 FLUMINENSE/RJ
Juventude certo. Lembram de tudo aquilo que dissemos sobre o Paraná? Esqueçam. Na verdade, estávamos falando do Fluminense, que foi acometido de forma fatal pelo "Mal de Criciúma". Nós, VIDENTES, não podemos prever tudo. Apontamos a desgraça, mas às vezes o nome se perde no COSMOS.
14 - SANTOS/SP 2 x 1 FIGUEIRENSE/SC
Santos deve vencer, pois até a vaga na Libertadores já começa a ficar ameaçada. Mas será jogo difícil, isso eu garanto.
Estimativa de prêmio (14 acertos) para este concurso: R$250 mil.
Rodada ruim de jogar, mas um dia o sol vai me ALUMIAR.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Uma recente discussão nos comentários me proporcionou lágrimas de euforia ao perceber que o carrinho é o último bastião do futebol verdadeiro, resistindo bravamente à pasteurização do esporte.
O debate foi levantado graças à entrada de Antônio Carlos sobre Aloísio, que resultou em cartão vermelho para o juventudista. Alguns consideraram a expulsão merecida, outros - entre os quais eu - suspeitam que nem falta houve.
Depois da instituição do famigerado fair-play, da punição a supostas simulações de falta e da repetição de cobranças de pênaltis, eu acreditava que o carrinho estava conmdenado ao fogo dos infernos pela arbitragem.
E assim foi durante um tempo, quando, atendendo a recomendação das comissões de arbitragem, os juízes imaginaram que poderiam controlar a fúria dos defensores. Admito que agora já vemos aplicações diretas de cartão vermelho para alguns carrinhos violentos, mas o último recurso dos zagueiros parece estar longe da extinção. E realmente não sei até onde isso é uma constatação ou um desejo do cronista.
Fato é que a maioria dos carrinhos não faz mal nenhum ao atacante. Numa clara demonstração da eficácia da seleção natural, há no mínimo quatro décadas os jogadores já aprenderam a pular. Atacante que não sabe pular, não merece nem se fardar. Quantos "craques" perdemos por carrinhos sofridos? Muito poucos, meus caros. Uma quantia irrisória, bem menor que os fatores "trago", "mulher" e "azar". Zico deveria agradecer a Marcio Nunes. Se não tivesse sua carreira abreviada, acabaria como um qualquer.
Tenho sincero respeito e admiração por defensores que sabem dar um carrinho perfeito. O meu preferido é aquele em que o atacante escapa pela ponta e o zagueiro vem em disparda, numa trajetória perpendicular ao adversário, e entra com as duas pernas na bola, desviando-a para a lateral.
Ou então aquela tesoura por trás, apenas na bola, sucedida pela saída limpa do zagueiro para o jogo, cabeça alta e bola no pé. Minha curta carreira foi uma árdua tentativa de aperfeiçoar esse tipo de artifício e acho que fiu relativamente bem. É um dever moral de qualquer um que receba a camisa 3. Vibro quando vejo uma perfeita execução do carrinho, bem mais do que com dribles, confesso.
Hoje o carrinho é execrado pelos armandos noggueiras da vida, que não cansam de dizer como os defensores acabaram com a carreira de Garrincha. Mas, sinceramente, alguém gostaria de que o Garrincha tivesse feito mais do que fez? Para mim foi genial e era isso, não precisava continuar, parou de jogar até tarde demais.
(Por que esse tipo de gente não cita os dirigentes do Botafogo, alguns hoje tratados como grandes nomes da história do futebol carioca, que se mostraram muito mais danosos à vida de Garrincha do que os defensores?)
Quem nunca deu um carrinho perfeito, não sabe do que é feito o futebol. Quem quer a sua extinção, assina o óbito do esporte e não entende porque o balompié é tão diferente das outras práticas esportivas. Na minha pouco modesta opinião e concepção de futebol, acabar com esse artifício equivale a impedir o contato físico no futebol americano.
Ouso dizer que Impedimento apenas existirá enquanto os zagueiros deslizarem pelas canchas, levantando adversários no campo e torcidas nas arquibancadas. É um dos nossos objetivos, eternizar a imagem das travas à mostra.
E viva Aládio, zagueiro que passou por uns 50 clubes gaúchos e destacou-se no Santa Cruz.
Saindo de maca,
Douglas Ceconello.
Adriano pode não estar passando por
uma fase brilhante, mas a noite anda boa
O jornal sueco Aftonbladet divulgou as fotos do atacante da Internazionale dando uma festinha em sua residência, com direito a GAROTAS e um cigarrinho malandro. Olhando de longe, parece um daqueles rappers que ficam coxeando loiras 24 horas por dia na MTV.
ANALISANDO as fotos, não podemos deixar de considerá-lo o maior jogador brasileiro em atividade.
Fontes de Impedimento afirmam que ouviram Adriano comentar "Liga dos Campeões o cacete. Bom mesmo é dançar nu".
Saudações,
Douglas Ceconello.
A imprensa esportiva brasileira passa por uma fase lamentável.
Se a reclamação era quanto à mesmice, falta de criatividade, e incompetência de grande parte dos profissionais da área, não podia imaginar que as coisas pudessem piorar. A incompetência, no entanto, está mantida - agora aliada à demência.
O objeto de meu espanto é o diário Lance!, que circula predominantemente no Rio de Janeiro e em São Paulo. Há dois domingos, encontrei um exemplar na banca que trazia a manchete: "SAMPA BULLS", acima de uma contrangedora montagem do escudo do São Paulo Futebol Clube com a adição de chifres, referência ao símbolo do Chicago Bulls. Abaixo disso, uma imagem de Michael "Air" Jordan e outra de Rogério "Air" Ceni. Sim.
Fiquei chocado por alguns instantes. Desviei o rosto e tentei prestar a atenção em qualquer outra revista, mas o olhar permaneceu vidrado, olhando para o nada ao longe. Voltei ao exemplar em questão e percebi a legenda abaixo de tudo, que dizia mais ou menos isso: "Muricy revela que se inspira no Chicago Bulls para levar o tricolor à ponta". Confesso que não lembro direito do absurdo, se alguém souber será bem-vindo.
Cogitei comprar o periódico para realizar uma cerimônia pagã que envolvesse atear fogo no mesmo, mas desisti rapidamente. Passou, e tentei esquecer de tudo. Mas então veio a edição desta terça-feira, dia 17, com uma capa de natureza bélica, textos de qualidade sofrível e uma "coluna opinativa" de um torcedor do SPFC que em momento algum fala de futebol. É algo absolutamente deprimente. Imagino que a maior parte das pessoas que tenham acesso ao material sejam capazes de sofrer um "ataque de vergonha-alheia", mais do que ficar ofendidos, seja como gremistas, seja como gaúchos.
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trechos da edição de 17/10/2006 de "O Lance"
O "OUTRO TETRA" DO "QUASE TETRA"
A VERDADEIRA AVALANCHE!
São Paulo também luta com o Grêmio pelo melhor ataque. Seria outro tetra
Em 36 edições de Campeonatos Brasileiros, o São Paulo é a equipe que mais fez gols - 1.411 entre todos os participantes. Porém, só em três ocasiões, o Tricolor terminou a competição como melhor ataque. Agora, em 2006, o Sampa, líder e rumo ao título, é disparado o time que mais vezes foi às redes. E a briga também é com o Grêmio. Enquanto os gremistas gabam-se da sua avalanche nas arquibancadas, a avalanche são-paulina é a de gols.
Bombas? Vão é soltar a franga!
Caros tricolores, tricampeões mundiais, o Muricy tem razão! Eu também estou preocupado com os gayúchos no domingo. Eles não vão querer deixar ninguém dormir. Mas nada de soltar fogos, bombas... Vão é soltar a franga!
Sim, apesar de a gambazada tentar nos atribuir a fama, já imagino como vai ser o barulho em frente ao hotel: "Aloísio, deixa eu conhecer seu quarto!!!"; "Fabão, sou seu fã...". Que medo desses gremistas! Vão ficar mansinhos quando nosso ataque desmoronar como avalanche pra cima deles! Aloísio e Leandro, guerreiros, vão garantir o tetra no fim de semana. Sem falar em Rogério "Air" Ceni: agora, são 66 gols e duas assistências!!!
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Não baterei na tecla de que as tais folhas de papel-jornal irão motivar a torcida e o time do Grêmio, etc, etc. Mas, será que não aprendem? Lembro agora que sinceramente não acreditei quando o Sr. Ceconello informou-me acerca da tal capa "É Tetra, Tchê", antes das finais da Libertadores. Meu argumentou foi simplesmente de que "ninguém seria tão idiota para fazer isso". Acho que superestimei os colegas do Lance!.
Estou falando a respeito porque ainda não havia dado atenção ao tal jornal. Talvez o criterioso leitor de Impedimento já saiba de tudo isso, então estou apenas apontando o que já é claro.
Se a intenção era emular o diário argentino Olé!, o chute passou longe, muito longe. Sobretudo porque escarnecem e faltam com respeito à tradição de clubes e torcidas espalhadas pelo Brasil, assumindo de uma maneira débil, pouco fundamentada, e constrangedora, o lado dos times cuja torcida é considerada seu "público-alvo".
Não lembro do Olé! ter alguma referência do tipo "Ciclón, soy un Putón" em caso de jogo do Boca, a maior torcida do país, contra o San Lorenzo, por exemplo. É claro, corneteiam o Brasil, mas com piadas muito melhores e boa dose de auto-ironia. "O que importa é o tênis", manchete após uma derrota para o Brasil, ou "Faltam 26 dias para o Clausura", após o penta de 2002. Mas já aprendi, inclusive aqui mesmo, que exigir senso de humor já é demais.
Por essa e por outras, a cada minuto que passa as chances do SPFC tornar-se campeão brasileiro vão diminuindo. Todos os times já ganharam títulos em cima do São Paulo, e a entregada deste final de 2006 deve superar a da metade do ano. Teremos um tri-campeão brasileiro. Quando olho a camisa do tricolor paulista, vejo que anos acidentais como 92, 93 e 2005 provocaram um arranjo mal-resolvido nas estrelas acima do escudo, que sempre foi projetado para receber apenas os dois ouros olímpicos de Ademar Ferreira da Silva.
Se fui desrespeitoso, fiz o possível para não parecer.
Antenor Savoldi Jr.
Com a vitória de 3 a 1 sobre o River Plate, a equipe treinada por Gustavo Matosas alcançou a liderança isolada do Apertura. Essa foi a 8ª rodada da competição.
Juan Salgueiro, Ignacio González e Hamilton Ricard marcaram para o Danubio, enquanto Alvaro Mello descontou para o River. Dessa forma, o Danubio adriu dois pontos de vantagem para o Bella Vista, que foi derrotado em casa pelo Defensor por 2 a 0.
Poupando diversos titulares para a partida contra o Atlético-PR pela Sul-Americana, o Nacional apenas empatou em 1 a 1 com o Wanderers, no Parque Central. Carlos Juárez anotou pra o tricolor, mas Diego Chaves deu a igualdade aos Bohemios.
Além do mau resultado, que aumentou a distância em relação ao líder para seis pontos, os tricolores tiveram outra má notícia no fim de semana: o atacante Diego Alonso será operado no joelho direito devido a um problema de menisco e ficará bastente tempo longe dos gramados.
O Peñarol teve uma vitória difícil diante do Miramar, 1 a 0, gol de Nicolás Vigneri quando faltavam dez minutos para o fim da partida. Aos 45 minutos do segundo tempo, o caudilho Paolo Montero ainda foi expulso.
Saudações,
Douglas Ceconello
Resultados
Danubio 3 - River Plate 1
Miramar Mis. 0 - Peñarol 1
Central Español 2 - Rocha F.C. 3
Bella Vista 0 - Defensor Sp. 2
Progreso 1 - Rampla Juniors 1
Cerrito 0 - Liverpool 1
Tacuarembó F.C. 1 - Rentistas 1
Nacional 1 - Wanderers 1
Classificação
1. Danubio 18
2. Bella Vista 16
3. Liverpool 15
4. Defensor Sp. 15
5. Wanderers 15
6. Peñarol 14
7. Nacional 12
8. River Plate 11
9. Rocha F.C. 10
10. Central Español 10
11. Rampla Juniors 8
12. Tacuarembó F.C. 8
13. Miramar Mis. 8
14. Cerrito 5
15. Progreso 4
16. Rentistas 3
Próxima rodada
Rocha F.C. - Nacional
River Plate - Miramar Mis.
Wanderers - Tacuarembó F.C.
Peñarol - Bella Vista
Rentistas - Danubio
Defensor Sp. - Cerrito
Liverpool - Progreso
Rampla Juniors - Central Español
Já fui diversas vezes advertido para me manter afastado dos programas esportivos na televisão, mas confesso que não resisto.
Apesar dos conselhos de Savoldi Jr., preciso de munição e das doses de ódio e desgosto permanentemente calibradas.
Madrugada dos Mortos
No programa Terceiro Tempo, da Record, me deparo com uma bancada totalmente aleatória e desprovida de coerência. Além dos cativos Osmar de Oliveira, Paulo Morsa e Godoy, sou surpreendido com Juarez Soares - o CHINA - e o ex-maior batedor de faltas do Brasil, Neto. Confesso que inicialmente senti muito medo, mas não deu para resistir.
Aliás, a estrutura desse programa é demente:
- 30 minutos de comerciais
- 2 minutos de debates
- Aquela gostosa, que foi colocada lá por ser colorada, numa forma de tentar dizer "viu?, damos atenção a todos os estados"
- Depois aparece o Merchan falando da torcida do Atlético-MG em outra forma de dizer "viu?, damos atenção a todos os estados"
- Então eles discutem o Corinthians por 40 minutos, metade do tempo deliberando se a bola que originou o primeiro gol do Flamengo saiu ou não. Voltam o mesmo lance umas 23 vezes, mesmo que ninguém tenha certeza de nada.
- Daí a gostosa aparece outra vez e anuncia: "vamos a TODOS os gols do Brasileiro". E então passam os gols do Corinthians de novo e vão para o intervalo.
- No fim, o Merchan dá umas porcarias para os convidados, despede-se e começa o programa da Igreja Universal.
É sempre a mesma estrutura, tipo um SONETO escrito por um adolescente que aprendeu métrica e quer conquistar uma GATA. A gata do Merchan é o populacho.
Mas ontem o tal do Osmar de Oliveira superou-se. Lá pelas tantas usou de todos os seus recursos dramáticos - claramente inspirados no TONI RAMOS - para alertar sobre a crise corintiana. Disse que essa parceria sempre foi uma pouca vergonha e que o time não tem comando e toda essa ladainha. O engraçado é que não me lembro de ter ouvido nada remotamente parecido com isso em novembro ou dezembro de 2005. Nessa época, estava tudo bem, o que importava era o tetra. Por isso, Juca Kfouri conta com meu respeito, mesmo que discorde dele em muitas colocações. Mantém sua posição longe da euforia do momento.
Osmar de Oliveira afirmou ainda que se o alvi-negro cair a torcida vai até a sede do clube e tira todos lá de dentro, um por um. Depois, quando um bando de torcedores enlouquecidos aparecer lá e quebrar tudo e todos, não me venha falar da bandidagem e de que "esses aí não são torcedores, são criminosos". Adoram mudar de opinião quando lhes é conveniente, esses crápulas.
E como o Vitor bem me lembrou - e inclusive já tinha falado aqui - o próprio Milton Neves já entrevistou ao vivo um dos cabeças da Mancha Verde, que falava com a autoridade de um dirigente do Palmeiras.
Outras coisas
Filme B
Finalmente, depois de diversas ameaças ao jornal Zero Hora, chegou meu DVD sobre a conquista da Libertadores, o mesmo que foi produzido e distribuído pela Placar. E adianto que é bem ruinzinho.
Além do compacto dos jogos, que todos já viram em qualquer programa, há dois clipes, que são a melhor parte do DVD, mas que juntos não chegam a somar 10 minutos. Depois, a vergonha maior: o jogo final na íntegra, com a narração do Nivaldo Prieto, toscamente por cima do áudio. A lambança transformou o barulho de 60 mil pessoas em um burburinho digno de Anacleto Campanella. E mais os dois comentaristas, muito conhecidos mas cujos nomes não me lembro, que ficam corneteando o tempo inteiro coisas do tipo "se o Josué não tivesse sido expulso...", talvez com a esperança de que na repetição do jogo aquela bola no final passasse no meio das mãos do Clemer.
Em todos os 140 minutos, falta aquela tensão dos jogos da Libertadores, a expectativa, o pavor da torcida. Parece que estão falando da Copa Paquetá. Mas a corneta não é apenas quanto a essa edição. Já fui informado de que a do São Paulo de 2005 tem a mesma estrutura e pobreza. Na pressa de vender, acabam fazendo um trabalho escroto.
Portanto, compre apenas se você é daqueles que gosta de guardar todos os registros históricos. Se for adquirir apenas um, pense bem. O DVD oficial do Inter deve sair daqui uns dias. E há outro vídeo bem bom rolando por aí, chamado "Soy loco por ti América".
A TV prende e manda soltar
Graças à justa eliminação de Santos, Corinthians e Fluminense da Sul-Americana, a Globo mexeu na tabela do Brasileiro e puxou Vasco x Palmeiras para quarta-feira. Na quinta, jogam pelo torneio continental Nacional x Atlético-PR. Para a outra quarta-feira já adiataram um outro jogo, Corinthians x Palmeiras. E mesmo que estivessem jogando Cruzeiro (Atlético-PR, Inter, Grêmio, Atlético-MG) x Boca (River, Nacional, Peñarol), pela final da Sul-Americana, não passariam.
Vespeiro
Olha, uma das coisas mais estúpidas dos últimos dias foi o Muricy abrir a boca para falar que a torcida do Grêmio vai jogar bomba, fazer e acontecer. Depois nós que somos amadores. Os gremistas já estavam totalmente mobilizado para a partida. Mas agora estão com raiva também, o que quase sempre é positivo em decisões.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Devido ao meu bom aproveitamento no concurso
passado, ofereço de bandeja a mina do ouro
1 - FLAMENGO/RJ 1 X 0 CORINTHIANS/SP
Flamengo vencerá sem dó nem piedade. Carlos Alberto é reintegrado ao grupo na segunda-feira. Leão declara: "ele aprendeu a lição".
2 - INTERNACIONAL/RS 2 X 1 FLUMINENSE/RJ
Com as calças na mão, o Inter ganha por um placar apertado. Fluminense começa a preocupar-se realmente com o rebaixamento e cogita trocar de técnico, mas descobre que todos os treinadores brasileiros passaram pelas Laranjeiras esse ano.
3 - BOTAFOGO/RJ 1 (2) X 2 SANTOS/SP
Difícil. Talvez vitória do Santos, que conta com a volta de jogadores importantes. Botafogo não dá nem desce no campeonato. Aproveito esse jogo para usar do famoso artifício do resultado duplo.
4 - SÃO PAULO/SP 1 X 0 JUVENTUDE/RS
Não será nessa rodada que Muricy começará a entregar o campeonato. O Juventude vem fazendo uma campanha muito ruim longe do Jaconi. Apesar disso, prevejo uma partida bem difícil para o tricolor.
5 - SANTA CRUZ/PE 0 X 0 VASCO DA GAMA/RJ
Esse é fácil. Quando dois times ruins precisam muito vencer, eles empatam sem gols. Uma das maiores verdades do futebol.
6 - PARANÁ/PR 1 X 2 GOIÁS/GO
A partir desse jogo, Paraná e Goiás começam a trocar de posições na tabela. Vale lembrar que se os paranaenses não fizerem mais nenhum ponto, ainda correm sérios riscos de rebaixamento.
7 - FIGUEIRENSE/SC 3 X 1 PONTE PRETA/SP
Acho que a Ponte Preta não cai, mas não resistirá à força do Figueira. Tudo bem não é uma FORRRÇA, é uma forcinha, mas será suficiente.
8 - SANTO ANDRÉ/SP 1 X 1 ATLÉTICO/MG
Tropeço do Galo, que não comprometerá sua classificação.
9 - GAMA/DF 2 X 0 GUARANI/SP
Bah, esse é de lascar. Certamente é o resultado maleável da rodada, que será decidido por um telefonema aos 40 do segundo tempo, conforme os demais placares da rodada e o sucesso dos apostadores.
10 - AMÉRICA/RN 2 X 0 NÁUTICO/PE
Jogão. Vence o América, que começará a incomodar pra valer no G4. Ainda tenho esperanças de que o Náutico fique no seu habitat natural e não obrigue os grandes a jogar nos Aflitos em 2007.
11 - PAYSANDU/PA 3 X 1 ITUANO/SP
Vida ou morte para os dois. Quem perder, aproxima-se de forma perigosa, QUIÇÁ IRREVERSÍVEL, da zona maldita. Ituano = São Caetano.
12 - CRUZEIRO/MG 2 X 0 FORTALEZA/CE
Cruzeiro, tenha a bondade de não aprontar comigo novamente. Embora o Fortaleza seja o que melhor vem jogando entre os rebaixados, acredito que os mineiros vão engatar a segunda marcha.
13 - SÃO CAETANO/SP 0 X 1 GRÊMIO/RS
Esse jogo é perigoso. O Azulão é toca do Grêmio. Apostar nos gaúchos é respeitar a coerência, mas esse paulista maldito ainda vai dar seu suspiro de morte, e realmente não sei quando vai ser.
14 - PALMEIRAS/SP 2 X 1 ATLÉTICO/PR
Apesar do técnico iniciante, o Palmeiras vence o Atlético, que ainda estará comemorando a classificação na Sul-Americana. Depois que os paranaenses vencerem mais umas duas partidas, devem se voltar para o torneio continental.
E assim será. Quem apostar, verá.
Meio em cima da hora, admito, mas ainda dá para apontar no cartão e sair em disparada pelas ruas.
Saudações,
Douglas Ceconello
Entre banheiros queimados, policiais bêbados, balas perdidas e pacotes de amendoim, a presença de público segue aumentando no Brasileiro desse ano. Atleticanos fora de controle.
No jogo contra o Brasiliense, no último domingo, os atleticanos bateram o recorde de público nos estádios brasileiros nessa temporada: 52 mil pessoas pagaram para ver o jogo. E mesmo que essa partida ainda não esteja computada, o Atlético lidera o total de público e a média com uma diferença absurda para o Sport, segundo colocado. Também o Bahia tem uma vantagem abissal para o rival Vitória na Série C.
Na Primeira, Inter e Grêmio estão na ponta do total de público e da média, respectivamente. A velada desistência colorada pelo tetracampeonato foi percebida pela torcida, que no último jogo diminuiu a presença no Beira-Rio, com apenas 16 mil pagantes.
Por questão de logística e até por meritocracia apenas os cinco primeiros colocados constam nesse nobre espaço.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Série A
Total de público - entre parênteses o número de jogos
306.090 Internacional/RS (14)
264.975 Grêmio/RS (11)
229.532 Flamengo/RJ (14)
218.993 Corinthians/SP (14)
188.508 Cruzeiro/MG (13)
Média de público
24.089 Grêmio/RS (11)
21.864 Internacional/RS (14)
16.395 Flamengo/RJ (14)
15.642 Corinthians/SP (14)
14.501 Cruzeiro/MG (13)
Jogos não computados
Goiás/GO 3 X 1 Corinthians/SP (28 ª rodada)
Santa Cruz/PE 1 X 3 Paraná/PR (28 ª rodada)
Figueirense/SC 1 X 0 Botafogo/RJ (28 ª rodada)
Atlético/PR 1 X 1 Cruzeiro/MG (28 ª rodada)
Vasco/RJ 2 X 0 Fortaleza/CE (28 ª rodada)
Fluminense/RJ 1 X 2 São Paulo/SP (28 ª rodada)
Cruzeiro/MG 2 X 1 Internacional/RS (27 ª rodada)
Fluminense/RJ 1 X 3 Fortaleza/CE (26 ª rodada)
Atlético/PR 3 X 1 São Caetano/SP (26 ª rodada)
Série B
Total de público
332.045 Atlético/MG (14)
206.374 Sport/PE (14)
190.585 Ceará/CE (14)
165.908 Remo/PA (13)
137.299 Coritiba/PR (14)
Média de público
23.718 Atlético/MG (14)
14.741 Sport/PE (14)
13.613 Ceará/CE (14)
12.762 Remo/PA (13)
11.684 Paysandu/PA (11)
Jogos não computados
Portuguesa/SP 3 X 1 Remo/PA (30 ª rodada)
Sport/PE 3 X 0 Vila Nova/GO (30 ª rodada)
Atlético/MG 1 X 0 Brasiliense/DF (29 ª rodada)
Coritiba/PR 6 X 2 Marília/SP (29 ª rodada)
Vila Nova/GO 1 X 1 São Raimundo/AM (29 ª rodada)
Náutico/PE 3 X 3 Paulista/SP (29 ª rodada)
Brasiliense/DF 2 X 0 Remo/PA (28 ª rodada)
Série C
Total de público
219.875 Bahia/BA (9)
108.081 Vitória/BA (9)
44.718 Treze/PB (7)
40.748 Criciúma/SC (9)
22.352 Confiança/SE (6)
Média de público
24.431 Bahia/BA (9)
12.009 Vitória/BA (9)
6.388 Treze/PB (7)
5.037 Colo Colo/BA (3)
4.528 Criciúma/SC (9)
Jogos não computados
Criciúma/SC 1 X 0 Bahia/BA (1 ª rodada)
Treze/PB 2 X 0 Ipatinga/MG (1 ª rodada)
Brasil/RS 0 X 1 Vitória/BA (1 ª rodada)
Ferroviário/CE 1 X 0 Barueri/SP (1 ª rodada)
Ipatinga/MG 2 X 0 Brasil/RS (6 ª rodada)
River/PI 0 X 1 Treze/PB (6 ª rodada)
Brasil/RS 2 X 1 Noroeste/SP (5 ª rodada)
Rio Negro/AM 0 X 5 Ananindeua/PA (5 ª rodada)
América/MG 4 X 1 Barueri/SP (5 ª rodada)
Ferroviário/CE 1 X 1 Bahia/BA (5 ª rodada)
River/PI 3 X 4 Vitória/BA (4 ª rodada)
Quem te viu, quem te vê
No selecionado, na finaleira dos anos 1980
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
No Vasco
Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer
1994
Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe
De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse
Eu não sei bem com certeza por que foi que um belo dia
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia
No Miami
Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria
Quero que você assista na mais fina companhia
Se você sentir saudade, por favor não dê na vista
Bate palmas com vontade, faz de conta que é turista
E não acaba. A Austrália, como diria o Fernando Vanucci, é logo ali.
Inevitável lembrar de 1994, quando Romário conseguiu a proeza de me fazer acender um foguete pelo sucesso da seleção brasileira. Difícil de esquecer Vasco, PSV e Barcelona. O brabo é acompanhar um monstro do futebol jogar fora toda sua dignidade na busca de um número. Romário acha que chegando aos mil gols ficará na história. Mas essa mesma história registrará, talvez até com mais destaque, que ele acabou sua carreira no Miami, Tupi ou qualquer time da Austrália.
Pessoas como Romário, com a história que construíram, não têm o direito de errar dessa forma.
Saudações,
Douglas Ceconello
Música: Quem te viu, quem te vê, do hoje sofredor Chico Buarque, torcedor do Fluminense.
Domingos cabeceia para as redes, fazendo o único gol do jogo
Se isso não é falta, estou meio desatualizado.
Eu e Douglas acordamos há algum tempo que dificilmente o São Paulo não seria "agraciado" com o brasileiro, após a derrota na Libertadores. É cansativo ficar falando em grandes conspirações, portanto não o farei.
Mas foi bastante claro que o juiz estava "nervoso" na Vila Belmiro. Muito transtornado. As expulsões de Hugo, o melhor do Grêmio, e de Domingos, que iria fazer um gol contra para seu ex-time, não tiveram fundamento algum.
Fiquem atentos.
Em três rodadas, divulgarei a classificação final do Campeonato Brasileiro deste ano.
Antenor Savoldi Jr
Na imagem vemos os últimos 100 visitantes, registros das últimas horas. As bolinhas indicam os locais dos provedores de internet.
Se vêem representados:
Países - Estados Unidos, España, Índia, Austrália e Argentina.
Estados do Brasil - Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Distrito Federal, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande.
Particularmente, agradeço a todos que confiam neste trabalho. Modesto, mas não muito.
Saúdos, Vitor VEC
Sempre tivemos grande satisfação em contar com leitores inteligentes e não propensos a despautérios, qualidades dificilmente encontradas no ambiente que cerca o futebol brasileiro. Acreditamos ainda que conseguimos cumprir nossa função de fugir da cobertura homogênea e bem-passada que grande parte dos especialistas promove.
Também nos causa prazer o fato de não precisarmos censurar qualquer espécie de comentário. Portanto, seria de grande valia que a situação assim continuasse, pois não teremos nenhum problema moral em barrar opiniões ou até mesmo abolir os comentários.
Nossa noção de democracia e liberdade de expressão difere bastante daquela que tentaram ensinar nas aular de Educação Moral e Cívica ou nas faculdades de Comunicação Social. Ou seja, tolices não são bem-vindas.
É claro que ficamos satisfeitos quando a participação dos leitores aumenta, mas de forma alguma aceitaremos contribuições desprovidas de um mínimo de elegância.
Se nenhum comentário do post "Loteca - Concurso 234", publicado no dia 6 de outubro, foi apagado ou editado é simplesmente para mostrar o limite do aceitável, que certamente não foi respeitado.
Não temos compromisso algum com qualquer torcida, clube, emissora ou patrocinador. Dessa forma, não precisamos cair no ridículo de endeusar fantoches midiáticos que não passam de jogadores medianos.
"Unanimidade" e "lenda" são termos que gostamos de aplicar a Obdulio Varela. Portanto, exigimos respeito.
A redação.
A expulsão de Zé Roberto no jogo contra o Corinthians, assim como tantas outras, é exemplo de que estão caindo de maduro medidas no futebol que não o deixem submisso ao bom senso dos árbitros, visto que a classe é totalmente desprovida dele.
Para isso, seguem algumas sugestões. Alterações pequenas e eficientes nas regras que não são aplicadas pela Fifa para manter as polêmicas que, de acordo com muita gente séria, fazem parte da "magia do futebol".
1) Cartão amarelo para comemorações
Muita gente discorda, mas procede essa regra de aplicar o cartão para quem tira a camisa total ou parcialmente. Imagina você que gastou milhões para colocar sua marca na camisa de um time. Aí o atacante faz o gol na final, as câmeras do Brasil inteiro fecham nele e o que se vê em todos os jornais do dia seguinte, em vez da sua marca, é o mané com a camisa na cabeça ou um "100% Cacimbinhas".
Fora isso, amarelo para comemorações exacerbadas (provocar torcida, escalar o alambrado, fazer coreografia) é pura arbitrariedade. Se o problema é gastar tempo, então estipulem o tempo limite. Se 30 segundos depois do gol a bola não estiver no centro do campo para recomeçar o jogo, cartão para quem fez o gol.
2) Mão na bola ou bola na mão
Quem é pago para interpretar é o árbitro, mas o que tem se visto são cenas de vôlei que juízes e comentaristas justificam dizendo que o atleta não teve a intenção. Ora, como é que se vai saber? Então ficamos assim: futebol se joga com o pé, bola na mão é falta. A exceção é se o braço estiver junto ao corpo, mas aí basta o árbitro ter dois olhos para interpretar e não apitar.
3) Goleiros se adiantando na hora do pênalti
A princípio não pode sair da linha na hora do pênalti, mas é fisicamente impossível o goleiro atingir o canto da goleira sem um mínimo de impulsão pra frente. Houvesse essa frescura de repetir pênalti em 94, o Brasil não seria tetra. Todo goleiro se adianta para ter chance de defesa, mas o juiz marca quando quer ou quando viola a regra e interpreta por conta própria que o atleta exagerou no método Rogério Ceni de defesa.
Solução: conta um metro à frente da linha e faz um risco com o spray. O goleiro pode se adiantar até ali. Pisou na linha, repete a cobrança e cartão amarelo pro espertinho.
4) Cartão por simulação
Essa era uma regra que se houvesse bom senso seria ótima para o futebol, mas não há. A princípio, o árbitro não pode marcar nada que não tenha visto. Mas quando o jogador cai, o juiz deveria ter visto ou um pênalti ou uma simulação passível de cartão. Como não sabe o que dar, opta por um cartão demagógico para esconder a incompetência. Quanto maior a dúvida no lance, mais provável a aplicação do cartão para reiterar que houve "interpretação".
Não havendo solução para o imbróglio, caiu e não foi nada, manda levantar e segue o baile. Se não viu a jogada, ao menos não erra duas vezes aplicando o cartão.
Inexplicável o porquê de manter problemas que poderiam ser resolvidos com medidas simples, que não exigem árbitros a mais (deusulivre) ou recursos eletrônicos. Alguém aí lembra do tempo em que não havia aquelas placas mostrando os minutos de desconto e eles variavam conforme a relevância dos Estados representados em campo? Pois é, não sei para o resto, mas não sinto nenhuma falta da "magia" daqueles tempos.
Texto enviado pelo leitor Caue Fonseca.
Tenho talento para projeção de classificações, títulos e longo prazo; mas admito que sou bastante ruim na previsão de resultados pontuais. Ainda assim, dificilmente errarei algum dos resultados a seguir.
Jogo 1
Fluminense 1 X 1 São Paulo
Sem dúvida o desempenho do São Paulo melhora quando "o anticristo" não está abaixo das traves. O demônio é enganador. No entanto, me parece que o arqueiro reserva é aquele que posou nu para uma revista gay, o que também é lamentável. Se for qualquer outro goleiro, a vitória paulista está garantida, já que o Fluminense não existe.
Jogo 2
Palmeiras 2 X 2 Flamengo
O Flamengo ganhou com facilidade o clássico local, mas o Palmeiras jogou bem contra o Grêmio. O empate deverá mantê-los próximos da zona fatal.
Jogo 3
Santos 1 X 2 Grêmio
Todos sabemos que a vitória santista é inevitável. No entanto, apostarei de coração aberto em uma virada heróica com gol de Rudinei, e o fim do tabu "Vila Belmiro".
Jogo 4
Goiás 1 X 1 Corinthians
O amontoado do Corinthians não ganha de ninguém, mas segurou o empate no Beira-Rio, legitimou o título do ano passado, e inocentou Zveiter. Já o Goiás possui o artilheiro Souza, que é muito ruim.
Jogo 5
Atlético PR 2 X 1 Cruzeiro
O Cruzeiro ganhou do Inter, mas não existe. O time paranaense deve fazer valer seu "meio fator local".
Jogo 6
Santa Cruz 2 X 1 Paraná
Jamais acertarei um resultado de jogo do Paraná. Ainda assim, Santa Cruz merece cair.
Jogo 7
Ponte Preta 1 X 1 Juventude
Prevejo o jogo mais emocionante da rodada.
Jogo 8
Atlético MG 3 X 2 Brasiliense
O time da Boca do Jacaré foi derrubado pelo apito no ano passado. Torço por sua ascensão, embora o Galo tenha um pouco mais torcida.
Jogo 9
CRB 1 X 2 Sport
Mesmo sendo gremista, estou meio por fora de como andam os times da série B. Gosto do CRB, mas a simpatia dos torcedores do Sport Recife com o Grêmio após a fase final do campeonato do ano passado ainda vale.
Jogo 10
Gama 2 X 1 Paysandu
O fantasma de Librelato deve voltar a assombrar o papão, que não merece permanecer na elite nacional após a patuscada de 2002.
Jogo 11
Coritiba 2 X 2 Marília
Jogadores do Coritiba merecem todo o respeito, após saírem no soco com torcedores no aeroporto. No entanto, ainda devem estar abalados, e dificilmente vencerão.
Jogo 12
Figueirense 2 X 1 Botafogo
Gostaria que o Figueirense iniciasse sua derrocada rumo à B, e paulatinamente deixasse seu lugar na série A para a escalada triunfal do Criciúma - o único time decente de Santa Catarina. Mas acho que o Botafogo não me ajudará em nada com isso.
Jogo 13
Internacional 3 X 0 São Caetano
O Inter está meio mal, mas há tempo para acertar o time até o mundial. Nessa cruzada de todos que gostam de futebol contra o São Caetano, espero que o time do ABC não some mais nenhum ponto.
Jogo 14
Vasco da Gama 3 X 1 Fortaleza
Renato Gaúcho está prestes a entrar em campo. Se fizer isso ainda nesta rodada, há chances de alcançar a artilharia.
Confiem em mim,
Antenor Savoldi Jr
Não sei quanto a vocês, mas eu me sinto sinceramente angustiado ao pensar que quando estou no estádio as emissoras de TV podem colocar aquelas projeções gráficas absurdas de uma bandeira da Chevrolet, da Brahma ou do Itaú sendo desfraldada pela torcida.
Tenho aversão à grande maioria dos aspectos que envolve a publicidade, mas considero esse particularmente nojento. Todos sabemos que as torcidas têm um comportamento espontâneo e apaixonado e, aproveitando-se justamente desses sentimentos, as empresa, emissoras ou, sei lá, os diabos, colocam aqueles gráficos de grandes marcas sendo tremuladas pelo público, tentando vincular a sua imagem a um comportamento irracional e, por isso, cativante.
Primeiro, tivemos que aguentar a hoje compreensível - mas nem por isso menos repugnante - invasão dos patrocínios nas camisas. Depois, mais patrocínios, transformando fardamentos tradicionais em pacotes de Trakinas. Frente, costas, mangas. Até nos calções. Não satisfeitos com a tomada dos mantos, os anúncios passaram a espraiar-se pelas arquibancadas. Tudo isso com a conivência dos clubes, que, além de precisarem da grana, não tomam providências contra tal barbaridade feita com sua imagem.
Com o argumento de que detêm os direitos de transmissão, as emissoras aproveitam para cometer os maiores decalabros. Particularmente, considero isso dano moral aos torcedores presentes na arquibancada que são digitalmente subjugados por bandeiras que não gostariam de empunhar. Além disso, entendo que a atitude possa ser qualificada como uso indevido da imagem do clube.
Quando sua torcida some embaixo de uma bandeira com marca de banco, a imagem do time, sua alma, como diria Vovô Simpson, é roubada. Torcida que está com a camisa do clube, sua publicidade oficial, a marca que transmite a identidade da instituição ao mundo.
Vou acionar nosso Departamento Jurídico.
Saudações,
Douglas Ceconello.
A Segunda Divisão vai chegando nos momentos decisivos. Não vejo como Atlético e Náutico possam deixar escapar as vagas. O Coritiba despenca lomba abaixo.
Atlético e Guarani fizeram um jogo bem movimentado. Meio pelada, é verdade, mas extremamente agradável de assistir. O Galo saiu na frente, com Marinho convertendo pênalti, e poderia ter aumentado a vantagem se o juiz fosse um pouco menos débil mental e confirmase um gol mal anulado. O Guarani empatou no fim.
No segundo tempo, os mineiros empilharam chances. No início, o Guarani chegou a ameaçar, mas logo parou. E o Galo foi uma avalanche de gols perdidos. O goleiro bugrino DEOLA fez umas seis ou sete defesas absurdas. Acabou 4 a 1, mas poderia ser 9 a 2.
Agora os atleticanos têm uma importante missão pela frente, que é bater o Brasiliense, no sábado, e acabar com as chances dos amarelos subirem. O Guarani pega a Portuguesa no jogo dos desgraçados.
Quem vem a galope é o América-RN, que já passou o Coritiba e está a um ponto do famoso G4. Já os paranaenses estão fazendo o possível para permanecer ardendo no enxofre em 2007. A cada rodada caem mais um pouco e estão em 6º lugar, quatro pontos distantes do colo caliente da primeira divisão. E a situação nem é tão desesperadora para quem está sem vencer já faz oito rodadas.
Hoje passariam Náutico, Atlético, Sport e Paulista. Como acho difícil que o Capibaribe perca a vaga, já ficaria contente se o Coritiba arrancasse o lugar do Paulista.
Saudações,
Douglas Ceconello
Resultados
Boca do Jacaré - Brasiliense 2 x 0 Remo
Mineirão - Atlético-MG 4 x 1 Guarani
Novelli Júnior - Ituano 1 x 0 Gama
Leônidas Castro - Paysandu 1 x 3 Portuguesa
Bruno J. Daniel - Santo André 3 x 1 Avaí
Jaime Cintra - Paulista 5 x 1 Vila Nova
Machadão - América-RN 2 x 1 São Raimundo
Bento de Abreu - Marília 2 x 2 Sport
Presidente Vargas - Ceará 2 x 0 Coritiba
Aflitos Náutico - 3 x 2 CRB
Classificação
1º Náutico 48
Atlético-MG 48
3º Sport 47
4º Paulista 44
5º América-RN 43
6º Coritiba 41
Santo André 41
8º Brasiliense 40
9º Avaí 39
Marília 39
11º Paysandu 37
12º CRB 36
Ituano 36
14º Gama 34
Vila Nova 34
16º Ceará 33
17º Remo 31
18º Guarani 30
São Raimundo 30
Portuguesa 30
Antes de mais nada quero deixar claro que não estamos recebendo verbas da diretoria do Grêmio Esportivo Brasil, mas cabe ressaltar a excelente fase vivida pelo clube e sua torcida. O momento é tão bom que, mesmo jogando com time misto, o Xavante goleou o Pelotas por 4 a 1 em um dos maiores clássicos gaúchos.
E foi uma goleada incontestável no estádio Bento Freitas. O Brasil fez dois no primeiro tempo e mais dois no segundo. O Pelotas descontou apenas quando faltavam dez minutos para o fim. Quando a fase é boa, sai de perto.
O jogo era válido pela Chave 2 da Copa da Federação Gaúcha de Futebol. Com a vitória, o Brasil, que atuou em vários jogos com uma equipe alternativa, está em sexto, com 18 pontos. O Pelotas ocupa a segunda colocação, com 28 pontos.
Para quem não conhece, trata-se de um confronto maiúsculo do futebol gaúcho. Tanto faz se é no Bento Freitas ou na Boca do Lobo, casa do Pelotas, a fumaceira é sempre garantida. Na minha opinião, é o mais interessante depois do grenal, apesar de reconhecer a grandeza da rivalidade entre Juventude e Caxias, e também do Grêmio Bagé com o Guarany, que promovem o fantástico BA-GUA.
Jogos que não pretendo morrer sem presenciar.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Nacional e Peñarol venceram e subiram na tabela do Apertura. A liderança está dividida entre Wanderers e Bella Vista. Essa foi a sexta rodada da competição.
Com a vitória fora de casa sobre o Progreso, os tricolores do Nacional confirmaram a boa fase e subiram na classificação. Estão apenas a dois pontos dos líderes. Diego Perrone e Diego Alonso marcaram para o Nacional. Néstor Silva descontou para os locais.
Os carboneros venceram o Rentistas por 4 a 2, no Centenario, e recuperaram-se da derrota para o Wanderers na última rodada. O Peñarol teve um começo de campeonato lamentável e apenas agora começa a subir na tabela. Cardoso, Capria o jovem Maximiliano Bajter (duas vezes) marcaram os gols carboneros. O brasileiro Zinho e Fernández descontaram.
O Wanderers perdeu a chance de isolar-se na ponta ao perder para o Rampla Juniors por 2 a 0, em partida disputada no Estadio Olímpico. Com o mal resultado, a equipe bohemia agora divide a liderança com o Bella Vista, que ganhou o difícil jogo com o Danubio por 3 a 2.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Classificação
1. Bella Vista 13
2. Wanderers 13
3. Danubio 12
4. Nacional 11
5. Liverpool 11
6. Defensor Sp. 11
7. Peñarol 10
8. River Plate 10
9. Central Español 9
10. Miramar Mis. 8
11. Tacuarembó F.C. 7
12. Rampla Juniors 7
13. Rocha F.C. 4
14. Cerrito 2
15. Progreso 2
16. Rentistas 1
Resultados
Peñarol 4 - Rentistas 2
Liverpool 4 - Rocha F.C. 0
Rampla Juniors 2 - Wanderers 0
Progreso 1 - Nacional 2
Cerrito 0 - Central Español 2
Bella Vista 3 - Danubio 2
Miramar Mis. 3 - Tacuarembó F.C. 1
Defensor Sp. 2 - River Plate 2
Sétima rodada - 07/10
Danubio - Miramar Mis.
Tacuarembó F.C. - Bella Vista
Wanderers - Liverpool
River Plate - Peñarol
Rentistas - Defensor Sp.
Rocha F.C. - Rampla Juniors
Central Español - Progreso
Nacional - Cerrito
Depois do lamentável começo da noite de futebol, fui agraciado com uma partida sensacional entre Nacional e Boca Juniors.
Mais de 50 mil inflamados torcedores compareceram ao Centenario, a esmagadora maioria apoiando os uruguaios e agitando suas bandeiras tricolores. Mesmo com a tendência de torcer para os locais, imaginei que o Nacional enfrentaria imensas dificuldades. Qual não foi a minha surpresa quando o jogo começou e o tricolor encurralou o Boca, todos os jogadores marcando como cachorros loucos.
Tejera comandava o time e teve a primeira grande chance. Brítez, Gonzalo Castro e Alonso eram monumentos em campo, celebrando de forma involuntária ícones que remetem a 1930. Com a marcação infernal dos uruguaios, os xeneizes cederam. Aos 18, Tejera abriu o marcador. Três minutos depois, Alonso aproveitou a bola que bateu no travessão e anotou o segundo. Da grandeza e qualidade do Boca eu já tinha pleno conhecimento, mas o Nacional foi gigante essa noite, principalmente na primeira etapa. Era como se os últimos 20 anos nunca tivessem existido e o tricolor ainda fosse aquele que sempre jogava à altura de sua camisa.
Fora de controle, Palermo fez três faltas duras em cinco minutos e foi expulso. Igualmente fora de si, Viana também levou vermelho ao tentar atravessar um argentino com um carrinho. Melhor foi ver que o uruguaio ficou totalmente desnorteado depois da expulsão, tentou não dar bola para o juiz e ficar em campo, e depois saiu correndo para o vestiário. Ingredientes indispensáveis para um bom espetáculo e que me deixaram profundamente comovido. No fim do primeiro tempo, o auriazul cresceu e conseguiu diminuir nos acréscimos, com Palacio.
Na segunda etapa, o Nacional morreu fisicamente, mas continuava marcando com força. O Boca dominou, com outra excelente atuação de Palacio, o melhor em campo. O time charrua ameaçou apenas com tiros de longe e em uma cobrança de falta de Delgado. Silvestre perdeu gol feito para os argentinos e Palacio quase marcou de cabeça. Tanto Bava como Bobadilla tiveram excelentes atuações.
Ao fim, 2 a 1 para os locais, que pelo que fizeram no primeiro tempo mereciam uma vantagem maior. A torcida saiu feliz. O Nacional jogou como há tempos eu não via, como eu queria ver sempre.
Um duelo de gigantes. Uma celebração ao futebol sul-americano.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Escalações
Nacional: Jorge Bava; Diego Jaume, Diego Godín, Ignacio Pallas e Rodrigo Vázquez; Jorge Brítez, Javier Delgado, Agustín Viana e Marcelo Tejera; Gonzalo Castro e Diego Alonso. Técnico: Martín Lasarte.
Boca Juniors: Aldo Bobadilla; Jonathan Maidana, Matías Silvestre, Daniel Díaz e Juan Krupoviesa; Neri Cardozo, Pablo Ledesma, Claudio Morel Rodríguez e Nicolás Bertolo; Rodrigo Palacio e Martín Palermo. Técnico: Ricardo La Volpe.
Fluminense x Gimnasia: se Nelson Rodrigues fosse vivo, morreria de desgosto.
Que jogo apavorante esse que aconteceu no Maracanã há minutos atrás. O Lobo de La Plata respeitando demais um time que não merece o mínimo respeito. Mas o Gimnasia também não tinha nenhuma qualidade, velocidade ou conjunto. O que resultou desse show de horror foi que nos primeiro 45 minutos os cariocas chutaram duas bolas a gol, enquanto os argentinos entraram apenas uma vez na área .
Na segunda etapa, depois de retomar o fôlego, me arrisquei a assistir os últimos 20 minutos. O Fluminense ciscando sem maiores perigos, o Gimnasia perdendo um gol incrível em um contragolpe. Na cobrança do escanteio que decorreu desse lance, Herner marcou um golaço de cabeça. O Fluminese marcou de falta, com Pitbull, também um golaço, embora com o auxílio do goleiro Olave. E depois quase cometeu o crime de virar uma partida que deveria ser apagada da história do futebol.
Graças a Deus que acabou. Mais dez minutos e era capaz de eu começar a gostar de vôlei.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Entre brasileiros e argentinos, tudo tende para uma leve superioridade porteña. Hoje, duas das camisas mais importantes da América entram em campo.
Por alguma espécie de justiça poética, acredito que só poderia ser permitido vencer a Libertadores aos clubes que não desprezam a Sul-Americana. Dessa forma, o Santos estaria lascado, enquanto Corinthians e Atlético-PR começam a acertar as contas com os deuses.
O Santos tomou uma lavada dos cuervos no Nuevo Gasómetro. 3 a 0 com direito a dois golaços de Gonzalez e Lavezzi. Merecido. Ninguém mandou jogar poupar jogadores e desprezar a competição.
Quem entrou com força máxima foi o Corinthians, que dever arcar com uma dívida de R$ 90 mil por jogar em um Morumbi praticamente deserto. Apesar do zero duplo no placar, os alvinegros ainda têm boas chances, devido ao famoso saldo qualificado. Quem viu o jogo, diz que foi um atentado ao futebol.
Outro que parece valorizar bastante a competição é o Atlético-PR, que venceu o time quase reserva do River, em Nuñes, por 1 a 0. Levou alguns sustos, mas contou com a velocidade do bom Denis Marques, que deixou o malandro do Marcos Aurélio embaixo das traves de Lux. Hoje pela manhã, os atleticanos já compravam os ingrssos para a volta. Apesar do bom resultado, acredito que o jogo será complicado, qualquer que seja a formação millonaria.
Hoje, daqui a menos de duas horas, o Fluminense enfrenta o Gimnasia y Esgrima, em um Maracanã provavelmente vazio. Aliás, esse desprezo por competições sul-americanas só pode ser resquício de priscas eras, quando os campeonatos estaduais eram considerados o supra-sumo do futebol nacional.
Muito mais gente é esperada no Centenario, que deve receber cerca de 50 mil torcedores para o confronto entre Nacional e Boca Juniors, a partir das 22 horas. Os uruguaios tentam voltar a fazer bonito em canchas sul-americanas, mas precisarão bem mais do que seu passado glorioso para bater o Boca.
Palpite: 1 a 0 para o Nacional. Na volta, em 12 de outubro, 4 a 1 para os xeneizes. Placares que infelizmente não me soam muito estranhos.
Escalações
Nacional: Jorge Bava, Diego Jaume, Diego Godín, Ignacio Pallas, Sebastián Vázquez, Jorge Brítez, Javier Delgado, Agustín Viana, Marcelo Tejera, Gonzalo Castro, Diego Alonso. Técnico: Martín Lasarte.
Boca Juniors: Aldo Bobadilla; José María Calvo, Matías Silvestre, Daniel Díaz, Juan Krupoviesa; Neri Cardozo, Pablo Ledesma, Claudio Morel Rodríguez, Jesús Dátolo, Rodrigo Palacio, Martín Palermo. Técnico: Ricardo La Volpe.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Que ridícula essa dupla de mascotes com tendências claramente sodomitas.
Depois os lá de cima não sabem por que são tripudiados. Observem aí na figura esses pokemons gays, como disse o Antenor. Usam a justificativa de "paz no futebol" ou "fraternidade entre os povos" para criar dois bichinhos que ficam bolinando um ao outro sem o menor pudor.
Ano que vem, sim, teremos um evento relevante, a Copa América, realizada na Venezuela. É provável que o mascote seja um soldado chamado "Huguito" ou "Chavito". Eu sugiro uma bomba de gasolina chutando uma bola. De qualquer forma, tenho a certeza de que será mais decente.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Algumas novas sobre a situação do jogador, que teve a perna amputada após acidente de carro domingo, em Montevideo.
Do EL PAÍS, com modificações:
Darío Silva foi comunicado hoje da amputação da sua perna pelos médicos encarregados.
Respirando sem a ajuda de aparelhos, o centroavante foi levado para a sala de cirurgias novamente para limpar os ferimentos.
A situação ainda inspira cuidados, pelo que Darío Silva continuará mais alguns dias internado.
O médico Cancela imagina que o jogador deixe o hospital em uma semana e prevê que uma prótese possa ser implantada em um mês.
Para adaptar-se às novas exigências do futebol mundial, o Boca pode construir um novo estádio e abandonar a lendária La Bombonera.
A possível debandada boquense de sua histórica casa decorre do atual momento do futebol mundial e de sua caminhada rumo a um profissionalismo cada vez mais insosso. A necessidade de construção de um novo estádio está ligada às exigências da FIFA, que a partir de 2008 não permitirá mais que os torcedores assistam às partidas em pé. Atualmente, a Bombonera, fundada em 1940, tem capacidade para 55 mil torcedores. Com as alterações, receberia apenas cerca de 30 mil pessoas.
O vice-presidente do Boca, Pedro Pompilio, afirmou que os dirigentes estudam a construção de um novo estádio, construído fora do bairro de La Boca, que abrigaria 60 ou 70 mil torcedores sentados. É prova da confiança que o Boca tem em sua torcida, mas também dos crimes lesa-tradição que são causados pela paranóia do conforto e da segurança. Recentemente, a geral do Maracanã foi fechada, bem como a popular Coréia do Beira Rio.
Seria uma injustiça cósmica se os admiradores do futebol genuíno não pudessem mais sequer sonhar em comparecer a um dos estádios mais tradicionais do mundo. Obviamente, culpa daqueles ingleses lá em 1985, que acabaram gerando toda essa assepsia do futebol atual, afastando-se definitivamente dos aspectos culturais que formaram sua identidade.
Eduardo Galeano disse certa vez que nenhum local é mais cheio de sons que um estádio vazio. Provavelmente, poucos estádios abandonados serão mais plenos de paixão do que a Bombonera.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Creio ter sido o Paulo Sant'ana quem começou com essa coisa. E eu tenho o dever de fazer com que esta injustiça histórica pare por aqui. Acho que foi na coluna dele na Zero Hora que começou a se espalhar. Depois, ganhou os diversos núcleos que vivem o futebol na cidade. É a história de que, se o Grêmio ganhar o campeonato será um fato inédito na história do futebol mundial que uma equipe tenha saído da segunda divisão e conquistar a primera no ano seguinte.
O pessoal frequentador do Impedimento já pôde comprovar que eu gosto de manter as verdades históricas no lugar. E vai ser agora:
Porque no mínimo, no mínimo, no mínimo, pelo menos uma vez isto já aconteceu.
CENTRAL, CLUB ATLÉTICO ROSARIO CENTRAL foi o autor do feito.
Nossos quase irmãos pelas semelhanças que mantem - veste azul e o seu rival vermelho, é o pioneiro das grandes conquistas futebolísticas do maior pólo fora do 'eixo' do país - realizaram a façanhas 20 anos atrás.
Tudo começou em 84. Central caiu com a segunda pior média de pontos, junto com o Atlanta. A última partida daquele Metro-84 foi melancólica. Em Arroyito bateu Platense por 3-0, justamente a última equipe que escapou do descenso naquele ano.
No ano seguinte, a pressão para ascender era enorme. Mas havia um grande rival na disputa. A gloriosa ACADÉMIA, o Racing Club de Avellaneda, que já perambulava pelo 2o. ano consecutivo jogar a B.
Mas os canallas encararam bem o desafio. Foram campeões da B em 85 com quatro jogos de antecedência. De acordo com o formulismo da época, só o primeiro garantia o ascenso. Do segundo ao nono colocado se matavam em jogos de ida e volta. Segundo jogo na casa do time de melhor campanha e com a vantagem de dois resultados iguais.
E foi necessário esperar mais tempo do que o imaginado para a reestréia no primeiro nível nacional. Porque foi justamente naquela temporada que se fez a adequação ao calendário europeu, e o Central teve mais tempo para se preparar do que os outros 'normais' da primeira.
De novembro/85 a julho/86 foi feita uma preparação especial, ainda que não tenha sido montado nenhum 'esquadrão' para enfrentar os desafios da primera. Com a tradição em primeiro lugar, foi convocado o histórico técnico canalla de toda a vida, Ángel Tulio Zof, campeão nacional com o clube em 80 (numa equipe em que Mário Sérgio, o Vesgo, era reserva; mas isto já é outra história), para comandar a equipe no retorno à elite.
E como o dinheiro (ainda) não era o fator mais importante do futebol, o campeonato seguiu equilibrado. A cinco rodadas do final, pelo menos cinco equipes brigavam pelo título.
Na ultimíssima rodada, a coisa estava assim: Rosario 48; Newell's e Independiente 46.
Na época de dois pontos por jogo, bastava ao Central empatar sua partida. As chances da Lepra e do Rojo passavam pela cancha de Temperley, onde se atiravam os locais a la muerte contra o descenso e os rosarinos. Newell's jogava no Parque contra o já rebaixado Italiano e em Avellaneda o visitante era o decente Vélez.
Na Doble Visera, num verdadeiro clásico dos velhos tempos, e partida indefinida até o final. Em Rosario, a coisa se inclinou logo pro lado caseiro e todos no Parque Independencia, exceto os jogadores, se amontoavam ao redor dos radinhos portáteis, pendentes que estavam das ações no sur bonaerense. O título iria para Rosario, bastava saber se vestiria rojinegro o auriazul.
Ao final da primeira parte, Temperley marca o 1-0 que deixava empatados a 48 pontos na tabela os dois de Rosario. Numa jogada de muita força e vontade vem um penal pro Central. Aponta para bater Omar Palma, grande figura da equipe nos anos 80 (campeão em 80 e na segunda em 85).
E foi assim, aos 17 da segunda parte, de penal, todos os sentidos voltados para a área do estádio em Lomas, através de um símbolo para todos os torcedores, fora de casa, contra um time que estava sendo rebaixado, com o rival histórico na perseguição ao título, assim apareceu a quarta conquista nacional dos canallas.
Final, Temperley 1-1 Rosario Central. Na tabela, Rosario 49; Newell's 48.
A volta olímpica mais insólita, dentro de um estádio que chorava em silêncio, e reverenciava os felizes visitantes em minoria.
Na imagem, o autor do gol do título comemora no alambrado com os canallas presentes no estádio celeste de Lomas - Clarín
'Una relación afectiva, pasional e intacta: la de Omar Palma y la hinchada de Rosario Central. En andas, el Negro festeja la vuelta olímpica canalla en cancha de Temperley, una tarde de 1987.' - Legenda da foto da página 199 de "No te vayas, campeón", de Roberto Fontanarrosa.
Referências e fontes de pesquisa:
RSSSF - www.rsssf.com
AFA - www.afa.com.ar
"No te vayas, campeón - Equipos memorables del fútbol argentino", de Roberto Fontanarrosa - Editorial Sudamericana, 2000
Saúdos, Vitor VEC
P.S.1:
Diferenças entre nós: em Rosario, o estádio da beira do rio é o azul; e eles venceram o maior clássico da história local, que foi válido pela semifinal do Nacional-71 (do gol mais comemorado do mundo, tá no Guiness, é só conferir) e qualquer semelhança com a história dos clubes de Porto Alegre não é mera coincidência.
P.S.2:
Pra todos aqueles que ficaram curiosos, Racing Club conquistou o segundo ascenso daquele ano de 85.
P.S.3:
Time do ascenso de 85:
Fossati; Ghielmetti, Balbis, Serrizuela, Pedernera; Palma (Wolhein), Cornaglia, Chaparro, Argota; Rojas, Scalise. D.T.: Marchetta.
P.S.4:
Time campeão de 86-87:
Lanari; H. Díaz, Bauza, Cuffaro Russo, Pedernera; Gasparini, Cornaglia, Palma; Escudero, Lanzidei, Galloni. Outros jogadores do elenco: Toscanelli, Urruti, Ferlatti, Di Leo, Argota, Balbis, Scalise, Fossati. D.T.: Angel Tulio Zof.
Impedimento decreta três dias de luto do Caribe para baixo.
Dario Silva está vivo, mas não mais jogará, pois teve uma perna amputada do joelho para baixo para evitar uma infecção que poderia custar-lhe a vida. O jogador uruguaio sofreu um acidente de carro na manhã de domingo e teve uma fratura exposta absurda que eu não quero nem imaginar, descrita pelo médico Mario Cancela como "fractura expuesta muy compleja de miembro inferior derecho". Dario também sofreu uma contusão na cabeça, que não deve proporcionar maiores riscos.
Ainda segundo o médico, "era um membro inferior que tinha um comprometimento muito importante do ponto de vista vascular e muscular, por isso não havia outra solução a não ser amputar abaixo do joelho. A parte muscular ficou praticamente sem irrigação, os tecidos estavam destruídos". Até onde eu sei o problema agora é a cicatrização do ferimento.
Dario Silva tem 33 anos e começou sua carreira no Yerbalense, time da sua cidade natal, Treinta y Tres, onde jogou até 1990. Depois, transferiu-se para o Defensor, clube que defendeu até 1992. O atleta então foi para o Peñarol, permanecendo lá até 1995, quando migrou para o Cagliari, onde atuou por três anos. Esteve no Espanhol e depois no Málaga. Em 2003, passou a jogar no Sevilla e mais tarde foi para o Portsmouth. No momento, estava livre no Uruguai e poderia acertar em breve com o Nacional.
Dario foi bastante convocado pela seleção nacional, defendendo a Celeste em 49 oportunidades desde 1994, participando da Copa de 2002. Seu último jogo aconteceu na repescagem das Eliminatórias do Mundial de 2006, em 12 de novembro de 2005, contra a Austrália.
Muito triste.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Na contramão da história, o Grêmio Foot-Ball Pôrto-Alegrense mantém seus sócios afastados da política. Aqui ainda reina o voto censitário. Primeiro, temos a eleição apenas entre os conselheiros. Se não houver uma definição aí (mais da metade dos votos para um candidato) é que temos a escolha dos sócios, algo que realmente não faz o menor sentido.
Sem oposição aparente no clube, Paulo Odone, presidente temporariamente afastado por ser candidato a deputado estadual, deve ser reeleito.
Mas há quem diga que pode surgir um adversário. Adalberto Preis, que já perdeu em três disputas, talvez se apresente mais uma vez, sem muitas esperanças.
Pró-Odone, contam os sucessos no campo e fora dele.
1. Ano passado, voltou pra Primera, este ano levou o ruralito e faz papel decente no nacional, com reais chances de aparecer mais uma vez na Liber-2007. Os 'numerólogos' do 1983-1995-2007(?!?) adorariam ver isto.
2. Até a partida de 04/10, contra o Palmeiras, o Grêmio deve atingir a marca dos 30 mil sócios.
3. Aos poucos, o clube vai tirando o pé da lama, aparentemente. Sim, porque nunca vi a divulgação de um balanço sequer das finanças do clube. Nunca. É a velha conhecida da tal 'ecomonia interna'. Terror ter que ouvir este tipo de coisa.
4. Uma estrela jovem vendida por ano alivia a dívida e se a tal Timemania engrenar, a tendência é que as finanças melhorem. Anderson já foi em 2005. Lucas parte agora em 2006. 2007 será ano pra... sei lá Bruno Coutinho, Bruno Teles, Caçapa, Guilherme Só, vai saber...
5. Após o 4-0 contra a Ponte, foi até a frente da Geral fazer um pouco de demagogia, se houver disputa e se ela for decidida pelo voto dos sócios, estas atitudes evem fazer a diferença.
Contra Odone eu elencaria:
1. O mesmo 'populismo' do ponto anterior. Pessoas de olho crítico vêem de forma preocupante certas ações do presidente nas suas relações com a torcida.
2. Reconheço que seu perfil demasiadamente político me incomoda. Vejo claramente o uso do futebol como um grande trampolim para a popularidade e, em seguida, para votos que levam a cargos eletivos. Não é o primeiro, não será o último a fazê-lo (é capaz até que eu mesmo siga o mesmo caminho, e por que não?), mas a fomosa pulga atrás da orelha fica aqui, fazendo coçar.
3. No final das contas, é 'farinha do mesmo saco'. Sendo os conselheiros uma espécie de 'nobreza' gremista, seja o presidente que for, não teremos tão cedo um presidente como eu, por exemplo. Sócio Estudante Gremista por 4 anos e depois fazendo bom uso do título de sócio do pai, que transferirá pro meu nome até o fim do ano possivelmente, mas isto é o que menos importa.
4. Ainda não é a hora, mas cresce o burburinho de que surgirá dentro de algum tempo uma chapa de 'conselheiros da avalanche'. Se pensarmos bem, não é nada improvável. Aqui no Impedimento já se viu Pinedo Jr., Savoldi, Vecchi, Egon, Hans e mais algum outro que ainda não tenha se identificado até o momento. Cinco nomes, aparentemente decentes para contribuir com a instituição. Saídos do gato por um pila e do latão por três, do portão 10 e do 16, da cadeira lateral em dia que chega depois do jogo ter começado e das filas, das monumentais filas do Monumental.
O prazo para se apresentar chapas para a eleição presidencial é nesta 6a.-feira, às 18h. Alguém aí se habilita a enfrentar a máquina atual?
Saúdos, Vitor VEC
Jornada 6 do returno do nacional brasileiro e algo mais. 'Highlights':
Tricolor x Tricolor
No sábado o Flu derrubou todos os apostadores da Loteca ao fracassar contra o Fortaleza - 1-3. Só vi os gols e aparenta que o lateral esquerdo do Flu deve ser pior que o Wellington. Ponte aérea Castelão-Maracanã pela direita do ataque cearense, pel'amorde'deus.
Pedra cantada na Baixada curitibana
Atlético-PR 3-1 São Caetano. E o 'C' do ABC segue ladeira abaixo, para o bem do futebol nacional. No jogo contra o SP reparei como anda apanhando nos gramados o Marcelinho, ex-Grêmio. Toma bastante porrada, metade os árbitros não dão a falta, e o cara nem é de cair muito. Ele é franzino mesmo, e isto faz diferença. Azar dele que apareceu no Grêmio no ano do terror. Se não tivesse caído, poderia estar na Europa. Afinal, tem tanto tosco fazendo suceso por lá, imagina um cara que consegue se movimentar por todo ataque?
Devagar, quase parando
A beira do rio Guaíba recebeu grande público (entre 30 e 35 mil) para Inter 1-1 Corinthians e continua o Gre-nal das torcidas na disputa pelo estádio mais cheio do campeonato. E o Colorado vai diminuindo a marcha. Um ponto nos últimos três jogos.
Haroldo de Souza se desesperava nas ondas da Rádio Guaíba enquanto o ataque corinthiano tocava terror na defesa colorada. Pra mim, o Clemer tinha que ir pra rua quando derrubou Amoroso fora da área. Segue me impressionando este tipo de desculpa esfarrapada como a de ontem: "O Amoroso corria pra linha de fundo, não ia pro gol."
Oras, ele ia pra linha de fundo até que fosse suficiente para ultrapassar o goleiro e depois era aquele abraço. Ou alguém duvida que correria pro gol e preferiria ir com bola e tudo pela linha de fundo???
O gol paulista era questão de tempo, e demorou mais do que o esperado. A trama pelo meio do ataque demonstra a fragilidade da defesa depois das saídas de Bolívar e Tinga. Com ele, a falta cobrada rapidamente teria a marcação do Tinga na bola, não deixando o Amoroso rolar fácil pro Carlos Alberto.
Na mosqueada do goleiro Marcelo, Fernandão empatou. Interessante ver que Wellington Monteiro, após chutar pro gol, 'desiste' da jogada e sequer acompanha a movimentação posterior. O cara nem sabia que tinha sido gol, saiu pela linha de fundo e ficou olhando pra torcida enquanto a bola batia na rede.
Na segunda parte, o do apito Wagner Tardelli, resolveu aparecer. Custava dar mais um cartão amarelo pro Marcelo Matos (era ele, não?) do Corinthians? Pô, o cara fez uma falta bonita, clássica de cartão. Ele queria ir pra rua, manda ele embora.
E neste momento, apesar de tudo, não posso deixar de registrar apoio pro Abel. Tem que reclamar sim, tem que incomodar sim. Não dá pra deixar passar livremente. Criticaram-no pela atitude, por ser infantil, por não dar nenhum resultado, por poder ser punido a seguir. Mas nada disto importa, esta foi uma demonstração de 'jogar'. Técnico que 'joga' junto é importante, e foi isso que o Abel fez ontem.
HELLRAISER
Não sei como nem porquê. Só sei que Santa 1-0 Ju. Vai saber?
Serra Dourada, 18h, domingo
Em virtude da 'previsão prévia' ao fim de semana, passo a bola e deixo pra outro comentar, preferentemente o colorado do lugar Douglas. Estou certo que os céticos Antenor e Édson compactuaram comigo neste resultado algo vergonhoso.
SHAMPOO DE OVO
Clássico carioca entre Vasco e Botafogo, 0-0 deve ter rendido muitas ovadas no vestiário pós-jogo. Vai ter atacante ruim assim lá no Rio. Jesus!
CÓ-CÓ-RÓ-CÓÓÓ!!!
O maior público do ano correu até a Pampulha ou pegou o ônibus da linha 2004 para chegar ao Mineirão no sábado e viu o grande confronto da rodada da Série B desta semana, Atlético-MG 2-0 Sport Recife. E lá vem o Galo, voltando à Série A.
SINAL AMARELO
Em Pelotas, 'stop' do Xavante contra a Anapolina no domingo, 1-1. Arrancou bem, continua invicto e líder do grupo, mas tem que abrir os olhos. 4a.-feira tem o jogo contra o Noroeste no Bento Freitas e o empate é o suficiente pra passar à fase final e não dá pra parar agora. Morrer agora seria terrível. Se for pra morrer que seja na praia, chegando entre os oito e tendo sete jogos a mais em casa. Como mínimo devem levar grana pro cofre e que servirá pra fazer boas campanhas em 2007.
É possível que eu compareça a Pelotas no último dia de férias. Depois, a rotina me envolverá completamente. Aceito dicas de hospedagem, já que não poderei ficar no lugar de costume.
Saúdos, Vitor VEC
Vejam que a demência visual também atinge a Europa.
Esta falta a cinco metros da área valeu um tiro penal para os visitantes.
http://www.youtube.com/watch?v=L_sX_Lbsulw
A cena é do Almería-Cádiz válido pela 2a. española semana pasada.
Saúdos, Vitor VEC
Reunião de pauta da última terça-feira levou-me à reflexão. Vejam:
SONIC CAXIENSE
Em mais uma subida à Serra no feriado de 7 de setembro, lembrei do fenomenal porco-espinho da infância, que recolhia esmeraldas para derrotar o malvado Robotnik.
Em busca das esmeraldas, me atirei pela segunda vez até Caxias para acompanhar o trabalho dos abnegados dirigentes do representante do interior.
Olha, se vê nitidamente que o pessoal se esforça mesmo. Corre pra lá e pra cá, gastam tempo e dinheiro pendurados nos celulares durante o domingo todo. Pra compor toda a receita do futebol, o Ju onta om uma infinidade de patrocinadores médios da região. Esqueci o número, mas são perto de 30 entre indústrias de metal-mecânica, moveleiras e alimentícias, sem esquecer da FOX HOME VIDEO, que é a principal marca e que obriga a André, por exemplo, a fardar-se de GARFIELD 2.
Houve uma crise provocada por reclamações de alguns jogadores; o salário de julho ainda não tinha sida pago. O presidente foi até a Europa receber uns trocos por empréstimos e cedências de jogadores para o mercado europeu (Espanha, Portugal e Turquia) - lá também se dá calote, como não? A receita da viagem deve ser suficiente para melhorar a situação, mas não deve resolvê-la. Para isto, o árduo trabalho de garimpagem continuará.
Bem ou mal, o time porta uma decente posição de metade da classificação, oscilando entre 'mais acima' quando joga em casa e 'mais abaixo' quando joga fora. Pra não se complicar, seria bom trazer uns pontinhos de longe. A começar pelo Recife contra o ZUMBI da primeira, o já morto Santa Cruz, q.e.p.d.
Como começa? Quando acaba?
E algumas semanas atrás descobrimos a pindaíba em que vive o outrora glorioso Abigail, atleta colorado do Rolo dos anos 40.
Foi o fato desta ter caído desacordado em plena rua, e consequentemente ter sido levado ao Hospital de Pronto Socorro, que fez com que todo o universo esportivo porto-alegrense soubesse da vida atual de uma pessoa que já estava considerada lenda.
E que a maioria sequer sabia que ainda era vivo.
Pra quem não conhece, ele fez parte de uma das maiores equipes da história do futebol, e tenham certeza que isto não é um exagero. Lástima que ainda não era praxe disputar as copas continentais e os amistosos resumiam-se a excursões curtas pela América do Sul.
Numa tarde dos anos 50, a Bombonera conheceu o GRÊMIO FOOT-BALL PÔRTO-ALEGRENSE. Resultado da partida: Boca 1-4 pro time de Ênio Rodrigues, Aírton, Ortunho, Milton, Gessy, Juarez e cia. Mas isso já é outra história e eu estou divagando demais pela memória adquirida através dos relatos dos parentes mais velhos e mais próximos como o pai gremista e o tio colorado.
Estes acasos da vida fizeram com que eu conhecesse Carlitos - não o Tevez, não o Gardel -, outro integrante daquele time, entrou pra história com aquele que ficou conhecido como o 'Gol Inclinado'. Aconteceu nos Eucaliptos; era um Gre-nal, alguém lançou a bola do meio-campo, ela subiu paca e na corrida, sem ver direito de onde ela vinha, Carlitos se colocou inclinado na entrada da pequena área e torceu pra que a bola encontrasse o seu corpo e estrasse. E é dos gols e das história mais tradicionais e folclóricas do clássico. Se não tivesse a foto pra comprovar, um ou outro por aí diria tratar-se de uma mentira, mas não é.
Antes que a memória seja comida pelos vermes junto com o resto do corpo, um final de vida decente é devido a este e a todos os outros grandes da história do futebol.
SELEDUNGA
A nova lista do capitão traz como maior novidade Lucas, 8 do Grêmio, cujas atuações já despertaram o interesse do Atlético de Madrid. A proposta, em torno de 4 milhões de euros, foi considerada pequena para o valor do jogador.
Dunga citou o outro guri do Grêmio de 2005, Anderson, que agora veste o azul e branco do Dragão portuense. Está para ser chamado, mas para evitar muitas novidades de uma vez só, o técnico disse que preferiu deixar Anderson para a próxima convocação. Até porque os próprios 'consagrados' da lista também são muito 'verdes', à exceção de um Kaká ou um Lúcio.
Outras novidades são o goleiro Hélton (não deve voltar a ser convocado, não tem qualidades) e os laterais Adriano e Daniel do Sevilla (o time estará muito orgulhoso de ver seus dois titulares convocados na posição de excelencia do país).
E a legião do frio se mantém inabalável na seleção. Elano, Vagner Love, Daniel Carvalho e Dudu Cearense continuam na festa.
A merda toda é saber que este barulho todo pela convocação é para um simplório e medíocre amigável contra o sofrível Kuwait.
A lista completa:
Goleiros
Gomes (PSV Eindhoven); Hélton (Porto)
Laterais
Maicon (Inter Milão); Daniel Alves (Sevilla); Adriano (Sevilla); Marcelo (Fluminense)
Zagueiros
Lúcio (Bayern Munique); Luisão (Benfica); Juan (Bayer Leverkusen); Alex (PSV Eindhoven)
Meio-campistas
Lucas (Grêmio); Dudu Cearense (CSKA Moscou); Gilberto Silva (Arsenal); Edmílson (Barcelona); Kaká (Milan); Elano (Shakthar Donetsk); Ronaldinho (Barcelona)
Atacantes
Vagner Love (CSKA Moscou); Rafael Sobis (Betis); Robinho (Real Madrid); Daniel Carvalho (CSKA Moscou); Fred (Olympique Lyon)
...
Não farei mais como deveria fazer as últimas considerações sobre o Mundial-06. Já se passaram dois meses da final e não cabe mais fazê-las.
Não direi que Zagallo por dentro torcia mesmo era pela Itália, a 13ª do ranking da FIFA naquele já distante junho/06.
Saúdos, e ainda se secando, Vitor VEC
Juan Román Riquelme não atuará mais pela seleção argentina. O jogador, que alegou motivos pessoais para sua decisão, sempre foi um grande mistério. É como se ele tivesse a capacidade técnica de um Ronaldinho Gaúcho, mas com a índole de um Fábio Pinto.
Riquelme nasceu em 24 de junho de 1978 e começou sua carreira no Argentinos Juniors, onde teve dificuldades para alcançar a titularidade. Em 1996, o técnico boquense Carlos Bilardo aconselhou o dirigente Mauricio Macri a comprar vários jogadores do Argentinos: Fabricio Coloccini, Pablo Islas, César La Paglia, Carlos Marinelli, Emmanuel Ruiz e Juan Román Riquelme.
A estréia de Riquelme pelo Boca aconteceu em 11 de novembro de 1996, com a vitória xeneize sobre o Unión Santa Fá por 2 a 0, em La Bombonera. Seu primeiro gol aconteceu em 24 de novembro daquele ano, quando marcou o último dos 6 a 0 contra o Huracán.
Em 1997, Riquelme formou uma grande dupla com Pablo Aimar na seleção sub-20 que venceu o Campeonato Sul-Americano no Chile. Em 16 de novembro daquele ano, estreou pelo selecionado principal, em partida realizada justamente na Bombonera. Passarella convocou Riquelme para o último jogo válido pelas eliminatórias da Copa da França.
Em 2000, Riquelme foi um dos principais responsáveis pela terceira conquista do Boca na Libertadores, com excelente participação na decisão contra o Palmeiras. Ainda naquele ano, foi determinante na vitória sobre o Real Madrid por 2 a 1, que deu ao Boca o título de Campeão do Mundo.
No ano seguinte, venceu novamente a Libertadores pelos xeneizes, dessa feita enfrentando os mexicanos do Cruz Azul na final. Antes, na semifinal, passou 90 minutos dançando sobre a bola, garantindo o empate em 2 a 2, de novo com o Palmeiras, desta vez no Parque Antártica, e depois convertendo sua cobrança de pênalti. Mas no Japão o Boca sucumbiu ante o Bayern München.
Devido a uma série de problemas familiares, Riquelme não disputou a Copa da Coréia e do Japão, em 2002. Naquele ano, transferiu-se ao Barcelona, onde teve uma participação muito discreta. Depois, foi para o Villarreal, onde tornou-se grande ídolo. Na última edição da farsa chamada Champions League, levou a equipe treinada por Pellegrini às semifinais.
Mas em nenhum outro lugar se viu o Riquelme que atuava pelo Boca. Quando vestia zul y oro, o jogador chamava a responsabilidade, infernizava os adversários, cobrava e marcava pênaltis decisivos. Nas duas finais de Libertadores, Riquelme converteu seus penais. Contra o Real Madrid foi um dos principais destaques.
Quando despediu-se da Bombonera, Juán Roman Riquelme obviamente levou consigo seu talento, mas deixou para trás a gana, a confiança. Contra o Arsenal, teve nos pés a chance da classificação do Villarreal, mas dessa vez Riquelme estava visivelmente amedrontado, e errou.
E infelizmente assim aconteceu na maioria das vezes em que Riquelme vestiu a camisa albiceleste. Em 2006, enquanto o mundo esperava o estouro de Ronaldinho, eu dividia as atenções entre o brasileiro e o argentino. Achava que o ex-fenômeno acordaria para levar a Argentina rumo ao tricampeonato. Mas não, era uma esperança sem fundamentos, de quem ainda lembrava das suas atuações fabulosas pelo Boca.
É provável que esse comportamento seja próprio da índole de Riquelme. Quando ele jogava numa equipe infantil do bairro de San Jorge, um treinador das categorias de base do Defensores de Bella Vista afirmou que havia visto jogar um garoto sensacional, "después de Maradona es lo mejor que vi". Mas ele queria apenas jogar com seus amigos e sempre se escondia quando os "olheiros" chegavam para apreciar seu talento.
Talvez essa história de infância seja uma pista do que veio a acontecer com Riquelme. Enquanto jogou no Boca, seu time do coração desde os oito anos de idade, estava em paz consigo, tinha fibra e vontade suficiente, era decisivo. Depois disso, caiu numa espécie de sonolência. É claro que ele sempre terá atuações brilhantes, já que sua capacidade técnica é enorme, mas não sei se o veremos sendo decisivo novamente. No Boca, ele batia o pênalti, errava, e fazia no rebote, como ocorreu num clássico contra o River. No Villarreal, ele tinha medo antes de cobrar o penal.
Pelo selecionado, teve algumas apresentações boas, mas na maioria das vezes muito abaixo do que era esperado. Nunca assumiu a responsabilidade, desaparecia nas decisões, a albiceleste lhe pesava demais. Só posso acreditar que isso acontecia por temperamento. Tenho que procurar explicações porque Riquelme foi a maior promessa que surgiu na Argentina em muito tempo, o único que suspeitei que pudesse aproximar-se, ainda que bem de longe, a Maradona. Um daqueles raros jogadores que prometiam conquistar o mundo inteiro.
El pibe alegou que sua mãe estava doente, que não poderia dedicar-se com afinco ao selecionado. Muito justo e compreensível. Se ele afirmasse: "não consigo render pela seleção e quero me afastar" também teria meu repseito e admiração. No entanto, há cinco anos, eu tinha certeza de que em 2006 Riquelme já seria uma lenda da história do futebol.
Mas não tem problema. Paro de beber um pouco e tento preservar os lugares da memória que guardam suas atuações monstruosas.
Saudações,
Douglas Ceconello.
O grande destaque nesse início de Apertura é o Wanderers, que ontem bateu o Peñarol por 2 a 0 e alcançou a liderança isolada. Os bohemios são os únicos invictos no torneio, com 4 vitórias e 1 empate. O Danubio, que ainda não tinha perdido, foi derrotado pelo Cerrito por 2 a 0.
Bohemios na liderança
Em um Centenario com cerca de 30 mil torcedores, o Wanderers levou a melhor sobre os carboneros, que não contaram com Paolo Montero, sofrendo de cansaço muscular. Os gols foram marcados por Gabriel Alcoba, aos 26 do primeiro, e Simón Pagua, nos descontos da etapa complementar.
O Wanderers nunca ganhou um título nacional na era profissional do futebol uruguaio. Apenas no período amador os bohemios foram vitoriosos, faturando o troféu por 3 vezes, em 1906, 1909 e em 1931, justamente a última temporada da época do amadorismo.
Ficha do Clube
Nome: Montevideo Wanderers Fútbol Club
Apelido: Bohemios
Fundação: 25/09/1902
Estádio: Parque Alfredo Victor Viera (Montevidéu)
Capacidade: 12.000
Jogadores importantes: Obdulio Varela, Enzo Francescoli,
Pablo Bengoechea, Sebastián Eguren, Mauro Camoranesi.
O volante Alcoba, que está no clube
desde 2002, estampa a jaqueta bohemia
Outros destaques
O Danubio, que também estava invicto e poderia ter alcançado a ponta isolada, perdeu em casa para o Cerrito pelo placar de 2 a 0. Leonardo Sum e Pablo Russo marcaram os gols que garantiram a primeira vitória do Cerrito na competição.
Parece que finalmente o Nacional acordou para a competição. No sábado, o atual bicampeão nacional venceu o Miramar por 4 a 0, no Parque Central. Tejera, Pallas, Perrone e Gonzalo Castro fizeram os gols da vitória.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Resultados
River Plate 3 - Liverpool 2
Nacional 4 - Miramar Mis. 0
Central Español 1 - Bella Vista 0
Rocha F.C. 0 - Defensor Sp. 1
Danubio 0 - Cerrito 2
Tacuarembó F.C. 2 - Progreso 1
Rentistas 0 - Rampla Juniors 2
Wanderers 2 - Peñarol 0
Classificação
1. Wanderers 13
2. Danubio 12
3. Bella Vista 10
4. Defensor Sp. 10
5. River Plate 9
6. Nacional 8
7. Liverpool 8
8. Tacuarembó F.C. 7
9. Peñarol 7
10. Central Español 6
11. Miramar Mis. 5
12. Rocha F.C. 4
13. Rampla Juniors 5 4
14. Cerrito 2
15. Progreso 2
16. Rentistas 1
A distância realmente permite uma perspectiva diferenciada. Acompanhei futebol por todo o tempo que estive no Brasil e só agora, daqui do berço de tão amado esporte, percebi uma das suas características mais óbvias, mais gritantes: é fácil ser um clube vencedor. A dominação total e absoluta do país é possível e já está a caminho. E afirmo, tentando não engasgar no bairrismo, que Porto Alegre será o Império.
Eu nunca gostei de campeonatos de pontos corridos. Concordava com todas as críticas mais óbvias: não é tão emocionante, algum time pode disparar e fazer a coisa toda perder a graça, só quem tem dinheiro se dá bem. No fundo o motivo era muito mais simples: o Grêmio, imortal copeiro, nunca ganharia absolutamente nada nesse formato. Hoje vejo que todos esses conceitos eram nada mais nada menos que preconceitos. E a verdade é que
esse é, sem dúvida, o melhor formato possivel.
O campeonato atual é prova de que a emoção é muito maior quando acumular pontos é sempre importante. Em anos anteriores terminar em primeiro ou oitavo quase nao fazia diferença (geralmente só garantia o mando de campo nas finais). Depois de entrar no grupo dos oito a maioria dos times jogava pra garantir sua posição, guardando-se para as finais. Hoje a premiação é diferente e uma posição a menos pode ser a diferença entre a Libertadores ou nada (para nao falar no título, obviamente). Sim, um time pode realmente disparar e ganhar o campeonato com algumas rodadas de antecedência, mas e daí'? Isso só significa que havia merecimento - e evita que um único momento de distração da zaga ou uma decisão dúbia do juiz destruam um trabalho bem feito e consagrem um time pior. Todos os campeonatos europeus e a maioria dos sul-americanos são assim e ninguém acha isso um prejuízo. Acompanho o Inglês e o Espanhol por aqui e a idéia de que nao há emoção por não haver final parece-me ridícula.
E quanto a afirmação de que esse formato privilegia times ricos? Isso pode ser verdade na Europa, onde a diferença entre um Barcelona e um Sevilha é inegável, mas para isso existem as copas. O Barça levou a Liga dos Campeos e o nacional, o Sevilha ganhou a Copa da Uefa e a Recopa. Me parece de bom tamanho. Mas isso é na Europa; que clube no Brasil é rico? Nosso futebol é, notadamente, de jogadores jovens e veteranos. Os clubes vitoriosos sempre são os que revelam craques e finalmente fazem aquele jogador mais experiente render o que nunca tinha rendido - vide o Inter com Rafael Sobis e Fernandão, pra citar um exemplo recente de sucesso. A maioria dos clubes que tem dinheiro de sobra contratam "craques" que raramente dao resultado - alguem se lembra do Flamengo do Kleber Leite que tinha Romário, Djalminha e outros tantos e nunca chegou a lugar nenhum?
Tudo que é necessário é trabalho e organização. Qualquer clube que tenha um planejamento decente e não caia na armadilha comum do imediatismo vai se estabelecer como uma força a ser respeitada. O fato de que o Internacional conseguiu sair do horror completo de mais de vinte anos sem um título de expressão e ganhar uma Libertadores é testemunho disso; um presidente sensato, competente e que realmente entende futebol transformou um clube que só vencia regionalmente no melhor da América, quem sabe do mundo em alguns meses. Depois de estabelecer o futebol só é necessário capitalizar na paixão da torcida de forma inteligente, criando um quadro social fiel e assim garantindo a manutenção do clube. Vendas ocasionais de jogadores sempre acontecerão e o prosseguimento do trabalho torna-se viável. O Grêmio, felizmente, parece estar encontrando seu caminho e mostrando que um time organizado com um técnico competente é muito mais valioso do que ter dinheiro para contratar o Tevez - pra não dizer o Amato e o Astrada...
Defender o futebol brasileiro dizendo que somos melhores que a o resto pelo nosso sucesso em Copas é o verdadeiro bairrismo. Como defender um futebol em que o campeão num ano luta contra o rebaixamento no seguinte? Em que clubes trocam três ou quatro vezes de técnico durante a mesma competição? Em que o campeonato é "sempre emocionante e imprevisível" simplesmente porque nenhum time consegue manter um nível razoável de performance? O Brasil não tem o melhor futebol do mundo por causa desses fatores, mas APESAR deles. Sonho com o dia em que treinadores competentes como Mano Menezes fiquem no mesmo clube por anos; com os mesmos times sempre na ponta, forcando todos os outros a saírem da mediocridade e serem mais competentes; e, mais do que qualquer outra coisa, sonho com o dia em que o Brasil terá estádios sempre lotados (com filas nos quadros sociais), equipes niveladas por cima e uma capacidade financeira que não force todos os clubes a venderem seus melhores jogadores a qualquer clube de terceira, incapazes de competir com qualquer outro país minimamente mais competente.
Por isso que vejo o futuro do futebol brasileiro e ele é gaucho. O caminho é muito claro e somos separatistas o suficiente para perceber que clubes organizados como o Boca são o exemplo a ser seguido; ser grande e ser vitorioso são coisas bem distintas, algo que Flamengo e o Corinthians, contentes com suas torcidas intermináveis e total incapacidade de qualquer sucesso contínuo, não parecem perceber.
Ou podemos simplesmente nos conformar com uma Copa do Mundo aqui e ali e continuar para sempre sendo uma colônia.
De Londres,
Francisco Mahfuz.
Espião de Impedimento no G14
Vocês repararam, mais uma vez, como os jogadores do Boca se portaram tranquilamente frente à final da Recopa? Tudo bem, não é o título mais importante do mundo... mas puxem na memória momentos decisivos envolvendo times argentinos.
Eles fazem o adversário entrar naquele jogo emocional tipicamente argentino, mas mantêm a calma! E quando o adversário se desestabiliza, eles fazem um, dois, três gols e matam a partida. Me parece que isso tem muito a ver com a forma como os jogadores lidam com a pressão da decisão.
Aí vem a minha teoria: no Brasil, ser vice é um absurdo. No futebol, a cornetagem é forte - como exemplo cito o Tevez, ídolo da torcida num ano e atacado em seu carro (onde levava mulher e filha, bebê de colo) pela mesma torcida. Os brasileiros jogam com toda a pressão de defender uma grande equipe MAIS a pressão de não poder errar.
Os argentinos, como recebem apoio incondicional de seus torcedores e raramente são hostilizados ou vaiados por um gol perdido, uma partida ruim ou uma derrota num campeonato, têm todo um peso a menos. Ganham, assim, a vantagem da tranquilidade, da capacidade de respirar fundo e analisar o jogo, recolocar-se nele quando a situação é ruim, agir sem afobação mesmo quando em desvantagem, etc.
Resumindo minha opinião: se os brasileiros, com os jogadores que têm, apoiassem como os argentinos, venceriamos tão mais do que todo o resto do mundo que, provavelmente, o futebol se tornaria território exclusivamente brasileiro.
Por Gabriel Albo Trindade.
Você que não sabia em qual coluna apostar naquele CRB x Ituano agora tem um porto seguro para ficar milionário. A partir de hoje, todas as quintas-feiras, os colunistas de Impedimento publicam os únicos palpites de respeito para a Loteca. E de graça.
Nossos consiglieri colocarão toda sua pertinência em apostas, auxiliando os jogadores natos e levando para o vício os incautos. Apenas em um jogo será marcado resultado duplo, pois assim é a aposta padrão da Loteca. Teremos palpites sempre assinados e apenas de um colunista, não havendo qualquer regra que não a disponibilidade da equipe em escrever.
Além disso, temos respaldo jurídico que nos permite reinvindicar 60% do prêmio caso alguém acerte com os mesmos resultados aqui publicados. O dinheiro será revertido para o FELI - Fundo de Extorsão do Leitor de Impedimento.
Portanto, aproveitem. Abaixo seguem os primeiros palpites.
A redação.
Antes eram 13, agora são 14. A vida não anda fácil.
Jogo 1
São Paulo X Internacional
Duplo, em colunas 1 e 2. É o jogo mais aguardado das últimas rodadas e considero que não há favorito. Ironicamente, se o São Paulo não passasse por uma pequena crise, talvez o Inter tivesse mais chances de vencer.
Jogo 2
Cruzeiro X Palmeiras
Coluna 1. Uma hora os mineiros têm que entrar nos eixos, e o Palmeiras não consegue se dar bem longe de casa.. Apenas esse ano, o Cruzeiro já me arruinou uma três vezes na Loteca.
Jogo 3
Grêmio X Botafogo
Coluna 1. O time do Mano Menezes não vai perder uma chance dessas, no Olímpico. Faço a ressalva de que o Botafogo costuma aprontar para os gaúchos.
Jogo 4
Ponte Preta X Santos
Coluna do meio. O time de Luxemburgo tem feito umas partidas sem-vergonhas. A Ponte está no inferno e vai se esfolar em campo para vencer, mas, como a equipe é ruim, vai apenas conseguir empatar.
Jogo 5
Vasco X Goiás
Coluna 2. Desde que Geninho retornou, o Goiás parece ter entrado nos trilhos. Já o Vasco é muito fraco e só está lá em cima graças a Reanto Gaúcho e seus métods geniais de trabalho.
Jogo 6
Juventude X São Caetano
Coluna do meio. Os caxienses andam ganhando muito em casa, chegou a hora de tropeçar. O São Caetano, bem, esse só atrapalha a competição. Há muito percebi que o Azulão é o time que evita o acerto dos 14 pontos, acordando seus resultados 30 minutos antes dos jogos através de telefonemas recebidos em cabines telefônicas.
Jogo 7
Atlético/PR X Santa Cruz
Coluna 1. Os paranaenses começam a se reanimar. O Santa Cruz está rebaixado.
Jogo 8
Avaí/SC X Guarani/SP
Coluna 1. O Avaí vai fazer um esforço final para retornar à zona dos quatro que sobem. O Guarani teve uma melhora da morte e agora vai afundar de vez.
Jogo 9
Remo/PA X Atlético/MG
Coluna do meio. Galo tentará fazer de tudo para conseguir a vitória, mas enfrentará um time que joga a vida a cada partida.
Jogo 10
Portuguesa X Gama
Coluna 1. Esse é daqueles jogos sem sentido. Mas a Portuguesa ganha e começa a se livrar do descenso.
Jogo 11
Sport X Coritiba
Coluna 1. Grande jogo. O Sport tropeçou na última rodada, mas o Coritiba não vem jogando bem ultimanente. Acredito no "Fator Ilha do Retiro".
Jogo 12
Fluminense X Figueirense
Coluna 1. Outro time que só me ferra é esse Fluminense, que, assim como o Cruzeiro, uma hora vai ter que ganhar. O Figueirense vem sendo uma das melhores equipes do campeonato, mas dessa ver vai para o saco.
Jogo 13
Fortaleza X Flamengo
Coluna 1. Fácil. Apesar de contar com 75% da torcida, o Flamengo vai fracassar miseravelmente. Apesar de estar em penúltimo, o Fortaleza está fazendo jogos decentes.
Jogo 14
Corinthians X Paraná Clube
Coluna 1. Leão é o cara mais chato do futebol, mas sabe arrumar os times. Embalado, o Corinthians vai passar por cima do Paraná, que começará a lutar para não cair.
Minha trajetória de jogador da Loteca teve seu melhor momento em 2005, quando acertei 12 pontos. Fracassos incríveis de Atlético Mineiro e Goiás privaram-me da explosão de alegria. Mas desse ano não passa.
Apostar na Loteca, aliás, é minha forma mais prática de tentar ganhar dinheiro atualmente.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Certamente esse assunto já foi discutido na mídia e em outros blogs e mesas de bar por aí. Ainda assim, vale martelar um pouco mais em cima. É um absurdo o seqüestro do futebol pelos interesses comerciais no Brasil. Os pobres não têm mais como assistir aos jogos de seu time legalmente.
A Globo sempre compra os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro apenas para veicular os jogos do Flamengo, mesmo que sejam contra o Santa Cruz ou a Ponte Preta, e outros jogos de times do eixo Rio-São Paulo. Grêmio e Inter só passam na televisão jogando contra algum desses times, ou se a partida cair no mesmo horário. Caso contrário, os torcedores têm de agüentar a novela Sinhá Moça ou o Faustão no lugar.
A Globo jamais se atreveria a fazer isso, não fosse a invenção do cabo. Assim, pode fechar o sinal dos jogos que interessam à maior parte do Brasil e cobrar pelo acesso. É claro que muita gente vai ficar de fora da brincadeira. Mas só as pessoas que não interessam aos anunciantes: aquelas sem dinheiro para gastar. O pior é que nem aos clubes esse povo deve interessar, já que não tem como pagar ingresso e muito menos comprar os produtos anunciados em todos os cantos do estádio.
Isso obriga quem não tem dinheiro a ir a algum boteco assistir. Difícil aferir quantos desses botecos realmente pagam pelo acesso ao pay-per-view. É certo que muitos aderem ao sistema GatoNet, assim como grande parte das pessoas. Não deixa de ser uma boa vingança contra toda a palhaçada dos clubes e da mídia, mas é ilegal. Irônico que a Globo trabalhe contra si mesma nesse caso.
Aí vão dizer que é preciso "profissionalizar" o futebol, para pagar os salários nababescos exigidos por um bando de analfabetos. O problema é que essa espiral de aumentos de salários começou, justamente, por conta da necessidade de agradar aos patrocinadores. Como jogador mais talentoso atrai mais atenção, passaram a ganhar mais. E os times tiveram de atraí-los com salários maiores, para atrair mais patrocinadores. E assim vai. Mas isso não é problema só do futebol, o mundo inteiro hoje funciona nesse sistema de celebridades. Para quem se pergunta o quanto a mercantilização de tudo e a publicidade podem prejudicar o mundo, aí está um bom exemplo.
Alternativas existem. A Globo poderia, por exemplo, usar no Rio Grande do Sul a TVCOM para transmissão dos jogos em horários de novela. Seria até bom para o Ibope da emissora, que hoje é um traço. Freqüências vazias também poderiam ser usadas. Ou, como sugeriu um leitor do Impedimento, os próprios clubes poderiam ter emissoras e negociar direto com quem quisesse transmitir. Quem sabe, a Band, "o canal do esporte", ou a Record. Ou até mesmo a Rede Pampa.
Certo é que o povo quer futebol. Tanto é assim que, quando o Grêmio faz promoções de trocar um vidro de Nescafé por um ingresso, pagando meros R$ 5, o estádio enche. Vê-se que os capiaus nas ruas ficam animados dias antes, comentando que já fizeram a troca. Afinal, quem é dono dos clubes, a torcida, os patrocinadores ou a Globo?
Por Marcelo Träsel.
Originalmente publicado em Martelada.
Todo mundo já deve estar sabendo do gandula artilheiro, mas o mais absurdo na história é que o gol pode não ser anulado.
Para os desavisados, o Atlético Sorocaba vencia o Santacruzense, fora de casa, pela Copa da Federação Paulista de Futebol. Aos 44 minutos, o time da casa ataca e o atacante chuta para fora. Quando o goleiro vai apanhar uma bola para repor em jogo, o gandula escora para dentro do gol. A juíza Silvia Regina de Oliveira vai até a meta, olha para um lado e para outro, consulta um auxiliar débil mental e confirma o gol.
O gandula fazer isso foi sensacional e está plenamente adaptado à nova concepção esportiva de "o que importa é o resultado", além de desprezar o famigerado conceito de fair-play. O problema está na demência da árbitra, que até pouco tempo apitava jogos da primeira divisão, em validar o gol. Além do bandeira, completo bobalhão, que não viu nada, provavelmente pensando no seu almoço de domingo.
Mas pior do que isso foi a declaração do CORONEL Marcos Marinho, presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, de que não acredita que o resultado do jogo possa ser alterado, como quer o time de Sorocaba. Ainda segundo ele, “Isto quem decide é o tribunal, mas acho muito difícil uma alteração no resultado, caso a irregularidade seja confirmada. Foi um erro de fato, de interpretação”. Essas declarações foram dadas ao Estadão.
Interpretação ou demência? Se um juiz marca um pênalti, ele acredita que houve a falta, isso é interpretação. Demência é validar um gol que não ocorreu, inclusive com a juíza já de costas para a meta. 1 a 1 não foi o resultado do campo, o que acontecia dentro das quatro linhas até os 44 minutos era a vitória do Atlético Sorocaba. Obviamente drogada, deve ter pensado que passou por um lapso e perdeu momentaneamente a noção de tempo e espaço, não observando o instante em que o atacante estufou as redes.
Se esse gol não for anulado, nada mais faz sentido no futebol. Eu mesmo vou começar a me posicionar atrás das metas do Beira Rio e entrar de carrinho na área diante de qualquer escaramuça. Ano passado 11 partidas foram anuladas porque um lunático disse que estava envolvido em esquema de apostas. Agora, um gandula faz o gol, as imagens estão sendo reprisadas a todo momento e a equipe de Sorocaba pode perder a vaga para a outra fase. Que diabos é isso? Alguém me socorra, pelamordedeus.
De camisa-de-força,
Douglas Ceconello.
A crescente previsibilidade do futebol é algo anda me preocupando há algum tempo. A universalização da fórmula de pontos corridos, apesar de ser fator importante nessa tendência, não é a única responsável.
Por exemplo, o campeonato Brasileiro (ou sub-21 + over-33). Desde o início do segundo turno, faltando dezenove rodadas (dezenove!), quem se atrevia a dizer que a ponta ficaria em outras mãos que não do trio São Paulo, Internacional e Santos? Alguns gremistas entusiasmados podem tentar incluir o tricolor, mas o time de Mano Menezes corre por fora nesta briga. Já considero bastante difícil manter-se na zona de classificação à Libertadores.
Na ponta de baixo, algo parecido, com umas seis equipes brigando desesperadamente pelas quatro vagas na série B 2007. Paraná deu um grande passo, ao permanecer trinta minutos na liderança do campeonato: o "Mal de Criciúma", flagelo responsável pelo rebaixamento de times que beliscaram a liderança do campeonato em algum momento, parece ter escolhido a dedo mais uma vítima de Curitiba.
Infelizmente, o campeonato não está previsível o suficiente para que eu acerte todas na Loteca, e nem pretendo reavivar o cansativo debate acerca da validade dos pontos corridos. Mas é inegável que esta fórmula evita surpresas. Surpresas como Vitória, Portuguesa e São Caetano, equipes que pregaram a peça em grandes times durante jogos eliminatórios, e acabaram chegando a decisões do Brasileiro. Acabaram não ganhando, mas lá estavam. Aliás, tenho a impressão de que apenas em 2001 os dois primeiros da fase de pontuação chegaram à final: Atlético PR X São Caetano.
Os defensores dos pontos corridos apontam que no atual campeonato, todos os jogos são decisivos. Numa pegadinha lógica: se todos são decisivos, então nenhum é. O fato é que na disputa por pontos corridos, ganham os times que têm mais dinheiro. Simples assim: São Paulo, Inter e Santos, no caso atual. Formar elenco, ter peças de reposição, contratar Zé Roberto, Vargas. A ausência de reposição é o ponto fraco que me leva a ainda não ter grande confiança nas possibilidades do Grêmio neste campeonato.
Outro exemplo: o Fortaleza conseguiu arrancar um 1 X 1 do São Paulo no Morumbi, e dizem que até mereceu ganhar. De que adiantou? Absolutamente nada. A façanha de arrancar o empate frente ao finalista da Libertadores, em sua casa, não adianta nada ao time candidato ao descenso, pois é um jogo que vale o mesmo que qualquer outro dos 38 a serem disputados durante o campeonato. Coloque um mata-mata aí, ou uma chave menor em que passam dois times, e temos no 1 X 1 do Fortaleza uma vantagem construída para o jogo da volta no Nordeste.
Se a Copa do Mundo fosse por pontos corridos, o Brasil seria campeão quase sempre. Uma tabela com os 32 times - naturalmente sem ida e volta, já que o Mundial é disputado em um país sede/neutro ou não. O Parreira poderia perder para a França, mas a França empataria com a Coréia e com a Suiça, etc, etc. Em eliminatórias, já ocorre algo parecido, embora o calendário seja absurdo, com jogos a cada três meses. Além disso, o fator local, as torcidas, a altitude, endurecem um pouco a disputa. Impedimento propõe uma Copa do Mundo com pontos corridos para que a teoria seja testada. Pode ser em 2007 - não há Olimpíada, e seria uma desculpa a mais para ignorarmos o Pan-do-Rio.
Nem queria falar tanto sobre pontos corridos, pois até vejo muitas qualidades neste tipo de disputa. Mas gostaria de dar atenção ao outro fator que leva à previsibilidade no futebol mundial, e que talvez poucos tenham se dado conta: a epidemia de fair-play. Todos sabemos que futebol é muito mais que a bola rolando dentro das quatro linhas. Futebol é fumaceira da torcida, chute no calcanhar, cavar pênaltis, ficar berrando "La Muerte" no ouvido do atacante, comemorar corneteando a torcida adversária. Hoje, invariavelmente, todas as alternativas acima resultam em punição e reprovação pública. Perdoai, pois não sabem o que fazem. E o futebol vai dando cada vez menos margem ao matreiro e ao imponderável.
Falei bastante de pontos corridos, mas há tempo para salvar o post.
O objetivo central do mesmo é acusar o fair-play, revelando a verdadeira ameaça que tal prática traz ao bom futebol.
fiquem atentos,
Antenor Savoldi Junior
É claro que o fato mais importante dessa rodada foi o ingresso do São Caetano na zona de rebaixamento, de onde não pode mais sair. Para o bem do futebol nacional.
Esse presente dos deuses ocorreu depois da derrota para o Palmeiras, que atuou com uma bizarra camisa cinza. Mas ainda estou temeroso, pois alguns times têm o misterioso dom de nunca caírem, e suspeito que o São Caetano seja um deles.
***
Bom clássico, esse Corinthians x São Paulo. As duas expulsões do alvi-negro foram corretas, assim como foi também a não marcação do suposto pênalti em Lenílson. O time do Morumbi parece estar com vontade de entregar um campeonato que se apresentava um doce de conquistar.
Méritos para o Corinthians, que segurou o empate na base da força e ainda quase surpreendeu nos contragolpes. O que não pode mais acontecer é o Leão invadir o campo em todos os jogos e nunca tomar um gancho decente.
***
Outra coisa sensacional ocorreu no clássico Botafogo x Flamengo. O goleiro botafoguense Lopes recebeu uma bola fora da área, driblou um atacante e disparou pela ponta como se fosse o QUARENTINHA. Passou o meio-campo e lançou um atacante no fundo. Quebra de paradigmas futebolísticos, sem dúvida.
A lesma morta do Luizão marcou um dos gols da vitória flamenguista. No início do campeonato, apostei com meu ingênuo irmão que esse malandro não faria doze gols. Ganharei uma fortuna.
***
O Juventude bateu o Cruzeiro no Jaconi, amenizando a situação que tinha ficado feia pelas informações de que os salários estão atrasados. Me preocupa a situação dos mineiros, um time extremamente apático e sem reação diante das adversidades. Temperamento igual ao de seu técnico, diga-se de passagem.
***
Em São Januário, Vasco e Grêmio empataram. Mesmo quando os cariocas estavam mortos, Mano Menezes não quis desistir do seu esquema de colocar multidões na meia-cancha. Para a tabela, o resultado foi bom, mas entendo que o Grêmio perdeu a chance de vencer. Depois do jogo, o técnico gaúcho deu uma queimada no Checo, que quando joga mal reclama das dores no púbis. "Às vezes até eu tenho dor. De cabeça", disse Mano em chamas. Segundo os meus critérios, pontos a favor do treinador.
***
No Beira Rio, o Inter ganhou do Atlético-PR na sua melhor atuação no campeonato depois da Copa. Fez 2 a 0 e se ambas equipes tivessem revertido em gols as chances criadas, o placar teria sido 6 a 1 ou 7 a 2. Até Rubens Cardoso e Michel foram bem. Edinho e Wellington Monteiro fizeram grande partida. Entendo que deveriam atuar sempre juntos, excluindo-se Fabinho dos titulares. Há tempos Fabiano Eller queimou minha língua e tornou-se um dos destaques da temporada.
No jogo que marcou a estréia da nova estrela na camisa do Inter, o DESTAQUE FASHION foi o uniforme dos paranaenses, todo preto, com detalhes vermelhos. Uma belezura.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Resultados
Ponte Preta 2 x 0 Santa Cruz
Vasco 1 x 1 Grêmio
Palmeiras 3 x 1 São Caetano
São Paulo 0 x 0 Corinthians
Paraná 1 x 0 Fluminense
Juventude 2 x 0 Cruzeiro
Figueirense 2 x 2
Botafogo 0 x 2 Flamengo
Internacional 2 x 0 Atlético-PR
Fortaleza 1 x 1 Santos
Classificação
1º São Paulo 43
2º Internacional 40
3º Santos 39
Grêmio 39
5º Vasco 35
6º Paraná 34
7º Figueirense 33
8º Juventude 32
9º Cruzeiro 31
10º Fluminense 30
Palmeiras 30
Botafogo 30
13º Goiás 28
14º Atlético-PR 27
Corinthians 27
Flamengo 27
Ponte Preta 27
18º São Caetano 26
19º Fortaleza 23
20º Santa Cruz 18
Faço questão de deixar aqui meu protesto contra o horário
das 18h10 para os jogos de domingo do Campeonato Brasileiro.
Para os sábados, já não é muito bom, mas podemos contornar levando a patroa para DANÇAR depois. No entanto, aos domingos não faz sentido algum. E nós, OS AMADORES, não temos a desculpa de estar no estádio por dinheiro.
Dos jogos de domingo às 18h10, fui ao estádio apenas no Gre-Nal, porque era clássico. E clássico não se perde por nada. Mas em outros muitos deixei de ir porque considero absurdo. E falo com a autoridade de quem já presenciou Inter x Esportivo numa quarta, às 21h45, com transmissão pela TV ABERTA.
Eu em frente à CBF
Quando já estávamos acostumados com o insalubre horário das 22 horas e inclusive havíamos convencido as respectivas de que não era desculpa para praticarmos atividades menos nobres, agora me aparecem com esse descalabro que corrói famílias e compromete a sociabilidade.
Está feito o protesto. Aguardo providências.
Em chamas,
Douglas Ceconello.
É impressionante como os clubes tornam-se grandes e continuam comportando-se qual maloqueiros.
O Inter fez questão de montar uma entrevista coletiva para anunciar que Diego, um piá de 12 anos, que é filho de Assis e sobrinho de Ronaldinho, vai ingressar nas categorias de base do clube. Pela pompa do evento, pensei que o "atleta" a ser apresentado era o próprio tio do imberbe jogador.
Parece que o Assis teve um atrito com o Grêmio, tirando o filho das categorias de base do tricolor. Claro que há o forte componente da rivalidade, aliada ao fato do guri ser sobrinho do melhor jogador do mundo, mas entendo que a apresentação como ocorreu foi um fiasco.
Além disso, se o guri estourar, daqui uns quatro ou cinco anos, provavelmente a carga genética fará com que abandone o Beira Rio e parta para a Europa sem deixar um tostão para os vermelhos.
Em suma, fiasco. Constrangedor como foi o Grêmio apresentando um tal de Saraiva, que tinha feito uns gols no Inter e depois foi para o Olímpico. Como foi o Grêmio contratando o irmão do Nilmar, que nunca tinha visto uma bola, e o Inter homenageando o Ronaldinho num amistoso.
Times grandes, mas que agem como adolescentes que não esquecem suas pequenas vinganças. Aprontam diabruras sem sentido e ficam rindo sozinhos à noite, bem longe de perceber quão ridículas foram suas atitudes.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Em uma grande apresentação, o Brasil venceu a Argentina por 3 a 0.
Impossível não ter certo entusiasmo com o futebol apresentado agora há pouco pela seleção brasileira. Exceto nos primeiros quinze minutos do segundo tempo, quando a Argentina dominou e os brasileiros estavam perdidos, o que se viu foi um time jogando e marcando com a mesma intensidade.
Logo a dois minutos, após bela jogada de Robinho, Elano abriu o placar. O Brasil chegava bem pelas pontas. Gilberto e Daniel Carvalho na esquerda, Cicinho e Elano na direita. Além disso, não se fresqueava em nenhuma dividida.
O Cavalo Doido Lúcio certamente é o pilar desse novo time. E como é bom ver uma equipe que tenta roubar a bola a qualquer custo e a todo momento. E que beleza é assistir a um jogo com atletas que estão realmente mobilizados para vencer.
Mas claro que o aspecto circense ainda não está totalmente enterrado. Robinho começou a partida realmente bem, mas, após ter sucesso em uma ou duas jogadas, passou a dar toquinhos para o lado enquanto olhava para outro. Para alguns, isso é "a alegria do futebol". Do meu ponto de vista, ele estragou bons ataques.
Elano ainda marcou outro, aos 22 do segundo tempo. Kaká encerrou a goleada aos 43, após grande arrancada, desde o meio de campo. Uma apresentação quase irretocável. Parece que Dunga tem uma preleção bem simples, apenas aconselhando os atletas: "tentem jogar com a desenvoltura da Holanda de 1974, tentem marcar como o Gaúcho de Passo Fundo da década de 1970". Hoje deu certo.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Escalações
Brasil (3): Gomes, Cicinho (Maicon), Lúcio, Juan, Gilberto, Edmílson (Dudu Cearense), Gilberto Silva, Elano | (Júlio Baptista), Daniel Carvalho (Kaká), Robinho (Rafael Sóbis), Fred (Vágner Love). Técnico: Dunga
Argentina (0): Abbondanzieri, Zabaleta, Coloccini, Gabriel Milito, Clemente Rodríguez (Samuel), Luis González, Mascherano (Somoza), Bilos (Insua), Riquelme, Tevez (Aguero), Lionel Messi. Técnico: Alfio Basile
Trecho da monografia de conclusão do curso de Jornalismo da UFRGS, que entreguei em 2005, quando finalmente consegui me tornar um desempregado.
Alheio a todos os conselhos que pregavam ser equivocado inciar um trabalho acadêmico com um relato pessoal, quis fazer uma pequena homenagem ao radiojornalismo esportivo, tão presente e necessário numa época em que era difícil acompanhar jogos pela televisão, até mesmo nos canais abertos. Segue a parte inicial da introdução.
"Era um rádio de madeira, parecia um caixote, e ficava na área de serviço. Vez por outra, principalmente aos sábados e domingos, ele emitia poderosos gritos de 'gol'. Corríamos até lá, meu pai e eu, para verificar se era 'nosso' ou 'deles'. Aquela era uma situação rotineira da minha infância. Ocasionalmente, lembro-me do pequeno rádio de madeira. Foi nele que comecei a escutar as jornadas esportivas. Quando criança, não conseguia definir muito bem a condução que o narrador fazia da partida. Eram muitas palavras por minuto, era ataque para um lado, contra-ataque para o outro. A minha impressão era de que o jogo andava em velocidade supersônica, não havia pausa. Porém, quando o anúncio do gol acontecia, sempre precedido pelo burburinho da torcida, durante aquelas frações de segundo que retardavam a confirmação do artilheiro, debruçava-me atento em cima do velho receptor para depois comemorar. Em seguida, o locutor chamava o repórter, que dizia: ‘ele entrou na área e desferiu uma bomba’, ou algo assim. Depois o plantão esportivo: ‘o time está subindo na tabela’. E eu saía feliz, ficava perambulando ao redor, sem entender praticamente nada quando a locução “metralhada” recomeçava. Até o próximo grito de gol. Com o passar do tempo, comecei a discernir o andamento das falas durante a partida, já podia acompanhar o narrador. Mais que isso, descobri que em dias que não tinha jogo, também havia programação esportiva. As mesmas vozes das jornadas debatiam diariamente, davam informações sobre os clubes. E até hoje eu perambulo em torno do rádio que transmite futebol."
O nome do trabalho é "Bandeirantes Esportiva em Porto Alegre". Falo sobre a história do rádio esportivo brasileiro e sobre a Bandeirantes, primeiro em São Paulo, depois em Porto Alegre. Dia desses, pretendo publicar aqui uma versão resumida das entrevistas que fiz.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Desnecessário lembrar que aceitamos sugestões e xingamentos também por e-mail. O assíduo leitor Roger Löf enviou a relação de torcidas presentes nos estádio durante o primeiro turno.
Segundo a matéria do Globoestorte.com, a torcida o Inter foi quem mais levou público ao estádio, 192.481 pessoas, com média de 21.386 torcedores. Provavelmente, rescaldo da boa campanha na Libertadores. Logo depois, aparece o Cruzeiro, com 151.719 (média de 15.171). O Flamengo está em terceiro, com 148.707 (média de 14.870).
O Grêmio ocupa o quarto lugar, com 147.418 (média de 16.379). Na média, os gaúchos estão em segundo, já que realizaram uma partida a menos em casa. Vale lembrar que o Grêmio foi punido pelo STJD e jogou duas partidas com portões fechados. Se não me engano, antes disso, ocupava a primeira colocação no público total. O Santa Cruz vem na quinta colocação, com 124.593 (média de 13.843). O pior de todos não podia ser outro que não o São Caetano, que arrebanhou módicos 16.851 (mádia de 1.685).
Segundo o leitor Roger Löf, "essas estatísticas deveriam ser enviadas para aquele apresentador da Record,
Milton Neves, calar a boca e reconhecer que as torcidas que mais enchem os estádos são gaúchas! E não as nordestinas, que ele tanto idolatra".
Ocorre que, como o futebol do Nordeste anda lamentável, é necessário louvar uma suposta maior paixão dos nordestinos pelo esporte em relação aos demais brasileiros. Em todo país, algumas torcidas são bem fiéis e numerosas, e não há dúvida de que os nordestinos enchem estádios.
Tenho uma tese sobre isso: as torcidas do Nordeste não ligam para a importância do jogo. Colocam 30 mil pessoas tanto na primeira rodada do campeonato paraibano quanto numa semifinal de Copa do brasil contra o Flamengo. Geralmente, consideram as duas partidas como de igual valor.
Agradecemos ao Roger pela colaboração. E esperamos mais e-mails, com críticas, ameaças e correntes. Adoramos todas as correntes.
Urge lembrar ainda que não esquecemos do grande vencedor do Bolão do Impedimento para a Copa, Francisco Machado, cujo prêmio está sob responsabilidade do nosso gerente de Marketing. Entendemos a ansiedade do leitor e sua inevitável insônia, mas em breve cumpriremos o dever assumido.
Saudações,
Douglas Ceconello.
O Atlético conseguiu impedir o leilão da taça do Brasileiro,
mas a simples possibilidade de que isso acontecesse já foi lamentável.
E não foi a primeira vez que houve essa ameaça. O símbolo da maior conquista do Galo, o Brasileiro de 1971, seria leiloado para pagar uma dívida trabalhista de 18 mil reais. Há dois anos, Ézio Salomé, funcionário do clube por 34 anos, tenta receber na justiça o valor de sua recisão. Ézio foi demitido em 2004.
Segundo o advogado do clube, Bruno Morais, “Nós (eles do Atlético, não o Impedimento) depositamos R$ 2.500 (valor avaliado da taça) e o restante demos outros bens do clube como garantia até atingir os R$ 18 mil. Agora, é aguardar o reclamante se manifestar”. Triste.
E não pára por aí. Até 5 de setembro, a sede de Lourdes pode ir a leilão para o pagamento de uma dívida de R$ 830 mil que o Atlético tem com técnico Milton Ziller, que comandou a equipe de futsal do clube de 97 a 99. Em junho, a sede, avaliada em 2,5 milhões, quase foi a leilão para a dívida ser executada.
Além disso, as rendas do Galo na Série B foram penhoradas pela Justiça do Trabalho de Minas Gerais para pagamento de direitos de imagem devidos a Mário Sérgio Pontes de Paiva - O VESGO. Tite, que também andou por lá falando enrolado, deve tomar a mesma atitude e ingressar na justiça contra o Galo. Como se não bastasse tudo isso, o alvi-negro ainda corre o risco de não subir.
Pode ser que nenhum leilão aconteça, mas o simples fato de haver cogitações acerca disso é lamentável. Porque é o Galo, um dos doze maiores do Brasil.
Sempre tive simpatia pelos clubes mineiros. Mas, dia desses, me senti particularmente solidário à torcida atleticana, quando percebi que apenas pessoas com mais de 45 anos conseguem lembrar do último - talvez único - título importante conquistado.
Claro que estou esquecendo as duas edições da Conmebol, de 92 e 97, faturadas pelo Atlético. E faço isso porque realmente não considero conquistas muito expressivas. Elas ganharão destaque quando o clube voltar a obter um grande triunfo. Sozinhas, são pouco mais que fantasmas.
Mesmo com esse jejum surreal, o Galo manteve-se entre os grandes, muito graças à fiel torcida. Essa que realmente merece o citado adjetivo e que é uma das mais fanáticas do país, das mais enlouquecidas que tenho conhecimento.
Bola pra frente. Agora tem o Marília e subir ainda é possível. Ano que vem pretendo ir ao Beira-Rio para presenciar o confronto Colorado x Galo, que sempre proporciona jogos espetaculares. Dá-lhe Galo.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Segue a ficha do Galo
Nome: Clube Atlético Mineiro
Cidade: Belo Horizonte (MG)
Endereço: Av. Olegário Maciel, 1.516, Belo Horizonte (MG). CEP: 30180-11
Fundação: 25/03/1908
Telefone: (0xx31) 3291-6060
Site oficial: www.atletico.com.br
Títulos mais importantes:
Estaduais
38 vezes Campeão Mineiro
Nacionais
1937 - Campeão dos Campeões (FBF)
1971 - Campeão Brasileiro
1978 - Campeão dos Campeões do Brasil
Internacionais
1990 - Taça Ramon de Carranza (Espanha)
1992 - Campeão de Conmebol
1997 - Campeão da Copa Centenário (Belo Horizonte)
1997 - Bicampeão da Conmebol
Fontes:
Terra
Jornal O Tempo, de Minas Gerais
Site oficial do Atlético
Imagem:
Terra
O que acontece a um treinador que tem a melhor seleção do mundo, considerada favorita disparada para ganhar a Copa, e que depois é derrotado nas quartas-de-final com o time não tendo apresentado uma gota sequer de competência ou criatividade?
Bem, ele passa a ganhar 250 mil dólares - DUZENTOS E CINQÜENTA MIL DÓLARES - mensais para dirigir a África do SUl, anfitriã da Copa de 2010.
Deus.
Diabo.
Chamas.
Ganhar não vale a pena, o que dá dinheiro mesmo é perder. Dar vexame, de preferência.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Futebol brasileiro em chamas. Arbitragem cada vez pior. Caixa d'água vazou.
* Os árbitros voltaram a fazer bobagens nesse fim de semana. O jogo entre Corinthians e Botafogo foi uma carnificina, mas como envolve um paulista e um carioca, a repercussão deve parar por aí. Carlos Alberto poderia pegar uma suspensão pesada, da mesma forma que o botafoguense - cujo nome não lembro - que deu um soco no peito do adversário. Paulo Henrique de Godoi Bezerra, que apitou a partida, foi afastado por três jogos.
* Após algumas pequenas confusões com Leão, Tevez está sumido do Corinthians. O atacante teria dito ao seu empresário que não trabalha mais com o técnico. O argentino não viajará para Caxias e é possível que não volte mais a jogar pelo clube, transferindo-se para a Europa. Crise pouca é bobagem. Na primeira derrota, a Fiel vai esperar o técnico dentro do BANHEIRO da casa dele.
* Carlinhos Bala reclamou do fato de ser reserva do Cruzeiro. Depois, pediu desculpas. Mas Carlinhos Bala reclamou do fato de ser reserva do Cruzeiro. Carlinhos Bala reclamou do fato de ser reserva do Cruzeiro. Carlinhos Bala reclamou do fato de ser reserva do Cruzeiro. Meu Deus, onde esse mundo vai parar? Carlinhos Bala reclamou do fato de ser reserva do Cruzeiro.
* O Paraná está totalmente fora de controle. Subindo pela tabela a passos largos, já chegou na vice-liderança. O Palmeiras segue fazendo seus pontos, enquanto o Grêmio teve interrompida sua seqüência de vitórias graças a um gol achado pelo Flamengo no fim do jogo. É impessionante o equilíbrio na tabela. Apenas quatro pontos separam o segundo e o sétimo colocados.
* E agora, rapaz? O cano estourou, a água vazou, a tampa quebrou, a caixa caiu. O Presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Vianna, vulgo Caixa d'água, morreu nessa segunda-feira, depois de sofrer quatro paradas cardíacas. Tudo bem, ninguém queria que o cara morresse de fato, mas não vamos fazer dele um coitado agora.
* Rogério Ceni quebrou o recorde de Chilavert ao marcar seu 64º gol, que, graças a todos os deuses, não saiu nas últimas duas quartas-feiras. É uma marca e tanto, sem dúvida. No entanto, parece que a celebração ainda vai durar uns três meses. Parei de assistir ao SporTV News quando surgiu a chamada: "Ainda hoje: veja aqui os 64 gols de Rogério Ceni". Chilavert contestou os números, afirmando que marcou 70 gols e que sete deles foram pela seleção nacional. "Além disso, no Brasil tem jogo todo dia", finalizou.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Nas últimas semanas passei por um processo absurdo de escrever mentalmente diversos textos que falassem da vitória do Inter ou do temido fracasso. O diabo é que nesses dias que antecedem a decisão temos tempo para pensar no que acontecerá depois, qualquer que seja o resultado. Tentarei colocar 1% da minha insanidade em palavras.
Caminhando na chuva
Ontem à tarde estava caminhando do trabalho para o Beira Rio sob um chuva bem fininha. Como nos últimos dias, estava indiferente a tudo, anúncios, pessoas, paisagem urbana. Uma bandeira ou um buzinaço me gelava a espinha e me revelava a verdade: eu não estava indo apenas para o jogo mais importante da minha trajetória de torcedor, mas para a partida mais decisiva de um clube com 97 anos.
Queria que chegasse o fim disso de uma vez. Depois do jogo contra a LDU, fui acometido de uma idéia fixa e, como diz o patrão Machado de Assis: "Deus te livre, leitor, de uma idéia fixa; antes um argueiro, antes uma trave no olho". Desde então, pensava apenas no que aconteceria depois do apito final do árbitro na decisão do Beira Rio. Sim, porque tinha certeza de que o Inter iria à final. Mais do que isso, carregava a confiança íntima do título. Exatamente aquela coisa do "agora não tem mais jeito" que senti em 1992, depois dos grenais.
Passei semanas atormentando amigos, falando coisas sem sentido, entregue a uma superstição cotidiana possessiva de cada coisa no seu lugar, no seu tempo exato. Perdi fortunas, iates e mulheres. Provavelmente arruinei minha recém iniciada cerreira profissional.
Claro que havia o pavor espreitando nos cantos. E Abel continuava firme, forte, gordo e louco na casamata vermelha. E tinha 1989. E tinha a faca atravessada na garganta em 2005. E eu sabia que seria difícil. Mas dessa vez não havia retorno. Inter, Capitão Willard. São Paulo, Coronel Kurtz. E o que aconteceu quando Elizondo ergueu os braços foi exatamente como eu tinha imaginado.
Quando cheguei ao Beira Rio, era certamente o torcedor mais apático, deslocado no tempo e no espaço, vendo tudo com certa distância, a grandeza do momento, a loucura das massas. Todo colorado é um homem trágico.
Rumo
Há muitas implicações na conquista da Libertadores.
A primeira, mais óbvia, é a quebra de um jejum que já estava se tornando um martírio. E justamente com o título mais importante, mais cobiçado. Depois, o rompimento das fronteiras pelos colorados, cansados da justificada flauta de não passar de Santa Catarina.
A reversão das expectativas do Inter em competições mata-mata. Depois da Copa do Brasil de 1992, tudo foi uma desgraceira. As duas edições da Sul-Americana tiveram um gosto amargo de cores azul y oro. Parece que a maturidade foi alcançada, já que o inter foi soberano em todos os jogos decisivos.
Em todos os seus títulos, o Inter sempre foi o campeão acima de qualquer suspeita. Em 75, 76 e 1979 era uma equipe quase perfeita. Em 1992, apesar do sufoco, era o melhor time. Mas ganhar da forma que fez ontem, com um ferrolho épico e quase intransponível, revela uma nova faceta do Inter, que não é inédita, mas que há muito parecia esquecida.
O Inter cresceu muito em termos técnicos e de patrimônio nos últimos quatro anos. É um clube admirado, com um time respeitado. Mas nada disso adianta se os títulos não acontecem. Portanto, é a coroação de uma gestão, fazendo de Fernando Carvalho o maior dirigente da história colorada.
Falcão, Valdomiro, Manga e Figueroa são ídolos e devem ser colocados no museu, lembrados com admiração. No entanto, minha paciência já estava pra lá de esgotada. A partir de agora, quero poder citar Fernandão, Bolivar, Sobis e Tinga, jogadores que eu vi jogar, atletas que correram para a arquibancada em que eu estava sentado. Muitos jogadores formidáveis passaram pelo Inter e não tiveram maior reconhecimento porque não conquistaram nada além de estaduais. Gamarra, Uh! Fabiano, Lúcio, Daniel Carvalho, Gavilán, sei lá mais quem. Hoje todos eles são um pouco campeões.
Não posso deixar de falar
Rafael Sobis talvez seja o jogador mais importante que vi atuar no Inter, quem sabe mais até que Fernandão. A expressão facial dele ao comemorar os gols no Morumbi foi algo que me deu calafrios. A imagem da Copa foi o conterrâneo do amigo Savoldi correndo com a gigante bandeira do inter.
Monstro
Renteria totalmente genial. O único gol que não comemorei no Beira Rio foi o que ele marcou contra a LDU. Naquele momento, fiquei gelado, vi que algo muito grande estava se desenhando. E aquele gol contra o Nacional, então. E os outros tantos mais fáceis perdidos. Tudo sensacional.
Cumprirei minha promessa: vou comprar uma camisa do Clemer, pedir um autógrafo e colocar num quadro. Ele é meio ruinzão e frangueiro, mas sempre tive empatia por ele.
Bolivar, general. Edinho, colosso. Tinga, "ah, a-há, Nego Tinga é popular".
Dedicatória
Dedico esse título a um cara meio retardado que assistiu ao jogo contra o Libertad ao meu lado, tentando inúmeras vezes surrupiar meu radinho e xingando a torcida.
Também ao meu cachorro ZAPATA, que morreu em 2003, no mesmo dia em que o Inter tomou 5 a 0 do São Caetano e deixou escapar a vaga para a Libertadores.
E ao meu antigo rádio de madeira, no qual ouvi um certo Almeida defender uns pênaltis em Porto Alegre.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Em semana de decisão, percebemos uma festinha ainda maior da imprensa, com direito a exageros, imbecilidades e falta de sentido.
Está tendo muita repercussão a narração do segundo gol do Inter pelo Pedro Ernesto Denardin, especialmente no centro do país. Particularmente entendo que a locução foi desrespeitosa e idiota, ou seja, típica desse comunicador. Uma imbecilidade abissal que me deixou constrangido.
Pedro Ernesto usa e abusa desses artifícios infames, supostamente para mostrar sua "alma gaúcha". Não duvido que tenha sido proposital, apenas para encher o saco e tumultuar o ambiente. Nem quero entrar no mérito de ele ser gremista. Também é possível que tenha falado aquilo tudo para compensar o seu grito de gol ridículo e insosso.
Gostaria apenas que os mesmos que ficaram bastante impressionados com a narração histérica tivessem dado alguma relevância à capa do Lance! de semana passada que estampava "É tetra tchê!". A imprensa gaúcha também citou isso apenas de passagem, como não deu muita bola para o Pedro Ernesto.
A narração tem sido mostrada à exaustão no EIXO. Para a capa do jornal, nenhuma linha. Até mesmo o Juca Kfouri - jornalista do qual gosto - colocou em seu blog a narração e não deu destaque algum para o outro caso. Tudo bem colocar algumas vezes, afinal o discurso é de uma adolescêncioa irritante e realmente chama a atenção, mas já faz uma semana que o jogo aconteceu.
Sabem por quê? Porque é comum desdenhar de times de fora do eixo, já virou rotina, mas não estão acostumados a ouvir o mesmo dos clubes do Rio e de São Paulo.
Mas daí quando tu contraria ou discorda do comportamento, eles saem com sua famigerada desculpa: "eu tenho a razão porque sou jornalista, tu é um torcedor, portanto CEGO DE PAIXÃO".
Pfff. Eu também sou jornalista. Sou colorado e obviamente quero que o Inter ganhe, tanto que estou apavorado e passando mal há uns dois meses. Isso não me impede de dizer que achei deplorável a narração daquele demente e que entendo como lamentável a capa do Lance!.
Para grande parte da imprensa, o termo profissional só deveria ser usado porque eles ganham dinheiro para
escrever bobagens e falar mal dos torcedores, "CEGOS PELA PAIXÃO".
Bom mesmo são os amadores, que escrevem só na TERNURA.
Para quem não viu e não ouviu, abaixo coloco a capa do Lance! e o link para a narração.
Saudações,
Douglas Ceconello.
http://www.microcampvinhedo.com.br/rec.wav
Árbitros peruanos bebendo, jogadores brasileiros brigando e Alckmin caindo nas pesquisas. Ô mundo previsível.
"Se emborracharon en una convención". O Conselho Nacional de Árbitros decidiu suspender por oito rodadas seis juízes do futebol peruano, sendo três da primeira divisão, porque eles tomaram um TRAGÃO em uma convenção de arbitragem realizada numa sede militar próxima de Lima. Parece que esse grupo encheu os tubos de licor e ficou até altas horas fazendo festa na sede do evento, que reuniu 455 juízes e algumas celebridades.
Pelea verbal y física. A Comissão Disciplinar da Divisão Maior do Futebol Colombiano suspendeu os técnicos Jorge Luis Pinto, por seis rodadas, e seu colega uruguaio Julio Comesaña, por oito rodadas, por agressões físicas e verbais que tiveram durante a partida entre Cúcuta e Real Cartagena. Além disso, terão de pagar uma grana também.
Ex-jogador tumultua ambiente. Marcelinho e Mascherano envolveram-se numa escaramuça e foram afastados para a partida desse fim de semana contra o Figueirense. O técnico Geninho tomou a decisão e afirmou que o Parque São Jorge "não é a casa da mãe Joana". Marcelinho voltou sem motivos aparentes ao Corinthians e até agora não ajudou em nada. Por essas coisas acho uma imbecilidade desenterrar ídolos. Ah, e o camisa 77 ainda afirmou que "tem o respaldo da direção", como se a direção do Corinthians tivesse alguma moral.
Saudações,
Douglas Ceconello.
A primeira lista de Dunga.
Goleiros:
Gomes (PSV Eindhoven)
Fábio (Cruzeiro)
Zagueiros:
Alex (PSV-Holanda)
Juan (Bayer Leverkusen)
Lúcio (Bayern de Munique)
Luisão (Benfica)
Laterais:
Cicinho (Real Madrid)
Maicon (Internazionale)
Gilberto (Hertha Berlim)
Marcelo (Fluminense)
Meio-campo:
Gilberto Silva (Arsenal)
Edmílson (Barcelona)
Elano (Shakahtar Donetsk)
Julio Baptista (Real Madrid)
Jônatas (Flamengo)
Morais (Vasco da Gama)
Dudu Cearense (CSKA)
Atacantes:
Daniel Carvalho (CSKA)
Robinho (Real Madrid)
Fred (Lyon)
Wagner(Cruzeiro)
Vagner Love (CSKA)
Observações
Goleiros - eu não gosto de nenhum goleiro brasileiro, mas me parece que esses são bons nomes para começar um trabalho.
Laterais - Cicinho e Gilberto não são surpresas. Esse Marcelo é muito bom jogador, enquanto o Maicon eu não vejo jogar há tempos.
Zagueiros - os titulares da Copa não mereciam ficar de fora, já que foram dos poucos que se salvaram. Alex e Luisão são opções confiáveis.
Meio-campo - respeitando sua história pessoal, Dunga praticamente não convocou armadores. Jônatas e Morais não são jogadores desprezíveis, mas claramente estão sobrando.
Atacantes - setor onde tivemos mais surpresas. Justas convocações de Daniel Carvalho e Vagner Love. Wagner, do Cruzeiro, também aparece bem. Fred já era esperado, enquanto Robinho é só pra fazer um afago inicial na imprensa alegre. Certamente está guardando lugar para outro.
Apenas mais uma coisa: os mesmos que criticaram a escolha de Dunga por ele não ter experiência como técnico acham que a opção de Jorginho para auxiliar se justifica pelo excelente trabalho desenvolvido no América carioca. Vá entender.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Nacionais de Chile, Equador, Colômbia, Peru e Paraguai.
Chile
Com sete pontos, Cobresal e Puerto Montt dividem a ponta do Clausura, que tem três rodadas disputadas. Colo Colo, Universidad de Chile e Católica foram derrotados. O Colo Colo, campeão do Apertura, foi derrotado por 3 a 0 pelo Everton. A U de Chile levou 2 a 0 do Huachipato no Estádio Nacional de Santiago, enquanto a Católica perdeu por 1 a 0 para o O'Higgins, mesmo jogando no San Carlos de Apoquindo.
A Unión Española perdeu em casa por 3 a 1 para o Deportes La Serena, e o técnico Fernando Carvallo pediu demissão. Em três partidas, a Española somou apenas um ponto.
Resultados
Palestino 1 - 1 Antofagasta
Universidad Católica 0 - 1 O'Higgins
Audax Italiano 1 - 1 Deportes Puerto Montt
Unión Española 1 - 3 Deportes La Serena
Rangers 3 - 1 Santiago Wanderers
Cobreloa 1 - 0 Universidad de Concepción
Cobresal 3 - 0 Santiago Morning
Everton 3 - 0 Colo Colo
Universidad de Chile 0 - 2 Huachipato
Equador
Ao empatar em dois com o Aucas, o Olmedo alcançou 11 pontos e manteve a ponta do campeonato equatoriano, após cinco rodadas. O time foi beneficiado pelos empates entre Barcelona e Deportivo Quito (0-0) e El Nacional com Macará (1-1). O Deportivo Cuenca venceu por 3-0 o genial Deportivo Azogues.
O Emelec venceu a Liga de Quito por 2 a 0. A LDU contatou o argentino Edgardo Bauza para substituir o técnico Juan Carlos Oblitas. Bauza já treinou o Vélez e o Sporting Cristal.
Resultados
Deportivo Cuenca 3 - 0 Deportivo Azogues
Aucas 2 - 2 Olmedo
Macará 1 - 1 El Nacional
Deportivo Quito 0 - 1 Barcelona
Emelec 2 - 0 Liga de Quito
Classificação
1. Olmedo 11
2. Barcelona 10
3. El Nacional 10
4. Deportivo Quito 10
5. Deportivo Cuenca 7
6. Emelec 7
7. Macará 7
8. Deportivo Azogues 4
9. Liga de Quito 3
10. Aucas 1
Colômbia
O Junior de Barranquilla empatou com o Cali em zero e menteve-se na ponta do Torneio Finalización colombiano, com sete pontos, após três rodadas. É o mesmo número de pontos que o Huila, que derrotou o campeão histórico Pasto por 1 a 0, mas fica atrás no saldo de gols. Os oito primeiros classificam-se para a próxima fase.
Resultados
Cali 0 - 0 Junior
Bucaramanga 0 - 1 Cúcuta
Huila 1 - 0 Pasto
Millonarios 1 - 0 Quindío
Pereira 3 - 1 Medellín
Nacional 3 - 1 Caldas
Envigado 0 - 0 Santa Fe
Chicó 0 - 1 Tolima
Pontuação*
Atlético Junior 7
Huila 7
Independiente Medellín 6
Deportes Tolima 6
Atlético Nacional 6
Deportes Pereira 6
Deportivo Cali 5
Boyacá Chicó FC 4
Cúcuta Deportivo 4
CD Millonarios 4
Deportes Quindío 3
Deportivo Pasto 3
Atlético Bucaramanga 3
Once Caldas 3
Independiente Santa Fe 2
Envigado FC 1
Real Cartagena 0
América 0
* com preguiça de montar a tabela que não achei pronta, vai por ordem de pontos, sem considerar o número de vitórias e o saldo de gols.
Peru
Quatro equipes lideram o Clausura, somando seis pontos após três rodadas: Cienciano, José Gálvez, Universitario e Melgar venceram e colocaram-se no primeiro posto.
Resultados
Alianza Atlético 2 - 2 Sport Boys
Unión Huaral 0 - 0 Bolognesi
Universitario 4 - 1 Sport Ancash
San Martín 0 - 1 José Gálvez
Cienciano 2 - 1 Sporting Cristal
Melgar FC 3 - 2 Alianza Lima
Classificação
1. Cienciano 6
2. José Gálvez 6
3. Universitario 6
4. Melgar FC 6
5. San Martín 4
6. Alianza Lima 4
7. Bolognesi 4
8. Unión Huaral 4
9. Sporting Cristal 3
10. Sport Ancash 3
11. Alianza Atlético 2
12. Sport Boys 2
Paraguai
O Olimpia apenas empatou em 2 a 2 com o Tacuary pelo Clausura, que é liderado pelo Cerro Porteño, com seis pontos. O vice-lider é o 2 de Mayo, que soma cinco pontos. Olimpia, Guaraní, Libertad e 12 de Outubro têm quatro pontos cada. Foram jogadas três rodadas. E olha que o Crro não jogou nesse fim de semana.
Resultados
Tacuary 2 - 2 Olimpia
Luqueño 0 - 0 3 de Febrero
Libertad 1 - 1 Guaraní
Nacional 0 - 3 2 de Mayo
Fndo de la Mora 0 - 1 12 de Octubre
Descansou: Cerro Porteño
Classificação
1. Cerro Porteño 6
2. 2 de Mayo 5
3. Olimpia 4
4. Guaraní 4
5. Libertad 4
6. 12 de Octubre 4
7. Tacuary 3
8. Nacional 3
9. Luqueño 2
10. 3 de Febrero 1
11. Fernando de la Mora 0
Saudações,
Douglas Ceconello
Não, nós não vamos deixar de falar sobre o Brasileiro apenas porque os comentaristas da ESPN Brasil e do SporTV já consideram o São Paulo campeão com TREZE rodadas disputadas.
Eles consideram "muito difícil" o tricolor perder o campeonato porque a única comparação que lhes surge refere-se a Corinthians, Palmeiras e Santos, mais os cariocas.
O São Paulo está quatro pontos na frente de Cruzeiro e Inter, mas quando a diferença era de UM ponto, ouvi um gênio do Sportv comentar: "será muito difícil o São Paulo deixar escapar". Não se sabe o nome da figura, até porque a maioria dos canais está abrindo espaço para o primeiro bobalhão que aparece.
Já foi dito aqui que o São Paulo é um belo time, apesar de o Muricy fazer das suas, assim como Abel apronta de tudo para estragar a equipe colorada. Cruzeiro e Fluminense têm times razoáveis, que podem crescer com a chegada de reforços. E ainda acredito no Palmeiras, não para o campeonato, mas por uma vaga na Libertadores.
Como Antenor, estou tentando evitar a imprensa esportiva. Mas às vezes eles me pegam fugindo da cozinha para o quarto, quando inevitavelmente tenho que atravessar a sala e me deparar com aquele feixe de luz demoníaco.
Saudações,
Douglas Ceconello.
De agora em diante, Impedimento forma sua barricada a favor de Dunga, torcendo pelo seu inevitável sucesso na seleção e repudiando qualquer forma de degradação moral dele pelos espertos tementes a seis travas voando pelos ares. Nosso apoio incondicional, no entanto, depende da diminuição do "fator pauli-carioca" da seleção, o que fatalmente acontecerá.
"Dunga nunca treinou nenhum time", afirmam seus ainda púberes críticos. Ora, a maioria dos técnicos nunca treinou nenhuma equipe e tem seu sucesso condicionado exclusivamente ao fator sorte.
"Como jogador, era desleal, tosco e violento", mentem os entusiastas de Robinho. É por isso que o Brasil voltou bem cedinho da Alemanha, com um meio-campo de uma leveza constrangedora. Bom mesmo é o Renato Borboletinha, então.
Claramente, as críticas devem-se ao fato de Dunga não estar vinculado ao Eixo do Mal, aumentando as possibilidades de jogadores sulinos serem convocados, o que contraria os interesses da mídia esportiva de Rio e São Paulo. Provavelmente eles preferiam o Apolinho.
Ademais, tivemos acesso ao plano de trabalho de Dunga, a preparação para os amistosos vindouros.
Segunda-feira: treino de carrinhos, em dois turnos.
Terça-feira: aulas práticas de como comemorar um gol de forma decente.
Quarta-feira: condicionamento da expressão facial para o modo "Exterminador do Futuro".
Quinta-feira: agressões físicas e verbais a atacantes que não querem ajudar na marcação.
Sexta-feira: passes de três dedos e cobranças de pênalti.
E era isso. O resto é balela.
A redação.
Roma está em chamas, e desta vez não foi Nero.
Esta Copa levou ao desespero todos que ainda carregam o conceito de futebol-arte como um jogo de firulas e dribles, e não admitem que a Itália chegou ao tetra-campeonato com um futebol bonito e bem jogado.
Mas não os culpo. Dia desses assisti a entrevista de um velho jornalista, tecendo comentários acerca da genialidade de Leônidas da Silva. Ele lembrava do jogador, ainda na copa de 1938. Além dos descontos que devemos dar à memória - que com o passar do tempo sempre enfeita o que pode não ter sido tão belo -, quem acompanha o futebol desde a época da Segunda Guerra provavelmente tem motivos para ser saudosista.
Sou da opinião que aquilo que alguns ainda chamam de futebol-arte é um cadáver, não enterrado, desde a Copa de 1974. Olho para a história do jeito que me é possível, já que eu sequer era nascido naquela Copa. Recentemente um VT de Uruguay X Holanda, estréia de ambas as seleções no mundial da Alemanha, foi exibido pela TVE, com comentários de Pedro Rocha, o 10 uruguayo na ocasião.
O que se viu é algo já impraticável nos dias de hoje. Rocha dominou uma bola no meio de campo e nada menos que seis alaranjados o cercaram. Passou por dois, ficou no terceiro. Os celestes praticamente não chegaram à grande área adversária, dada a velocidade com que os holandeses faziam a linha de impedimento praticamente no meio de campo.
Era uma revolução similar à que a Hungria de 54 promoveu, quando os jogadores entravam em campo já completamente suados pelo aquecimento. O time de Puskas abria 2 X 0 com facilidade em todos os adversários ainda frios, tomando a virada apenas da Alemanha na final.
O que os holandeses comandados de Rinus Michels faziam era nada menos do que aproveitar as brechas daquele futebol joga-e-deixa-jogar que as seleções da primeira linha do futebol mundial ainda praticavam. Na final, novamente os alemães se deram conta de tudo.
Nesta Copa da Alemanha nada de tão novo aconteceu, a não ser a confirmação de que não há mais espaço para jogadores que jogam para si mesmos. Dribles e jogadas geniais sempre vão existir, e vão ficar cada vez mais belos exatamente pelo fato de sobreviverem em um futebol altamente competitivo.
E para os órfãos de termos em desuso, esta Copa promoveu o retorno dos ponteiros. É óbvio que sem a antiga liberdade para ficar brincando com os quero-queros no fundo do campo, mas sempre voltando para marcar os laterais adversários. Muitos dos 4-5-1 espalhados pelo mundial podem ser interpretados como 4-3-3. Quem ainda acha que atacante é quem não marca ninguém, vai acabar escandalizando-se com um mal-interpretado 4-6-0 caso veja um centroavante roubando bolas na meia-cancha.
De volta aos ponteiros: o firulento Cristiano Ronaldo de um lado, às vezes Simão de outro, no time do "retranqueiro" Felipão; o alemão Scheiwnsteigger, o francês Malouda, os holandeses Robben e Van Persie.
Mas não podemos esquecer dos goleiros: Buffon, Ricardo, Lehmann, Peter Cech e por que não, Dida. E das duplas de zaga levando a melhor frente aos atacantes do mundial, com destaques para os portugueses Ricardo Carvalho e Fernando Meira, e para os poucos que se salvaram da derrocada brasileira, Lúcio e Juan. E os melhores, Canavarro e Materazzi, heróis do tetra.
Em especial, foi uma Copa onde os olhos do mundo se voltaram para a genialidade dos volantes que sabem jogar: os ingleses Gerard e Lampard, nem tão brilhantes, afundaram à mercê de um ataque inoperante. O argentino Maxi Rodriguez e o brasileiro Zé Roberto, que acabaram sendo dos poucos destaques de suas seleções. Maniche, que resolveu jogos para Portugal, e os veteranos Vieira e Makelele - levando o piano francês nas costas, antes de Zidane decidir tocar. E sobretudo os campeões, Gattuso - o carrapato, e Pirlo, armador muito mais eficiente que Totti.
Tenho a lamentar a precoce eliminação da Costa do Marfim, por ter caído em um grupo difícil e pela desatenção que os fez saírem perdendo por 2 X 0 os três jogos da primeira fase. Depois, promoveram um bela correria de muito toque de bola, encabeçados por Drogba. Mas só conseguiram virar contra a Sérvia.
Quanto ao Brasil, fiquei desiludido. Todos percebiam que as coisas não iam bem, mas achei que Parreira tomaria as rédeas da situação como em 94, quando sacou o capitão inoperante Raí e colocou mais um volante. Mas após enfrentar quatro seleções de segunda linha, veio a França e não deu tempo de consertar nada. Normalmente, os Mundiais se decidem nas oitavas.
Sobretudo, discordo dos que consideraram a Copa ruim.
Ao invés de lamentar a ausência de grandes máquinas ofensivas, basta perceber que o que causou isso foi a presença de algumas notáveis falanges defensivas.
A seguir não necessariamente uma seleção de unanimidades do mundial. Mas posso dizer que ficaria muito feliz se o Grêmio fosse escalado com:
Lehmann;
Sagnol, Canavarro, Materazzi, Grosso;
Vieira, Pirlo, Maniche, Zidane;
Scheiwnsteigger e Drogba.
-técnico: Luiz Felipe Scolari
-craque da copa/conjunto da obra: Materazzi
-juiz: o "Pequeno Drácula", mexicano que marcou 8 reversões de lateral.
-torcedora: esta italiana.
saudações,
Antenor Savoldi Jr
A Copa vai chegando ao fim e aos poucos os clubes sul-americanos recomeçam suas atividades. Abaixo algumas notas sobre o que está acontecendo por essas bandas. Contratações, blasfêmias, demissões, macumbas e outras cositas.
Colômbia
- Em 25 de junho, o Deportivo Pasto sagrou-se campeão do Apertura colombiano ao empatar em casa com o Deportivo Cali por 1 a 1. O Pasto ganhou a primeira partida em Cali por 1 a 0. Sensacional o fato de que na fase classificatória a equipe garantira a última vaga entre os oito finalistas com o mesmo número do 9º e do 10º colocados, assegurando sua passagem apenas no saldo porque goleou o Cartagena por 3-0 enquanto seu rival direto, o América, tomou 6-0 do Nacional. Esse é o primeiro título cafetero do clube.
Deportivo Pasto escreve sua história
- O argentino Omar Raúl Labruna é o novo técnico do Deportivo Cali, substituindo Pedro Sarmiento, demitido após a perda do título colombiano para o agora famoso Deportivo Pasto. Labruna, de 49 anos é filho de Angel Labruna, integrante da Máquina do River Plate nos anos 40. Recentemente, dirigiu o Olimpo de Bahía Blanca, após passagem de sucesso por Nuñes como assistente técnico de Ramón Díaz.
Equador
- Dez clubes começam nessa sexta-feira a disputa do Clausura, que concede as três vagas restantes à liga que definirá os participantes do país na Libertadores 2007. Competirão Aucas, Barcelona, Deportivo Cuenca, Deportivo Quito, El Nacional, Emelec, Liga Deportiva Universitaria de Quito, Macará, Olmedo e o novato Deportivo Azogues. Em 2006, teremos apenas um campeão, o vencedor da Liga que envolverá os três primeiros colocados do Apertura - LDU, El Nacional e Olmedo - e os três do Clausura.
Argentina
- O meio-campista Sixto Peralta vai reforçar o Racing no Apertura. O jogador de 27 anos foi contratado por uma temporada junto ao Tigres do México. Peralta já defendeu La Academia em 1999-2000 e 2002-2003, quando disputou 76 partidas e marcou 8 gols.
- O Boca Juniors vendeu o meio-campista Federico Insúa ao Borussia Mönchengladbach por 6 milhões de dólares. Insúa foi um dos principais destaques do time na última temporada. Daniel Bilos foi vendido ao Saint Etienne e Pato Abbondanzieri é pretendido pelos espanhóis Getafe e La Coruña. Como reforço os xeneizes trouxeram o bom goleiro paraguaio Aldo Bobadilla e ainda negociam com os meio-campistas Fernando Belluschi e Jesús Dátolo, que jogaram no Newell's Old Boys e no Banfield na temporada passada.
Ainda
- O Palmeiras contratou o meio-campo chileno Jorge Valdivia, de 22 anos, por 3,5 milhões de dólares. El Mago é titular da seleção chilena e foi um dos destaques do Colo Colo na conquista do Apertura 2006.
- O atacante uruguaio Mario Leguizamón foi contratado pelo Deportivo San Martín para jogar o Torneio Clausura do Perú. Leguizamón já atuou por Peñarol, Montevideo Wanderers e Deportivo Colonia.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Não posso deixar de registrar que ele voltou. Abel Braga retornou das férias disposto a concluir sua obra tétrica no comando do Inter. Disse que está torcendo pelo Equador, para que os jogadores da LDU não retornem tão cedo.
Além disso, afirmou que o futebol de Portugal tem lhe agradado muito e seu desejo é que o Inter jogue assim. Detalhe: ele falou isso antes da partida contra o México, a única apresentação convincente dos lusos. Ou seja, ele quer que o Inter jogue como um time que nunca ganhou nada e que não passava da primeira fase desde 1966.
Em recente entrevista, afirmou:
"Quero o Inter parecido com Portugal. Eles atuam no 4-3-2-1. Nós estávamos num 3-5-2, mas prefiro o time no 4-2-2-2. Com Granja, Eller, Bolívar e Jorge Wagner na primeira linha, Edinho e Fabinho na segunda, Tinga e Alex na terceira e o Fernandão e o Rafael Sobis na última linha."
Esses esquemas com mais de três dígitos nunca dão certo. Ao fim e ao cabo, o melhor é sempre manter aquele 4-4-2 amigo, sem inventar e da forma mais equilibrada possível. No colorado, que contam com dois laterais ofensivos, um 3-5-2 também não vai mal.
Ele afirma que deseja ganhar a Libertadores. Eu não imaginava que pudesse ser diferente. Continuarei difamando Abel pelos próximos meses, na esperança de que o destino me desminta, já que vinte anos de ufanismo vermelho não adiantaram nada.
Nem em tempos de Copa do Mundo esse desgraçado me deixa em paz.
Num misto de expectativa e medo,
Douglas Ceconello.
Aqui podemos ver a camisa do Grêmio Atlético Farroupilha, motivo de curiosidade nos comentários. Esse time é de 2001, ano em que a equipe disputou o Acesso, divisão para a qual alcançou a promoção em 2000. Na foto estão Selmar; Carlos Magno, Sanches, Everaldo e Vinícius; Evanor, Géverton, Vélton, Serginho, Carlos André e Flávio Leonetti. O técnico era Bebeto Rosa.
Abaixo, é possível visualizar melhor a jaqueta do Tricolor do Fragata, mais recente e já modificada. É um belo uniforme e ficaria melhor ainda sem aquele amontoado de patrocínios.
O clube foi fundado em 26 de abril de 1926 por militares que serviam no 9º Regimento de Infantaria do Exército Brasileiro. Sua sede e o estádio Nicolau Fico estão localizados no bairro Fragata, em Pelotas. O Fantasminha venceu o Campeonato Gaúcho de 1935. Em 2004, após 24 anos, retornou à divisão principal, mas acabou sendo rebaixado em 2006.
Aliás, Fantasminha é o mascote do clube porque no bairro Fragata há o cemitério São Francisco de Paula e o Farroupilha tinha o hábito de incomodar Inter e Grêmio quando jogava em seus domínios.
Saudações,
Douglas Ceconello
Como todos percebem, Impedimento é uma usina de projetos brilhantes. Um desses tinha a intenção de lançar uma versão impressa para a Copa do Mundo. Duas, na verdade: uma para antes do Mundial e outra para depois, se o campeão fosse sul-americano - o que provavelmente acontecerá. Mas o jornal não saiu por falta de tempo e verbas, além de forte pressão das grandes empresas de comunicação, compreensivelmente amedrontadas com o sucesso inevitável que alcançaríamos.
Dentro de nosso plano de transparência total, vamos publicar partes do conteúdo aqui mesmo. Ele consistia basicamente em 48 editoriais e outras informações aleatórias.
Em um futuro não tão distante ele saíra do computador para as esquinas de sudamerica. Nem que eu leve.
Esse era um texto da página 2:
Trajetória
O projeto Impedimento teve início no distante 2003, quando quatro estudantes de Jornalismo da UFRGS decidiram levar para o estúdio de rádio da faculdade as conversas que mantinham pelos bancos da instituição. Em comum, tinham o gosto pelo futebol sul-americano, além, é claro, do sucesso inquestionável com as mulheres e de milhões investidos em ações da Microsoft. Os programas eram transmitidos pela Internet e, nos dias em que era impossível entrar no estúdio, os dementes chegaram a fazer o programa em uma mesa de bar, usando um gravador portátil. Esse estoicismo, no entanto, não poderia durar para sempre e o projeto foi suspenso. Desnecessário dizer que o espírito permanecia e a sociedade clamava pela volta de Impedimento. Em 2005, o furor chegou a tal ponto que foi impossível não retomar o projeto, desta feita através de inserções escritas na Internet, no endereço que os senhores certamente já sabem porque está na capa. Os quatro rapazes então reuniram-se para o seu Sgt. Peppers: passaram a colocar toda a sua pertinência e credibilidade na página. Agora, Impedimento segue sua trajetória multimídia e chega impresso para você, que perdeu tanto tempo assistindo ao Campeonato Alemão. Aproveitem. O próximo passo é a TV. Depois, eleger um senador.
Parem as rotativas!,
Douglas Ceconello
Torcida itinerante do Brasil, genial criação
do não menos genial assecla Hilton
Está no Aurelião, o grande.
Colorado:
colorado
[Do esp. colorado.]
Adjetivo.
1.Bras. RS Vermelho1 (1).
2.Diz-se de um partido político do Uruguai.
3.Bras. Pertencente ou relativo ao Esporte Clube Internacional (RS).
4.Bras. Que é torcedor ou jogador dessa agremiação.
Substantivo masculino.
5.Membro do partido colorado.
6.Bras. Membro, torcedor ou jogador do Esporte Clube Internacional (RS); internacional.
Note-se o desconhecimento do seu Aurélio na hora de fazer referência ao clube. 'Esporte'? 'Clube'???
É chegada a hora de abrir meu coração e explanar os motivos que me fazem não torcer pela seleção do Brasil há um bom tempo. Muitas vezes sou indiferente aos canarinhos, em algumas ocasiões sou contra, mas bem raras foram as partidas em que meu desejo de vitória apontou para os amarelos.
Não há dúvidas que o momento no qual eu realmente torci pela seleção foi nas Olimpíadas de 1988, quando a falecida URSS tirou a medalha de ouro do Brasil com aquele gol por cobertura. Gostava muito daquela equipe por ter Taffarel, Winck e Romário. Era a primeira competição envolvendo seleções que eu acompanhava com algum discernimento, com toda a sabedoria dos meus 9 anos. Apreciava mais ainda acordar pela madrugada para assitir a confrontos contra Argentina, Alemanha e outros, e tenho certeza que a derrota aconteceu porque o jogo foi em uma manhã de domingo, quebrando a onírica corrente de notívagos torcendo pelo time que jogava de verde - uniforme bem mais bonito que o amarelo, diga-se.
Em 1990 também torci pela seleção de Lazaroni, mas apenas porque tinha vontade de ver o Brasil campeão do mundo. Era uma curiosidade do tipo "como será que é ganhar a Copa?". Vale lembrar qua as crianças daquela época não tinham a mais remota noção do que era vencer um Mundial. Mas então a Argentina acabou com tudo nas oitavas e eu teria que esperar mais quatro anos. Foi um resultado injusto, todos sabem, mas Bahia e Olimpia já haviam me ensinado esses melindres do futebol, portanto não causou surpresa.
A mesma curiosidade fez com que eu ficasse em frente à televisão em 1994, torcendo pelo time de Parreira. Mas achei meio sem sentido ganhar nos pênaltis. Fui o único brasileiro que ficou decepcionado quando Baggio chutou por cima do gol: queria que o Taffarel tivesse defendido a última cobrança, o que daria alguma validade ao título. De qualquer forma, estava vencida a peleia, morta a curiosidade, e desde lá eu passei a desprezar a seleção.
A partir da Copa dos Estados Unidos passei a ser exclusivamente um torcedor de clube. Primeiro porque a euforia generalizada quando o Brasil vence sempre me pareceu algo meio débil mental. Prefiro a alegria proporcionada pelos times do coração, muito mais genuína, raivosa, justamente por excluir um país inteiro e proporcionar regozijo a uma módica fatia da população. Não hesito em trocar uma conquista mundial do Brasil por uma vitória do Inter em estréia de Gauchão. Depois, a seleção passou a me parecer um conceito muito distante, muito publicitário e fraudulento. Na Copa de 1998, estive totalmente indiferente, com exceção do enfrentamento épico entre França e Paraguai. Em 2002, acompanhei a maioria dos jogos, mas meu humor em nada se alteraria se o Brasil tivesse fracassado.
Além disso, há o combo CBF/Globo/patota carioca, que não se cansa de me enojar. Torço contra o Brasi graças a todos os desmandos e incompetências da Confederação. Graças a todos os jogos de Corinthians e Flamengo transmitidos durante o Brasileiro. Graças à demência de grande parte da imprensa paulista e carioca. É uma vingança íntima e realmente não me importa se é válida ou não, minha desforra por todas as faltas cometidas por Luís Pereira contra a zaga colorada na década de 60, que resultaram em gols ilegais não anulados por Arnaldo César Coelho.
Há ainda o bairrismo, típico dos gaúchos. Analisando o histórico recente, a seleção paraguaia é mais representativa do estado que os canarinhos. Por lá passaram, e ainda jogam, Gavilán, Enciso e Gamarra. Tenho certeza que muitos gremistas pensam o mesmo em razão de Arce e Rivarola. Como tenho certeza que os gremistas também não esquecem da convocação de Paulo Nunes para ser bancário, eu faço questão de lembrar que Nilmar e Daniel Carvalho foram criminosamente sacados do Inter em 2003, quando o time tentava garantir a vaga na Libertadores. Ao mesmo tempo, deixam de convocar muitos atletas daqui quando estão jogando o fino da bola. Só são chamados para partidas que não valem nada.
Por essas e por muitas outras que necessitariam quatro volumes de mil páginas, não serei indiferente ao Brasil: torcerei contra. Quero que Zagallo e Galvão Bueno morram de desgosto. Desejo que a sede da CBF imploda no exato instante em que Ricardo Teixeira estiver sentado no vaso sanitário. Tomara que o selecionado nacional seja eliminado nas oitavas para todos os veículos perderem os montes de grana investidos na cobertura. Avante Paraguai! Avante Argentina! Equador! Azurra! Levante Africano!
Torcer para o Brasil não eras.
Douglas Ceconello
Há poucos minutos, Parreira anunciou o corte de Edmilson, que estaria lesionado no joelho direito. Mineiro, do São Paulo, ocupará seu lugar. Justa convocação, a do volante são-paulino. Provavelmente Galvão Bueno pressionou a comissão técnica para mandar Edmilson embora, já que ele deu uma chegada no Adriano durante os treinos, em uma clara tentativa de arruinar o "quadrado mágico".
Enquanto os outros representantes fazem amistosos decentes, o Brasil vai fingir que terá um jogo hoje à tarde. Sempre naquela conversinha de que "não precisamos enfrentar adversários mais fortes antes da Copa, eles podem jogar com mais virilidade". Balela, patuscada. Imaginem se o SporTV, que paga para cobrir até os suspiros da seleção, correira o risco de ver um amistoso disputado contra a Turquia terminar empatado. E pior: já pensou se ousam dar um carrinho no Ronadinho Gaúcho ou no Gordacho Nazário.
Hoje a Argentina joga contra Angola, em uma boa oportunidade de avaliarmos duas equipes que estarão na Copa. No time de Pekerman, Heinze está de volta. A grande dúvida está no ataque. Nos últimos amistosos jogaram Javier Saviola com Tévez, Saviola com Hernán Crespo, e Crespo com Messi. Eu não teria dúvidas em escalar Crespo com Messi ou Tevez, desprezando totalmente um ataque com dois jogadores de movimentação.
O técnico do México, Ricardo Lavolpe, disse que os resultados dos amistosos não importam, que tem certeza que os atletas jogarão a morrer nas partidas do Munidal. Bom lembrar que os mexicanos enfrentaram os franceses, quando perderam por 1 a 0, e na quinta-feira jogarão contra a Holanda. Partidas difíceis, portanto.
O Paraguai claramente está escondendo o jogo. Empatou seus dois últimos amistosos, contra Noruega (2-2) e Dinamarca (1-1). Depois desse último confronto, a imprensa guaraní elogiou bastante o time de Aníbal Ruiz, que enfrentará a Geórgia amanhã. Roque Santa Cruz recuperou seu joelho e voltou a treinar normalmente.
No fim de semana, o Equador perdeu para a Macedônia no seu último jogo preparatório para a Copa. Tenório abriu o placar com um golaço. Apesar do domínio sul-americano, a Macedônia virou a partida. Em seus amistosos, o time de Luis Fernando Suárez perdeu para Polônia (3-0), Senegal (2-1), Uganda (2-1), Barcelona de Guayaquil (4-1), Holanda (1-0), Japão (1-0) e Macedônia (2-1); ganhou de Honduras (1-0) e empatou com a Colômbia (1-1).
O Brasil tem feito treinos sem sentido, falado amenidades e joga hoje contra ninguém.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Descobrimos os reais motivos que levam o notório Vitor Vecchi a manter laços com o Juventude, inclusive comparecendo a jogos e investindo no clube, como ele mesmo explanou dia desses.
Conforme pesquisa da revista Vip, o Alfredo Jaconi é o primeiro estádio no ranking de presença de mulheres bonitas. Dado isso, cabe a pergunta: o que há de errado com a Papada, que nunca comparece em número superior a 3 ou 4 mil?
Depois da cancha caxiense, aparecem Orlando Scarpelli, Arena e Morumbi. Beira Rio e Olímpico dividem a quinta colocação.
Li isso na Zero Hora de hoje. Se estiver errado, a culpa é deles.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Ia escrever uma coluna para o Impedimento. Não vou. Não vale a pena. Não tenho NADA a dizer sobre futebol. É o mesmo de sempre. Time bom, elenco estelar de salários astronômicos e um técnico que não vale o que come. Abel Braga devia ser a inovação: ser demitido após uma vitória como esta, magra, sobre um time inexistente como o Corinthians desfalcado de hoje. Pareceu o castigo: "vocês vão ganhar, mas todo mundo vai saber que é do time reserva". E ainda foi sofrido, foi chorado. Vi muitos jogos de gauchão muito melhores. Enfim, o futebol não valeu a pena. Vamos à egotrip.
Estava receoso quanto à chegada no estádio. Realmente, se deu com três conduções, sendo que uma delas um ônibus povoado de corintianos falando em marginalês. Estavam todo bravata contra um pobre rapaz só
com uma camiseta do São Paulo. No meio do caminho, tiveram a capacidade de roubar, involuntariamente é verdade, mas roubaram, uma senhora que vendia bebidas nas cercanias do estádio. E ainda contar
vantagem em voz alta no ônibus do grande feito. Só uma palavra ocorre: lixo.
Desembarcando, pedi informações a um policial. Estava vestido de moletom com capuz, estilo lixo paulistano, com a camiseta do Inter por baixo. Ele riu e disse: "ó gaúcho, desce por ali e eintra pelo outro ladô". Beleza. O simples fato de estar no contrafluxo já me deu a impressão de que a qualquer hora ia ser abordado, mas segui caminhando
com o capuz enfiado, meio curvo. Estava bêbado o bastante para desferir um soco bem violento na primeira pessoa que me pedisse as horas, para depois correr.
Com a informação de um cambista útil, chego ao portão 18. O estádio não impressiona para quem já viu o Maracanã. Parece um Beira-Rio aviadado com lugares marcados nas arquibancadas, como lamentavelmente
querem também os dirigentes colorados. E a geral do Morumbi é mais baixa que a Coréia do Beira-Rio: simplesmente não se vê o que acontece do outro lado.
Me recuso a fazer qualquer comentário sobre o jogo. Até porque não pude ver nada. Tudo o que eu tenho a dizer está no primeiro parágrafo.
Só tenho a acrescentar que a certeza de estar em um território homossexual veio com a aparição súbita de um GATO. Ora, todos sabem que em um estádio de homem apareceria um rato, uma barata, ou até mesmo um CACHORRO vira-latas, nunca um gato. No Morumbi apareceu um gato. E uns quero-queros fora de contexto, também, diga-se de passagem.
A torcida corintiana impressiona pela capacidade de sincronização. Mesmo com público reduzido, tem o poder de aturdir com um rugido súbito e sincronizado. Certamente o PCC se valeu desta mesma habilidade para parar São paulo na semana passada. É o poder da favela.
No mais, foi isso. Sem nenhuma excursão de Porto Alegre, a torcida do Inter teve seu público cativo presente. Uma lamentável manifestação de colorados paulistas infiltrados tentando desfraldar bandeiras de Corinthians e Inter lado a lado foi corretamente coibida pela polícia e tudo terminou sem maiores incidentes. Foi motivo de riso a informação propriamente paulista de renda líquida: " MENOS DOZE MIL REAIS."
De tudo, a melhor justiça divina de Tinga fazer o seu gol no Curintcha, ainda que com um ano de atraso. E, claro, gritar em muitas oportunidades o nome de Marcelinho, ex-atleta e ídolo, na certeza de que não ofereceria nenhum perigo à meta de outro ex-atleta, apenas ternas lembranças de uma distante Copa do Brasil.
Texto enviado por Hermano Freitas
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Selvageria e ritos pagãos invadem Weggis
Brasileiros apertam a marcação
É muito ritmo. Bem no fundo podemos
ver o assombro de um cara, totalmente transtornado
Fotos da EFE.
Realmente, a Suíça não será a mesma. Daqui a uma semana, terá virado a Albânia.
Impedimento está atento à destruição de uma cultura.
Saudações,
Douglas Ceconello
Onde está a cobertura da preparação de Equador e Paraguai na mídia esportiva brasileira?
Do Beckham esses jornalistas cobrem até espirro. Esses dias, no SporTV, elencaram quem seriam os jogadores importantes que disputariam a última Copa. Foi um tal de Figo pra cá, Totti pra lá. Mas nada de Gamarra, Agustín Delgado ou Crespo.
E certamente aqueles 5 mil torcedores que estão assistindo aos treinos do Brasil são figurantes pagos pela CBF.
Impedimento está atento.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Não há nada mais estúpido no futebol mundial do que essas recomendações para a arbitragem no que se refere a pênaltis. Conceder pleno poder a um juiz para dar um cartão amarelo por suposta encenação de penalidade ou mandar voltar uma cobrança porque o goleiro adiantou-se é uma bobagem sem precedentes.
Para início de conversa, parte-se do princípio de que os juízes sigam um critério único e isso nós sabemos que não procede. No caso de punir o jogador porque ele forçou uma penalidade, isso às vezes gera um erro duplo: o cara pode ser derrubado com falta na área e ainda assim receber cartão. Deveria ser feito vistas grossas para caso o malandro se atire despropositadamente. Se o cara passar o jogo tentando cavar, aí sim recebe cartão.
No caso do goleiro, a situação é ainda mais dramática. O pobre infeliz fica lá, parado, esperando o fuzilamento sumário, e quando dá um passinho para a frente o juiz ordena a repetição da cobrança. Isso é a pior medida já instituída no futebol, quebra toda a emoção da partida, além de a situação ficar totalmente sujeita à intenção do juiz e do bandeira. Entendo que o goleiro deveria fazer o que quisesse nos pênaltis. Se pretender sair correndo até a marca da cal, sem problema. Resultado disso tudo é que, caso existisse essa escrotidão na época, Taffarel e Goycochea - apenas para citar dois exemplos - não teriam um terço da merecida notoriedade que alcançaram.
Então, nos programas esportivos, ficam repetindo lances milhares de vezes, indo, vindo, voltando, indo, voltando, para saber se o goleiro deu um passo à frente da linha para defender o penal. Ah, para o inferno. A discussão não deveria ser essa. O que tem que ser debatido é como proceder para que tudo volte a ser como antigamente.
Exijo a imediata revogação dessa palhaçada.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Por que diabos os jornalistas esportivos têm que torcer de forma descarada para um time além-mar apenas porque esse conta com jogadores braslieiros? Demência, eis a resposta.
Se em um confronto no mundial do Japão estiverem uma esquadra sul-americana e uma outra, sei lá, holandesa, que tenha um representante do futebol do Brasil, a algaravia está formada. São manifestações daquele ufanismo tolo: quando um time joga com as MEIAS fabricadas aqui - ainda que com mão de obra barata de Alagoas - torcem por ele; se for argentino, são contra.
Mas continua valendo a regra: a equipe que conta com mais sul-americanos sempre vence.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Per Josep, per Montserrat, per Maite, per Manolo, per tota la gent dels Martinez de Girona.
Saluts, Vitor VEC
Com a lista dos jogadores chamados pelo técnico Luis Fernando Suárez, fechamos os elencos dos quatro selecionados sul-americanos que estarão na Copa. A convocação aconteceu em 9 de maio. Ao contrário do que ocorre com Brasil, Argentina e Paraguai, a maioria dos jogadores atua no Equador.
A grande esperança equatoriana continua sendo Agustín Delgado. Kaviedes, que não vinha sendo chamado, ganhou nova oportunidade. Destaque ainda para o lateral Reasco, os meio-campistas Méndez e Castillo e os atacantes Félix Borja e Carlos Tenorio.
Os convocados:
Goleiros: Cristian Mora (LDU), Edwin Villafuerte (Deportivo Quito) e Damián Lanza (Aucas)
Defensores: Ulises De la Cruz (Aston Villa), Neicer Reasco (LDU), Giovanni Espinoza (LDU), Iván Hurtado (Al Arabi), José Luis Perlaza (Olmedo), Jorge Guagua (El Nacional) e Paúl Ambrossi (LDU)
Meio-campistas: Edwin Tenorio (Barcelona de Guayaquil), Marlon Ayoví (Deportivo Quito), Segundo Castillo (El Nacional), Patricio Urrutia (LDU), Edison Méndez (LDU), Antonio Valencia (Recreativo Huelva - ESP), Luis Saritama (Deportivo Quito) e Cristian Lara (El Nacional)
Atacantes: Jaime Iván Kaviedes (Argentinos Juniors), Cristian Benítez (El Nacional), Agustín Delgado (LDU), Félix Borja (Olympiakos) e Carlos Tenorio (Al Saad)
Saudações,
Douglas Ceconello.
É só pra dizer o quão lamentável é aquele programa do Galvão Bueno no SporTV. Ele e o ex-ladrão Arnaldo César ficam duas horas no seu rito de acasalamento e os convidados totalmente constrangidos. Daí aparece um qualquer e toca uma porcaria de música. Definitivamente, uma palhaçada.
E ninguém me tira da cabeça que o Roque Júnior foi preterido na convocação por ter intimado o Galvão Bueno durante a Copa das Confederações, no ano passado. Segundo o Juca Kfouri, o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva e Zagallo convenceram Parreira a tirar ele da lista.
E todos sabem que Galvão e Zagallo são amantes.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Foram convocados ontem os jogadores que defenderão a albirroja na Alemanha. Sem muitas surpresas. Apenas cinco atletas requisitados atuam no Paraguai. Uma infinidade, se compararmos ao Brasil.
Talvez não fosse esperada a convocação de Nelson "Pipino" Cuevas, do Pachuca, e a ausência do César Ramírez, jogador do Flamengo. No mais, alguns jogadores bem conhecidos por aqui, como Gamarra, Manzur e Gavilán. Temos ainda o Julio dos Santos, excelente meio-campista, e Roque Santa Cruz e Cardozo, bons atacantes.
Os jogadores que contarão com a minha torcida são:
Goleiros: Justo Villar (Newell's Old Boys), Aldo Bobadilla (Libertad) e Derlis Gómez (Sportivo Luqueño).
Defensores: Jorge Núñez (Estudiantes), Delio Toledo (Real Zaragoza), Carlos Gamarra (Palmeiras), Julio César Cáceres (River Plate), Paulo Da Silva (Toluca), Julio Manzur (Santos) e Denis Caniza (Cruz Azul).
Meio-campo: Carlos Bonet (Libertad), Edgar Barreto (Nimega, HOL), Roberto Acuña (Deportivo La Coruña), Diego Gavilán (Newell's Old Boys), Carlos Humberto Paredes (Reggina), Cristian Riveros (Libertad), José Montiel (Olimpia), e Julio Dos Santos (Bayern München).
Atacantes: Salvador Cabañas (Jaguares de Chiapas), Roque Santa Cruz (Bayern München), Nelson Haedo (Werder Bremen), José Cardozo (San Lorenzo) e Nelson Cuevas (Pachuca).
A Inglaterra que se fresqueie.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Entre os convocados para o Mundial, a grande surpresa foi o atacante Julio Cruz. Quanto aos atletas que estavam na expectativa, Rodrigo Palacio, Oscar Ustari e Pablo Aimar foram chamados. Germán Lux, Martín Demichelis, Sergio Agüero, Samuel e Javier Zanetti assistirão a Copa em suas poltronas preferidas.
Lamento a não convocação de Agüero, que estava acabando com tudo no Independirente. Mas - e isso a imprensa lépida e faceira do Brasil não fala - lá também há abundância de grandes jogadores. Palacio não poderia ficar fora, teve atuações monstruosas nos últimos meses. De repente, o Saviola poderia dar lugar à estrela roja.
Vejamos o time que eu montaria com os selecionados. Escalei no 3-5-2 e ficou alegre demais, mas serve para ilustrar o que quero dizer:
Abbondanzieri; Coloccini, Heinze e Milito; Lucho González, Cambiasso, Riquelme, Messi e Sorín; Palacio e Crespo.
Ou seja, timaço.
Todos os convocados:
Goleiros: Roberto Abbondanzieri (Boca Juniors), Leonardo Franco (Atlético de Madrid) e Oscar Ustari (Independiente).
Defensores: Fabricio Coloccini (Deportivo), Roberto Ayala (Valencia), Nicolás Burdisso (Inter), Gabriel Heinze (Manchester United), Gabriel Milito (Zaragoza), Juan Pablo Sorín (Villarreal) e Leandro Cufré (Roma).
Meio-campo: Maxi Rodríguez (Atlético de Madrid), Luis González (Porto), Lionel Scaloni (West Ham), Javier Mascherano (Corinthians), Esteban Cambiasso (Inter), Juan Román Riquelme (Villarreal) e Pablo Aimar (Valencia, ESP).
Atacantes: Lionel Messi (Barcelona), Carlos Tevez (Corinthians), Javier Saviola (Sevilla), Hernán Crespo (Chelsea), Julio Cruz (Inter) e Rodrigo Palacio (Boca Juniors).
Ao ser informado de que não estaria no platel que vai tentar buscar o tricampeonato, Demichelis declarou que "no tengo ganas de jugar, ni de vivir". Alguém aí ouviu algo remotamente parecido do Marcos ou do Gustavo Neri, por exemplo?
Numa rápida pesquisa, vejo que:
"Feliz, Robinho promete humildade na Seleção"
"Marcos isenta médicos de culpa por não convocação"
"Nery não fala em decepção por não ir à Copa"
"Convocado, Ricardinho diz ter atingido meta"
Saudações,
Douglas Ceconello.
A Sra. Parreira tem uma vida tranqüila. Sua convivência marital nunca é abalada por transtornos, os menores que sejam. Ela sabe que Carlos Alberto acorda às 8h para ler os jornais, tem noção de que o café dele tem que estar sempre quente. A primeira dama do futebol nacional sabe que Carlos chegará em casa pontualmente às 19h30 e uma hora depois estará à mesa clamando pelo jantar. Esse é Carlos Alberto, um homem sem sobressaltos, sem surpresas. A Sra. Parreira continua não tendo com que se preocupar. A julgar pela convocação da seleção, sua agradável rotina familiar nunca correrá perigos.
Eis a lista de preferidos do sereno esposo e previsível técnico Carlos Alberto Parreira:
Goleiros: Dida (Milan), Júlio Cesar (Inter-ITA) e Rogério Ceni (São Paulo)
Laterais: Cafu (Milan), Cicinho (Real Madrid), Roberto Carlos (Real Madrid) e Gilberto (Hertha Berlim)
Zagueiros: Juan (Bayer Leverkusen), Lúcio (Bayern de Munique), Luisão (Benfica) e Cris (Lyon)
Meio-campo: Edmílson (Barcelona), Emerson (Juventus), Gilberto Silva (Arsenal), Zé Roberto (Bayern de Munique), Juninho Pernambucano (Lyon), Kaká (Milan), Ronaldinho (Barcelona) e Ricardinho (Corinthians)
Atacantes: Ronaldo (Real Madrid), Adriano (Inter de Milão), Robinho (Real Madrid) e Fred (Lyon)
Era o esperado. Mesmo o Ricardinho, que não vem jogando nada, não é surpresa. Os laterais são as mesmas múmias de sempre. Fred e Juninho Pernambucano mais do que mereceram. E o destaque negativo, obviamente, é Rogério Ceni, que vai à Alemanha fazer compras e fotografar a intimidade da seleção.
Sempre Paraguai,
Douglas Ceconello.
Morte no campo
Abdón Porte defendeu a camisa do Nacional do Uruguai durante mais de duzentas partidas, ao longo de quatro anos, sempre aplaudido, às vezes ovacionado, até que sua boa estrela apagou.
Então foi tirado da equipe titular.Esperou, pediu para voltar, voltou. Mas não tinha jeito, a má fase continuava, as pessoas o vaiavam: na defesa, até as tartarugas conseguiam fugir dele; no ataque, não faturava uma.
No final do verão de 1918, no estádio do Nacional, Abdón Porte se matou. À meia-noite, com um tiro, no centro do campo onde tinha sido querido. Todas as luzes estavam apagadas. Ninguém escutou o tiro.
Foi encontrado ao amanhecer. Numa mão tinha o revólver e na outra, uma carta.
[Futebol ao sol e à sombra. Eduardo Galeano. L&PM POCKET]
Ninguém entende o futebol como os uruguaios.
Douglas Ceconello
Boa vantagem a conseguida pelo Libertad, em Nuñes. Mas o River não está morto, como bem sabem os corintianos. Nessas partidas de ida, o time mandante que conseguiu o melhor resultado foi o Estudiantes que, paradoxalmente, é o que tem menos chances de passar por ser o mais fraco. No carnaval carioca em que se transformou a Copa do Brasil, o Flamengo está próximo da final, mas confio que o Ipatinga dê seqüência à série de maracanazos interioranos que vimos nos últimos anos.
Nehum sentido essa história de Vasco x Fluminense não ter gol qualificado porque os dois jogos serão no Maracanã. Bem malandra essa postura de se os times não têm estádios para receberem os jogos, estrangulamos o regulamento. Aliás, eu defendo a tese de que apenas os clubes que contam com estádios seus podem participar de competições oficiais. Mas daí o campeonato carioca teria que virar uma espécie de torneio varzeano, disputado em apenas um domingo, das 10 da manhã às 10 da noite. Ou então declarar o Vasco campeão por antecipação, já que é o único que possui uma cancha, por pior e mais sãojanuaresca que seja.
Apesar da vitória do time do Renato "la dolce vita" Portaluppi, continuo entendendo que o Fluminense não só obtenha a vaga como conquiste o título. Mas se não ganhar essa Copa, não merece vencer nada mais em sua história e arderá eternamente no inferno das Laranjeiras.
Saudações,
Douglas Ceconello.
A interrupção do Campeonato Brasileiro e da Libertadores devido à Copa do Mundo (enquanto a maior parte dos demais campeonatos apresenta um calendário coerente), dificulta qualquer tentativa de profecia. Mas para manter a tradição, não podemos deixar de dar alguns pitacos.
A bela Copa do Brasil se aproxima do final, e para delírio da Guanabara, três times cariocas são semifinalistas. Simpatizo com tal fato, já que muitas vezes o futebol do Rio é alvo de merecidas chacotas. Entretanto, é preciso admitir que o Ipatinga é favorito ao caneco, repetindo os feitos de Santo André e Paulista. Apesar disso, Abel Braga não disputará esta final, o que aumenta sensivelmente as chances de título de Fluminense e Vasco.
Vasco, aliás, do genial técnico Renato Gaúcho, que considera "excelente" seu limitado elenco, faz propaganda disso, e enfileira bons resultados. O Fluminense chega com um time melhor montado, e com a vantagem de não possuir Abelão na casamata. O Flamengo não existe, mas pode acabar eliminando o Ipatinga. Isso mesmo, mengão é zebra contra Ipatinga.
O campeonato brasileiro, em suas rodadas iniciais aponta Santos, Fluminense e Inter como times melhores preparados que a média. Santa Cruz dificilmente não será rebaixado. Para o Grêmio, a previsão é de manutenção na série A, caso Mano Menezes continue. A demissão deste causaria a repetição de 2004, quando Adílson Batista foi afastado por um erro de avaliação da direção, imprensa e torcida - que achavam que o time poderia fazer mais que estava fazendo. E deu no que deu.
Na Libertadores, algo ridículo acontecerá: por interesses televisivos, primeiro jogo das quartas de final em maio, segundo jogo dois meses depois. Acerca dos confrontos, a tendência é de classificação para Velez, Libertad, São Paulo e Inter.
Detalhando: Chivas e LDU tem mais de metade de seus titulares a ponto de embarcar para a Copa. Pode ser positivo para os mesmos? Talvez. Mas a tendência é de desconcentração e de "tira-o-pé". Após a Copa, a tendência é de desgaste e desmobilização. A favor do Inter, soma-se a volta de Tinga no segundo jogo, já que este geralmente é considerado o principal jogador do time. Confesso que em condições normais, apostaria na LDU.
Estudiantes passando pelo São Paulo seria uma surpresa, mas nunca sabemos o que Muricy pode aprontar. Quanto a River X Libertad: esse time do River ainda não me enganou. No entanto, admito que a patrolada sobre o inexistente Corinthians pode acender a camisa millonaria.
Tudo isso para dizer que a Copa está chegando - disposta a arruinar todas minhas projeções - com a cobertura de Impedimento. Esta deve aumentar nos próximos dias, junto com o favoritismo que derrubará o Brasil nas oitavas. Nos próximos dias, novidades para os leitores.
Confiem em mim,
Antenor Savoldi Jr
Razoável esse filme Garrincha - estrela solitária. Obviamente, devemos considerar que nenhum ator brasileiro sabe atuar e que todas as produções cinematográficas do Brasil são desprezíveis, mas o simples fato de ser fiel ao livro de Ruy Castro torna o troço assistível.
André Gonçalves se esforça bastante para representar Garrincha, em alguns momentos até fica bem parecido. Mas, claro, é quase sempre caricato e insuficiente. Assim como a maioria das passagens em Pau grande e a fase decadente do ponteiro, que ficou bem fraquinha porque, na verdade, foi muito mais trágica. Aquele erro comum das cinebiografias: tenta-se mostrara vida inteira do cara, mas não se faz nada direito.
Elza Soares foi bem representada por Taís Araújo, que captou bem a fubangagem da Crioula, mas o biotipo não ajuda. Elza era parrudinha, Taís é magrela, por mais que rebole e requebre as cadeiras. Rola uma putaria forte também, como não poderia deixar de acontecer em um filme sobre o Garrincha, ainda mais sendo nacional. O tempo de duração não permite nem que acompanhemos o nascimento de todos os filhos dele, tal era o seu ardor por perpetuar a raça.
Lamentável a participação de André Gonçalves nas seqüências com a bola. Os dribles são altamente forçados, com coadjuvantes abrindo as pernas descaradamente para o protagonista dar uma de ponta endiabrado. Mas essas cenas que reconstituem mitos do futebol sempre são meio constrangedoras. Legal mesmo foi ver as imagens do próprio demônio em jogos no Maracanã e na Copa do Chile.
Para concluir, reafirmei minha hipótese de que se não fosse por Garrincha, o Botafogo não existiria mais. O clube de General Severiano tornou-se um apêndice do camisa 7.
Se quiserem ver o filme, vejam. Mas não deixem de ler o livro.
* Apenas para dar seqüência aos títulos proféticos.
Avançando pelo flanco,
Douglas Ceconello.
Supone ser la expresión del destino, que traducido del Corán árabe sonaría como 'ESTABA ESCRITO'. No solo algo generado por Dios, sino de ser una cosa del destino, de que todos ya deberían saber puesto que, en algún lugar, ya estaba escrito.
No se trata del petróleo de Bolívia ni de la respuesta de Irán al Occidente, hablamos aquí de fútbol, y en especial de la
LIBER DE AMÉRICA!
Todavía sigo sin tener las especialidades de las brujas o de las meigas, pero me dio la gana ver volver al pasado para ver que decía de los partidos de octavos. Y me encontré con esto:
"
Um brasileiro e um colombiano a menos.
Estudiantes e LDU, um passo a frente.
Posted by: Vitor VEC at abril 26, 2006 10:43 AM
River Plate, um passo adiante... mas com um pé atrás...
São Paulo e Palmeiras; EM GUARDA!
Posted by: Vitor VEC at abril 27, 2006 12:13 AM
Paulistas exageradamente escandalizados com a arbitragem 'localista' do Amarilla paraguayo.
Mas é o que costuma acontecer. A coisa mais natural será a marcação de um, pelo menos um, penal pró-corinthiano no Pacaembu.
Posted by: Vitor VEC at abril 27, 2006 12:24 AM
Dentro do Olímpico eu via a arrancada de mais um Nacional; que promete ser decente desta vez sem o Zveiter. Mas também sem o risco de vermos um gaúcho disputar o título. Isso se Carvalho e seus amigos mantiverem o Fator Abel presente no Beira-Rio. O Grêmio? Candidato a algo só porque ganhou do campeão na estréia?? Pode esquecer. Juventude: Como o milagre econômico e a peneira influem para o desenvolvimento do futebol.
Saúdos, Vitor VEC
Posted at abril 27, 2006 09:13 AM
Quero lembrar que a invenção de última hora é parte integrante do 'Fator Abel'. Ainda não é hora do 'Fator Abel' atuar na Liber, mas este é um genuíno exemplo do que faz com que seus times percam jogos inexplicavelmente.
...
Nada de muito novo o que se passou em Quilmes, a tal 'batalha' ou a 'guerra' ficou pra próxima. Os goianos perderam-se confundindo a força com o pau puro e simples. Dois expulsos e dois gols contra depois ainda resta ao Goiás lamber as suas feridas e erguer a cabeça no jogo de volta.
...
E os paulistas muito raivosos e esperançosos depois do gol nos acréscimos que deixou a coisa no 3-2. O River tem um time mais medíocre que em 2003, mas a tendência é que o nervosismo paulista repita os fatos lamentáveis que se viu no Morumbi três anos atrás e a classificação riverplatense seja encaminhada lá mesmo em São Paulo por causa desta 'mobilização' corinthiana que ocorrerá durante a semana. A imprensa paulista que cuide do seu querido Corinthians e chore abraçada a desclassificação iminente.
Saúdos, Vitor VEC
Posted at abril 27, 2006 10:44 AM
Boa sorte ao colorado de boa-fé.
Estou sendo honesto, o clima de 'já ganhou' é enorme, mais respeito ao tricolor charrúa não faria mal a ninguém perto da beira do rio.
Posted by: Vitor VEC at maio 3, 2006 06:15 PM
Abel foi um verdadeiro comentarista do resultado.
Dizer que o Inter jogou com o regulamento embaixo do braço é fogo.
O Inter nao jogou e contou com uma lamentavel arbitragem localista.
Todos sabem, eu sei, voces sabem que eu sei e eu sei que voces sabem que o resultado foi mesmo
INTER 0-2 NACIONAL
Posted by: Vitor VEC at maio 4, 2006 03:49 PM
"
Y además de las contribuiciones de los otros. Será que somos especiales? O simplemente pasó lo que se veía que iba a pasar. No somos genios, no somos viejos y por eso, no sabemos mucho de la vida. Pero ciertas cosas si se sabe, está por ahí, pero dónde, como que es lo que me diria el maestro Cortazar.
Y sigue mi protesta contra los nacionalistas y/o nacionalismos que aparecen por ahi y por alla. Continúo esperando que alguien se habilite y me muestre que la palabra COLORADO no tenga su orígen en La Mancha u otro sítio entre Potosí y Veracruz.
Posted by: Vitor VEC at maio 5, 2006 12:50 AM
De momento, saúdos,
Vitor VEC
Podemos dizer que a Copa do Brasil chegou no ponto em que realmente começa a ter graça. É bom que os clubes aproveitem a facilidade da competição nessa edição. Em 2006, a mamata acaba: as equipes que estiverem na Libertadores passarão a disputar o torneio também. Hoje e amanhã serão definidas as vagas para as semifinais.
Como era de se esperar, há um azarão. O Ipatinga vendeu caro o título mineiro para o Cruzeiroe já desclassificou o Botafogo com duas goleadas. 6 a 1 foi o placar geral. Depois, passou fácil pelo Náutico. Agora tem boas chances de tirar também o Santos. Apesar do currículo de respeito, acho que dessa vez não veremos uma festa interiorana. Até porque, atendendo às necessidades de clube pequeno, os melhores jogadores da equipe foram vendidos ao término do estadual.
Acredito que o clube com mais cara de campeão é o Fluminense. Talvez tenha chegado a hora do time das Laranjeiras levantar um título nacional, 22 anos depois. O Flamengo tem o time mais bem montado dos últimos anos. Nenhum craque, é claro, mas jogadores medianos para quase todas as posições, o que já é muito quando falamos da equipe da Gávea. Creio que Cruzeiro e Vasco correm por fora. Bem por fora.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Flamengo 4 x 1 Atlético-MG
3/5 21h45 Atlético-MG - x - Flamengo
Santos 1 x 1 Ipatinga
3/5 21h45 Ipatinga - x - Santos
Cruzeiro 2 x 3 Fluminense
3/5 21h45 Fluminense - x - Cruzeiro
Volta Redonda 0 x 0 Vasco
4/5 20h30 Vasco - x - Volta Redonda
Bem que Abel Braga poderia utilizar aquela jogada ensaiada do Fortaleza com o Michel. Quem sabe ele é chutado por alguém e descansa uns tempos.
Veja a lambança aqui.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Sim, buscando entrar no mercado paulista 'por cima', tomei minha primeira atitude semelhante aos mais famosos do meio esportivo de lá.
É que desde domingo, 30 de abril, estou oficialmente ligado ao futuro do Juventude nos próximos 2 anos e meio. A partir de agora, meus comentários aqui terão a única função de valorizar jogadores como André, Raulen, Walker, Lino, Marco Antônio, Éder Ceccon, Felipe e Giancarlo.
No fim de março, a direção do Ju lançou os chamados 'Fundos de Investimento de Parceria no Centro de Treinamento'.
A idéia me parece bem simples. Basicamente consiste em pedir dinheiro emprestado para o seu público. R$ 5.000,00; R$ 10.000,00 ou R$ 15.000,00 em 5 cotas mensais. Garante como mínimo a poupança e pode dar até 100% de retorno. Tudo isso para garantir a construção do Centro de Treinamento, localizado na Sede Campestre do Juventude, uma baita área verde na saída de Caxias.
Como funciona? 10% de qualquer negócio envolvendo os jogadores do Ju vão para o fundo. Se os negocios forem ruins, vale a regra da poupança, e se forem muito bons, o teu dinheiro dobra.
É claro que o sistema baseia-se na confiança do cidadão no clube e considerando que não se costuma ouvir de falcatruas nos lados da Serra, imagino que não ocorra problemas, pelo menos no futuro próximo.
Sinceramente, tenho menos a intenção de ganhar plata do que de incentivar a campanha, espalhar por aí. É uma forma de apoio ao clube, baseado na confiança e que tem um potencial grande angariar fundos em variadas iniciativas como ampliação/reforma do estádio, montar um time competitivo, fazer as bases de uma nova categoria como futsal ou vôlei e sei lá o que mais.
Se Grêmio ou Inter fizesse isso, também embarcaria nessa, mas com o pé atrás, é mais difícil de confiar nas diretorias destes. Que seja, como experiência, vale a pena pra ver no que vai dar.
Assinei o contrato no intervalo do jogo, sentado numa cadeira da Tribuna de Honra, área separada das cadeiras normais mas que não consegui identificar diferença alguma as outras. Pelo jeito, alguns diretores e conselheiros ali estavam, não mais de 20; sendo cerca de 5 mil o público total no estádio no início-de-noite-fria-de-domingo-bem-no-meio-do-feriado.
Quanto ao jogo. O Ju tem uma missão este ano, seguir na Primeira. A princípio, será bem sucedido. Figura como equipe sólida mas com meio-campo fraco na saída de jogo. Domingo, o craque foi o lateral Lino, que estreava no time. Fez o gol de falta, mais duas ou três jogadas avançando com vontade pela esquerda, foi a 'válvula de escape' na hora de levar a bola ao ataque. Quando não estava disponível, partiu-se para o chutão como forma de iniciar jogadas de ataque. O centroavante Giancarlo, grande esperança de gol, foi irregular. Mas jogando sozinho contra toda uma zaga é bem difícil ter sucesso. De qualquer forma, ganhar de 1-0, jogar com um a mais por 50 minutos e tomar o gol foi realmente duro de se ver. Ainda não fez gol no Nacional, mas um dia a bola entra.
Detalhe final do jogo: Gritos de 'Buro! Buro!' foram ouvidos no fim da partida, como é frequente, de acordo com alguns espectadores com os quais troquei comentários durante o jogo. 'Ivo, Ivo!' também se escutou. Aliás, ele está livre e pode mesmo estar negociando pra aparecer na Serra logo, logo.
Saúdos,
(Esperando não ser expulso pelos sócios daqui)
Vitor VEC
Tudo bem que nós já adotamos Ademar "discordo da minha contratação" Braga como mestre, mas ele está caindo na teia da falácia corintiana. Em entrevista à Bandeirantes paulista, anteontem, ele comentou a derrota para o River Plate.
Afirmou ter sido roubado em Nuñes e pediu à imprensa que ajude o Corinthians a não ser mais prejudicado pelas arbitragens. "Falem mais sobre isso, porque assim não dá". Aquela natural tentativa de cooptar os meios de comunicação e condicionar os juízes, tática muito utilizada desde sempre pelo time do Parque São Jorge. Se o Corinthians é roubado, eu não sei quem beneficiado. E o pior: nenhum repórter explicou pra ele que Jornalismo nada tem a ver com isso, provavelmente porque nem eles mesmos saibam.
Daí vem aquele boneco de plástico do Kia dizer, com sua vez de violino estuprado: "Nós saber que sempre assim. Corinthians quando joga enfrentar doze ou treze de outro lado". Ah, pros infernos. Que demência é essa de achar que é o Corinthians contra o mundo, se todos sabem que o time de Tevez é o preferido de todos os meios de comunicação do centro do país? E por um simples motivo: onde está o dinheiro está a adulação.
A maior parte da imprensa paulista sonha ver o time patrocinado pela MSI ser campeão da América, porque é o único dos grandes do estado que ainda não conseguiu levantar a Copa. Ganhou aquele título totalmente infundado contra o Vasco, proclama-se Campeão do Mundo, e nunca chegou na final da Libertadores.
Pra mim isso é o mesmo que engravidar uma mulher sem encostar nela.
Em chamas,
Douglas Ceconello.
A imprensa esportiva é algo realmente sensacional. Quando as torcidas organizadas paulistas fazem uma carnificina nos estádios, tem que mandar prender, acabar com esses animais. Pois foi a casa palmeirense cair após a chapuletada do Figueira que a equipe da Record, tentando obter informações do clube, entrevista nada menos que o PRESIDENTE DA MANCHA VERDE ou algo que o valha. Isso foi ontem à noite, naquele programa do Milton Neves, que apresenta debates apenas nos intervalos entre os blocos de comerciais.
Em primeiro lugar, se discordam do comportamento das organizadas, ao entrevistar alguém ligado a elas não estão fazendo nada menos do que justificar a sua presença, delegando um valor de fonte a alguém que, teoricamente, deveria estar na arquibancada torcendo e não falando de negociações como se fosse um empresário. É mais ou menos como entrevistar um bicheiro pra falar da economia.
Além disso, se um clube chega ao ponto de um DIRIGENTE DE TORCIDA ficar falando de transações, inclusive mantendo contatos com jogadores e opinando sobre a demissão ou não do técnico, tem mais é que fechar as portas. Falar nisso, elas não estavam PROIBIDAS DE EXISTIREM?
Eu não tenho nada contra torcidas organizadas, mas aqui no Rio Grande do Sul elas sempre foram caracterizadas por torcerem, protestarem e, no máximo, entrarem de graça nos estádios.
Regendo a charanga,
Douglas Ceconello.
Conforme vamos nos aproximando da Copa, o ufanismo bobalhão da imprensa esportiva brasileira vai crescendo em níveis assustadores. Nos jornais, rádios e canais de TV a "corrente" vai se consolidando e descartando qualquer ponta de racionalidade. Obviamente, Impedimento estará atento a toda manifestação do pensamento mágico verde e amarelo.
No último fim de semana, durante alguma transmissão da TV Bandeirantes, o comentarista palmeirense Mauro Beting me saiu com essa: "o quinto ou sexto goleiro brasileiro é melhor do que o melhor goleiro da Argentina". Que tamanha bobagem. Todos sabem o Brasil não é uma grande escola de goleiros. Também não há muitos arqueiro agentinos acima da média atualmente, mas Rogério Ceni e Fábio Costa - e isso apenas para escolher dois queridinhos da imprensa - não podem nem pegar o mesmo ônibus que Abbondanzieri. Dida toma um frango por partida e Júlio César nem joga. O único que pode ser comparado ao Pato é o Marcos, quando está na ponta dos cascos - o que não ocorre há algum tempo. E ainda assim falta algo, sei lá, até mesmo um apelido.
Ontem foi a vez de José Luis Datena, que deixou a desgraceira de lado por alguns instantes e participou do programa Apito Final, também na Band TV. Ele disse estar "com medo que o Brasil seja garfeado na Copa". Ora, ora, ora. Todos sabem que o Brasil é favorecido pela arbitragem desde priscas eras. E não foi em uma competição, foi muito favorecido em diversos torneios. Pois vejamos. Em 1962, aquele famoso pênalti do passo pra fora da área de Nílton Santos, contra a Espanha. Ainda no Mundial do Chile, Garrincha foi expulso na semifinal, mas jogou a decisão devido a uma negociata de bastidores. Isso sem falar em 2002, nos jogos contra Turquia e Bélgica. De forma alguma acredito na possibilidade de o Brasil ser prejudicado, mas se acontecer será apenas uma espécie de compensação ou castigo divino. Desde que não metam a mão no Paraguai, por mim tudo estará bem.
Agora, parem com isso. Eu já não compreendo esse ufanismo despropositado, mas entendo ainda menos quando ele vem totalmente descompanhado do discernimento e da razão. Vestir a camisa da seleção é uma coisa, colocar o nariz de palhaço é outra.
Adendo: divido com todos a minha inexprimível alegria por estar publicando meu texto número 200 neste muito precioso veículo.
Saudações,
Douglas Ceconello
Começa hoje o mais difícil torneio de clubes do futebol mundial. Em nenhum outro campeonato nacional há tantos candidatos ao título. Como a disputa desse ano acontece entre apenas 20 clubes, devemos ter uma disputa acirrada até a última rodada.
Em primeiro lugar, penso que o número de participantes é o mais indicado para a fórmula de pontos corridos. Se a disputa acontecesse com oito classificados para uma outra fase, então poderíamos ter mais clubes. E não tem fundamento aquele discurso de que o Brasil é um país muito grande e os estados precisam de mais representatividade. Para isso existe a segunda divisão.
Acho que Corinthians, São Paulo e Inter despontam como favoritos. O tricolor e o Inter por apresentarem os melhores grupos de atletas. O Corinthians por ter jogadores acima da média e contar com respaldo do crime organizado. Como todos sabem, o principal problema colorado é a demência do técnico, que certamente vai conseguir disperdiçar o melhor plantel formado pelo clube em vinte anos.
Um degrau abaixo estão Santos, Cruzeiro e Goiás. Acho que os santistas e os mineiros têm boas chances de chegar ao título desde que busquem reforços. O time estrelado está tentando trazer o meia Felipe e o lateral Gabriel, ambos ex-jogadores do Fluminense. O Goiás aparece aí por ter uma equipe ajustada, ainda que sem grandes destaques.
Para o rebaixamento, os cariocas aparecem com força total. Vasco e Botafogo são fortes candidatos. A Ponte Preta também está pedindo para cair há anos e o Santa Cruz vai voltar para seu lugar de origem. Acreditar em Carlinhos Bala é o mesmo que torcer para tenistas brasileiros na Copa Davis. Os que fazem, fazem pelo estoicismo. Enquanto isso, já é hora de o Fortaleza cair também, pois em 2005 o time traiu seu retrospecto de subir em um ano e ser rebaixado no outro. Exijo coerência.
Pra começar, era isso. Serão 38 rodadas de bom e mau futebol, erros de arbitragens e jogos de Corinthians e Flamengo transmitidos pela Globo. Depois, serão mais uns oito jogos remarcados para o time da MSI tentar reverter algumas derrotas. E assim sucederá o campeonato, em drágeas de êxtase e desgraça aplicadas com a mesma freqüência, nas noites de quarta e nas tardes de domingo.
Acompanhe abaixo os primeiros jogos e todos os campeões e vices da competição.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Primeira rodada
Juventude x Paraná
Vasco x Internacional
Grêmio x Corinthians
São Paulo x Flamengo
São Caetano x Cruzeiro
Botafogo x Fortaleza
Santa Cruz x Figueirense
Goiás x Santos
Palmeiras x Ponte Preta
Atlético-PR x Fluminense
Campeões e vices
1971 - Atlético Mineiro
São Paulo
1972 - Palmeiras
Botafogo
1973 - Palmeiras
São Paulo
1974 - Vasco da Gama
Cruzeiro
1975 - Internacional
Cruzeiro
1976 - Internacional
Corinthians
1977 - São Paulo
Atlético Mineiro
1978 - Guarani
Palmeiras
1979 - Internacional
Vasco da Gama
1980 - Flamengo
Clube Atlético Mineiro
1981 - Grêmio
São Paulo
1982 - Flamengo
Grêmio
1983 - Flamengo
Santos
1984 - Fluminense
Vasco da Gama
1985 - Coritiba
Bangu
1986 - São Paulo
Guarani
1987 - Sport
Guarani
Copa União - Flamengo
Inter
1988 - Bahia
Internacional
1989 - Vasco da Gama
São Paulo
1990 - Corinthians
São Paulo
1991 - São Paulo
Bragantino
1992 - Flamengo
Botafogo
1993 - Palmeiras
Vitória
1994 - Palmeiras
Corinthians Paulista
1995 - Botafogo
Santos
1996 - Grêmio
Portuguesa
1997 - Vasco da Gama
Palmeiras
1998 -Corinthians
Cruzeiro
1999 - Corinthians
Atlético Mineiro
2000 - Vasco da Gama
São Caetano
2001 - Atlético Paranaense
São Caetano
2002 - Santos
Corinthians Paulista
2003 - Cruzeiro
Santos
2004 - Santos
Atlético Paranaense
2005 - Corinthians/MSI
Internacional
Cerca de dez minutos após o gol colorado, postado na multidão que estava atrás do gol do placar eletrônico, rodeado por vapores de maconha e euforia demasiada, pensei em escrever um texto para publicar nesse nobre espaço. Ele teria mais ou menos o seguinte título: "Um campeão quase sem méritos".
Minutos depois, o Grêmio empatou e segurou o resultado, conquistando o título pelo gol qualificado. Foi a vitória obtida pela capacidade de organização de um técnico consciente do seu time. Foi a derrota que resultou de um outro técnico que não tem a mínima noção do futebol atual, não sabe escalar e, em arroubos muito mais de burrice do que de convicção, garante que não estuda os adversários.
Pensei em escrever o texto imaginado porque o Inter fez muito pouco nos dois clássicos. Amarrado no primeiro confronto, esse senhor carioca que toca piano viu um jogo totalmente diferente. Tudo bem se o discurso fosse interno, mas não é, ele acredita que o Inter perde por, como diria Jânio Quadros, "forças terríveis", nunca por equívocos dele. Abandonarei o eufemismo da imprensa: Abel não tomou um nó tático. Ele foi atado, pendurado, vilipendiado, empalado e destroçado taticamente.
É totalmente infundado escalar uma equipe no esquema 4-2-4. Pois ontem Abel Braga continuou sua epopéia demente ao colocar apenas Fabinho e Tinga no meio-campo. Ele deve imaginar que estamos em 1954 e que ele comanda a seleção húngara. Mossoró e Michel nunca vão saber o que é marcar e, sinceramente, isso não é culpa deles. Apenas porque o time conta com bons atacantes não significa que todos devem ser escalados ao mesmo tempo. Não é necessário outro técnico para fazer isso, QUALQUER pessoa escalaria o time de maneira mais adequada.
As melhores atuações coloradas aconteceram com Fabinho, Perdigão e Tinga no meio. Essa é a meia-cancha que sabe prender a bola, virar o jogo para encontrar espaços, e foi a mais próxima do ideal que ele conseguiu montar. Mas Perdigão nunca está garantido no time, ao contrário do titularíssimo Michel, que não tem culpa de ser escalado. Pior do que fazer escolhas individuais erradas é pensar o futebol de forma equivocada. Tanto que se analisarmos particularmente todos os jogadores do Inter na partida de ontem, veremos que eles foram bem individualmente e estão totalmente absolvidos. A culpa é da mula que fica amarrada no banco e relincha baboseiras durante a semana.
Está mais do que claro para todos que aqui não se faz a análise de resultados. Eu sempre soube o que era Abel Braga. Todos os textos que escrevi depois de sua contratação apontavam para a desgraça certa. Se a derrota de ontem fosse servir para corrigir erros, para encaminhar um arremedo de coerência na escalação da equipe para as outras competições, não seria de todo mal. Mas não é isso que acontecerá, porque Abel é um incompetente, que tem a cumplicidade da diretoria e não vai tirar nem 20% do que esse grupo pode fazer. Se eu fosse jogador, trataria de perder as cinco primeiras partidas do Brasileiro para tentar acabar com essa falácia.
Até acredito que treinador não ganha jogo, mas que ele perde, perde.
Tentando esquecer que há um século um certo inglês trouxe duas bolas de futebol para o Brasil,
Douglas Ceconello.
Urge dizer que a relação de Abel Braga com Michel e Rubens Cardoso é pornográfica. Escrevo isso hoje como escrevi há semanas e como defenderei mais tarde, não importa em que circunstâncias. Não há ligação com o empate obtido no Uruguai, ontem, diante do Nacional, que considerei bom. Exijo discernimento.
Michel e Rubens Cardoso são, quando muito, jogadores de grupo, não podem ser titulares. Mesmo que estivessem jogando o fino da bola, mereceriam ficar no banco. O único, simples e incontestável motivo é que atletas muito mais preparados e de qualidade maior que eles estão esperando no banco ou, até mesmo, assistindo as partidas da sala de sua casa. Toda a experiência a mim concedida por anos de martírio permite afirmar que eles vão estragar tudo quando mais for preciso, seja na Libertadores ou no Brasileiro.
Mesmo que o time titubeie inicialmente, Mossoró, Sobis ou Renteria devem entrar no ataque, sacando Michel. Da mesma forma, Rubens Cardoso deve dar lugar a Chiquinho, Jorge Wagner ou Alex, todos muito superiores a ele. Penso que, mesmo não rendendo o máximo no início, essas substituições acabarão complementando o que pode ser a equipe ideal. E é necessário colocar esse time, entrosá-lo, fazê-lo jogar para enfrentar uma temporada que está apenas começando.
Critico o Michel com a autoridade de quem afirmou ser ele o pior do time após todos os jogos em que ele marcou gols. Em coluna publicada no dia seguinte à vitória contra a equipe uruguaia, no Beira Rio, disse o seguinte:
Nada disso, no entanto, me enganará quanto a certas peças da equipe. Michel fez um belo gol, mas, se Abel Braga tiver algum discernimento, ele está apenas guardando a vaga para Rafael Sobis. Ontem, ele foi o jogador de pior rendimento do Inter. A escalação de Perdigão mostrou-se acertada e necessária para que o time consiga jogar. Rubens Cardoso fez um bela apresentação, mas precisa ser avaliado numa seqüência maior de jogos. Por exemplo, eu vi o César Prates acabar com um jogo contra o São Paulo e nunca mais acertar um cruzamento.
Se não ocorrerem essas mudanças, o Inter cairá no mesmo erro do últimos três anos: jogadores pontuais comprometerão uma temporada. Mas no fundo, no coração das trevas colorado, sei que pedir coerência a Abel Braga é o mesmo que solicitar um estudo de astrofísica para uma vaca.
Perdido entre a Padre Cacique e as Filipinas,
Douglas Ceconello.
A rodada pode ser decisiva para os clubes brasileiros. Palmeiras, São Paulo e Corinthians podem encaminhar a vaga. o Inter enfrenta o Nacional na tentativa de confirmar sua presença nas oitavas-de-final, enquanto em Jundiaí o Paulista precisa bater o River para continuar respirando.
O Palmeiras enfrenta o Atlético Nacional, na Colômbia, e precisa da vitória para não se complicar no grupo 7. Se perder, precisará vencer o Cerro, em casa, na última rodada. Se o São Paulo bater o Chivas, fica muito próximo não apenas da vaga, mas também da primeira colocação na chave 1.
Caso ganhe do Nacional hoje, em jogo do grupo 6, o Inter estará garantido na próxima fase. Os uruguaios necessitam de uma vitória para manterem suas chances. Abel Braga será esmiuçado em post vindouro. Em seu jogo mais difícil, o Corinthians enfrenta a Universidad Católica, em Santiago, pela chave 4. Se vencer, fica perto da classificação. Se perder, corre sérios risco e passa a depender de fracassos do Tigres, que entra em campo apenas na próxima semana.
A propósito do Corinthians, esse Ademar Braga é o melhor técnico. Discordou de sua efetivação, afirmando que o time precisava de alguém mais experiente. Ontem, quando perguntado sobre a escalação, convocou toda a imprensa paulista para fazer um corrente a favor do time e não dar armas aos adversários. Certamente vai cair nas próximas semanas, mas já fez história.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Jogos da semana
Hoje
Nacional - Inter
19:00
Atl.Nacional - Palmeiras
21:15
Sporting Cristal - Estudiantes
23:30
Amanhã
The Strongest - Goiás
19:30
Paulista - River
19:30
São Paulo - Chivas
21:45
Quinta
Cerro Porteño - Central
19:00
U.Católica - Corinthians
22:30
LDU - Universitario
23:30
Um nome.
Um homem.
Antes de ir para a Alemanha, um trabalho a ser feito.
- Bola recuada pelo jogador do Internacional para Clemer. Falta técnica ignorada.
- Pênalti em Ricardinho. Nada é marcado.
- Fernandão entra no meio de Tcheco, com a bola a 5 metros da jogada. Um amarelo e um abraço.
- Tinga derruba Tcheco na ponta-direita. Pênalti ou falta? Nada, segue o jogo.
- Em uma seqüência "quero ser expulso", Tinga derruba Welington com o cotovelo na cara, antes de entrar direto na perna de Herrera. Segundo cartão? Não, não se pode expulsar o Tinga.
- Após paralisada a jogada, Herrera toca a bola para o fundo do gol. Tinga pisa no pé de Herrera e Clemer, enlouquecido, empurra o argentino, antes de dar uma cabeçada. Expulsar Clemer? Não, o Inter não tem mais substituições, pode se complicar. Ao menos não expulsou Herrera.
Não há o que ser discutido.
Todo mundo sabia o que ia acontecer.
Querem negar isso e falar em Zveiter?
Estou ficando cansado, e penso em aposentadoria.
Nostradamus?,
Ante Savoldi
Apenas quem se identifica com Inter ou Grêmio tem noção do que siginifica presenciar um clássico. Grenal é o pior jogo do mundo para os torcedores. Sabe-se que nenhuma das duas partes deseja topar com o rival no seu caminho. Se possível, seria bom que não houvesse mais clássicos, desde que seu time tenha vencido o último.
Provas não faltam que comprovem estarmos diante da maior rivalidade do Brasil. Recordo Ceconello pai e seus relatos de grenais antigos: certa feita, em um clássico que acabou 3 a 3, quatro torcedores morreram no estádio devido a problemas cardíacos. Uma vez, um senhor estava a meu lado na geral do Beira Rio e passou o clássico inteiro quieto, sem vibrar. Quando saiu um gol, após o furor inicial, olhei para ele e sua cara estava transtornada, com os olhos marejados. Ele transmitia exatamente o que tento escrever.
A sensação de perder um jogo dessa envergadura deixa marcas e, sem dúvida, traz uma semana de cabeça inchada. Ganhar o grenal, no entanto, certamente está entre os maiores deleites dos gaúchos. Por alguns instantes não tão breves, manda-se tudo para o inferno. Algum cronista - realmente, não me lembro o nome - escreveu certa vez que, se o sujeito está na pior fase da vida, brigou com a mulher, foi demitido, mas volta vitorioso da disputa, está mais alegre que qualquer dos homens prósperos que torça para a equipe derrotada. Eu tinha uns onze anos quando li isso e até hoje não achei analogia mais adequada. Grenal é um título em si. Valendo taça, então, torna-se ÉPICO.
Para os clássicos que decidirão o gauchão, vejo o Inter como favorito, mas sei também que isso não significa grande vantagem. Embora o time com mais qualidade geralmente leve vantagem, até mesmo em clássicos, muitas surpresas aconteceram no enfrentamento. E de forma alguma estou sendo político. Quem vai de Abel Braga, anda com o freio de mão puxado.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Nada menos do que 15 sul-americanos começaram o jogo entre Inter e Villareal, ontem, no San Ciro. Por coisas como essas é que a seleção da Espanha é um fiasco em todas as competições. E a Itália, bem, quando falamos de futebol europeu, a Itália é o Paraguai com três títulos mundiais. E isso é um elogio.
Confira em negrito os sul-americanos que começaram atuando:
Inter: Toldo, Javier Zanetti, Córdoba, Samuel, Wome, Verón, Cambiasso, Stankovic, César, Recoba, Adriano.
Villareal: Viera, Javi Venta, Peña, Gonzalo Rodríguez, Sorín, Senna, Calleja, José Mari, Riquelme, Arzo, Forlán.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Mas se eu tivesse que falar algo daqui, diria: comparando com a situação de 10 anos atrás, por exemplo, o melhor tem um time reserva tão decente quanto o mais fraco. O melhor faz bonito na Liber, o pior faz feio na Copa. O Banguzinho levou tranquilo o campeonato deixando para o time principal os louros da vitoria na final. Enfim, no aspecto 'Futebol dentro de campo' vê-se situações iguais, que colocam comodamente o Inter como favorito.
Já no 'Futebol fora de campo', temos nítidas diferenças já que nestes 10 anos, criou-se uma expectativa de que finalmente o Inter construísse uma estrutura decente para finalmente ganhar, e não apenas competir. Quando o Grêmio caiu, surgiu uma aura sobre o Inter, que seria o dominador absoluto dos Pampas, mesmo que não chegasse a lugar nenhum fora das fronteiras, afinal, era o grande representante do Estado.
Duas visitas a Bombonera e o Inter ainda não aprendeu. Mostra maior consistência, mas deve confirmar esta mais adiante na competição, enfrentando, por exemplo, um Estudiantes ou uma U.Católica ou um Nacional de Medellín.
Em resumo, vejo a pressão diretórica colorada como uma forma de 'se garantir preventivamente contra possíveis resultados adversos negativos'.
Tenta tirar de si a obrigação que tem de ganhar do Grêmio e faz de tudo para se proteger ante algum insucesso.
Enfim, irei, naturalmente, com meu nariz de palhaço e a camiseta do Inter na primeira final. Invadirei das sociais do Grêmio, mas identificado como colorado. Quero ver que providências tomará Chiquinho Noveletto e a corja.
Peço de antemão a ajuda dos amigos que contatem bons advogados. Precisarei!
P.S.1: Parece que o árbitro para os dois jogos será o que apitou hoje, domingo, no Passo D'Areia. E está mal contada a história dos penais. A RBS, que também tem seus quadros bem colorados (se não fosse assim, o Mauricio
Saraiva não teria recomendado o Fabiano cachaça da Ulbra para ser titular no Grêmio), não quis repetir o penal que o Marcelo se adiantou e defendeu; mas mostraram à exaustão que o Murilo se adiantou um passo nos dois penais contra si.
P.S.2: Acabou de acabar a rodada dupla semifinal da Taça Rio.
Resultados:
América 1 x 3 Americano
Cabofriense 1 x 1 Madureira (penais: 2 x 3)
O América começa a retomar sua tradição de, como bom carioca do subúrbio, 'morrer na praia'. Madura e Americano se matarão na final da Taça Rio para enfrentar o Fogão na 'final definitiva' dos cariocas.
E DÁ-LHE MADURA!!
Pra fechar, duas pérolas da transmissão de J. Santiago pela Super Rádio Tupi 1300 AM.
A primeira, a rodada dupla deu prejuízo para os cofres dos clubes envolvidos. Abrir o Maraca não é pra qualquer um e o público de menos de 10 mil pessoas somados os dois jogos. O prejuízo foi repartido de forma que o América perdedor terá de arcar com mais de 6 mil reais. Cabofriense e Madureira marcharão com 5 mil e o Americano não precisa pagar mais do que 3 mil.
A segunda, Dona Rosinha que, parece piada, mas não é a namorada do Zé Carioca e sim, governadora do estado, patrocina uma propaganda de forte apelo popular na rádio carioca. O slogan é:
"GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, A GENTE TRABALHA DE VERDADE!"
Isso me faz rir, o que é, de fato, uma pena. Lembrarei disso nas próximas eleições.
Saúdos, Vitor VEC
Um simples exercício de monitoramento.
Art 213 - Deixar de tomar providências capazes de prevenir ou reprimir desordens em sua praça de desporto.
PENA: multa de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) e perda do mando de campo de uma a três partidas, provas ou equivalente quando participante da competição oficial.
§ 1º Incide nas mesmas penas a entidade que, dentro de sua praça de desporto, não prevenir ou reprimir a sua invasão, bem assim o lançamento de objeto no campo ou local da disputa do evento desportivo, que possa causar gravame aos que dele estejam participando.
§ 2º. Caso a invasão seja feita pela torcida da entidade adversária, sofrerá esta a mesma apenação.
No clicesportes, o presidente da FGF e conselheiro colorado Novelletto já se assusta:
O presidente da Federação Gauchão de Futebol , Francisco Novelletto, considerou a denúncia um "precedente perigoso", que pode bagunçar o Gauchão. Para o presidente, torcedores de clubes inimigos podem invadir campos para prejudicar o rival. O vice de futebol do Inter, Vitório Píffero, declarou que acredita que nada vai ocorrer.
Apavorado, Hiltor Mombach, o primeiro a sugerir a hipótese de que um gremista invadiu o Centenário com uma camiseta do Inter, quer agora interditar o Olímpico:
Em 22/03
"O artigo, esdrúxulo e polêmico, poderá tirar o Inter do estádio Beira-Rio no segundo jogo da final pelo Campeonato Gaúcho. Há essa chance, embora remota, caso o julgamento venha a ocorrer no dia 29.
Isso porque um jovem de uma torcida organizada do clube invadiu o gramado do Centenário na recente goleada de 3 a 0 sobre o Caxias.
(...)
O artigo fala em deixar de tomar providências capazes de prevenir ou reprimir desordens. Reprimir, o Inter reprimiu, expulsando o torcedor do seu quadro. Tomar providências como, se o clube não tem ingerência sobre o Centenário?
(...)
Caso o julgamento ocorra no dia 29, o Inter alegará que a pauta estará sendo antecipada, pois há processos anteriores aguardando julgamento. Se há o temor da punição? Diria não haver certeza de absolvição, embora a tendência."
Pelo amor de Deus, será que eu não sei ler?
Porque há "tendência de absolvição" se o regulamento é totalmente claro?
A questão a ser debatida é se o regulamento é esdrúxulo, ou se ele deve ser cumprido?
E em 23/03, mais uma do editor colorado do Correio do Povo:
"Qual o fato mais grave, a invasão de um colorado no Centenário ou as dezenas de pedras arremessadas no gramado dos Plátanos vindas das gerais onde estava a torcida do Grêmio e que, por sorte, não fizeram vítima? O fato está relacionado em súmula pelo árbitro Fabrício Corrêa.
O fato que levou mais perigo foram as pedras jogadas com insistência e irresponsabilidade. Pelo artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, o fato mais grave nem poderia ser denunciado pelo procurador. O inciso 2º prevê que, 'caso a invasão seja feita pela torcida da entidade adversária, sofrerá esta a mesma apenação'. Não fala em objetos arremessados ao gramado."
O que dizer? Vamos todos chorar o fato de o regulamento, caso cumprido, condenar o Inter e não o Grêmio, ou vamos comemorar, antecipadamente, a óbvia absolvição colorada?
A parcialidade está totalmente à mostra, já há muito tempo.
Demostrar isso não é difícil. Não que mude alguma coisa.
Resignado,
Ante Savoldi
Sei que isso começa a ficar repetitivo, mas não se pode brigar com a notícia. Nenhum grande disputará as finais da Taça Rio, que terá a presença de América, Cabofriense, Americano e Madureira. Romário queria aparecer apenas no dia do jogo. Fluminense quer contratar Oswaldo de Oliveira, provavelmente para ter um duelo de irmãos no próximo Fla-Flu e proporcionar matérias engraçadinhas ao Globo Esporte. Eurico Miranda afirma que ganhou o "seu campeonato" ao bater o Flamengo. As notícias do futebol carioca deveriam ser colocadas na seção de humor dos jornais. Obituário também, por que não? Não sei mas o que escrever sobre isso, portanto não resta outra saída senão...
...POESIA!
Soneto de separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinícius de Moraes
Apenas agora descobre-se a habilidade profética de Vinícius de Moraes. O que parece ser um poema sobre o fim de um amor era, na verdade, uma premonição acerca dos grandes times do Rio.
Tudo bem que esse "de repente" arrasta-se há uns dez anos. Mas observem o último verso da primeira estrofe - E das mãos espalmadas fez-se o espanto - e imagine um goleiro flamenguista desdobrando-se após o Nova Iguaçu chutar a oitava bola em gol com 5 minutos do primeiro tempo.
Sem falar que o Campeonato Brasileiro dos cariocas deve transformar-se numa inglória "aventura errante".
Tentando roubar armas do exército,
Douglas Ceconello.
Vamos chegando às finais dos estaduais - campeonatos de valor inegável -, e as primeiras impressões sobre o que será o resto do ano se desenham. Em São Paulo, a aburrida fórmula de pontos corridos tem o objetivo de treinar os clubes para o Brasileirão A e B, mas há de retirar toda a competitividade dos paulistas em competições mata-mata. É a praga que rogo.
O campeonato carioca, como já analisou o colega Douglas, sem dúvida é o mais sensacional. Basta dizer que os semifinalistas da "Taça Rio" são América, Americano, Volta Redonda e Madureira. Romário cogita jogar em Miami. Nos Dolphins, acho.
Faço essa volta para chegar aonde quero, no Gauchão. Felizmente, se desenha um Grenal nas finais, algo que não ocorre há bastante tempo. Não vale a pena reter-se em análises que já estão consumadas por todos. O Inter, e o time reserva do Inter, são claramente melhores que o time do Grêmio.
O tricolor conseguiu montar uma equipe pouco mais que razoável neste início de ano. Mas a saída de dois ou três bons jogadores lesionados traz reposições sofríveis, e a tendência é de eliminação tanto na Copa do Brasil quanto nas finais do Estadual, se chegar lá. Caso alguns titulares como Maidana, Tcheco e Ricardinho voltem sem estar descontados, alguma esperança surge. Mas ainda assim, apenas se o tal "Imortal Tricolor" der as caras novamente, coisa que ocorre de vez em quando.
O Inter parece bastante bem, jogando um futebol bonito e enfileirando vitórias. É aí que mora o perigo, e todos os colorados sabem disso. Ainda assim, o Gauchão deve ser conquistado sem maiores dificuldades, e não estou falando grandes novidades. Mesmo sendo um clássico, no qual as coisas tendem ao eqülíbrio, dificilmente uma equipe que está em melhor fase deixa de ganhar um Grenal.
Mas o motivo original deste comentário é o regulamento para as finais do campeonato estadual. O mesmo, inicialmente confundia por não explicitar que o saldo simples é critério anterior ao saldo qualificado. Por exemplo, um time que ganhasse em casa de 1 X 0 e perdesse fora por 4 X 2, poderia reclamar o título por ter feito dois gols fora de casa. Isto foi esclarecido em nota da FGF.
Antes de tudo, devemos lembrar que a utilização do saldo qualificado não faz o menor sentido em uma final de Gauchão, ainda mais em Grenais. Afora isso, os critérios para a prorrogação em caso de dois resultados iguais estão totalmente nebulosos.
Vamos à hipótese:
Grêmio 1 X 0 Inter (Olímpico)
Inter 1 X 0 Grêmio (Beira-Rio)
prorrogação: Inter faz um gol, Grêmio empata. Quem é campeão?
Como orientação da FIFA, não se pode isolar o resultado da prorrogação dos 90 minutos. O placar final do jogo seria Inter 2 X 1 Grêmio. Grêmio campeão pelo saldo qualificado? Inter campeão por ter feito a melhor campanha e ter empatado em pontos na decisão? Penaltis pelo empate na prorrogação?
No ano passado, confusão similar ocorreu, já que mesmo o Inter ganhando a prorrogação por 2 X 1, o resultado global do jogo daria o título ao XV de Novembro. No entanto, o pessoal de Campo bom não pode reclamar a respeito disso já que, lembro bem, todos conheciam os termos no qual a final seria disputada. Acerca do placar, é claro. Quanto ao jogo encerrado aos 13 do segundo tempo, não há o que comentar.
Digo isso antes, sem querer polemizar, mas apostando que o critério in dubio, pro Inter seria novamente adotado. Não é perseguição, ou paranóia, como pode parecer. Apenas gosto de colecionar estas "coincidências", uma espécie de hobby. Apesar disso, é mais provável que o colorado não precise usar de tais subterfúgios para passar pelo Grêmio, ou Juventude. E se a coisa complicar, alguém tem dúvida de quem será o árbitro da final?
Encerrando este comentário que marca minha volta do limbo, agradeço aos leitores que não deixam a chama do Impedimento morrer, e ao colega Douglas, pela exemplar cobertura do futebol que realmente interessa.
Confiem em mim,
Ante Savoldi
Comovido com a expectativa dos corintianos quanto à contratação de seu novo comandante, Impedimento oferece alternativas para a turma da MSI. Vote e ajude Kia a escolher o substituto de Antônio Lopes.
Luiz Zveiter
Responsável direto pela única conquista da equipe na era MSI, tem como
principal característica mandar o time jogar novamente todas as partidas perdidas.
Fófa Efelênfia Lula
Vem retomando sua popularidade. Administraria com sabedoria
o enorme caixa 2 em que se transformou o Parque São Jorge.
Bozo
Certamente, não se incomodaria de ter seu comando
submetido ao Kia. Esse conseguirá fazer a Fiel sorrir.
Biro Biro
Seria uma singela homenagem ao passado corintiano. Sua principal
estratégia seria impor o corte de cabelo a todo o elenco.
Mazzaropi
Tá, esse morreu faz tempo. Mas, sei lá, tudo anda TÃO LOUCO.
Boris Berezowski
Sua escolha seria o início de um processo de transparência.
No sentido de "vamos parar de disfarçar e colocar o PATRÃO no comando".
Recebendo em petrodólares,
Douglas Ceconello.
Não assisti ao jogo do Corinthians, mas meus informantes afirmaram que a derrota de 2 a 0 foi merecida. O Estudiantes perdeu para o Santa Fe por 3 a 1depois de estar vencendo por 1 a 0. Certamente, a equipe sente falta do fator "torcedores loucos colocando fogo nos adversários" quando joga fora de La Plata. O Nacional tropeçou em Montevidéu ao empatar em zero com o surpreendente Maracaibo.
Acho constrangedora a campanha do Corinthians na competição e no Paulistão. Ao invés de ficarem tentando empilhar cada vez mais jogadores, deveriam é dar um laço nesses mascarados. Se o Kia lesse o Impedimento conheceria melhor seus adversários.
Agora os alvinegros somam os mesmos quatro pontos obtidos pela Católica, mas com um jogo a mais. O líder do grupo 4 é o Tigres, com seis. A favor do Corinthians o fato de jogar duas em São Paulo no segundo turno, embora tenha um jogo extremamente difícil no Chile.
Não pude acompanhar nenhuma partida. É que a partir de quinta-feira minha sede torna-se incontrolável.
Saudações,
Douglas Ceconello
Todos sabem que o futebol carioca de hoje não merece nenhuma abordagem, mas vou me conceder o direito de falar mal mais uma vez. Os grandes continuam sendo as maiores piadas do torneio, enquanto os pequenos não conseguem tomar o seu lugar. Isso gera um vácuo, a ausência completa de competitividade e, até mesmo, de qualquer coisa que se assemelhe ao que comumente chamamos FUTEBOL.
É claro que o campeão da chacota é o Flamengo. Começou com a decisão da comissão técnica de preservar o time titular na Taça Guanabara. Alguém pode me explicar por que raios fizeram isso, já que a equipe não tinha nenhuma outra competição. Continuo acreditando na minha versão: eles têm tanta vergonha do time que não querem mostrá-lo para a torcida.
Além disso, a maior aposta do time é Luizão, que joga com a camisa número 111. Nenhum sentido. Além disso, com aquelas pernas de marido não há como ter esperança. E, enfim, demitiram o Espinosa por não conseguir fazer a máquina rubro-negra desempenhar o futebol que a diretoria julga capaz. E para ocupar o seu lugar trouxeram o WALDEMAR LEMOS, irmão do Oswaldo de Oliveira, que já treinou os esquadrões do GOYTACAZ e SÃO CRISTÓVÃO. Aliás, tenho que descobrir o número de suicídios em que o morto dispunha de cachaça + manto rubro-negro + um jornal aberto na página de esportes. Suspeito que anda pela casa dos milhares.
O Fluminense é a prova viva de que um time do Rio não pode ficar bem por mais de seis meses. Tem bons jogadores, mas o corpo mole é tão apegado ao futebol carioca quanto o carrinho ao uruguaio, o que torna indispensável a presença de um técnico carrancudo. Todos os títulos expressivos dos times de lá foram conquistados por equipes que aliavam o famigerado toque de bola à disciplina.
Pelas bandas de São Januário tudo continua euricomirandamente igual. Jogadores são dispensados por não sei quantos dias para visitar não sei quantos lugares, VALDIRAM já é ídolo e Renato Gaúcho continua fazendo esforços sobrenaturais para não rir cada vez que é chamado de técnico pelos repórteres. Além do mais, o Vasco tem o pior conjunto de zagueiros que já vi atuar na vida. Cada jogo vira um quadro tipo a Porta dos Desesperados, do Sérgio Malandro. Imaginem um zagueiro vascaíno abrindo uma porta e saindo correndo, na tentativa de se esconder, quando na sua frente aparece um temível atacante do Nova Iguaçu.
O Botafogo conseguiu a proeza de ser campeão do primeiro turno e depois receber vaias em todos os jogos. Mas tem a seu favor o fato de ter participado do maior momento do futebol estadual nos últimos tempos, que foi ter a honra de disputar a decisão contra o América. E só ganhou o título porque o juiz não deu aquele pênaliti absurdo do goleiro no Robert, quando o jogo estava 1 a 0 para os americanos. De fato, único momento interessante até agora foi o América ter chegado à decisão, ainda que comandado por evangélicos.
O futebol carioca só não é igual ao sergipano por causa da CBF.
Aquele abraço,
Douglas Ceconello.
Classificação
Grupo C
1 Americano 7
2 Flamengo 5
3 Cabofriense* 4
- Fluminense 4
- Portuguesa-RJ 4
6 Nova Iguaçu 1
*Cabofriense tem um jogo a menos.
Grupo D
1 Madureira 9
2 Friburguense 7
- América 7
4 Volta Redonda 6
5 Vasco* 5
6 Botafogo 3
*Vasco tem um jogo a menos.
Só mesmo um demente como o Antônio Carlos para tomar uma atitude lamentável daquelas quando o mundo inteiro revolta-se contra as atitudes racistas no futebol. Mais patética do que a atitude, no entanto, foi a desculpa de estar "limpando o braço cortado".
Portanto, vejamos que outras desculpas ele poderia ter usado para tentar encobrir seu CRIME:
O zagueiro deveria ter:
a) dito ao juiz: "olha o desconto, porra!"
b) dito ao juiz: "ele me jogou pó-de-mico!"
c) gritado: "maldita urtiga desse gramado vagabundo!"
d) continuado se coçando, cada vez mais forte, e por fim encenar um colapso nevoso.
No campo
O Grêmio ganhou com relativa facilidade do Juventude, quase sem ser ameaçado pelos caxienses. Em boa parte da partida, a equipe de Hélio dos Anjos sucumbiu à forte marcação do Grêmio. A menos que aconteça uma hecatombe, deverá chegar á final do campeonato.
O Inter levou um susto, mas depois virou o placar rapidamente, praticamente assegurando a vaga no outro grupo. A única ressalva a ser feita é o recuo exagerado do time na segunda metade da etapa final, que poderia ter custado o resultado e complicado tudo para o returno.
Desde o começo da competição percebe-se a superioridade da dupla grenal. O Juventude iniciou vacilante, mas logo enfileirou bons resultados. O Caxias, esse sim está surpreendendo. Ninguém apostaria um centavo na campanha que o time vem fazendo. O restante das equipes do interior é lamentável. O Novo Hamburgo estava bem, mas aproveitou a proximidade com a indústria calçadista e subiu no salto alto.
Infelizmente, nota-se que, excluindo Caxias do Sul e a Grande Porto Alegre, nada resta a não ser a capital. O futebol de Pelotas não assuta mais, assim como o de Rio Grande e o de Passo Fundo. Portanto, urge compor o réquiem do futebol do interior. Encaminharei a proposta a Francsco Noveletto, exigindo patrocínio da Dal Ponte.
Mesmo passando por um perído de reconstrução de toda a equipe, o Grêmio esteve sempre em vantagem, tanto na primeira fase quanto agora, nas semifinais. Grande parte do mérito deve-se ao trabalho do técnico Mano Menezes. O primeiro grande obstáculo da temporada vem agora, quando a equipe terá de despachar o Juventude para chegar à final.
Sempre considerei os outros componentes do grupo - Veranópolis e Santa Cruz - muito inferiores, o que acabou revelando-se nessas duas primeiras rodadas. O problema mesmo é o esmeraldino de Caxias. Mas qualquer que seja o resultado do jogo no Jaconi, a vaga para a decisão continuará em aberto. Se o Grêmio ganhar, obviamente dará um passo importante.
No outro grupo, o Caxias surpreende. Apostava no Novo Hamburgo, mas o time de Gilmar Iser deixou escapar uma vitória certa no Centenário quando vencia por 2 a 0 e permitiu a virada. Depois, na partida contra o Inter, foi obrigado a sair matando e acabou perdendo no cansaço. É um bom time, sem dúvida um dos melhores da competição, mas creio que superestimou sua qualidade.
Não há como negar que o Inter é o favorito da chave. Se vencer amanhã, praticamente garante a vaga, pois abrirá cinco pontos de diferença. A equipe alcançou um bom padrão de jogo nas últimas partidas. Indubitavelmente, porém, os demônios de Abel Braga pairam sobre o Guaíba.
Salgando a costela,
Douglas Ceconello.
Classificação
Grupo 4
1 Internacional 6
2 Caxias 4
3 São José - POA 1
4 Novo Hamburgo 0
Grupo 5
1 Grêmio 6
Juventude 6
3 Veranópolis 0
Santa Cruz 0
Última rodada
Grupo 4
São José 1 x 1 Caxias
Novo Hamburgo 1 x 2 Inter
Grupo 5
Juventude 2 x 0 Veranópolis
Grêmio 3 x 0 Santa Cruz
Próximos jogos
Grupo 4
4/3 16h Beira-Rio Internacional x Caxias
5/3 16h Santa Rosa Novo Hamburgo x São José-POA
Grupo 5
5/3 16h Alfredo Jaconi Juventude x Grêmio
5/3 18h10 Antônio David Farina Veranópolis x Santa Cruz
Os jogos deste meio de semana reservaram alguns resultados inesperados e fartura de gols pelas canchas da América. Alguns visitantes recuperaram-se ao vencer fora de casa, artilheiros tiram a barriga da miséria. Alegria para os leprosos, tristeza e foguetório no jogo dos canallas. Inter vence, Michel ainda não convence, e a MSI desconhecia Quinteros.
Grupo 3
Goiás 2 x 0 The Strongest
Neweel's Old Boys 2 x 0 Unión Española
De fato, o time de Geninho passou pela repescagem para se firmar como favorito à vaga no seu grupo. Ganharam com autoridade do The Strongest, em Goiânia, e já haviam começado com vitória fora de casa, contra a Unión Espanõla. Dos brasileiros que já jogaram - o São Paulo ainda não estreou -, é o melhor, com 100% de aproveitamento. O segundo classificado do grupo 3 deve ser o Neweel's, que venceu a Española por 2 a 0, também quarta-feira, no Estádio El Coloso, com dois gols de Scocco. Apesar de ter iniciado com derrota de 3 a 2 para o The Strongest, los leprosos devem confirmar a vaga nos jogos em casa e mais algum ponto fora.
Grupo 4
Corinthians 2 x 2 Universidad Católica
Tigres 5 x 4 Atlético Nacional
O time do Parque São Jorge deixou escapar dois pontos importantes jogando em casa. Mesmo após estar em vantagem por duas vezes, os corintianos permitiram que a Católica empatasse através do matador Quinteros. Tudo bem, o time de Antônio Lopes meteu não sei quantas bolas na trave, perdeu gols. Mas não ganhou. Espanta-me que a comissão técnica da MSI diga que tenha ficado surpresa com o atacante Quinteros, já que o mesmo vem empilhando buchas e mais buchas desde o ano passado. E continua me entristecendo que a imprensa brasileira seja tão burra e ufanista a ponto de afirmar que o Corinthians iria golear, ganhar sem fazer força. Desinformados que são, desconhecem tudo o que aconteceu meses atrás, quando los universitarios fizeram excelente campanha na Sul-Americana e ostentaram um grande período de invencibilidade no Chile, sendo campeõs de tudo pelas bandas andinas. Também achei que o Corinthians podia ganhar, mas por um placar mínimo, como 1 a 0 ou 2 a 1. Se não conhece o futebol sul-americano, tudo bem, mas não fala bobagem.
O Tigres recuperou-se da derrota para os chilenos na estréia e, numa partida com 9 gols, venceu o Atlético Nacional, que agora soma duas derrotas e tem o pé na cova. Os mexicanos chegaram a estar perdendo por 2 a 0, empataram a partida, tomaram o terceiro gol, mas conseguiram reverter para 5 a 4. No próximo dia 9, o Tigres enfrenta o Corinthians em Monterrey.
Grupo 6
Inter 3 x 0 Nacional
Pumas 0 x 1 Maracaibo
O Inter recuperou-se do mau desmpenho no empate diante o Maracaibo e goleou o time uruguaio com autoridade. Enredou a equipe de Martín Lasarte desde o início do jogo, adiantando sua marcação, e chegou à vitória com relativa facilidade. Dos mais de 30 mil colorados que compareceram ao Gigante da Beira-Rio, apenas os que tem menos de 10 anos de idade não estavam apavorados pelas lembranças que disputar um jogo de Libertadores no Beira Rio sucitam nos vermelhos. O fato é que o time colorado fez sua melhor apresentação na temporada, com destaque para as participações de Tinga, Fernandão, Rubens Cardoso e Perdigão. Sempre aparecerá um gênio do Conselho dos Sábios da Mídia Esportiva Gaúcha para dizer: "ah, mas que time é o Nacional?". Obviamente, os uruguaios não são sombra da sua camisa, mas ainda assim vinham conquistando bons resultados e, se estão disputando a Copa, estão brigando para passar de fase, o que eu entendo que acontecerá.
Nada disso, no entanto, me enganará quanto a certas peças da equipe. Michel fez um belo gol, mas, se Abel Braga tiver algum discernimento, ele está apenas guardando a vaga para Rafael Sobis. Ontem, ele foi o jogador de pior rendimento do Inter. A escalação de Perdigão mostrou-se acertada e necessária para que o time consiga jogar. Rubens Cardoso fez um bela apresentação, mas precisa ser avaliado numa seqüência maior de jogos. Por exemplo, eu vi o César Prates acabar com um jogo contra o São Paulo e nunca mais acertar um cruzamento.
Observação: acabei de ouvir em uma rádio de Porto Alegre que o Nacional não vence o Caxias. Então tá. Assim sendo, sou obrigado a pensar que se classificar no Gauchão é mais difícil do que obter a vaga na Libertadores.
O Maracaibo venceu o Pumas, no México, e deixou a equipe da casa à beira da morte na competição. Os venezuelanos começaram o jogo dispostos a segurar o Pumas e, aos poucos, foram igualando as ações. Chegaram ao seu gol aos 39 minutos, com Rafael Castelin. Na segunda etapa, os mexicanos foram para cima e disperdiçaram várias oportunidades, mas ROMA, ex-atacante do Flamengo estava em campo. Não preciso dizer mais nada.
Quer dizer, preciso falar, sim. O resultado do Inter contra o Maracaibo foi ruim pelas circunstâncias do jogo, pelas chances disperdiçadas e pelo gol sofrido no final, mas não pelo adversário. Se o empate fosse pensado antes do jogo, não seria um resultado decepcionante. Mesmo que a Venezuela não seja o Éden do futebol, o campeão nacional das últimas temporadas tem virtudes, claramente desconhecidas pelos Oráculos da Crônica, que olham apenas não para seus umbigos, mas para os umbigo do Sempre Fantástico Futebol Brasileiro e Suas Mil e Uma Habilidades. Na Alemanha, PARAGUAI NELES!
Grupo 7
Rosario Central 0 x 2 Cerro Porteño
El ciclón conseguiu recuperar-se do empate em casa diante do Palmeiras e venceu los canallas, na Argentina. Apesar da pressão de sua torcida, o Central não consegui em nenhum momento impor o ritmo do jogo. Como se não bastasse, a zaga contribuiu para a fraca atuação, fazendo lambança nos dois gols azulgranas. No primeiro, o zagueiro Fassi, que cabeceou contra seu próprio gol, encobrindo o goleiro Cristian Alvarez que saía desesperado. Avalos teve apenas o trabalho de empurrar para as redes. No segundo, Borzani cabeceou contra suas prórpias redes, em cima da linha, após cobrança de escanteio. Os canallas não conseguiram reagir, não articulavam jogadas e suas tentativas de alçar a bola não surtiam resultado. Agora, acumulam duas derrotas e necessitam vencer o Palmeiras, em São Paulo, para continuarem vivos. Uma menção honrosa fica para o sempre valente lateral Rivarola, muito bom jogador que vem tentando carregar o Central nas costas.
Foi um jogo conturbado. Logo aos 6 minutos, o zagueiro argentino Pablo Giménez rasgou a perna de Achucarro com a trava da chuteira. Depois, não havia motorista para dirigir o carrinho que deveria tirar o jogador do Cerro de campo. Então, os próprios jogadores carregaram-no com a maca. Aos 38 do segundo tempo, Los guerreros, a torcida que fica atrás do gol, começous a vibrar intensamente pelo simples fato de torcer para o Rosário, que já perdia por 2 a 0. Soltaram foguetes para todos os lados, mas eram fogos pequeninos, que nem machucaram o goleiro paraguaio Diego Barreto quando um deles acertou sua orelha. Apavorado, o juiz acabou o jogo aos 45 cravado.
Preparando a máscara de mendigo,
Douglas Ceconello.
É algo realmente constrangedor o colonialismo futebolístico gaúcho em Santa Catarina. Em pleno domingo de jogo entre Figueirense e Avaí, os poucos bares com TV a cabo transmitiam jogos da dupla Gre-Nal que não valiam praticamente nada. Mas pior que isso é perceber que apenas por falarem com sotaque nordestino os catarinas acham que devem torcer para times cariocas.
Pelo Brasil tudo continua como sempre: o Flamengo entrou em crise depois de ter jogado dois AMISTOSOS e o Corinthians permanece sendo uma balbúrdia. Por sabe-se lá que trampolinagens, Marcelinho Carioca está voltando ao Parque São Jorge. Nenhum sentido. Sem falar que está cada dia mais lamentável a babação de ovo da imprensa com universo corintiano. "Tevez teve dor de barriga", "Tevez não tem mais dor de barriga", "Festa de aniversário do Wescley". WESCLEY. Esses dias a ESPARTANA Senhora Antônio Lopes ficou umas duas horas em um programa de TV, falando do ESQUEMA TÁTICO do time. Puta que me lambeu.
No Rio Grande do Sul, nessa onda de "qual o grupo mais dificíl?", precebe-se o claro desprezo ao Zequinha. Muito provavelmente, não teremos clássico no campeonato novamente. Inter ou Grêmio ficará de fora. Não me espantarei se os dois forem eliminados. Na Copa do Brasil, apenas jogos infames nessas fases de "sistema de cotas da CBF". No entanto, torcedores de Grêmio, Cruzeiro, Fluminense e outros grandes devem ficar atentos: nesse exato momento, algum clube do interior de São Paulo está tramando para conquistar o título.
Pela Libertadores, esplêndida vitória do Estudiantes, time realmente querido neste sítio. Após estar perdendo de 3 a 0 para o Sporting Cristal, virou o jogo marcando o quarto gol aos 44 do sgundo tempo. Os pinchas jogavam a vida nessa partida, pois já havim sido derrotados na primeira rodada. Em outra partida empolgante, o Tigres venceu o Cali por 5 a 4, também ontem.
Os brasileiros começaram bem. O Corinthians venceu o Deportivo Cali por 1 a 0. Não vi o jogo, portanto não posso me manifestar. Assim como não assisti as partidas Goiás 2 x 0 Unión Española e Cerro 0 x 0 Palmeiras, mas sem dúvida foram bons resultados. Do Empate entre Inter e Maracaibo só posso dizer que foi lamentável para os gaúchos.
Todo mundo sabe que o Abel Braga é o pára-raio da desgraça, todos os infortúnios do futebol desabam sobre seus ombros, mas nessa temporada ele vem revelando-se também um burro convicto. Nenhum sentido faz manter Michel, Edinho e Rubens Cardoso no time. E não adianta tirar um e colocar Perdigão, Mossoró ou o diabo que o carregue. Ou tira os três ou a equipe afundará. Se não ganhar do Nacional amanhã, começará a temporada vislumbrada por mim quando o treinador chegou ao Beira Rio: desgraça em doses intermináveis.
E nada como poder ir ao quintal para tomar banho de mar quando cansamos do chuveiro.
Cansado de surfar,
Douglas Ceconello.
Estarei fora por uns dias. Tentarei mandar notícias e boletins sobre os campeonatos de pife pelo mundo.
Acabando com o chopp da Região Sul,
Douglas Ceconello.
..que esse amistoso entre Peñarol e Flamengo, disputado no Uruguai, foi uma tentativa de ambas as equipes ingressarem de forma sub-reptícia na Libertadores, sem que a Conmebol percebesse. Quando menos se esperar, um deles estará levantando a taça e viajando ao Japão.
Impetrando o mandado de segurança,
Douglas Ceconello.
Enquanto o Boca confirmou o favoritismo e goleou o Lanús, los leprosos do Newell's fizeram o River descer do salto. No clássico equatoriano, a Liga de Quito bateu o El Nacional por 3 a 2. No Paraguai, o Libertad assumiu a ponta.
Equador
Com três gols do peruano Palacios, a LDU venceu o El Nacional por 3 a 2, em jogo válido pela terceira rodada do torneio equatoriano. A ponta do campeonato ficou com o Olmedo, que venceu o Barcelona por 1 a 0 e foi beneficiado pela derrota do El Nacional.
Resultados
Liga de Quito 3 - El Nacional 2
Aucas 2 - Deportivo Cuenca 1
Macará 0 - Deportivo Quito 0
Olmedo 1 - Barcelona 0
Espoli 4 - Emelec 1
Classificação
1. Olmedo 9
2. El Nacional 6
3. Espoli 6
4. Liga 6
5. Aucas 6
6. Macará 4
7. Emelec 3
8. Deportivo Quito 1
9. Barcelona 0
10. Cuenca 0
Argentina
O River Plate tomou 3 a 1 do Newell's Old Boys, no Estádio El Coloso, e poderia ter levado mais se os atacantes rosarinos não tivessem desperdiçado tantas oportunidades. A equipe de Nuñes havia começado o ano tocando 6 a 0 no Oriente Petrolero e 5 a 0 no Tiro Federal, mas agora parece que vai se deparar com as reais limitações da equipe. O técnico Daniel Passarela afirmou que o jogo foi "atípico", mas quem viu o River jogar no ano passado sabe que anormal seria o time seguir enfileirando bons resultados. Ignacio Scocco (duas vezes) e Ariel Ortega marcaram para os leprosos, enquanto Daniel Montenegro anotou para o River.
O Boca segue recuperando-se no Clausura e venceu o Lanús por 3 a 0, em La Bombonera. Matías Silvestre, Martín Palermo e Rodrigo Palacio marcaram os gols xeneizes. Com um gol de Bustos Montoya, o Independiente venceu o San Lorenzo e alcançou o Estudiantes e o Colón na ponta do campeonato.
Resultados
Vélez Sarsfield 2 - Gimnasia y Esgrima (La Plata) 1
Estudiantes 2 - Argentinos Juniors 2
Arsenal 1 - Rácing Club 0
Colón 1 - Quilmes 0
Newell's Old Boys 3 - River Plate 1
Independiente 1 - San Lorenzo 0
Banfield 2 - Tiro Federal 1
Olimpo 2 - Instituto 0
Gimnasia y Esgrima (Jujuy) 1 - Rosario Central 0
Boca Juniors 3 - Lanús 0
Classificação
1. Independiente 7
2. Estudiantes 7
3. Colón 7
4. Boca Juniors 6
5. Gimnasia y Esgrima (Jujuy) 6
6. Banfield 6
7. Newell's Old Boys 6
8. Vélez Sársfield 5
9. Arsenal 4
10. Olimpo 4
11. Lanús 4
12. River Plate (*) 3
13. Argentinos Juniors 3
14. Quilmes 3
15. Tiro Federal 3
16. San Lorenzo 1
17. Rosario Central 1
18. Racing Club 1
19. Gimnasia y Esgrima (La Plata) 0
20. Instituto 0
Paraguai
O Libertad assumiu a ponta do Campeonato Paraguaio ao bater por 3 a 1 o Nacional. O time é treinado pelo argentino Gerardo "Tata" Martino. O Cerro Porteño, atual campeão nacional, venceu por 3 a 0 ao 12 de Outubro, enquanto o Guaraní bateu por 2 a 1 o Fernando de La Mora, que ainda está se acostumando a jogar a divisão principal.
Resultados
Tacuary 3 - 3 de Febrero 2
Cerro Porteño 3 - 12 de Octubre 0
Fernando de la Mora 1 - Guaraní 2
Libertad 3 - Nacional 1
Olimpia 2 - 2 de Mayo 0
Classificação
1. Libertad 6
2. Cerro Porteño 4
3. Tacuary 4
4. Guaraní 3
5. Olimpia 3
6. 12 de Octubre 3
7. Luqueño 1
8. Fernando de la Mora 1
9. Nacional 1
10. 2 de Mayo 1
11. 3 de Febrero 0
Saudações,
Douglas Ceconello
Aconteceu a primeira rodada do segundo turno do Campeonato Gaúcho e percebemos que não há limites para a comicidade pampeana. Inter, Grêmio e Juventude passarão facilmente à próxima fase, mais pela ruindade alheia do que por méritos próprios. Eis o que há de importante a ser dito:
- Inter e Caxias deveriam ser punidos finaceiramente e suspensos do campeonato pela grotesca apresentação de ontem à noite. Não há precedentes na história do futebol para tal grossidão técnica. A arbitragem de Leandro Vuaden esteve à altura da porcaria: atrapalhou os dois times, amarrou o jogo e fez da falta de critérios o seu método. Abel Braga, O Eterno, está claramente numa viagem de LSD, não sabe o que se passa no mundo real.
- O Grêmio é superior a todos os times do interior, mas não pode jogar faceiro. Mano Menezes afirmou que havia treinado o time num esquema "sarna pra se coçar" e, de fato, bateu um comichão brabo no time ante o Farroupilha. Ricardinho é um bom reforço, o Herrera eu ainda não vi jogar ou não me lembro.
- Todos os vivas para o Zequinha, que faz excelente campanha. Ontem venceu seu homônimo de Cachoeira do Sul por 3 a 1, fora de casa. A principal dificuldade do time do Passo d'Areia é o equilíbrio no seu grupo, mas, ainda assim, tem boas chances de obter a classificação. Quero ir ao estádio quando o Zequinha jogar em Porto Alegre contra o Novo Hamburgo, dia 8, para me vingar da torcida do Nóia, que uma vez gritou "Um, dois, três, o Zequinha é freguês!".
- O Brasil de Pelotas é o time do fiasco. Há anos está escorado apenas na força da sua torcida. Despediu Rogério Zimmermann pela má campanha - 5 derrotas em 5 jogos -, mas não creio que seja suficiente. Deve-se salientar, no entanto, que a equipe foi totalmente vilipendiada pela arbitragem no jogo contra o Juventude: dois pênaltis claros foram totalmente ignorados. O empate em dois gols sepultou as chances da equipe.
- Ulbra = decadência do ensino superior.
Encilhando o alazão,
Douglas Ceconello.
Classificação
Grupo 1
1. Inter 13
2. Ulbra 11
3. Gaúcho 10
4. Passo Fundo 7
5. 15 de Novembro 6
6. Caxias 4
Grupo 2
1. Grêmio 13
2. Veranópolis 12
3. Esportivo 10
4. Santa Cruz 9
5. Farroupilha 5
6. São Luiz 2
Grupo 3
1. Juventude 13
2. São José 12
3. Glória 10
4. Novo Hamburgo 10
5. São José-CS 6
6. Brasil-Pe 1
Passados alguns jogos dessa fase pré-classificatória da Libertadores, Goiás, Palmeiras, Chivas e Universitário tiveram êxito. Errei apenas no confronto Goiás x Deportivo Cuenca e admito que superestimei a capacidade dos equatorianos e subestimei o Goiás. Hoje, o River Plate enfrenta o Oriente Petrolero por mera formalidade, já que enfiou constrangedores 6 a 0 no primeiro jogo. Santa Fé e Defensor disputam o último embate, na Colômbia. A partida de ida, no Uruguai, acabou 2 a 2.
Começo o ano com 75% de aproveitamento no Eterno Campeonato de Chutes dos Entendedores de Futebol, mas ainda estou sentindo a falta de ritmo e o esforço físico da pré-temporada nos bares da cidade. Prometo crescer ao longo da disputa.
Amanhã colocarei aqui a configuração final dos grupos da Libertadores, já com esses novos participantes.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Depois de passar quatro dias na Ilha dos Sentidos, a equipe de Impedimento volta com uma cósmica ressaca espiritual e sede de informações. Aproveitando nosso piscar de olhos e regozijo flamejante, os campeonatos nacionais começaram. Argentinos, chilenos, paraguaios e equatorianos já podem mentir para suas esposas que vão ao estádios quando, na verdade, entregam-se a prazeres menos singelos.
Argentina
Começou na sexta-feira a disputa do Clausura. Para o primeiro semestre, o favoritismo recai inegavelmente sobre o Boca Juniors. Como não estão disputando a Libertadores, os xeneizes poderão voltar todo o seu emprenho para a competição nacional. Enquanto isso, ninguém sabe o que acontecerá com o River Plate. Apesar de ter repatriado Luciano Figueroa junto ao Villareal, a equipe de Nuñes tem um elenco reformulado sob o comando de Passarela. Vélez e Independiente correm por fora. Desnecessário afirmar que o Tiro Federal será o diferencial no campeonato.
Resultados
Estudiantes LP 4 - 1 Instituto
Vélez 1 - 1 San Lorenzo
Arsenal 1 - 1 Argentinos J.
Olimpo (BB) 0 - 0 R. Central
Colón 1 - 0 Gimnasia LP
Newell's 2 - 0 Quilmes
Banfield 3 - 0 Racing
Gimnasia J 2 - 1 Boca
Independiente 0 - 0 Lanús
Tiro Federal 0 - 5 River
Chile
O Apertura começou neste fim de semana e teve como grande zebra a vitória do Everton sobre a Universidad Católica. Apesar do insucesso inicial, a Universidad Católica ostenta inconteste favoritismo. A equipe conseguiu manter jogadores importantes, como o goleiro Buljubasich e os meias Quinteros e Conca, e tentará defender a dupla conquista de 2005. Mais por tradição do que pela qualidade, o Colo Colo aparece como segundo postulante ao título do Apertura. Los albos passam por uma considerável crise, aumentada pelo pedido de demissão de George Carcelón, então gerente da Blanco y Negro, empresa que administra o futebol do Cacique. As principais contratações foram o quase ex-zagueiro Ayala, o também defensor Andrés González e o atacante David Suazo. Atrás, bem atrás, aparece a Universidad de Chile, que perdeu o Clausura de 2005 nos pênaltis para a Católica. O principal nome da equipe é Marcelo Salas, mas o atacante passa mais tempo envolvido com gelo e pomadas do que com a bola.
Resultados
O'Higgins 1 - 3 Colo Colo
Huachipato 2 - 0 Antofagasta
Palestino 3 - 0 Santiago Wanderers
Puerto Montt - Audax Italiano
Universidad de Chile 1 - 0 Unión Española
Coquimbo Unido 1 - 1 Universidad de Concepción
Everton 1 - 0 Universidad Católica
Cobresal 1 - 4 Cobreloa
Santiago Morning 4 - 3 Rangers
Paraguai
O Campeonato Paraguaio de 2006 está inteiramente favorável ao Cerro Porteño, clube que comandou as ações em 2005. Para a temporada em que se comemora o centenário da federação guarani, o Ciclón conseguiu manter no seu elenco nomes importantes, como o goleiro Barreto, o volante Walter Fretes e o meia Domingo Salcedo. Além disso, contratou o zagueiro José de Vaca. A grande ausência é Julio dos Santos, volante vendido ao Bayern München, que foi eleito o melhor jogador em atividade no país na última temporada. O Olimpia não conquistou sequer uma vaga para os torneios continentais de 2006 e renovou praticamente todo o seu plantel. É uma incógnita, portanto, o desempenho do time treinado por Luís Cubilla neste ano. O Libertad aparece como a terceira força após ter contratado um grande número de reforços.
Resultados
12 de Octubre 1 - 0 Olimpia
2 de Mayo 0 - 0 Fernando de la Mora
Nacional 1 - 1 Cerro Porteño
3 de Febrero 0 - 3 Libertad
Luqueño 1 - 1 Tacuary
Equador
O Campeonato Equatoriano de 2006 voltará a ser disputado de maneira unificada e não dividido em Apertura e Clausura, como aconteceu em 2005. Para esta temporada, o Bacelona tenta correr atrás das equipes de Quito e levar o troféu para Guaiaquil, o que não acontece desde 1997. Para tanto, contratou Elkín Soto, Victor Bonilla, Edwin Tenório e Leonardo Soledispa. A LDU continua com o elenco mais forte do Equador sob o eficiente comando de Juan Carlos Oblitas, ao passo que o El Nacional conta com nomes como o lateral-esquerdo Ayoví, o goleiro Ibarra e o meia Lara. Deve-se lembrar que os soldados equatorianos dispensam um parcela dos salários para manter El Nacional. Justamente pela origem militar, o clube não conta com jogadores estrangeiros.
Resultados
Macará 0 - 1 Olmedo
Emelec 0 - 2 El Nacional
Liga 3 - 2 Deportivo Quito
Aucas 1 - 0 Barcelona
Espoli 3 - 1 Cuenca
Agora é só alegria,
Douglas Ceconello
A amostra que temos do Campeonato Gaúcho já nos permite avaliar quais equipes podem realmente chegar ao título. Infelizmente, o que se percebe não é nada alentador para o timess do interior do estado. A dupla grenal tem passado o rodo sem qualquer dificuldade, enquanto o restante provoca um verdadeira briga de foice para garantir uma vaga.
Grêmio e Inter estão superando seus adversários com certa facilidade simplesmente porque, ao contrário do que aconteceu na temporada passada, puderam começar os trabalhos com um plantel formado, acrescentando poucos jogadores. O tricolor pode finalmente disputar o estadual sem o peso infernal de precisar voltar para a primeira divisão. Ano passado, o Grêmio não pensava no Gaúcho porque almejava apenas retornar à elite do futebol nacional. Obviamente, a equipe deverá ser reforçada para enfrentar as competições nacionais, mas para o estadual esse time é mais do que suficiente.
O Inter começou o ano com praticamente o mesmo elenco do último Brasileirão. Mesmo tendo iniciado a competição com os reservas, tem um grupo que demonstra qualidade muito superior aos clubes do interior. Quem não faz parte do time que jogará Libertadores quer mostrar serviço para poder participar do torneio continental. Apesar disso, a equipe não apresentou equilíbrio nessas suas primeiras partidas. A defesa é realmente uma piada de mau gosto: Fabiano 'Olívia Palito' Eller é um atentado ao pudor. Vão por mim: nunca confiem em zagueiros com olhos pequenos.
Os times da capital têm seu caminho facilitado pela ridícula participação de equipes tradicionais, como o Caxias e o Brasil de Pelotas, que poderiam complicar nos quadrangulares finais, mas praticamente despediram-se da briga pelas vagas após os primeiros jogos. O 15 de Novembro está igualmente ridículo este ano, apesar de passar todos os segundos semestres de todas as temporadas planejando sua trajetória no Gauchão. O Juventude pode crescer e remendar sua riuindade, mas ainda é uma incógnita, e tem contra si o fator desgraça que acompanha a obra de Hélio dos Anjos
Um suspiro de qualidade provém de São José, Glória, Novo Hamburgo e Ulbra, times que podem surpreender, apesar de terem jogadores apenas medianos. Pela revitalização da Zona Norte de Porto Alegre, torço para o Zequinha. Seco a Ulbra pelos equívocos em sua metodologia de ensino. Nessa altura o Uh! Fabiano já deve estar no segundo semestre de Direito.
Saudações,
Douglas Ceconello
Passado um mês do feito, despejo aqui o que mastiguei todo esse tempo:
E pra mim, a idéia central continua sendo esta, apesar das discussões travadas no fim do ano, CAMISA PESA:
Ta certo, tem gente que atribuiu a vitória ao Mano, que manteve o time em campo. Outros ao Galaaaatto por defender o penal. A maioria fecha com Anderson, afinal foi ele que meteu pra dentro e fez o Náutico desabar.
Mas a camisa, o espírito nacional do Grêmio, em palavras muito bem proferidas pelo Mano quando a delegação chegou ao Olímpico domingo a tarde, fez a diferença.
Quem veste a 1 tricolor tem que saber que houve um Lara, um Germinaro, um Corbo, um Cejas, um Mazaropi, um Danrlei.
Já quem bota 7, fecha os olhos e vê Gessy, Tarciso, Renato.
Se o caso for com a 9, aparecem Alcindo, Baltazar, Jardel.
Prefere a 5? Tem um Dinho na medida pra ti.
O espírito de nação que emana do ser humano e reflete num pedaço de pano ou num trapo na arquibancada ou que reluz ao sol a marca da Penalty, da Kappa, ou da Puma. Ou ainda que te faz gritar desesperadamente numa tarde quente de sabado num novembro ainda próximo.
Pode parecer muito pouco, mas exemplos ao redor do mundo colaboram para esta idéia.
Liverpool - Campeão da Europa 2005: Reverter um 3-0 para um 3-3 com vitória nos penais não é pra qualquer equipe inglesa endinheirada de 'Um Lugar Chamado Nothing Hill' nem de outro vizinho chamado Stanford Bridge. Tem que ter alma, tem que haver um histórico de gente como Bill Shankly e Kenny Dalglish. Tem que ganhar de uma Roma no Olimpico, e isso não acontece por acaso.
Uruguay - Campeão Mundial 1950: Há quem diga que foi injusto o Uruguay ganhar, o próprio Obdúlio Varela, num claro gesto de modéstia repetia isso. Mas basta lembrar a estes que o mesmo Uruguay foi ao Rio meses antes da Copa e deu de 3-1 nos canarios brancos da época (seriam belgas?). Pode parecer estranho, mas ainda se ouve a comemoração do titulo de 30 quando se visita o Centenario, comprovem 'in loco'. O tricampeonato mundial segue sendo celebrado pelas ruas de Pocitos, Peñarol ou Capurro.
Independiente - Bi-Liber 1964/65 - O clube de onde saiu uma das 'coreografias' mais repetidas mundo afora. Não falo de ninguém imitando porcos, galinhas, sapos ou baratas. Falo da entrada em fila direto para o circulo central, e aí saudar, de braços unidos e para o alto, toda a gente que tenha ido ao estadio te apoiar. Do capitão intimidando no sorteio do moeda e, é claro, do zagueiro indo na canela na primeira bola, não interessando o que estava em jogo.
Em resumo, camisa pesa, mas nem sempre. Mesmo que certos dirigentes de um clube nacionalmente conhecido de Porto Alegre elevem o preço do seus artigos à estratosfera dos 150 REAIS, 'salgar' a camiseta só vai deixá-la desbotada.
Saúdos, Vitor VEC
Os campeonatos regionais começaram domingo e o que temos é a repetição de uma situação já bem conhecida no início das temporadas: os clubes pequenos estão babando para jogar, enquanto os grandes fazem corpo mole e colocam a culpa na preparação física.
Os jogadores que atuam nas cidades do interior estão há dois meses apenas correndo, pulando e jogando amistosos. Isso é como privar um gordo de comer carboidratos. Quando o estadual começa, eles estão na ponta dos cascos, loucos para colocar o fardamento e correr atrás da bola. Por esse motivo, encaram com voracidade os clubes grandes e até impõem dificuldades no início do torneio.
Enquanto isso, os times tradicionais demoram para encarar os estaduais com seriedade. Há um discurso pronto que o problema é de preparação física, que os pequenos estão desde o ano passado pensando na competiçao, bibibi, blá blá blá. O que realmente acontece é que para os grandes essa é uma fase de preparo para os torneios mais importantes da temporada. Eles demoram para entrar no ritmo - muitos, na verdade, nem entram no ritmo durante a temporada.
O que acontecerá é que os clubes pequenos perderão seu gás e os grandes ganharão quando realmente for preciso. O Grêmio, por exemplo, começou o ano goleando porque queria mostrar serviço devido ao desastroso biênio 2004/2005. Certamente fará boa campanha. O Inter conta com o melhor time para o Gaúcho, mas está se fresqueando para colocar uma equipe competitiva em campo, alegando que precisa se preservar para a Libertadores, quando na verdade o que exatamente precisa é jogar sério para chegar bem na competição continental. Obviamente, aparecerá um azarão com chances de decidir. Aposto no Novo Hamburgo.
Em situação semelhante à que o tricolor gaúcho viveu encontra-se hoje o Atlético, que provavelmente fará fiasco no Mineiro, já que deve privilegiar o segundo semestre e, principalmente, a tentativa de retornar à primeira divisão. O Cruzeiro tem a obrigação de vencer o campeonato, pois o América também está uma porcaria.
Em São Paulo temos uma lamentável fórmula de pontos corridos. Para o Campeonato Brasileiro, acho uma boa idéia, mas em estaduais não faz o menor sentido. Não acredito em Santos e Corinhians. O primeiro porque tem um time todo reformulado e o segundo porque está prestes a implodir e nitidamente não demonstrará interesse na competição. Apostaria no São Paulo e, mais ainda, no Palmeiras. Obviamente, o São Bento também desponta como favorito devido ao patrocínio espiritual de Joseph Ratzinger.
O Fluminense surge como forte candidato para vencer o Carioca, apesar da contratação do técnico Ivo Wortmann. Conta com o melhor elenco do estado disparado. Não acredito em Flamengo, Vasco e Botafogo, acho até mais fácil um clube menor chegar à final. Dentre os estaduais, é o que tem a fórmula que mais me agrada.
Lembro saudoso dos grandes clássicos do futebol do Rio. Até o começo dos anos 90, realmente dava vontade de parar e assitir. Um dos maiores jogos que vi em termos de expectativa foi em 1989, quando o Botafogo retomou a hegemonia no estado, com aquele gol do Maurício.
Aliás, acabou-se o tempo em que os estaduais tinham realmente relevância. Antigamente, paulistas e cariocas preferiam a conquista dos seus campeonatos às competições nacionais - também porque não havia organização suficiente nos torneios envolvendo times de todo o país. Aos campeonatos gaúcho e mineiro era delegada uma importância muito maior do que têm hoje, o torcedor enchia o peito para dizer, no fim do ano: "eu sou campeão gaúcho!" ou "sou campeão mineiro!". Hoje, a inevitável resposta seria: "tá. e daí?"
Entretanto, de que vale cantar de galo nos bordéis da cidade e roncar a noite inteira na própria casa?
Até mais,
Douglas Ceconello.
Você consegue identificar Zico entre essas imagens?
Quem acertar ganha uma foto autografada do zagueiro Márcio Nunes, jogador do Bangu no distante ano de 1985.
De carrinho,
Douglas Ceconello
Contratações, início dos campeonatos, calor infernal e até assassínios definem as diretrizes do que será o futebol sul-americano em 2006.
River Plate
Daniel Passarela será o novo treinador da equipe, substituindo Reinaldo Merlo, que saiu alegando a discordância dos jogadores quanto ao seu esquema tático. Passarela jogou no River nos períodos de 1974-1981 e 1988-1989, ganhando 7 títulos. Como treinador, comandou o time de Nuñes entre 1990 e 1994.
Peru
Dois meio-campistas colombianos foram contratados pelo Deportivo San Martín. Villarreal, ex-América de Cali, e Valencia, que passou pelo Once Caldas e pelo Cartagena, encontrarão lá seu compatriota Cambindo, zagueiro que atua desde 2005 no San Martín.
Assassinato
O colombiano Elson Becerra, 27, que jogou na seleção nacional e atuava pelo Al-Jazeera dos Emirados Árabes, foi assassinado em um bar no balneário de Cartagena, onde passava as férias. Ele foi atingido com quatro disparos. Segundo testemunhas, Becerra teria sido morto por engano.
Boca Juniors
O clube xeneize contratou o meio-campista colombiano Fredy Guarín, 19 anos, que fará sua estréia contra o Racing, quarta-feira, em jogo válido pelo Torneio de Verão. Guarín começou no Atlético Huila e atualmente estava no Envigado.
Equador
O campeonato nacional começa em 29 de janeiro e contará com a participação de 10 clubes. Serão disputadas 46 rodadas, distribuídas em três etapas. O torneio definirá dois representantes para a Libertadores e dois para a Sul-Americana de 2007. O último colocado será substituído na próxima temporada pelo campeão da segunda divisão.
Monterrey
Hugo Rodallega, atacante colombiano, 20 anos, foi contratado pelo clube mexicano para disputar o Torneio Clausura, que começa em 21 de janeiro. Rodallega foi artilheiro do Torneio Finalización da Colômbia, com 12 gols, e é considerado uma das revelações do país. Ele assinou contrato com o Monterrey por 5 anos.
Barbarica, os colombianos estão comandando a vala.
Abraços,
Douglas Ceconello
O futebol sul-americano está de férias no campo, mas continua agitado nos bastidores. Essa é a época em que os clubes contratam, demitem, mudam ou permanecem na mesma. Afinal, já estamos em janeiro, logo começam os campeonatos estaduais no Brasil e nacionais nos demais países. Mais do que isso, é 2006, ano do primeiro título paraguaio em uma Copa do Mundo.
Olimpia
O clube paraguaio contratou o técnico Luis Alberto Cubilla, que estava no - barbaritude! - Comunicaciones, da Guatemala. A última passagem de Cubilla no Olimpia encerrou-se em março de 2004. Com o clube, ele ganhou 15 títulos, entre os quais duas Libertadores, uma Copa Intercontinental e duas Recopas Sul-Americana. O principal objetivo é alcançar uma vaga na Libertadores de 2007, já que em 2005 o clube não conquistou nada, nem a vaga para a Sul-Americana. Além da contratação do técnico, o clube anunciou a dispensa de 11 jogadores, entre eles os uruguaios Adrián Berbia, Martín García e Diego Scotti, os argentinos Gonzalo Belloso e Sebastián Salomóm; e o colombiano Gonzalo Martínez Caicedo. Entre os paraguaios, causou surpresa a saída de Julio César Enciso, capitão do time.
Aucas
O técnico uruguaio Diego Aguirre foi contratado pelo time equatoriano para substituir o iugoslavo Dragan Miranovic, que comandou a equipe em 2005. O Aucas pretende contratar o colombiano Omar Guerra, goleador do Clausura com 17 gols. A temporada do futebol equatoriano começa em janeiro, quando inicia a disputa do Apertura.
Universidad de Chile
A equipe chilena contratou o treinador Gustavo Huerta, que estava no Cobresal. Huerta substituirá Héctor Pinto, que renunciou na última quarta-feira, alegando falta de apoio dos dirigentes e da torcida.
Estudiantes
O time argentino contratou o meio-campista peruano Juan Cominges. O jogador esteve no Colón de Santa Fe durante a temporada de 2005 e tinha oferta do Universitario de Deportes, do Peru, mas preferiu escolher o equipe de La Plata para poder jogar a Libertadores.
Doping
Um jogador hondurenho foi flagrado no exame antidoping, muito provavelmente por uso de cocaína, mas ninguém sabe quem é. Seis jogadores submeteram-se ao exame depois da final do Apertura de Honduras, vencido pelo Olimpia sobre o Marathón por 2 a 0. As suspeitas recaem pricipalmente sobre o goleiro Cristian Garden, do Marathón, mas não há confirmação oficial.
Mario Kempes
O ex-jogador argentino é o novo técnico da seleção do Panamá. Segundo os dirigentes, Kempes tem a missão de preparar o time panameño para as eliminatórias da Copa da África do Sul, em 2010. O ex-atacante foi campeão do mundo e artilheiro da Copa de 1978 com a Argentina, tendo jogado em times como Instituto de Córdoba, Rosario Central e River Plate.
Até mais,
Douglas Ceconello.
Desde 1986, o jornal uruguaio organiza a escolha que nesse ano contou com a participação de aproximadamente 400 jornalistas de diversos jornais, agências de notícias e revistas. Seis argentinos e três brasileiros estão presentes no "time ideal", que tem algumas escolhas duvidosas.
A seleção escolhida foi a seguinte:
Goleiro: Rogério Ceni (BRA)
Defesa: Cicinho (BRA), Diego Lugano (URU), Carlos Gamarra (PAR) e Gustavo Nery (BRA)
Meio-campo: Fernando Gago (ARG), Javier Mascherano (ARG), Daniel Bilos (ARG)
Ataque: Carlos Tévez (ARG), Rodrigo Palacio (ARG) e Sergio Agüero (ARG)
Técnico: Aníbal "Maño" Ruíz (URU)
Eis que começo por discordar da escolha do arqueiro. Rogério Ceni fez a maior partida de sua vida quando o São Paulo mais precisava, e isto é realmente digno de louvor. Mas não me enquadro no grupo dos alegres que defendem sua convocação para a seleção. Nem antes do mundial, nem agora e nem em tempo algum.
Entendo ainda que as laterais são falhas e que a escolha de Mascherano foi totalmente política, já que ele não jogou durante meio ano. Daniel Bilos fez grandes partidas, mas acabou a temporada jogando muito menos que seu companheiro Insúa. O ataque, este sim, parece ser o setor mais fiel ao que aconteceu no campo. A escolha de Sergio Agüero expressa bem a expectativa que as atuações do jovem atacante do Independiente geraram na imprensa argentina.
Pois vamos à seleção da América que me parece mais apropriada:
Goleiro: Abbondanzieri (ARG)
Nota positiva para Bernal, do Pumas.
Defesa: Cicinho (BRA), Díaz (ARG), Lugano (URU), Jadílson (BRA)
Podem insultar à vontade, mas acredito que o lateral do Goiás fez um Brasileiro melhor que Gustavo Nery, apesar de não criar avestruzes. Krupoviesa apareceu bem no Boca, mas caiu muito no fim da temporada. Gamarra não é mais aquele, foi apenas bom no segundo semestre, período em que atuou no Palmeiras.
Meio-campo: Fernando Gago (ARG), Dos Santos (PAR), Insúa (ARG).
Mineiro, do São Paulo, não seria nenhum crime, mas Dos Santos fez uma grande temporada pelo Cerro, tanto que agora vai para o Bayern München. Tomara que não desaprenda com tantos alemães em volta. Se fosse para jogar com quatro no meio-campo, poderíamos colocar Castromán, do Vélez, que se lesionou lá por outubro, mas que estava jogando uma barbaridade, ou até o prórpio Bilos. O brasileiro Roger também seria uma escolha decente.
Ataque: Carlos Tevez (ARG), Rodrigo Palacio (ARG) e Sergio Agüero (ARG)
Único setor em que a seleção ficaria igual, mas a briga é grande. Se retirássemos Agüero para colocar Amoroso não seria nenhum crime. Nota positiva para as revelações Hugo Rodallega, do Cáli, e Rafael Sobis, do Inter. E não esqueçamos Javier Cámpora, do glorioso Tiro Federal, que foi artilheiro do Apertura argentino.
Técnico: Alfio Basile
Por livrar os boquenses do marasmo pós-Carlos Bianchi.
E era isso. Quem quiser contribuir com o seu selecionado pode fazer através dos comentários que será bem-vindo.
Até mais,
Douglas Ceconello.
O ano está acabando e Impedimento faz questão de noticiar os campeões que ainda não tiveram seu espaço por aqui. Obviamente, a ausência não foi por descrédito de suas conquistas e sim pelo alto nível de alcoolismo desta redação. Mas, como não há ressaca que não acabe, vamos falar dos campeões de Paraguai, Equador, Peru, Venezuela e México.
Paraguai
O Cerro Porteño unificou os títulos do Apertura e do Clausura, classificando-se para a Copa Sul-America e para a Libertadores. Os dois vice-campeões, Guaraní e Libertad, disputaram a outra vaga na Libertadores. Na primeira partida, o Guaraní venceu por 2 a 1, mas o Libertad aplicou 4 a 1 no jogo da volta e garantiu presença na Libertadores. O Nacional também está confirmado, pois alcançou o maior número de pontos na tabela regular, atrás apenas do Cerro. O General Caballero foi rebaixado, enquanto o 2 de maio e o Fernando de la Mora ascenderam à divisão principal.
Equador
O El Nacional conquistou seu 12º título nacional em 41 anos de história ao vencer o Barcelona por 2 a 0, em Quito, no dia 21 de dezembro. Dessa forma, tornou-se o maior vencedor do futebol equatoriano, já que ganhou em 1967, 1973, 1976, 1977, 1978, 1982, 1983, 1984, 1986, 1992, 1996 e 2005.
Ao faturar o Clausura, a esquadra militar garantiu sua participação na Libertadores do próximo ano. Também estão confirmados a Liga de Quito, vencedora do Apertura, e o Deportivo Cuenca, segundo colocado no Clausura. A LDU, de Loja, foi rebaixada.
Peru
O Sporting Cristal venceu o Cienciano por 1 a 0, no dia 20 de dezembro, no Estádio Monumental de Arequipa, e conquistou o título peruano de 2005. O Sporting Cristal venceu o Clausura, enquanto o Cienciano triunfou no Apertura, mas o regulamento determina que haja uma final em campo neutro. Sporting Cristal, Cienciano e Universitário - com maior número de pontos na temporada - estão classificados para a Libertadores.
Venezuela
O Atlético Maracaibo conquistou o Apertura venezuelano, disputado no segundo semestre de 2005, garantindo vaga na Libertadores. O Caracas, vice-campeão da temporada, e o Táchira, terceiro colocado, também estarão presentes. O Clausura venezuelano começará em 8 de janeiro, com término previsto para antes da Copa da Alemanha.
México
O Toluca venceu o Apertura ao derrotar o Monterrey na final. A primeira partida acabou empatada em 3 a 3, mas o Toluca venceu por 3 a 0 no jogo decisivo. Para chegar ao título, o Toluca passou ainda pelo Cruz Azul e pelo Pachuca. Sebastian Abreu, do Dorados, consagrou-se o artilheiro do Torneio, com 11 gols. O campeão do Clausura, disputado no primeiro semestre, foi o América.
Segue o baile,
Douglas Ceconello.
Lamentável a participação do Zico em um programa da Sportv que aborda dez jogos inesquecíveis. Ao falar da partida entre as seleções de Brasil e Itália na Copa de 1982, quando os italianos venceram por 3 a 2, o ex-jogador rubro-negro afirmou que os companheiros não lhe passavam a bola. "Eu estava marcado e eles não me entregavam a bola, não consegui jogar", disse Zico.
Foi uma pena que o repórter não teve a presença de espírito suficiente para perguntar o que o patrono do futebol no Japão fez quando entregaram a bola em suas mãos quatro anos mais tarde, no México, para que ele cobrasse aquele pênalti contra a França.
A imprensa carioca e o prórpio Zico devem admitir o fato de que ele era um jogador de clube, que nunca fez algo relevante pela seleção, como muitos o foram. E outros tantos foram os jogadores que tiveram grandes feitos apenas pela seleção, não ganhando nada nos seus times de origem. É a vida, Zico. Tu não é mais guri, vê se aprende.
Douglas Ceconello
Aproveitando a repercussão do título paulista, cabe salientar que os times da América do Sul levam vantagem sobre os europeus. Quando falamos de times sul-americanos estamos nos referindo àquelas agremiações que produzem craques em larga escala justamente para seus irmãos mais abastados do norte. Faz-se referência ainda a um futebol permeado de corrupção e desmandos de federações. E mais, um futebol jogado em campos ralos onde quero-queros fazem companhia aos zagueiros e nos dias quentes um bando de gente suada e sem camisa freqüenta arquibancadas de concreto.
Pois é exatamente esse futebol que tem mais títulos interclubes e copas do mundo que os europeus. Não estou levando em conta o título do Corinthians em 2000 porque cosidero aquele um torneio caça-níquel, que serviu apenas para europeus fazerem turismo sexual no Rio de Janeiro. Na minha concepção de futebol, um sul-americano só pode conquistar o mundial se antes houver faturado a Libertadores. O campeão mundial daquele ano foi o Boca Juniors e, até onde sei, não é possível haver dois clubes vencedores para o mesmo título. Assim como mulheres não engravidam de dois homens ao mesmo tempo, por mais que tentem.
Vamos aos dados:
Copa Intercontinental
1960 Real Madrid
1961 Peñarol
1962 Santos
1963 Santos
1964 Internazionale
1965 Internazionale
1966 Peñarol
1967 Racing
1968 Estudiantes
1969 Milan
1970 Feyenoord
1971 Nacional
1972 Ajax
1973 Independiente
1974 Atlético de Madrid
1975 Não teve
1976 Bayern Munich
1977 Boca Juniors
1978 Não teve
1979 Olimpia
Copa Toyota
1980 Nacional
1981 Flamengo
1982 Peñarol
1983 Grêmio
1984 Independiente
1985 Juventus
1986 River Plate
1987 Porto
1988 Nacional
1989 Milan
1990 Milan
1991 Estrela Vermelha
1992 São Paulo
1993 São Paulo
1994 Vélez Sarsfield
1995 Ajax
1996 Juventus
1997 Borussia Dortmund
1998 Real Madrid
1999 Manchester United
2000 Boca Juniors
2001 Bayern Munich
2002 Real Madrid
2003 Boca Juniors
2004 Porto
2005 São Paulo
Total:
América 23
Europa 21
E na Copa do Mundo:
1930 Uruguai
1934 Itália
1938 Itália
1950 Uruguai
1954 Alemanha
1958 Brasil
1962 Brasil
1966 Inglaterra
1970 Brasil
1974 Alemanha
1978 Argentina
1982 Itália
1986 Argentina
1990 Alemanha
1994 Brasil
1998 França
2002 Brasil
Total:
América 9
Europa 8
Até mais,
Douglas Ceconello.
Mas não, apesar da semelhança do uniforme, os paulistas não estavam enfrentando um time 5 vezes campeão da Libertadores e 3 vezes campeão do mundo. Não enfrentavam nem sequer um time conhecido, não vale aquela história do 'hoje não tem bobo no futebol'. Bobo pode até não ter, mas times ruins existem aos borbotões e o tal de Al Ittihad é um belo representante da classe.
Exceto pela dupla de ataque, Noor e Kallon, que joga em velocidade, o resto da equipe asiática tem sério problemas de relacionamento com a bola. É bem verdade que um time muito ruim prejudica o jogo e o seu adversário, mas nada justifica o começo de jogo do São Paulo, dando chutões para qualquer lado. Assim como não tem explicação usar aquela malha ridícula por baixo do uniforme com uma temperatura de 8º, como se o tricolor das elites nunca tivesse jogado em Porto Alegre ou Caxias do Sul durante o inverno.
O São Paulo saiu na frente graças à podridão do adversário. Um zagueiro afastou mal a bola e Amoroso chutou forte, contando com o desvio da zaga. O Al Ittihad é ruim, mas tem vontade. E foi pra cima até conseguir o empate, aos 32 minutos, com Kallon, pressionando até o fim do primeiro tempo. O empate saiu barato para o São Paulo. No segundo tempo, a equipe brasileira voltou bem e marcou logo no primeiro minuto, novamente com Amoroso. Rogério Ceni ainda fez outro de pênalti. Aos 22, Al Montashari descontou com um gol decabeça. O jogo arrastou-se até o fim, com esporádicas chances para ambos os lados e o São Paulo fazendo cera para que a partida acabasse. Galvão Bueno estava quase em prantos tentando transformar em heróica uma jornada que foi lamentável.
O adversário tricolor na decisão de domingo sai do confronto entre Saprissa e Liverpool, amanhã, às 8h20. Deve passar o time inglês, que também não é nenhuma maravilha, mas certamente exigirá bem mais do São Paulo.
Até,
Douglas Ceconello.
Escalações:
São Paulo (3): Rogério Ceni, Cicinho, Fabão, Edcarlos, Lugano, Junior, Mineiro, Josue, Danilo, Amoroso, Aloísio.
T: Paulo Autuori
Al Ittihad (2): Zaid, Al Dosari, Tukar, Al Montashari, Khariri, Sowed, Abushgeer, Falatah, Tcheco, Noor, Kallon.
T: Anghel Iordanescu
Comovido com o recente fracasso do Fluminense em perder a vaga na Libertadores, o Internacional agiu rápido. Em uma demonstração incontestável de solidariedade, contratou Abel Braga. É como se o presidente colorado colocasse a mão no ombro de seu correspondente carioca e dissesse: "Não dá nada que vocês perderam a vaga, nós faremos de tudo para perder a nossa na primeira fase".
Não se pode negar que o Abel é um bom técnico, mas é um profissional que se contrata para fazer boas campanhas e não para ganhar títulos. Sabendo das restrições à sua contratação, a diretoria do Inter tratou de lançar nomes indiscutivelmente piores na imprensa, como Levir Culpi e Marco Aurélio. A óbvia intenção era de que, quando Abel finalmente fosse anunciado, a torcida suspirasse e pensasse: "Ufa, ainda bem". Colorados mais otimistas, no entanto, agarram-se à insistência de Lula em eleger-se presidente para acreditar que, sim, é possível Abel ganhar alguma coisa.
Os times do Abelão costumam ser brigadores, viram jogos, fazem gols impossíveis, esse tipo de coisa. O problema é que o perfil do grupo colorado exige um técnico que faça o time jogar. Por isso, acredito que Carpegiani seria o mais indicado. O problema não é de qualidade, é de índole. E, mais que isso, como é azarado esse Abel Braga. Seu inferno astral que - mistério da astrologia - sempre cai nos dias de decisão já foi alardeado várias vezes por aqui, chamados - até carinhosamente, me rendo - de abelaços. Porque o Abel é gente boa, gosta de um bom whisky, até toca piano, mas carrega um exu tranca-rua dentro do bolso. Ou seja: ele é capaz de virar um jogo de semifinal contra o River em Nuñes e perder a final para o Universidad Católica no Beira-Rio mesmo que possa empatar.
Vamos a alguns abelaços clássicos:
Campeonato Brasileiro de 1988: o Inter precisa de dois resultados iguais frente ao Bahia para conquistar o título e sai vencendo por 1 a 0 na Fonte Nova. Resultado: os baianos viram o jogo e o Inter não consegue marcar um gol em 90 minutos no jogo da volta, no Beira-Rio, perdendo a taça. Esse é o começo.
Copa Libertadores de 1989: o Inter precisa empatar com o Olímpia no Beira-Rio para avançar à final, empata o jogo por 2 a 2 e tem um pênalti a seu favor. Resultado: Nílson - o ESÍDIO - erra o pênalti, os paraguaios ganham o jogo e vencem a disputa das penalidades. Inter fora.
Copa do Brasil de 2004: para conquistar o título, o Flamengo precisa apenas não tomar gols, pois empatou em 2 a 2 fora de casa. O rubro-negro joga no Maracanã e o adversário é Santo André - SANTO ANDRÉ. Resultado: Flamengo perde por 2 a 0. Os cariocas sofrem, os colorados entendem.
Copa do Brasil de 2005: Fluminense e Paulista disputam a final, os cariocas perdem o primeiro jogo por 2 a 0, mas têm um bom time e jogam a segunda partida em casa. Resultado: os tricolores chutam 264 bolas no gol e não marcam nenhum. Paulista campeão. Para termos uma idéia da sina, esse foi o abelaço menos sofrido.
Campeonato Brasileiro de 2005: O Fluminense, considerado por muitos - eu junto - como canditato ao título, está dez pontos à frente do Palmeiras na briga pela vaga na Libertadores 2006. Além disso, tem jogos considerados fáceis nas últimas rodadas. Resultado: o Fluminense perde todas as partidas, inclusive para o Palmeiras, que toma de assalto a vaga dos cariocas. Um ano abelístico, sem Copa do Brasil, sem Campeonato Brasileiro e sem vaga na Libertadores, depois de fazer todos acreditarem que os três eram possíveis.
Saudações,
Douglas Ceconello.
A seleção brasileira considera ter pegado um grupo fácil, mas claramente subestima a sabedoria nipônica. A Alemanha mal pode esperar para enfrentar o Equador, enquanto o Paraguai já se faz presente nos pesadelos de David Beckham. Os argentinos sairão mais fortes da primeira fase, candidatando-se seriamente ao título.
Vamos à anáise de cada grupo:
Grupo A
Alemanha
Costa Rica
Polônia
Equador
Boas chances para o Equador, que estréia contra a Polônia. Se não perder esse jogo, passa. A Alemanha passará em primeiro, apenas com gols de vola parada. Na estréia contra a Costa Rica, por exemplo, é praticamente certo que os anfitriões ganharão de 1 a 0, com gol de pênalti.
Grupo B
Inglaterra
Paraguai
T. Tobago
Suécia
Paraguai passará, a questão é se o fará com quatro ou cinco pontos. Inglaterra e Suécia brigam pela outra vaga. Trinidad e Tobago iniciará uma campanha agressiva de exportação de cana-de-açúcar para a Europa.
Grupo C
Argentina
Costa do Marfim
Sérvia
Holanda
Argentina e Holanda, sem mais delongas. Os outros componentes do chamado grupo da morte não justirficarão o alarde.
Grupo D
México
Irã
Angola
Portugal
México e Portugal são os favoritos, mas Angola fala português.
Grupo E
Itália
Gana
Estados Unidos
Rep. Checa
Grupo mais equilibrado da copa. Provavelmente a Itália passará fazendo dois gols e sofrendo apenas um. Mas qualquer das quatro equipes pode classificar. Impedimento posiciona-se irremediavelmente contra os Estados Unidos e seus zagueiros de cavanhaque.
Grupo F
Brasil
Croácia
Austrália
Japão
Rá! Brasil desdenha seus adversários e dá vexame, eis uma possível manchete para depois de encerrada a primeira fase. Na repescagem, os australianos deram uma sova nos uruguaios e isso não é pouca coisa. Com sua tática "Crocodilo Dundee", prometem surrar quem insitir em acabar com sua aventura alemã. O Japão tem boas chances, apesar do Zico. Croácia surpreenderá.
Grupo G
França
Suíça
Coréia do Sul
Togo
Togo é o melhor.
Grupo H
Espanha
Ucrânia
Tunísia
Arábia Saudita
Sem comentários. A classificação da Arábia Saudita é uma óbvia tentativa de buscar asilo político.
E não esqueça, Copa do Mundo é aqui no Impedimento. Aguarde nosso bolão com prêmios milionários.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Junto com o Natal, chega o momento de emular Paulo Santana e tecer láureas ao próprio trabalho. Na coluna escrita em 30 de setembro, preconizei o destino de campeonatos, clubes e jogadores. Vejamos.
A contratação do delegado Antônio Lopes se confirmou acertada para garantir o título ao cambaleante Corinthians. Aliado a isso, o fracasso de Nelsinho tomou proporções absurdas, fato também previsto. Abel Braga obviamente morreu na praia, de maneira totalmente melancólica. E meu conterrâneo Rafael Sobis, vaiado em inúmeros jogos pela torcida colorada, confirmou minha expectativa e se transformou no melhor atacante do campeonato.
Superestimei a capacidade de reação do Palmeiras, e todos vimos que faltou fôlego ao time no final da competição. Provavelmente as coisas seriam diferentes se Leão fosse o técnico desde o início da competição. O leitor de Impedimento sem dúvida percebeu o grau de astúcia dos cronistas, que apontavam a Ponte Preta como forte candidata ao descenso mesmo quando a Macaca ocupava a liderança do campeonato. Ficou provado, a verdade está aqui.
Na Copa Sul-Americana, Velez e Boca eram apontados como favoritos, e a lógica se confirmou: Corinthians, Internacional e Fluminense foram rapidamente eliminados. No entanto, uma série de desfalques fez com que o Velez caísse frente ao Pumas na semifinal. Agora, os mexicanos fazem a final contra o Boca Juniors.
Na série B, como previsto, os três times que chegaram à rodada derradeira com boas chances de classificação foram Grêmio, Santa Cruz e Náutico. A vitória do Grêmio frente ao Náutico no último dia 26 de novembro, nos Aflitos, passa a figurar como mais um acontecimento épico na história do futebol.
E junto com o final da Série A, veio a certeza de que a fórmula de pontos corridos não é a melhor. Ver dois times festejarem o título após serem derrotados por adversários fora da disputa é no mínimo bizarro. Supondo um mata-mata final entre os quatro melhores colocados, obviamente as coisas ficariam muito mais interessantes. Apostaria minhas fichas no Goiás, já que Inter e Corinthians cansaram de deixar escapar oportunidades para definir o campeonato.
Afora tudo isso, vazou na imprensa a criação de uma comunidade para leitores do Impedimento no famigerado Orkut. Inicialmente, os editores abusaram da auto-ironia, restringindo a comunidade a apenas dois membros – os próprios. Agora, está tudo liberado: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6579117
Abraço a todos,
Ante Savoldi
Máspoli, Matías Gonzalez, Tejera, Gambetta, Obdulio Varela, Rodríguez Andrade, Ghiggia, Julio Pérez, Míguez, Schiaffino e Morán. Essa pode ser uma das explicações para a aura que segue o imortal tricolor em suas mais fantásticas conquistas. A mítica celeste olímpica de 1950 parece descer sobre a camisa listada em azul, preto e branco sempre quando algo parece impossível.
Tal como o milagre do Maracanazzo de 1950, as conquistas protagonizadas pelo Imortal Tricolor parecem não encontrar nas palavras uma real tradução para seus feitos. Mais: seria necessário inventar uma nova linguagem.
O Imortal Tricolor dos pampas começou sua série de “maracanazzos” em 1981, quando bateu o São Paulo em pleno Morumbi, um a zero, gol do centroavante Baltazar. O Morumbi, maior estádio particular do país, estava lotado na ocasião.
O segundo “maracanazzo” aconteceu no palco que deu origem ao nome: Maracanã. Em 1997, o Imortal Tricolor conquistou seu quinto título nacional, calando mais de cem mil flamenguistas. A partir daquele momento, a célebre frase do ponteiro Ghiggia poderia sofrer uma atualização: “apenas 4 pessoas, com um único gesto, calaram o Maracanã com mais de cem mil pessoas: Frank Sinatra, o Papa João Paulo II, Ghiggia e Carlos Miguel.”
Na conquista do sexto título nacional do Imortal Tricolor, mais uma vez o palco escolhido foi o maior estádio particular do Brasil. Com a lógica jogando sempre contra, o clube brasileiro de alma cisplatina bateu o Corinthians, por indiscutíveis três gols a um. As façanhas pareciam não ter limites. Até aonde o Imortal Tricolor poderia chegar?
A lógica dos heróis não aceita medíocres, como aqueles que desconhecem tanto a desgraça total como o gosto da glória máxima. Quem poderia descer ao inferno e retornar mais forte ainda? Tal qual o lendário fênix, o Imortal Tricolor não se entrega nunca, perecendo adquirir mais forças conforme o grau das dificuldades que enfrenta. Quem seria capaz de cair para a Série B e, quatro anos depois, chegar a decisão do Mundial Interclubes? Hércules, Jasão e Perseu não jogam futebol. Se bem que o Velo de Ouro de Jasão poderia explicar o poder sobrenatural da camisa tricolor.
Possuído pela alma cisplatina, vestindo o Velo de Ouro ou não, o Imortal Tricolor parece se agigantar frente ao improvável. Se pudéssemos misturar um Eduardo Galeano com Steven Spielberg, com o objetivo de produzir um roteiro sobre cenário de caos total para uma equipe de futebol, certamente não se escreveria algo tão terrível como a situação apresentada hoje ao Imortal Tricolor, num estádio de futebol chamado de “Aflitos”(!).
Segue o roteiro: “Segunda parte do jogo decisivo. Tempo regulamentar esgotado, mas com dez minutos ainda por jogar. O time da casa, com onze jogadores, tem pela frente um adversário com apenas sete jogadores em campo, depois da marcação de um pênalti (inexistente, o segundo da partida) ao seu favor. Coverter a cobrança da penalidade significa o retorno à divisão de elite do país. Estádio completamente lotado. Os Jogadores do time visitante, agredidos pela polícia e insultados pelo árbitro, não podem mais se manifestar, pois no caso de nova expulsão, o jogo será dado por encerrado, com vitória do time da casa.”
Um cenário absurdo que se tornou realidade na tarde de 26 de novembro de 2005, na cidade de Recife, Pernambuco. Em campo, para enfrentar tamanha adversidade, estava de novo o Imortal Tricolor, conhecido no Brasil e no mundo simplesmente como Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Mais uma vez, o Grêmio mostrou sua aura eterna e, de maneira sensacional, superou a tudo e a todos, conseguindo garantir o retorno a Série A do futebol brasileiro, com mais um de seus “maracanazzos”. Dois jogadores do campeão do mundo foram fundamentais. Quem imaginou Galatto e Andersom acertou em parte, por tabela. Mas trata-se de algo maior: o trabalho da comissão técnica e da torcida, juntamente com a força da camisa, foram os grandes responsáveis por mais um brilhante capítulo da fantástica história do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, o lendário fênix, de alma cisplatina.
Pinedo, E.
Atendendo a milhares de apelos, Impedimento volta a falar do Brasileirão 2005 ou do que se convencionou chamar dessa maneira. Por um ou outro viés, nosso grande contingente de leitores já sabe da postura de cada membro de nossa equipe quanto aos percalços surgidos neste que é o campeonato tecnicamente mais difícil do mundo e, a partir dessa temporada, o mais difícil de engolir também.
A prova maior da superioridade de Impedimento na imprensa esportiva brasileira pode ser invocada com a lembrança do título, em 5 de julho, que alardeava “Brasileiro não merece ter um líder” para, logo depois, afirmar que o “mal de Criciúma” faria a então líder Ponte Preta brigar para não ser rebaixada no fim da competição.
O que sucede agora é que o Atlético Mineiro está morto. Contratou o Lori Sandri com o legítimo intuito de sacar do time os draconianos Rodrigo Fabri, Amaral e outras ovelhas que levaram a aftosa do Grêmio 2003 para Minas Gerais, mas Lori apareceu tarde demais e o que resta é varrer o Norte/Nordeste brasileiro em 2006. Paysandu e Brasiliense vão dividir o mesmo caixão. Felicidade plena e sinal de recuperação do futebol nacional seria o rebaixamento do São Caetano. Impedimento mantém velas acesas e reza para todas entidades com a indisfarçável intenção de que o time-empresa suma do mapa.
O abelaço desse ano veio em doses homeopáticas. Há cinco rodadas não havia um torcedor que não apontasse o Fluminense como sério postulante ao título, visto que seus adversários nas rodadas finais eram os mais fáceis. O que se viu foi a supremacia do currículo de Abel Braga, que levou o tricolor do Rio a colocar em risco até mesmo a vaga para a Libertadores. Se o Palmeiras tivesse contratado o Leão para começar o campeonato, certamente estaria brigando pelo título.
Corinthians e Inter disputam o tetracampeonato. O time de Muricy, contrariando as previsões e o seu histórico nos últimos anos, chegou matando no fim da competição, apesar de perder jogos absurdos como contra o Paraná e o Juventude. Apesar disso, é o líder do segundo turno. A recuperação deu-se pela campanha no Beira-Rio: no começo do Brasileiro, os colorados perderam pontos fáceis em casa, mas, na outra metade, ganharam nove jogos e empataram um.
Apesar dos últimos tropeços, o Corinthians manteve a média de pontos necessária para garantir a liderança. Com indiscutíveis boas atuações de Carlos Tevez e Nilmar, o time do Parque São Jorge chega nessa penúltima rodada com a possibilidade de conquistar a taça por antecipação. Desdenhando todos os infortúnios da competição, os torcedores alvi-negros devem comemorar o provável título, que os igualará ao inimigo Palmeiras. Devem e têm todo o direito de se esvair em cantorias e gritos de guerra, pois o torcedor é o único que sempre tem razão. Como a intenção é prestar aqui uma homenagem ao torcedor – que é o eterno prejudicado com as lambanças que acontecem fora do campo – deixo minhas interpretações jurídicas e conspiratórias para depois do fim ou talvez nunca mais as faça.
Verdade é que, no campo, pelos jogadores que têm, pelas histórias de dois clubes centenários, por suas torcidas populares, quem for o campeão entre Corinthians e Inter será um vencedor com méritos.
Em meio a um surto de inexplicável diplomacia,
Douglas Ceconello.
Confira a seleção do campeonato deste que vos fala, no bom e velho esquema 4-4-2:
Goleiro
1. Kléber (Fluminense) - devo admitir que essa foi por eliminação. Não acho o Fábio Costa um goleiro confiável e o Clemer, bom, deixa pra lá.
Zona do agrião
2. Gabriel (Fluminense) - melhor ala da competição. Vejam que, no papel, sou um notório ofensivista.
3. Gamarra (Palmeiras) - chegou no meio da competição e foi um dos responsáveis pela reabilitação palmeirense. Sua escolha também deve-se à extrema deficiência dos zagueiros brasileiros.
4. Índio (Inter) - podem dizer que estou louco, mas o zagueiro fez excelentes partidas antes de arrebentar as costelas e ficar fora do campeonato. Se fosse para escolher um zagueiro em clubes do Brasil, escolheria o Lugano, mas essa é a seleção da competição que o São Paulo, por motivos compreensíveis, praticamente abandonou.
6. Jadílson (Goiás) - Muito bom lateral e joga no GOIÁS, é bom que se ressalte.
Meia-cancha
5. Marcelo Mattos (Corinthians) - caiu nas últimas rodadas, mas fez um campeonato quase irrepreensível.
7. Tinga (Inter) - principal jogador no esquema de Muricy. Marca, defende, articula e faz gol.
8. Petkovic (Fluminense) - a meu ver, o melhor jogador da competição. Sua degradação física contribui decisivamente para a derrocada tricolor.
10. Carlos Tevez (Corinthians) - jogador mais decisivo do campeonato e o melhor do segundo turno. Consegue aliar a vontade castelhana a uma técnica esmerada. Vejam que, na minha equipe, ele seria o famoso "UM DO ZAGALLO". Também poderia ser deslocado para o ataque para que o time jogasse no saudoso 4-3-3.
Ataque
9. Fred (ex-Cruzeiro) - um dos destaques do primeiro turno. A partir de sua saída, o Cruzeiro fracassou miseravelmente.
11. Rafael Sobis (Inter) - superou sua principal deficiência, a conclusão a gol, e hoje é um matador-nato. Joga sempre em direção ao gol, sem frescuras, e costuma aparecer em momentos decisivos.
Técnico
Muricy Ramalho (Inter) - conseguiu fazer o Inter manter um padrão do início ao fim e fazer bom proveito do qualificado grupo de jogadores. O poder de mudar o jogo no vestiário também contribuiu para a escolha.
Classificação
1. Corinthians 78
2. Internacional 75
3. Goiás 70
4. Fluminense 68
5. Palmeiras 67
6. Cruzeiro 60
7. Atlético PR 58
8. Paraná 58 40
9. Botafogo 56
10. Santos 56
11. Sao Paulo 55
12. Juventude 52
13. Fortaleza 52
14. Vasco 52
15. Flamengo 51
16. Ponte Preta 48
17. Sao Caetano 48
18. Figueirense 47
19. Coritiba 45
20. Atlético Mineiro 43
21. Paysandu 41
22. Brasiliense 41
Próximos jogos
Santos x Botafogo
Internacional x Palmeiras
Paraná x Cruzeiro
São Caetano x Coritiba
Fortaleza x São Paulo
Flamengo x Goiás
Atlético-PR x Paysandu
Fluminense x Juventude
Atlético-MG x Vasco
Corinthians x Ponte Preta
Brasiliense x Figueirense
O que o cronista de resultado falou esta semana:
Portuguesa X Grêmio - Canindé, São Paulo, 05/11/05
Antes do jogo: "Um empatezinho fora me serve."
Durante o jogo: Dois lusos expulsos pelos 30' do 2o. tempo, 1-1 no placar e 15' pra marcar um gol com dois jogadores a mais
Depois do jogo: "Pelas circunstâncias do jogo, foi um mau resultado."
Boca Juniors X Internacional - Bombonera, Buenos Aires, 09/11/05
Antes do jogo: "O Inter vai a Buenos Aires com uma grande vantagem, porque se fizer um golzinho na Bombonera, obriga o Boca a sair porque eles vão ter que marcar 3 pra se classificar. Além disso, a experiência do ano passado serviu para que o colorado leve o regulamento embaixo do braço pra jogar desta vez."
Durante o jogo: O Boca arranca patrolando marcando um antes dos 5' e deixando escapar mais umas 3 chances no 1o. tempo. Depois do intervalo, o ímpeto boquense diminui e o Inter controla seu desespero. Rafael "Visite Erechim!" Sobis carimba a trave e empata logo depois. São 20' do 2o. tempo e o colorado tem só 25' de jogo pela frente. Esquecer do que passou até o momento e jogar como se fossem 25' minutos nos quais pode-se perder por 0-1, mas o regulamento deve ter ficado bem no fundo da mala, e como eles viajam de avião, duas horas não bastam para entendê-lo.
Depois do jogo: "Uma vergonha! Um fiasco! Ainda bem que o Inter não encontra o Boca ano que vem na Libertadores. A defesa com Ediglê, Edinho e Vinícius parecia 'Os Três Patetas' e com o Clemer atrás parecia 'Os Trapalhões'. O Inter não conseguiu aprender nada com o papelão do ano passado e veio aqui pra tomar 4 de novo. Isso acaba envergonhando até o gremista secador; porque o Grêmio nunca passou um vexame tão grande assim e vem o outro time de Porto Alegre e só toma goleada no lombo. Com os fiascos de ontem (pela 4a.-feira, 08/11) do Corinthians (0-3 contra a UNAM-Pumas) e do Fluminense (0-2 contra a Católica) foram 1-9 no total, que terror!"
Grêmio X Portuguesa - Olímpico, Porto Alegre, 12/11/05
Antes do jogo: "O Grêmio tem que passar por cima da Portuguesa de qualquer jeito se não a classificação fica arriscada."
Durante o jogo: Grêmio mal no 1o. tempo, com pouco espírito e um 0-2 no intervalo. Grêmio emparda no 2o. tempo e ficou ali, ali de ganhar numa das cabeçadas do Pereira ou com o Lipatín (o cara que mais perde gols atualmente junto com a dupla sertaneja de Goiás: Pedro Júnior e Paulo Ramos, ou seria, Paulo Júnior e Pedro Ramos, enfim, que seja)
Depois do jogo: "Era uma partida pra ganhar; jogando em casa, com o apoio dos 45 mil torcedores. Mas pela circunstância do jogo, com o 0-2 do intervalo até que não foi mal. Agora é torcer pelo empate no clássico do Recife amanhã (por domingo, 13/11) e ganhar do Santa Cruz no próximo sábado."
Classificação: Grêmio ganhando sábado: Grêmio empatando sábado: Grêmio perdendo sábado:
Santa Cruz-7 7-7-7 8-8-8 10-10-10
Grêmio-6 9-9-9 7-7-7 6-6-6
Portuguesa-5 5-6-8 5-6-8 5-6-8
Náutico-3 6-4-3 6-4-3 6-4-3
Grêmio ganhando e o Náutico não ganhando sábado. 22% de chances de isso acontecer, considerando possibilidades iguais para vitórias-empates-derrotas: Era isso.
Grêmio ganhando e Náutico ganhando, Grêmio empatando e Náutico não perdendo. 33%: Será necessário tirar um empate da cartola em Recife.
Grêmio empatando e Portuguesa ganhando, Grêmio perdendo e Portuguesa não ganhando. 33%: O coelho vai ter que ser de três pontos.
Grêmio perdendo e Portuguesa ganhando. 11%: Até o ano que vem, São Raimundo.
Não consegui fazer um alinhamento decente para a previsão dos resultados, portanto, numa saída pela esquerda:
Saúdos,
Vitor Vecchi
- Aqui é a entrada de Imprensa?
Não fui compreendido imediatamente.
- IMPRENSA! - gritei
- "Quall Imprennsa"?
Gritei o nome do jornal, que tem sua sede e redação a duas quadras do estádio Florestal, nome lendário para quem acompanhou os gauchões da década de 90. Nunca poderia imaginar que era tão Eucaliptos, se resumindo a uma parede com tijolos pintados e algo que se assemelhava a uma arquibancada de cinco degraus cobrindo mais ou menos 70% da área do campo. Bem no meio o chapelão indefectível em estádios de Interior, bem como também a famosa "zona do agrião" demarcada na frente da meta com muita terra e pouca grama. Os times já estavam em campo alguns bons minutos do segundo tempo e o placar era de 2 x 1 para o Nóia em cima do Lajeadense.
O senhor esbranquiçado que cuidava a entrada me olhou de cima a baixo. Seus olhos azuis procuravam em mim alguma evidência de ser mesmo Imprennsa. Justifiquei que meu colega havia acabado de entrar, o que era verdade, e finalmente se deu por satisfeito ao ver minha pasta de couro debaixo do braço. Não tinha nenhuma identificação do jornal que comprovasse minha palavra.
Logo ao entrar em campo ouço o grito de gol da torcida: o time local empatara com um tiro certeiro da intermediária no canto direito do goleiro, indefensável. A partir daí o jogo pegou fogo. Procurei na arquibancada um lugar cômodo, ao lado de alguns jovens.
- SAI DAÍ, Ô PEREBA!
Desclassificavam o adversário com tais acusações, que desde os tempos de colégio não se ouvia. Os ânimos estavam acirrados pois o Lajeadense saíra na frente e o Nóia virou em dois minutos com dois lances seguidos, ainda no primeiro tempo. O empate deu nova esperança e animou os espectadores. As grades conferiam muito pouca segurança, pela altura e por alguns furos. Seria extremamente fácil agredir os boleiros com algum objeto lançado. De fato, copos plásticos (inofensivos) e pequenas pedras (nem tanto) chegavam ao campo. As pessoas exibiam expressões preocupadas. Todos vestindo trajes encardidos do tipo "qualquer coisa", faziam comentários monossilábicos e por vezes incompreensíveis. Sempre incentivando o futebol arte:
- DÁ NO MEIO DESTE PODRÊÊ!
- DOENÇA!
- TORTO!
Expressões na verdade muito educadas para uma partida de futebol. Muitos rostos loiros, alguns enrugados e outros jovens, todos com aquela cor vermelha-rosa característica de habitantes das colônias alemãs. Crianças brincavam de pegar, alheias ao espetáculo. Cansei do lugar em que estava e resolvi mudar de lado, na direção do chapelão e das tribunas. O caminho era de barro e grama mal aparada. Havia mesas de concreto de cima das quais muitos acompanhavam o jogo. Me aproximei do centro do campo pelo outro lado do Florestal. A banda de uma escola de samba local incentivava os apupos com batucada. Para meu espanto, eram todos negros. Todos. Na torcida também havia muitos afro-descendentes, que nunca esperaria encontrar no Vale do Taquari, conhecido reduto teuto. "Então era aqui que o Inter perdia", pensei.
Este sentimento fez com que abandonasse o sentimento de simpatia pelo clube de minha nova cidade para inaugurar um sentimento mesquinho de espiritismo suíno. O Novo Hamburgo dominava e a cegueira da arbitragem proporcionava um espetáculo único: jogadores pouco técnicos cometendo toque de mão explicitamente e terminando de esburacar o campo. Literalmente se encarniçavam pela vitória. O público limitado fazia com que cada xingamento se ouvisse. O único grito organizado de torcida era entoado pela bateria. Um tanto constragedor:
Lajeadense / Lajeadense (TUM TUM TUM TUM TUM)
Lajeadense / Lajeadense (TUM TUM TUM TUM TUM)
Ou um pouco pior:
Deeeeeeenseeeeeeee
Deeeeeeenseeeeeeee
Sim, como o tricolor carioca.
Um colega de jornal me reconheceu e perguntou pelo fotógrafo. Eu não sabia. Ele parecia sofrer com cada passe errado, ouvindo tudo pelo rádio. Outra repórter estava no Gramado. Estávamos todos em pé. Uma bolinha de papel me atingiu o ombro. Risadas e brincadeiras de trás. Lajeadense erra mais um lançamento. O técnico do Lajeadense se contrai, voltando o corpo para nós, como se fosse nossa a culpa:
- PUTA QUE PARIU!
Impressionante, mas foi o primeiro palavrão que ouvi. Novo erro do Lajeadense e o atacante penetra a área sozinho, tira o goleiro da jogada e completa para o gol vazio. Um coro de xingamentos, para a reação provocativa do atacante adversário, que corre pela lateral do campo rindo e apontando o dedo ironicamente. Dois furiosos simpatizantes do alvi-azul recolheram a jato um pouco de brita do chão e atiraram na grade. Duvido que tenham acertado.
Fiquei um pouco mais para a prática de antropologia em campo, mas o resultado estava selado e eu precisava jantar. Evitei a saída do jogo abandonando o estádio cerca de 10 minutos antes do final do jogo. Depois da ex-touca do Inter, ainda precisava ver Corinthians e Fluminense perder.
Hermano Freitas
Enviado Especial de Impedimento a Lajeado
Houve um tempo em que a expressão "peso da camisa" referia-se ao respeito que os clubes tradicionais impunham em determinadas partidas ou circunstâncias adversas. Na Gávea, nos dias de hoje, ganhar "na camisa" está ligado aos mimos que os dirigentes oferecem aos árbitros. O tão saudado "manto rubro-negro", de fato, deve estar fazendo parte da galeria particular de muitos homens de preto.
O caso veio à tona no último domingo, depois de da vitória da equipe de Joel Santana sobre o Botafogo, quando um dirigente tentou presentear o árbitro Sálvio Spinola com a jaqueta vermelha e preta. O árbitro, ressabiado com essa orgia de falcatruas, achou melhor relatar o fato na súmula. Relatou ainda que, na volta do intervalo, os cartolas flamenguistas haviam pressionado para que ele não se fresqueasse. Provavelmente, tabela de classificação em punho, mostraram a posição que o mais popular clube do Brasil ocupa.
Se a pressão deu certo, ninguém pode provar. Verdade é que foi marcado um pênalti bem safado para o Flamengo. Assim como os que foram assinalados contra Juventude e Coritiba. Está certo que o pobre elenco flamenguista vem fazendo das tripas coração para escapar do vexame a que submeteriam a patrona Petrobrás. Estão jogando o máximo que sua total inaptidão permite e, na lógica do futebol brasileiro, nada mais justo que os juízes ofereçam um empurrãozinho. Caso contrário, ano que vem teremos São Raimundo x Flamengo em rede nacional, em algum domingo, às 16 horas. Já o Atlético Mineiro, coitado, poderia ter o Dadá Maravilha apitando seus jogos que não adiantaria bulhufas.
Comovido com a situação do clube mais emblemático do futebol brasileiro - em todos os aspectos, Impedimento lança uma enquete:
O que será pior?
1) Ser rebaixado e fazer a alegria do Norte/Nordeste do Brasil em 2006?
2) Ser salvo pelas mãos do Joel Santana, o Tio Jejão?
Primeira Parcial:
12% afirmaram que o pior é ser rebaixado
15% afirmaram que Joel Santana é o sucessor do Telê Santana
48% gritaram MEEEENNNGO! quando viram o microfone
25% querem Romário e Edmundo no ataque para a próxima temporada
Batucando Piazzolla numa caixa de fósforos,
Douglas Ceconello.
"No domingo, os mais fervorosos torcedores acomodaram-se nas refulgentes arquibancadas do Beira-Rio às 10 horas da manhã. Refulgentes e molhadas. Com a chuva insistente que caía sobre Porto Alegre, a espera pelo início do Grenal tornou-se ainda mais incômoda.
Daltro Menezes sentiu que o clima estava mais para batalha do que para festa. Por via das dúvidas, determinou que todos os jogadores do plantel se fardassem. Ao todo, 37, entre eles até os que seriam emprestados a outros clubes. Os repórteres olhavam aquela abundância e não entendiam. Queriam saber a razão de tantos jogadores prontos para entrar em campo.
- É uma cerimônia especial, uma data histórica. Todos merecem participar - explicava Daltro.
Às 15h30, finalmente, o árbitro Orion Satter de Mello soprou o apito e decretou o início do jogo.
O Inter começou melhor. Pontes e Valmir, atrás, controlavam bem as investidas impetuosas de Alcindo e Volmir. No meio, Bráulio tocava a bola com maciez e fazia a torcida colorada suspirar numa voz só. O Grêmio reagiu com dureza. O Inter replicou jogando ainda mais duro. A tréplica do Grêmio veio no bico da chuteira. Até que o ponteiro Hélio Pires foi expulso aos sete minutos do segundo tempo. Chuteira contra canela, cotovelo contra nariz, o jogo prosseguiu sem que se desse muita atenção à bola. Objeto, aliás, definitivamente esquecido aos 83 minutos. O goleiro Alberto estava com a dita cuja nas mãos. O lateral Espinosa à sua frente. Urruzmendi, ponteiro do Inter, correu do risco da grande área em direção aos dois, numa evidente e perigosa rota de colisão. Espinosa deu-lhe as costas para proteger o goleiro. Urruzmendi não quis nem saber. Atropelou Espinosa como se fosse um ônibus da Carris desgovernado. Espinosa caiu. Assustado com o Abalroamento, Alberto atirou a bola pela linha lateral para que ele fosse atendido. A bola não foi mais vista no campo desde então. Tupãzinho desembestou do meio de campo e só parou quando atingiu Urruzmendi. Que revidou. Lá do meio também vinha, desabalado, o Bugre Xucro, bufando e urrando, louco para entrar na briga, justificando plenamente o apelido. Percebendo suas intenções belicosas, Sadi correu atrás dele, agredindo-o pelo caminho. Alcindo não ligou para o ataque do laterla do Inter. Continuou a carreira e só parou ao encontrar Urruzmendi e pospegar-lhe um rotundo soco no rosto. Urruzmendi não se fez de rogado e retribuiu a agressão. Apesar de lutar como um espartano, estava em desvantagem numérica e apanhava comoventemente dos gremistas. A sétima cavalaria, entretanto, não tardou. O goleiro Gainete atravessou o gramado em linha reta, veloz, demonstrnado invejável preparo físico, e saltou feito um leopardo sobre o bolo de jogadores, as pernas e braços abertos. Mas errou o bote e caiu no meio dos gremistas. Levou porrada de todos, democraticamente. A esta altura, os integrantes dos dois bancos de reservas já estavam no campo, distribundo e recebendo, igualmente, jabs, diretos e pés-na-orelha. Um dos mais nervosos era o médico do Grêmio, Jairo Cruz, por quem o técnico do Inter, Daltro Menezes, cultivava incomum antipatia. Jairo Cruz era um dos gremistas mais briosos e, no seu orgulho clubístico, irritava o treinador. Ainda durante o jogo, no banco de reservas, percebendo que os ânimos dos jogadores de acirravam, Daltro recomendou:
-Se houver briga, tudo bem, não vamos fugir do pau. Agora, pelo amor de Deus, não me deixem escapar aquele Jairo Cruz. Quero ver esse camarada levar uma bela porrada.
Vu, para sua inefável alegria. Daltro riu muito, e ainda ri, ao lembrar o médico, de pequena estatura, snedo atingido na ponta do queixo por um inclemente cruzado. O técnico recorda com especial deletie a imagem dos pés do médico saindo do solo com a violência do impacto, levando-o ao nocaute.
Encerrada a confusão, o Grêmio desceu aos vestiários. O Internacional ainda tentou retornar ao campo para continuar o jogo. Só então os colorados descobriram que apenas o meio-campista Dorinho não havia sido expulso. No Grêmio, o único a não levar cartão vermelho foi o goleiro Alberto."
Trecho do livro A História dos Grenais, de Nico Noronha e Davi Coimbra. Porto Alegre, Artes e Ofícios, 1994.
Em abril de 1969, realizava-se o festival de inauguração do Beira-Rio. Diversos jogos já haviam sido realizados, o Inter vencera o Benfica na partida inaugural, mas o estádio só seria realmente desvirginado quando o primeiro Grenal fosse realizado.
E nesse clássico, mais do que nunca, o que importava era não ser derrotado. O Grêmio não pretendia servir de convidado cortês para a festa dos anfitriões, enquanto o Inter não queria carregar uma mancha na história ao perder o primeiro confronto em sua nova casa ante o eterno inimigo.
Saudações,
Douglas Ceconello.
"Se o Flamengo for rebaixado, todo o Brasil vai chorar".
A pérola foi proferida pela jornalista Renata Cordeiro, da TV Record do Rio, durante o programa Terceiro Tempo do último domingo.
Sim, estou há dois meses sem dormir de tanta preocupação com o Flamengo. Dia desses até me peguei falando chiado.
Mas a sentença não chega a ser um completo disparate, pois vejamos alguns motivos pelos quais o Flamengo tem me feito ir às lágrimas:
- Eu choro de pena do Andrade quando ele assume o time pela oitava vez no ano.
- Depois, choro de rir quando o Joel Santana é contratado para salvar o time.
- Eu choro de vergonha quando vejo o JOSAFÁ dando entrevista como se fosse o Zico.
- Eu choro solidário quando vejo um zagueiro do Flamengo cercado por quatro jogadores do Juventude para, depois, cair estatelado no gramado, vendo as redes balançarem.
- Eu choro de indisposição estomacal quando vejo a Gávea, suja e caindo aos pedaços, ser chamada de patrimônio.
- Eu choro de raiva quando chego em Santa Catarina e o dono do bar demora para me atender porque está vendo um jogo do Mengão.
- Eu choro de decepção quando lembro que o Flamengo tirou o título continental do meu querido Cobreloa.
- E, enfim, choro quando o Flamengo anuncia que vai contratar o Romário. Choro porque vejo que eles não aprendem nunca.
Em prantos,
Douglas Ceconello.
Concordo com a anulação dos onze jogos apitados pelo sem-vergonha. É claro, é mais uma discussão infinita, prejudicada pelo fanatismo de quem se sente beneficiado ou prejudicado pela medida. Enumero alguns pontos que me levam a crer que, mesmo sendo impossível consertar a situação, a melhor medida foi tomada. O leitor, como sempre, pode discordar a qualquer momento.
1 - Ou não se anula jogo algum, ou os 11 são anulados. Anular jogos pontuais pioraria a situação e abriria ainda mais a possibilidade de análises que, mesmo bem intencionadas, seriam passíveis de erro e nunca deixariam todos satisfeitos.
2 - Em uma competição de pontos corridos, que privilegia a campanha, a medida faz ainda mais sentido. Se os jogos fossem eliminatórios, a situação seria muito, muito mais complicada.
3 - O argumento de que o mesmo ocorreu na Alemanha e nenhum jogo foi anulado não se aplica ao caso. Pelo que sei, apenas um jogo foi "condenado" na Alemanha. O Hamburgo ganhou uma boa indenização, e o jogo só não foi anulado porque o campeonato havia acabado há meses.
4 - Não acho que a arbitragem está a favor do Corinthians. Antes que o leitor colorado me ameace de morte, explico. Acho que todo esse problema escancara o baixíssimo nível da arbitragem brasileira. Como o leitor auto-denominado "Zveiter" enumerou alguns posts abaixo, a memória seletiva pode fazer parecer que o Inter, ou algum outro time, foi beneficiado pela arbitragem em vários jogos. Como a raiva da nação está contra o Corinthians, tudo piora.
5 - Dito isto, é preciso reduzir o poder da arbitragem. Três árbitros ao lado do campo, com vídeos, sensor que indica se a bola ultrapassou a linha; é o que deve ser feito, ao menos inicialmente, para que sejamos poupados de erros tão grosseiros como os que temos visto ultimamente.
6 - Entre os efeitos colaterais da medida, destaca-se a raiva generalizada da maior parte das equipes contra o Corinthians e a injeção de ânimo no time colorado nesta reta final. Há chances de o Inter buscar a liderança, coisa que talvez não ocorresse em condições normais. Algo similar à invasão do padre irlandês na maratona em Atenas, que deu um gás a mais para o brasileiro conseguir uma boa posição.
7 - Não acho que a máfia russa comprou o Zveiter, ou algum árbitro depois do caso. Antes que o leitor enlouqueça novamente, explico. Prefiro afastar essa hipótese para manter a minha paixão pelo futebol e, sobretudo, minha sanidade mental. A maneira como a decisão foi tomada, de sopetão, foi bastante antipática. Ainda assim, acho que foi feito o certo.
Boa semana a todos.
Ante Savoldi
"Brasil e Hungria entraram em campo no estádio de Berna naquele dia 27 de junho de 1954 e, segundo todos os relatos, o Brasil tremeu. Não adiantaram o beijo na bandeira, os mortos de Pistóia e o apelo a um milagre. Os dirigentes haviam conseguido reduzir a zero o moral dos jogadores.Como de hábito, os húngaros fizeram 2 x 0 em sete minutos - e olhe que estavam sem Puskas, machucado. Alguns jogadores brasileiros mal conseguiam ficar em pé - suas pernas tremiam como se eles estivessem dançando charleston.
A única maneira de parar os húngaros era aos pontapés. Estes aceitaram as provocações. E o jogo, que poderia ter ficado para a eternidade do futebol, transformou-se numa batalha de botinadas e pescoções, com a bola relegada a terceiro plano. O juiz inglês Arthur Ellis marcou um pênalti contra cada um e expulsou Nílton Santos e Humberto, pelo Brasil, e Boszick, pela Hungria. A Hungria venceu merecidamento por 4 x 2 e, assim que a partida terminou, o arranca-rabo recomeçou nos vestiários.
Quando os jogadores dos dois países iam entrando juntos, Czibor estendeu a mão para Maurinho, que atuara na ponta esquerda. Maurinho aceitou o cumprimentoe Czibor retirou a mão. Maurinho deu-lhe um sopapo na barriga e os húngaros partiram sobre ele. Zezé Moreira afastou seu jogador do bolo, mas os húngaros pronunciaram seu nome - "Moreira!" - e cuspiram no ladrilho. Zezé estava com uma chuteira de Didi na mão. Atirou-a contra os inimigos e acertou no rosto do vice-ministro de Esportes da Hungria, Gustav Sebes. A trava de madeira fez um talho no rosto de Sebes e o sangue do vice-ministro esguichou. Em represália, Puskas deu uma garrafada na testa do zagueiro Pinheiro. Todo mundo entrou na briga. A polícia suíça interveio e o jornalista Paulo Planet Buarque deu uma rasteira num policial, que se estabacou. O árbitro Mário Vianna, que apitara um dos jogos da Copa foi ao mivrofone de uma rádio brasileira e acusou o juiz Ellis de fazer parte de um complô comunista para classificar a Hungria. Gritava tanto que podia ser uvido fora do estádio. Para oficializar o vexame João Lyra Filho protextou por escrito à FIFA, acusando a arbitragem de estar a soldo do Kremlin."
Trecho do livro Estrela solitária - um brasileiro chamado Garrincha, de Ruy Castro. Companhia das Letras, 1995.
Em 1954, a seleção brasileira era acusada de amarelar em Copa do Mundo e até em competições da América do Sul. Podemos dizer que era como a Holanda e a Espanha são hoje. Muito desse descrédito, obviamente, está ligado ao Maracanazo de 1950, diante da Celeste.
Nessa partida contra a Hungria, os jogadores já estavam derrotados no vestiário, depois que o Chefe da Delegação, João Lyra Filho, comparou-os aos pracinhas brasileiros mortos na guerra, numa mui amiga tentativa de motivá-los. Os brasileiros não bateram nos húngaros por serem bravos, bateram porque estavam apavorados. Enquanto isso, Garrincha estava pescando em Pau Grande, tomando cachaça com groselha.
Saudações,
Douglas Ceconello
A FIFA acaba de indicar Robinho para disputar o prêmio de melhor jogador do planeta em 2005. No mínimo, estranho, pois o jogador preferido da Globo, Galvão Bueno, Casagrande e de toda a crônica paulista para tomar o lugar do Ronaldinho Gaúcho na Seleção é bancário tanto no seu clube como no time do Parreira.
Até o Cafú foi lembrado pela FIFA para disputar o prêmio no final de dezembro. Menos mal que todos os sites de apostas dão como certa a vitória do ebúrneo Drogba do, Chelsea.
Com isso, mais uma vez está provado que o único critério válido para entrar na disputa é jogar na Europa. Robinho, como se sabe, mal chegou ao Real Madrid. Edmundo, em 1997, certamente era o melhor jogador do mundo. Mas como jogava no Brasil, no Vasco da Gama, nem sequer foi indicado.
Só pra lembrar, em 2004, na última edição do Prêmio, o vencedor foi Ronaldinho Gaúcho, sendo que a Globo ainda está contestando na Justiça esse resultado.
OS 30 INDICADOS:
- Brasil (7): Adriano (Inter de Milão), Cafu (Milan), Kaká (Milan), Roberto Carlos (Real Madrid), Robinho (Real Madrid), Ronaldinho Gaúcho (Barcelona) e Ronaldo (Real Madrid)
- Inglaterra (4): Beckham (Real Madrid), Gerrard (Liverpool), Lampard (Chelsea) e Rooney (Manchester United)
- Itália (3): Buffon (Juventus), Maldini (Milan) e Nesta (Milan)
- Portugal (2): Cristiano Ronaldo (Manchester United) e Deco (Barcelona)
- França (2): Henry (Arsenal) e Zidane (Real Madrid)
- Holanda (2): Robben (Chelsea) e Van Nistelrooy (Manchester United)
- Alemanha (1): Ballack (Bayern de Munique)
- Gana (1): Essien (Chelsea)
- Camarões (1): Eto'o (Barcelona)
- Suécia (1): Ibrahimovic (Juventus)
- República Tcheca (1): Nedved (Juventus)
- Nigéria (1): Okocha (Bolton)
- Espanha (1): Raúl (Real Madrid)
- Argentina (1): Riquelme (Villarreal)
- Ucrânia (1): Shevchenko (Milan)
- Costa do Marfim (1): Drogba (Chelsea)
TODOS OS VENCEDORES
1991 - Lothar Matthaeus (ALE)
1992 - Marco van Basten (HOL)
1993 - Roberto Baggio (ITA)
1994 - Romário (BRA)
1995 - George Weah (LBR)
1996 - Ronaldo (BRA)
1997 - Ronaldo (BRA)
1998 - Zinedine Zidane (FRA)
1999 - Rivaldo (BRA)
2000 - Zinedine Zidane (FRA)
2001 - Luis Figo (POR)
2002 - Ronaldo (BRA)
2003 - Zinedine Zidane (FRA)
2004 - Ronaldinho Gaúcho (BRA)
Texto do leitor Fábio Rubenich
envie o seu para impedimento@gmail.com
Terminada a primeira rodada do Zveiter Clausura 2005, podemos avaliar o tamanho do equívoco que foi a decisão do STJD. Como se não bastasse alterar o resultado de campo – sagrado no futebol – por razões duvidosas, o CAPO da Justiça Desportiva pensou que as torcidas assimilariam pacificamente seus mandos e desmandos. E agora não são apenas os “prejudicados” que reclamam, já que o Ministério Público está tomando providências.
Ontem, o Cruzeiro empatou em dois gols contra o Botafogo, no Mineirão. O Jogo de verdade havia sido 4 a 1 para os estrelados. Eu vi esse jogo e o Cruzeiro massacrou os cariocas durante os 90 minutos. O Vasco ganhara do Fluminense e agora empatou. O Juventude obtivera uma vitória de 2 a 0 sobre o Fluminense e na farsa de ontem perdeu por 4 a 3. Mas Vasco e Juventude mereceram, pois acataram como pelegos a anulação. Queimarão no fogo do rebaixamento, ó pobres almas.
No jogo desta noite na Vila Belmiro o Santos enfrentava o grande beneficiado pela marmelada, também conhecido por Corinthians Paulista. Ou Sport Club Máfia Russa. Ou Time do Playboy Iraniano. Toda pessoa que já viu uma bola de futebol sabe que o Santos não tem mais nenhuma chance depois da contratação de Nelsinho Batista. Se já não tinha com o Gallo, agora deve agradecer por ter pontos para não cair. O resultado foi um massacre do Corinthians sobre o time da Vila.
Aos 40 minutos do segundo tempo, 2 a 2 no placar, o juiz Cléber Abade marcou um pênalti duvidoso sobre Nilmar, convertido por Carlos Alberto. Na saída de bola, Giovani deu um balão para a torcida, gesto imediatamente entendido pelos santistas, que já aplaudiam ironicamente a palhaçada e gritavam “Edílson, Edílson”. Parte da torcida invadiu o gramado para tentar das uns tapas no juiz.
Com o jogo encerrado, os corinthianos saíram de campo comemorando, dançando. Na verdade, eles não têm culpa, são apenas macaquinhos de circo. Mas ao invés de bananas, foram premiados com o título. Em matéria no jornal Lance, na última terça-feira, corinthianos disseram que a movimentação dos clubes indignados com a decisão era “choro de perdedor”. Eu começo a temer pela minha sanidade mental.
Em dezoito anos acompanhando futebol, já vi times serem beneficiados e prejudicados. Mas nunca vi um time ser conduzido ao título por tantos segmentos da sociedade: máfia, Justiça, Imprensa e Confederações Desportivas. Vários times já foram “campeões morais”, pois mereciam ter ganhado e não levaram. Este ano estamos bem perto de promover um “campeão imoral”.
Abraços,
Douglas Ceconello.
Quarta-feira, 11 de outubro, véspera do jogo do Brasil, dia de treino dos canarinhos. 50 mil pessoas se expremem no Mangueirão para ver os jogadores fazendo embaixadas no gramado. Outras 30 mil fazem uma correria do lado de fora porque não conseguem ver os jogadores fazendo embaixadas. Um criança morre pisoteada nos arredores do estádio. Mas nada disso importa, afinal Ronaldo Fenômeno deu a camisa do jogo para uma outra garota, que, no tumulto, teve sua cadeira de rodas destruída. Ela foi adotada pela jornada da Globo como uma torcedora símbolo, ignorando-se totalmente a tragédia da véspera.
Um figurão da comissão técnica conseguiu marcar uma consulta médica para a garota. Que santo homem. Pena não ter conseguido ressuscitar a criança que faleceu devido à incompetência da organização do evento. Mas não tem problema, ela foi trazida novamente à vida cada vez que as câmeras da Globo focalizavam a menina da cadeira de rodas e o pai. Um renascimento midiático. Esse assistencialismo imbecil e populista que se faz para mostrar que há preocupação com dramas individuais. Afinal, a Seleção Brasileira TEM QUE SER sinônimo de espetáculo.
Antes do jogo, Fafá de Belém - FAFÁ DE BELÉM - entoa o hino nacional, transformando-o num tema de novela das oito e arfando os faróis num gozo patriota. "Nunca se viu uma interpretação do hino tão emocionante", afirmou Galcão Bueno. Lamentável. Triste. Emblemático. Começa o jogo, o Brasil demora 30 minutos para perceber isso. A Venezuela também quer participar do show e fazer seus fru-frus. O locutor da grande mãe não consegue esconder a decepção cada vez que os zagueiros recuam a bola para Dida.
Obviamente, o time de Parreira é melhor em campo, mesmo que cada jogador com a bola tentasse dar um lençol no adversário, não importando o momento ou a circusntância. Num bonito lance, Ronaldo Gaúcho passou para Adriano fazer o gol. Delírio do Nordeste brasileiro, de torcedores que seriam capazes de fazer greve de fome não para evitar a transposição do Rio São Francisco, mas para ver os melhores do mundo.
A Venezuela evoluiu muito nos últimos anos, mas chegou nessa última partida sem chance alguma. Apesar de ter se mantido durante algumas rodadas entre os classificados, sucumbiu quando a corda apertou. Aposto que em na Copa de 2014 ela brigará a sério por uma vaga, se Hugo Chaves não implodir o país antes. Resultado da pelada: Brasil 3 x 0 Venezuela. Ronaldo marcou, Robinho entrou. A Globo deu o seu show de transmissão e tudo que cercou esse jogo mostrou porque o Brasil é um país de infames e miseráveis.
Até mais,
Douglas Ceconello.
Sim, ele mesmo, el comandante. Possivelmente por ter tido seu corpo retalhado e espalhado por toda Sudamérica, ele demorou para encontrar o caminho de Porto Alegre e não ajudou o Central na 5a. passada. Mas neste domingo, vimos sua alma revolucionária pairando sobre as arquibancadas coloradas perto das 6 da tarde do domingo.
Ademais são lamentáveis os comentários tendenciosos da famosa 'mídia'.
Quando começou a suruba lá longe, bem longe deles, os locutores, supostamente aqueles que 'jogam' com a torcida, exaltavam a intervenção da brigada.
Depois que viram a merda que deu, passaram para a corneta.
Assim não vale, o cara que apóia a brigada tem que ir até o final e se afundar junto.
Até porque eu ainda aguardo até hoje a prova de que o haroldo de souza "gente que se liga na gente", por exemplo, conhece de fato a gente que frequenta os estádios daqui.
Os repórteres entrevistam as pessoas na saída dos jogos, mas estão sempre mais preocupados com o fio do microfone e os 'palavrões' do que com o que tem a dizer o miserável torcedor que está ali 'só pra aparecer'.
Deveras causou-me espanto horripilante (pior do que quando vi POLTERGEIST pela 1a. vez com 4 anos) o desconhecimento que mais uma vez mostram os colegas repórteres de rádio. Ouviram tudo o que os brigadianos disseram sem confrontar/enfrentar um sequer com os fatos que todos vimos. Tá na cara que eles nunca frequentaram arquibancadas, sequer as sociais. Eu não tava lá, mas sei da estupidez brigadiana, exemplos não me faltam ao longo desses 20 e poucos anos de futbol.
Faz tempo que eu tenho esta imagem; não vejo qual destes possa ter sido no passado frequentador assíduo de alguma arquibancada.
marcelo (ou seria mauricio) saraiva pergunta-se 'qual a razão de existirem organizadas que não seja para arranjarem confusão?'
tv globo rio (rede nacional nada) simplifica a coisa toda explicando pro resto do país que 'a torcida colorada, insatisfeita com o resultado e com a nova tabela dá um espetáculo decepcionante após a partida'.
Para mim, não vale que estes meios tentem me convencer que a confusão começou na organizada, seja ela qual for; o que isso importa? Como se tivesse sido a primeira vez que tivesse acontecido isso. Uma confusão aqui e acolá é inevitável quando se tem aquela densidade demográfica momentaneamente absurda.
O que é insuportável é ter de ouvir comandantes/capitães da brigada dizerem que 'suas tropas estão preparadas para situações de conflito'. Eu NUNCA vi brigadiano agir decentemente em estádios de Porto Alegre. Se tem marginal/bandido em organizadas, prenda-se. Se tem arruaceiros/baderneiros, impeça-os de passar do Arroio Dilúvio ao sul.
Enfim, estava lá sim o espírito dele. CHE estava na bandeira, um ícone, o cassetete tava na mão, a disposição da ignorância. Só pode ser esta a explicação, as 'forças de paz' viram aquela figura conhecida e resolveram atirar antes e perguntar depois.
Fazer o que?
Saúdos, Vitor VEC
Numa decisão sem precedentes na história do futebol mundial, o presidente do STJD, Luis Zveiter, anulou os 11 jogos apitados pelo árbitro Edilson Pereira de Carvalho. A comissão criada pelo supracitado magistrado nem chegou a analisar as partidas, afirmando que já obtivera 'elementos suficientes' que mostrassem o comprometimento de todos os jogos.
Nos dias que se seguiram ao escândalo o presidente do STJD mudou de posicionamentos como eu mudei de cuecas no mesmo período - e olha que eu sou bem higiênico. Quando soube da porcaria que tinha acontecido e do depoimento do safado, imediatamente excluiu três partidas da falcatrua. Na segunda-feira (26/9) compareceu ao programa Bem Amigos, afirmando que apenas os jogos notadamente garfeados seriam anulados. No programa, ele sofreu um forte lobby para que todos os jogos fossem anulados. No dia seguinte, surgiu um boato de que o mandatário da Justiça Desportiva teria se reunido com o presidente da CBF, Dotô Ricardo Johnny Walker Teixeira e que, juntos, teriam decidido pela anulação da totalidade das partidas. Zveiter desmentiu essas afirmações.
Ainda na terça-feira (27/9), a Folha de São Paulo publicou matéria projetando que, se as partidas fossem jogadas novamente e o Corinthians ganhasse as duas e o Inter e o Fluminense perdessem seus jogos, o clube do Parque São Jorge seria líder com 56 pontos contra 48 dos gaúchos. Na quinta-feira (29/9), o site pele.net estampava na sua manchete 'Corinthians projeta título com anulação dos jogos'. Na edição desse mesmo dia do Globo Esporte vários dirigentes de clubes manifestaram-se sobre a situação. Nenhuma voz corinthiana foi ouvida. Ontem surgiu a informação de que os jogos realmente seriam anulados, o que se confirmou neste domingo.
Evidente que isso provoca um desequilíbrio técnico no campeonato. Uma investigação isenta e necessária foi usada como estopim para que se conduza a tabela do campeonato. Sempre foi alertado aqui sobre a influência direta que a enorme quantia de dinheiro (sujo) investido no Corinthians exerceria no término do campeonato e agora está provado que ninguém está conspirando. Não estou reclamando que o Fluminense terá que jogar novamente, nem que o São Paulo terá a oportunidade de reaver três pontos perdidos contra a Ponte. É claro como os olhos de um jovem teutônica que a MSI/Corinthians/Máfia é a maior beneficiada.
Aliás, nada foi esclarecido acerca da quantidade indecente de dinheiro investido no Corinthians. Nada se fala sobre o playboy sunita Kia ter uma coleção de passaportes. Pode ser que isso seja repercutido algum dia, depois da taça no armário do Corinthians. Hoje, escutando o comunicado de Luiz Zveiter, o que traduzi do dialeto jurídico utilizado foi o que segue abaixo:
Salve o Corinthians,
O campeão dos campeões.
Eternamente,
Dentro dos nossos corações.
Salve o Corinthians,
De tradição e glórias mil.
Tu és orgulho
Dos desportistas do Brasil.
Teu passado é uma bandeira.
Teu presente, uma lição.
Figuras entre os primeiros
Do nosso esporte bretão.
Corinthians grande,
Sempre altaneiro,
És do Brasil
O clube mais brasileiro!
Assim disse Zveiter.
Abraços,
Douglas Ceconello
Brasileiro deve ficar entre Corinthians e Palmeiras. Grêmio, Santa Cruz e Náutico brigam por duas vagas à Série A. Boca e Velez são os favoritos na Sul-Americana. Ser profeta do acontecido é fácil. Me arrisco a fazer estas projeções antes de uma rodada crucial, que pode mandar as mesmas por água abaixo. Os escândalos com a arbitragem arruinaram definitivamente o campeonato deste ano, tornando ainda mais imprecisa qualquer previsão. Mas vamos lá.
A contratação de Antônio Lopes deve dar mais segurança ao bom time do Corinthians, que acertou ao demitir Márcio. Apesar dos bons resultados, mais cedo ou mais tarde o inexperiente técnico colocaria tudo a perder. O Palmeiras dá sintomas de que pode manter a regularidade e surpreender no final, sob a batuta do técnico Leão. Este não parece o mesmo que chegou à seleção brasileira por acidente e fez um trabalho pífio. Fluminense, Internacional e Santos correm por fora. Os cariocas tem a seu favor um craque, Petkovic, e dois bons jogadores - Tuta e Felipe, este último ainda lesionado. Contra si, a fama de Abel Braga, que costuma morrer na praia. Seria diferente agora, a dois passos de Copacabana?
Nem mesmo o melhor elenco do Brasil deve garantir ao Internacional o tão sonhado título. Algo acontece no Beira-Rio, algo acontece com a camisa vermelha. No entanto, os colorados precisarão fazer um grande esforço para ficar de fora da Libertadores desta vez, o que já pode ser comemorado. Na Sul-Americana, o Inter não deve ir muito longe, mesmo enfrentando um Boca Juniors aos frangalhos. Infelizmente para os vermelhos, a camisa do Inter é simplesmente incompatível com competições continentais. Para passar pelo Rosario Central, time que vinha sendo sistematicamente goleado em casa, foi preciso a ajuda da arbitragem e muita, muita sorte, em pelo Beira-Rio.
No entanto, o futuro não é necessariamente sombrio para os colorados. Em um ano no qual até Rogério Ceni levantou uma Copa Libertadores, tudo, absolutamente tudo é possível. E ainda há esperança: ela se chama Rafael Sobis, jogador muito criticado pelos torcedores, sem fundamento algum.
Já o Santos adotou a mesma tática do Corinthinas, o "tu está aqui por acidente", e mandou o técnico Gallo embora. No entanto, o time da Vila errou ao contratar Nelsinho Batista para seu lugar. Claúdio Pitbull pode dar novo ânimo ao ataque do time, desde que Luizão - cada vez mais Luizão - não o atrapalhe.
Na série B, Santa Cruz, Grêmio e Náutico despontam como os favoritos às duas vagas na primeira divisão do ano que vem. O Grêmio tem conseguido bons resultados fora de casa, mas não consegue impôr seu jogo dentro do estádio Olímpico. Este fato é perigosíssimo, já que um empate dentro de casa pode arruinar tudo. A volta de Anderson, dono da seleção sub-17, pode trazer mais segurança ao time.
A Sul-Americana é um campeonato bastante incoerente, já que o DC United de Washington chegou às oitavas, e o América do México manda seus jogos em Los Angeles. A final deve ser entre Velez e Boca Juniors. Castroman desequilibra para o Velez, mas não podemos ficar desatentos ao representante da Colômbia, no caso o Nacional de Medellín. O Boca goleou o Cerro Portenho por 5 a 1, mesmo com a arbitragem de Carlos Simon, que poderia tentar facilitar as coisas para seu time do coração. Mas não existem arbitragens mal-intencionadas, é apenas impressão minha.
Sobre isso, só tenho a lamentar. Imagens de vários jogos voltaram à minha cabeça. Resignadamente, tentava me convencer da falibilidade humana, ignorando a possibilidade de mau-caratismo dos homens de preto. O atual episódio simplesmente confirma tudo. Poderia ficar horas aqui, fazendo listas de jogo claramente manipulados. A maioria do Grêmio, é claro, pois sou gremista. Sei que colorados tem muito do que reclamar também.
As vitórias da Coréia sobre a Espanha e a Itália, as do Brasil contra a Turquia e Bélgica, a semifinal entre Grêmio e Olimpia, tudo em 2002. A atuação de Simon na final do último Gauchão. Ad nauseum. Mas repito, não existem arbitragens mal-intencionadas, é apenas impressão minha.
Isso passa longe de ser uma questão clubística. Pela primeira vez me senti lesado pela corrupção. Agora sei como se sente quem acredita em política. Eu acreditava em futebol.
Confiem em mim,
Ante Savoldi
Aquele ritual de antes dos jogos enganava poucas ingênuas almas. Sempre que Edilson Pereira de Carvalho olhava para o céu e beijava suas quinquilharias religiosas o público pensava se tratar de um comportamento exótico. Mas poucos devem ter imaginado que ele procurava a expiação dos pecados que cometeria na partida que estava por iniciar.
E eu tentando fazer 14 pontos na Loteca
A reportagem de Veja mostra que o árbitro e o empresário Nagib Fayad tinham um esquema de manipulação de resultados. Esse Fayad encomendava um resultado ao juiz e apostava fortunas em sites. Além deles, mais um chinelo está envolvido, o tal de Paulo José Danelon.
Carvalho vai depor novamente ainda hoje na Polícia Federal e promete citar mais três árbitros em troca de uma punição mais branda, acordo esse baseado na tal da delação premiada. Tenho um suspeito na manga. Não direi nada além de que ele já foi citado aqui no Impedimento e dispensa o uso de pente e xampu. Difícil é imaginar que mais ninguém esteja envolvido. Ademais, nossa equipe de reportagem estará atenta no decorrer da tarde. Updates surgirão.
"Amanhã eu saio de escolta"
Passando para uma análise mais humana, fico realmente comovido com a situação do Figueirense. Apenas por ser uma equipe com menos poder político e apelo nacional, queriam roubá-lo de todas as maneiras possíveis. Contra o Vasco, só faltou o tal árbitro matar o goleiro a tiros. Ninguém falou nada, ninguém nunca fala nada. A menos que saia na Veja e no Jornal Nacional.
Isso sempre aconteceu e sempre vai acontecer. Eu só quero ver é fazerem o Eurico Miranda colocar o Vaxcão em campo caso a partida seja anulada. É mais fácil o Tiro Federal ganhar o Apertura na Argentina. Para o Edilson Pereira de Carvalho, uma última corneta: quem mandou falar mal dos argentinos do Parque São Jorge? (DC)
A vitória do são paulo na Libertadores 05, do fracasso ambulante rogério ceni, apenas deveu-se ao fato de não ter enfrentado nenhuma "camisa de verdade" na competição. Bater a piada palmeiras, o humorístico tigres, o amarelão de nuñes e um time treinado por antônio lopes não qualifica ninguém a subir de conceito. Bater em bêbado não conta. Percebi isso pois já passaram-se meses e o mundo não acabou em fogo, muito menos cavaleiros do apocalipse passaram por aqui.
Na libertadores 05, faltou fiscalização do "Barba" (o outro Deus), como diria Don Diego. Aliás, ELE que acabou virando vice-presidente do maior clube da América do Sul. Nessa semana, durante uma confusão no treinamento do Boca Juniors, bastou que levanta-se um dedo para que os insultos a pessoa do DT Billardo fossem totalmente silenciados. Nunca vi nada igual. O sujeito chega num fogo cruzado de Barrabravas, levanta um dedo, e tudo se acalma. Fantástico.
Sobre o futebol daqui do Pampa Norte, percebo que a torcida Alma Castelhana deveria mudar a referência de batismo para Alma Charrua. O futebol do Grêmio não tem nada que lembre os eternos donos das Malvinas... a camisa que vai por baixo da Tricolor certamente é Celeste, como aquela que causava calafrio nos palmeirenses no tempos de Dinho... o Grêmio da Alma Charrua é aquele que ganha com gols de Rugby, como a história comprova.
Em minha monografia, apresento a imprensa como grande culpada pelo calvário do goleiro Barbosa. Ao longo de cinqüenta anos, o sr. Moacyr foi lembrado como o homem que fez o Brasil chorar, através de diversos textos covardes, que incluem aí principalmente os jornais de são paulo desde os anos 50. Em 1993, esse filho da puta do parreira impediu Barbosa de visitar a seleção durante a véspera do jogo contra o Uruguay, válido pelas eliminatórias da copa de 94. E ninguém levou isso adiante. Em tempo: um dos poucos que não viraram a cara para o goleiro foi o "maléfico e terrível" Eurico Miranda. Mas isso ninguém se importa em levar adiante. Farei minha parte. (Pinedo, E.)
Pegaram o Galvão Bueno de surpresa. Quando ele percebeu, não estavam em campo Roger, Marcelo Matos, Gustavo Neri e companhia. Sua noite de locução teria que passar por nomes como Wescley, Bruno Octávio e Bobô. Imediatamente, pensei: toma, malandro, essa foi por trás e com areia.
A partir desse momento, o famigerado narrador passou a criticar "os responsáveis pela iniciativa de poupar jogadores", afirmando que se trata de "uma importante competição". Esqueceu apenas de entrar no real mérito da questão: por que passar tantos jogos da MSI/Corinthians?
E lá fomos nós, amigos da Rede Globo, assistir a uma insossa pelada entre o River Plate - que não está nem ciscando no Apertura argentino - e os reservas do Parque São Jorge. Para quem afirma que a MSI/Corinthians possui um grupo acima da média, peço que tenham o mínimo de dignidade e nunca mais pronunciem a palavra BOLA.
Todos aqueles que dispõem apenas de TV aberta foram obrigados a presenciar esse fiasco, enquanto Fluminense e Banfield jogavam uma boa partida que, injustamente, acabou com a vitória tricolor. Mas foi muito bem merecido para a Rede Globo e fiz questão de assistir aos reclames de Galvão durante os 90 minutos. Agora me sinto parcialmente vingado por ter sido obrigado a testemunhar jogos como Botafogo e MSI/Corinthians, com portões fechados, no início do Campeonato Brasileiro.
Obviamente a escalação dos reservas não foi atitude do treinador Márcio, que não tem autoridade nem para escalar os titulares. Tampouco deve ter partido do presidente Dualib, que está mais preocupado com o fato de o iraniano Kia pegar mais mulheres. Poderia apostar que exatamente o playboy sunita-xiita-bauxita foi o responsável por não colocar suas coquetes em um jogo que poderia render alguns arranhões. E quem vende a alma, não tem mais direito a reclamar de Deus. (DC)
Resultados
MSI/Corinthians 0 x 0 River Plate
Vélez Sarsfield 2 x 0 Cruzeiro
Fluminense 3 x 1 Banfield
Hoje
Rosário Central x Inter
Douglas Ceconello diz:
estou escrevendo um texto sobre a sul-americana
Antenor Savoldi diz:
discordo
Antenor Savoldi diz:
hauhauhdsaf
Douglas Ceconello diz:
kjhkhfkfdkjshfhkdjs
Antenor Savoldi diz:
olha, estou meio de cara com a sul-americana
Douglas Ceconello diz:
por que?
Antenor Savoldi diz:
os times brasileiros ficam dando migué, chamando a torcida no final do campeonato para conseguir a vaga, e depois jogam com os reservas
Douglas Ceconello diz:
concordo plenamente
Antenor Savoldi diz:
isso empobrece o campeonato
Antenor Savoldi diz:
por isso, acho o seguinte:
Antenor Savoldi diz:
libertadores = campeão, vice e campeão da copa do brasil
sul-americana = 3º, 4º do brasileiro e vice-campeão da copa do brasil
Antenor Savoldi diz:
daria CREDIBILIDADE
Douglas Ceconello diz:
sim
Douglas Ceconello diz:
o fluminense quase morre para participar de uma competição e depois fica se fresqueando
Antenor Savoldi diz:
lixo
Douglas Ceconello diz:
inter irá com força máxima
Antenor Savoldi diz:
inter se mantém pilhado pelo fator grêmio, é claro
Douglas Ceconello diz:
sim, mas e o fluminense?
Douglas Ceconello diz:
todos os times do rio têm títulos importantes e o fluminense nunca ganhou merda nenhuma
Antenor Savoldi diz:
possivelmente se o grêmio nunca tivesse ganho nada, ambos não dariam atenção à sul-americana, como é praxe no resto do país
Antenor Savoldi diz:
são cariocas, não têm noção alguma
Antenor Savoldi diz:
comemoram a taça guanabara como mundial
Douglas Ceconello diz:
dslldkflkhdsfjlksdfkjldsfkjdfjklfdjkfdjklfakjlfakjlkjfaskaxcncxzafhdfhahdfhjdjfajajjafjfadjjjhdfjhfjhdfjhdfjhdfjhdjhdkajlkçasjçl
Antenor Savoldi diz:
é verdade, cara
Douglas Ceconello diz:
isso CORROBORA MINHA POSIÇÃO
Douglas Ceconello diz:
não existe rivalidade no resto do país
Antenor Savoldi diz:
as estrelas na camisa do flamengo são de TRÊS TRICAMPEONATOS CARIOCAS
Douglas Ceconello diz:
sim, e as do vasco são de dois tetra
Douglas Ceconello diz:
e o botafogo, sabendo que nunca ganharia nada, já fez um escudo com estrela
Antenor Savoldi diz:
fhjkdsahfjkahdsfjkhadsfjhjksadfkashdfjkhsadfhjkdsahfjkahdsfjkhadsfjhjksadfkashdfjkhsadfhjkdsahfjkahdsfjkhadsfjhjksadfkashdfjkhsadfhjkdsahfjkahdsfjkhadsfjhjksadfkashdfjkhsadfhjkdsahfjkahdsfjkhadsfjhjksadfkashdfjkhsadfhjkdsahfjkahdsfjkhadsfjhjksadfkashdfjkhsadfhjkdsahfjkahdsfjkhadsfjhjksadfkashdfjkhsadfhjkdsahfjkahdsfjkhadsfjhjksadfkashdfjkhsad
Antenor Savoldi diz:
postar esse diálogo faria sentido
Levando-se em conta o equilíbrio existente entre os ponteiros do Campeonato Brasileiro, os técnicos podem ser decisivos para o sucesso ou insucesso de suas equipes no torneio. Dessa forma, os tricolores cariocas devem estar apavorados, pois no seu comando está Abel Braga, responsável por significativos velórios de massa na recente história do futebol brasileiro.
Imediatamente devemos fazer uma viagem ao não tão distante ano de 1989, quando foi decido o campeonato nacional do ano anterior. O Inter enfrentava o Bahia em busca do quarta estrela no peito. Os nordestinos venceram o priemeiro jogo, na Fonte Nova. Mas nada deveria impedir os colorados de triunfarem, já que uma exígua vitória de 1 a 0 em Porto Alegre bastava. Nesse momento da história aparece o fator Abel Braga. O time pressionou durante 90 minutos na base da tática "estouro da boiada" e o jogo terminou com o placar virgem. 80 mil testemunhas de homicídio doloso deixaram o estádio naquele fim de tarde fatídico.
Indispensável também é fazer justiça, já que apenas um louco como Abel poderia virar um jogo como o chamado Gre-Nal do Século - válido pela semifinal do Brasileiro de 1988 -, quando o Inter teve Casemiro expulso no primeiro tempo e ele colocou o ponteiro Edu para jogar também como lateral, na segunda etapa. Essa vitória é lembrada como um título pelos colorados e contribui muito para a simpatia que os vermelhos ainda sentem pelo avalista de seus maiores fracassos.
O episódio certamente já não fazia parte da memória dos colorados que entupiram as arquibancadas na semifinal da Taça Libertadores de América daquele mesmo ano. Seria barbada. Ao Inter, bastava empatar contra o Olímpia. O jogo de ida havia terminado 1 a 0 para os gaúchos, em pleno Defensores del Chaco, com um belo gol de bicicleta de Luís Fernando. Insatisfeito com o marasmo do seu primeiro fracasso, Abel Braga decidiu que daquela vez a história teria requintes de crueldade. O Inter saiu perdendo e empatou. Tomou outro gol e empatou novamente. Mas não igualou o marcador quando sofreu o terceiro. Nílson havia errado um pênalti no tempo normal e errou outro na decisão pelas penalidades. Outras milhares de testemunhas saíram em luto pelo mesmo morto de uns meses antes.
Engana-se quem acha que o problema de Abel Braga é apenas com os colorados. Sua ânsia por grandes tragédias estava presente numa noite de quarta-feira do ano de 2004, em um Maracanã lotado, quando o Flamengo apenas deveria confirmar o título da Copa do Brasil contra o pobre Santo André. A primeira partida, disputada no Interior de São Paulo, termirara empatada em dois gols. Resultado da brincadeira: Flamengo 0 x 2 Santo André.
Em chamas, o técnico aguardou ansiosamente até o presente ano para vitimar seu atual clube, perdendo a Copa do Brasil para o Paulista e adiando o sonho do Fluminense de conquistar um título nacional, feito que não acontece desde 1984. Não vejo como podem não estar desesperados os torcedores do tricolor e até suspeito que o sofrimento aumentará de forma diretamente proporcional ao tempo em que permanecerem na liderança.
Os demais técnicos que lideram o campeonato também não são nenhuma maravilha. Quando vemos o Santos jogar percebemos que os acertos da equipe estão muito mais ligados à qualidade de seus jogadores do que a qualquer intenção do técnico Gallo. Da mesma forma, também o Corinthians está na corda bamba: é sabido de todos que Márcio não saberá como agir quando a corda esticar, será engolido pelo grupo de jogadores tarimbados e não terá autoridade para estabilizar o elenco.
Por esses critérios, Palmeiras e Goiás seriam os principais favoritos ao título. O problema é que aí falta time. Sem dúvida que Leão sabe dar na cara dos jogadores quando é preciso, mas deverá reivindicar uma estátua no Palestra Itália se garantir os verdes na Libertadores. E o Goiás, bem, o Goiás não tem o que falar. Geninho está operando milagres para que o time do Serra Dourada faça o que está fazendo. Souza é o centroavante, não preciso dizer mais nada.
No Inter, Murici Ramalho é uma incógnita. Profissional competente, sem dúvida, mas é mais fácil fazer uma mula entender Hegel do que fazê-lo mudar de idéia e convicções, nem sempre corretas. A seu favor estão a capacidade de mobilizar o grupo e a sabedoria de mudar jogos no intervalo, como fez contra o Figueirense. Contra ele pesa a minha intuição de que possa ser um Abel Braga em potencial. (DC)
Assistir ao jogo entre San José e Los Angeles Galaxy, válido pela liga norte-americana de futebol, foi uma das piores experiências que tive na vida. É uma mistura de futebol irlandês com um baseball sem bastões.
Quando o goleiro, dirigindo-se ao árbitro, reclamou "What the fuck is that?" uma ambulância foi acionada e uma artéria rompeu-se. (DC)
Uma das coisas mais instigantes no mundo futebolístico é a relação do clube com a torcida, que gera situações absurdas e uma identificação extrema entre o aficionado e sua agremiação. A derrota é entendida pelo torcedor como um fracasso seu; a vitória, como um êxito que contou com sua participação. Nada disso, no entanto, explica a torcida do São Paulo.
Vamos aos fatos. O São Paulo é um dos clubes mais estáveis e ricos do país. Ao contrário de muitos grandes, não andou beirando a segunda divisão nos últimos anos. Também não precisou vender sua alma a empresários de intenções duvidosas para formar um bom time. Tem patrimônio e estádio, algo raro entre os clubes do país. Além disso, o São Paulo é a única agremiação brasileiro que pode se considerar em férias até novembro, quando será disputado o campeonato mundial da Fifa.
Não sendo rebaixado no Brasileiro, estará em lucro, pelo simples fato de que ganhou a Libertadores. Mais do que isso, é o único clube do país que ganhou três vezes a competição mais importante do continente. Motivos de sobra para pensarmos que os torcedores do tricolor das elites estão nas nuvens. Ledo engano. A torcida do São Paulo, ao contrário de tocar flauta nos adversários, prefere vaiar o time. VAIAR O TIME. Dez dias depois de ganhar a Libertadores, a equipe foi apupada cruelmente por seus adeptos após a derrota para o São Caetano no Morumbi.
Qualquer outra torcida de um clube popular do país estaria em êxtase, comparecendo ao estádio apenas para aplaudir a equipe nos próximos três meses. O torcedor fanático estaria bebendo todos os dias, pensando naqueles momentos gloriosos que viveu na final contra o Atlético – PR, agradecendo a Deus por acordar todos os dias. São todos uns mimados, esses tricolores, meninos birrentos da classe média. Vão aos jogos quando não tem uma "balada" confirmada, o que explica o fiasco de público no Morumbi quando as partidas não são "muito importantes".
Não em vão corre por aí a máxima de que o São Paulo não tem mística, não tem camisa. Cada dia que passa, me convenço mais de que o clube e sua torcida não merecem os títulos que conquistaram. (DC)
Praticamente nada mudou na classificação depois dos jogos do meio de semana. Assombrados pelo “mal de Criciúma”, as equipes candidatas ao título continuam sua tática de não assumir a liderança do campeonato até a vigésima rodada. Só para lembrar, a nova máxima do campeonato faz com que os primeiros líderes sejam rebaixados ao término da temporada. Todos os favoritos perderam seus jogos, permitindo à Ponte Preta continuar na ponta da competição e firmar-se como principal postulante ao descenso.
O time que teve melhor desempenho na rodada foi o Santos. Ao perder para o Vasco – O VASCO – na Vila Belmiro, instalou-se um clima insustentável para o técnico Gallo, que deverá cair. Se continuar no cargo por mais uns cinco jogos, eliminará qualquer chance da equipe santista ser campeã ou, até mesmo, de chegar na Libertadores. Portanto, para a torcida praiana, essa derrota foi mais do que festejada. É preciso lembrar que o próximo treinador deverá ser galo não apenas no nome, pois estão sendo acrescentados no elenco o zagueiro Bilica (não, o Capone não foi junto) e o atacante Somália, enquanto Robinho e Deivid estão deixando o futebol brasileiro rumo a Real Madrid e Sporting.
O Corinthians bem que tentou, mas não conseguiu evitar a vitória diante do Paysandu. Enquanto contava apenas com seus jogadores famosos-caros-mascarados, o time paulista não fazia nada no campeonato. Agora, com uns guris criados no Parque São Jorge parece que as coisas estão andando. Até o grupo implodir ou se revoltar com técnico. Ou até quando vocês acham que o Carlos Alberto vai ficar sentado no banco sem falar nada?
Vendo aumentadas suas chances de liderar o campeonato devido à derrota da Ponte Preta, o Inter tratou de perder para o Goiás. Mas bem que o goleiro Clemer poderia disfarçar um pouco a estratégia de não querer chegar na ponta do torneio e esperar mais do que cinco minutos para tomar seu frango. Perdendo por 2 a 0 no primeiro tempo, os jogadores mostraram requintes de crueldade com a torcida na etapa complementar, quando empataram o jogo. Tomando consciência da bobagem, trataram logo de tomar o terceiro. (DC)
Resultados
Botafogo 4 x 2 Ponte Preta
São Caetano 1 x 1 Paraná
Internacional 2 x 3 Goiás
Fortaleza 1 x 4 Atlético-MG
Atlético-PR 3 x 2 Fluminense
Santos 2 x 3 Vasco
Figueirense 1 x 4 Palmeiras
Brasiliense 3 x 3 São Paulo
Flamengo 3 x 4 Juventude
Cruzeiro 2 x 2 Coritiba
Corinthians 3 x 2 Paysandu
Falar mal do futebol carioca virou uma mania nacional. Que isso aconteça nas transmissões de jogos ou programas esportivos, tudo bem, é normal. Mas hoje, quando uma criança aprende a gostar de futebol, a primeira coisa que ela argumenta não é que seu time é o melhor, que aquele jogador é bom. A primeira coisa que ela diz é: só podia ser no Rio.
E não há como recriminar o pobre infante. Não faz parte da sua vida e do seu imaginário futebolístico que um dia existiu o Zico – aquele que nunca fez nada pela seleção brasileira – ou Roberto Dinamite. Garrincha é somente um vulto transmitido em preto e branco no Esporte Espetacular. Pó-de-arroz é apenas aquilo que a mãe passa na cara quando vai sair. O futebol carioca, definitivamente, não é mais digno de seu passado.
A desorganização de décadas está apresentando agora seus frutos. O último campeão brasileiro da Guanabara foi o Botafogo, em 1995. O Vasco representou o suspiro de morte dos clubes cariocas ao ganhar a Libertadores de 1998 e os nacionais de 1997 e 2000. Para isso, afundou-se em dívidas, desprezou qualquer organização e planejamento para os anos posteriores. Olhe a escalação cruz-maltina de hoje. Olhe e chore: Elinton, Wagner Diniz, Ciro, Éder, Diego, Ygor, Felipe Alves, Róbson Luiz, Morais, Alex Dias e Romário.
A listagem completa dos fatos que demonstram a ruína total necessitaria de um compêndio e dedicação integral de alguém com estômago forte. Mas faço questão de citar algumas dessas ocorrências. No último jogo do Vasco em São Januário, enquanto o Inter enfiava quatro e a torcida mandava Eurico Miranda às favas, Romário, o craque do time, estava em um festival de hip hop. O mesmo jogador que, dias depois, comandou um coletivo sob o olhar pasmo do pobre coitado do técnico. E que é responsável pelo vínculo de vários jogadores do elenco.
Esses tempos, o Flamengo estava disputando uma vaga nos pênaltis com o Santos, pela Sul-Americana. Até eu, que não tenho nada a ver com nenhum dos dois clubes, estava tenso. Esse não era o caso de Júnior Baiano, flagrado pelas câmeras de TV abraçado com um jogador palmeirense às gargalhadas. Fluminense e Botafogo andaram freqüentando convictamente a segunda divisão. Os tricolores até na terceira estiveram.
Agora pense num pequeno torcedor do Flamengo que vai ao estádio (se achar um no estado) ver um clássico contra os tricolores. Comandando a equipe das Laranjeiras está Abel Braga. Então a inocente criança vira para o pai e pegunta: aquele ali não era o nosso técnico até ontem. Sim, era, responde o pai, cabisbaixo. Esse é um dos motivos mais emblemáticos do extermínio do futebol carioca: o vício dos profissionais. Jogadores e técnicos que desembarcam no Rio, passan a vida inteira lá, pulando de clube em clube até encerrarem a carreira no América. Não consigo ver seriedade nisso.
Só mesmo uma conjunção absurda de fatos como essa pode permitir que monstrengos como Eurico Miranda continuem atuando (se eu for assassinado a partir de hoje, deixo aqui a prova cabal do mandante). Sem patrimônio, sem dinheiro, sem crédito. Motivo de piada em todo o país. Triste, muito triste para todos que, como eu, cresceram vendo os clássicos entre os quatro grandes serem disputados com estádio lotado. Lamento, mas acho que compor um réquiem se faz necessário. No pandeiro, claro. (DC)
Passadas dez rodadas do campeonato brasileiro vemos claramente que todos os times estão esforçando-se para fugir da liderança. Eles temem o “mal de Criciúma”, que faz com que os líderes da parte inicial do torneio sejam rebaixados na classificação final. Tal situação permitiu à Ponte Preta tomar a ponta, após vencer São Paulo no último domingo.
Na verdade, nenhum time merece ser líder do campeonato. O Santos é apenas um time comum com alguns jogadores diferenciados. Como Robinho vai se mudar para Madrid junto com o Casagrande (não cito minhas fontes, não insistam), o peixe torna-se absolutamente comum. O Corinthians vai obter a colocação que qualquer equipe que tem um iraniano dirigindo o futebol alcançaria. O Palmeiras tem um bom elenco, mas nenhum time é campeão apenas com jogadores pequenos. Se posicionar o Correa no meio e colocar um pedal de cada lado, ganhará em velocidade. São Paulo: vice-campeão
Os cariocas estão em vantagem no brasileiro: apenas dois estão sendo rebaixados. A previsão inicial era de que todos caíssem para a segunda divisão. O Inter está crescendo na competição, mas julgo que terminará no máximo entre os cinco ou seis primeiros. Para ser campeão a única saída seria colocar o Wianey Carlet de centroavante: alguma coisa ele tem que saber fazer, já que comentários não são o seu forte. Aliás, quanta gente cretina nessa imprensa esportiva gaúcha, não aprendem nunca. Ganhou, bom. Perdeu, ruim. Tudo se resume a uma briga de egos nos microfones e jornais de Porto Alegre. “Ah, o Murici não gosta da imprensa, então ele vai ver só uma coisa.” E assim eternamente.
No mais, atentem para o Paraná, que está estragando todo o campeonato com sua imbatível estratégia de perder em casa e ganhar fora. Triste é a situação do Atlético – PR, que não tem estádio para jogar, será vice-campeão da Libertadores e ficará o resto do ano tentando fugir do rebaixamento. Lamentável. (DC)
Classificação
1º Ponte Preta - 23
2º Fluminense - 20
3º Internacional - 19
4º Botafogo - 18
Santos - 18
6º Goiás - 17
7º Coritiba - 16
Corinthians - 16
Juventude - 16
10º Paraná - 15
11º São Caetano - 14
Cruzeiro - 14
13º Palmeiras - 13
14º Brasiliense - 12
São Paulo - 12
Fortaleza - 12
17º Paysandu - 11
18º Figueirense - 10
19º Flamengo - 9
Vasco - 9
21º Atlético-MG - 8
22º Atlético-PR - 3
Os recentes torneios que envolveram equipes de várias partes do mundo serviram para comprovar a supremacia do futebol latino-americano em relação à escola européia. Na Copa das Confederações, três dos quatro semifinalistas eram provenientes das bandas de cá – Brasil, Argentina e México –, enquanto a Alemanha representava solitária o Velho Continente. Não foram grandes os méritos do time de Klinsmann, que venceu obtendo magras vitórias e chegou até lá apenas devido ao fator local e à praticidade com que os Alemães enfrentam os adversários.
Se observarmos os campeonatos nacionais da Europa veremos que a quantidade de latinos atuando é diretamente proporcional à qualidade da competição. Quando muito, os europeus formam zagueiros e volantes, importando jogadores decisivos de Brasil, Argentina, Uruguai e outros latinos. Apesar disso, ultimamente andam aderindo também à compra de defensores castelhanos e até brasileiros. Reparem na seleção italiana. A menos que algo de extraordinário aconteça nos seus jogos, eles acabam zero a zero. Parece que os jogadores entram em campo sob um pacto de não marcar e não sofrer gols. Se saem perdendo, movem montanhas e drenam mares para anotar um gol, invariavelmente de bola parada. Na Alemanha, soltaram foguetes quando apareceu o Ballack, jogador absolutamente comum, mas que tem uma habilidade quase inimaginável para os germânicos: sabe bater na bola com o lado do pé.
No Mundial Sub-20, uma semifinal contava com Brasil e Argentina; a outra, com Marrocos e Nigéria, nossos irmãos de hemisfério. Realizado na Holanda, suas fases decisivas não contavam com nenhum representante da Europa. Aliás, o que de melhor há nas seleções de lá são as denominações. La Furia para a Espanha, Squadra Azurra para a Itália. Quando o jogo começa, parece o futebol não evoluiu desde quando era disputado por quinhentas pessoas nas ruas da Inglaterra, fazendo de goleiras os portais de entrada e saída das pequenas cidades. Uma coisa é jogar firme, marcar, “aplicar-se taticamente”, outra bem diferente é tentar estuprar a bola e, em caso de resistência maior, enchê-la de porradas.
Só para esclarecer, o "futebol" do título não se refere de forma alguma àquilo que eles praticam em Portugal. (DC)
Com futebol convincente e uma goleada inquestionável, o Brasil derrotou a Argentina por 4 a 1 e conquistou a Copa das Confederações, em jogo disputado na tarde de hoje na cidade de Frankfurt. O Brasil já havia ganho o torneio em 1997.
Bem postado em campo, o Brasil tomou a iniciativa do jogo e cedo abriu o placar com um belo gol de Adriano (11). A reação argentina foi insuficiente e, através de toques rápidos de Cicinho e Robinho, Kaká marcou novamente (14). Depois disso o jogo caiu de qualidade e caminhou para o intervalo sem grandes emoções.
A aguardada resposta argentina não apareceu na segunda etapa e o Brasil marcou com Ronaldinho (3), em belo cruzamento de Cicinho. Deve-se mencionar aqui as boas atuações do lateral do São Paulo durante a Copa das Confederações, que sobrepujou em muito o futebol de Cafu, o maior enganador do futebol mundial, que joga como lateral e não acerta um cruzamento há doze anos. Entretanto, ninguém em sã consciência acredita que ele será tirado do time pelo Sr. Carlos Alberto, o técnico-pintor. Também de Cicinho foi a assistência para o último gol verde-amarelo, anotado de cabeça por Adriano (18).
O gol de Aimar (20) não mudou o panorama da partida e o Brasil continuou a controlar as ações. Na tentativa de impedir o selecionado pentacampeão de permanecer jogando bem, o Sr. Carlos Alberto sacou da equipe Kaká e colocou a arma secreta do Brasil, Renato, o “jogador sem sentido”.
Indiscutivelmente, o grande nome da seleção no torneio foi Adriano, que inclusive ganhou os troféus de artilheiro e melhor jogador concedidos pela FIFA, mas que não tem nenhuma chance de continuar no time porque não sabe fazer firulas, não namora gostosas, não é dentuço e, acima de tudo, não vende jogos para a Globo e não é uma boa jogada de marketing para a Nike.
Em partida disputada mais cedo, em Leipzig, a Alemanha venceu o México por 4 a 3 (3 a 3 no tempo normal, 1 a 0 na prorrogação) e conquistou o terceiro lugar. (DC)
Escalações:
Brasil: Dida, Cicinho (Maicon), Lúcio, Roque Júnior, Gilberto; Emerson, Zé Roberto, Kaká (Renato), Ronaldinho; Robinho (Juninho P.) e Adriano. Técnico: Carlos A. Parreira
Argentina: Lux, Placente, Coloccini, Heinze, Zanetti; Cambiasso (Aimar), Bernardi, Riquelme, Sorín; Delgado (Galletti) e Figueroa (Tevez). Técnico: José Pekerman
Local: Waldstadion, em Frankfurt (Alemanha)
Árbitro: Lubos Michel (Eslováquia)
Alemanha: Kahn, Hinkel, Huth, Schweinsteiger(Ernst), Mertesacker, Hanke, Deisler (Asamoah ), Ballack, Frings, Schneider, Podolski (Kuranyi). Técnico: Jurgen Klinsmann
México: Sanchez, Salcido, Osorio, Pineda, Pardo, Perez, Morales (Marquez Lugo), Zinha, Mendez (Medina), Fonseca (Rodriguez), Borgetti. Técnico: Ricardo La Volpe
Gols: 36min - 1° tempo Podolski (36), Schweinsteiger (41), Huth (78) e Ballack (97). Fonseca (39) e Borgetti (57 e 84).
Local: Zentralstadion, em Leipzig (ALE)
Árbitro: Matthew Brezze (AUS)
Todas as pessoas que estão acostumadas a assistir aos jogos da seleção brasileira sabem perfeitamente o que acontecerá. Os assanhados jogadores do Brasil partem para cima nos primeiros minutos, cheios de malandragem, perninha pra lá, fru-fru pra cá. Conforme a partida segue e o adversário se estrutura em campo, as chances vão desaparecendo, as jogadas não fluem mais. Se o outro time possui uma estrutura tática minimamente razoável, consegue amarrar os canarinhos. Qualquer pessoa sabe disso. Exceto o Casagrande, claro.
Contra o Japão foi exatamente isso que vimos. O time treinado pelo Zico (que nunca fez nada pelo Brasil, é bom que se diga) inicialmente tentou encarar o Brasil em condições de igualdade. Percebendo o equívoco e já perdendo de 1 a 0, fechou-se e tentou ficar com a bola o máximo possível, impondo a consagrada técnica nipônica CAN’T SEE MY EYES. Fez o gol de empate e retraiu-se, mas o jogo era esse mesmo. Atacou na hora mais indicada, foi melhor taticamente.
Parreira não dá mais uva
O que mais me impressiona em Carlos Alberto Parreira é a regularidade dos seus times. Nenhum técnico consegue implantar um estilo de jogo de forma tão irrevogável quanto ele, impedindo todos os atletas de dar um passo a mais em campo. Parreira consegue fazer Zé Roberto, Ronaldo, Adriano e Kaká jogarem como jogariam quaisquer outros quatro jogadores. Talvez apenas isso explique, por exemplo, sua queda afetiva por Renato, o pior jogador do futebol brasileiro em muitos anos, que desfila solenemente com a camisa da seleção.Todos lembram daquela seleção de 1994, que ganhou porque era um time ruim com um esquema rígido de jogo e um atacante fora de série.
Parreira dorme de pijama, faz só papai e mamãe, dobra suas cuecas e nunca toma mais do que duas latas de cerveja. E tudo isso transparece quando vemos os times montados por ele jogar. Sai um volante, entra outro. Pedir uma simples alteração de esquema durante a partida seria motivo para morrer queimado, caso Parreira fosse um inquisidor, ou internado se ele tivesse nascido psiquiatra.
Os amarelos deles são mais eficientes do que os nossos
É lamentável essa felicidade ingênua em torno do time verde-amarelo. Futebol é bonito quando resulta em gols e, conseqüentemente, em vitórias e títulos. Os mais afoitos dirão ‘mas a gente é penta’. Sim, a gente é penta. E seria octa se não fossem os técnicos assanhados que comandaram o time em muitas copas. Isso fica evidente se contarmos quantos títulos sul-americanos temos em comparação aos castelhanos.
Assistindo às transmissões pela TV fico constrangido pela imbecilidade infantil dos narradores e comentaristas. Tripudiam em cima de todas as jogadas dos jogadores ditos toscos. O Brasil não sabe se defender quando perde de 1 a 0, mas não importa que todas as jogadas de ataque tenham sido desperdiçadas por frescuras e pedaladas. Hoje quando o Nakamura acertou aquele balaço do meio-campo o problema foi dos volantes que não marcam. Alguém precisa dizer para esses senhores que nesse jogo chamado futebol é normal que os adversários façam gols. Nós apenas precisamos fazer mais do que eles.
(DC)
Na rodada desse fim de semana a Argentina venceu a Austrália por 3 a 2 e garantiu presença nas semifinais, restando apenas disputar a liderança do grupo A com a Alemanha. As duas seleções enfrentam-se em Nuremberg (sim, aquela cidade famosa pelo julgamento) na próxima terça-feira. O Brasil, como já está virando rotina, perdeu para o México, uma seleção que não é um primor de time, mas que, ao contrário da Grécia, tem boas noções defensivas e, principalmente, mostrou gana de vencer. O Brasil agora tem que empatar com o Japão na quarta-feira para garantir a vaga. Se perder, vai chupar bala.
Ainda no domingo, o Japão venceu a Grécia e continua brigando por uma vaga. Para tanto, basta vencer o Brasil na última rodada. Tunísia, Austrália e Grécia não têm mais chances. (DC)
Jogos da segunda rodada
18/06
Alemanha 3 x 0 Tunísia
Gols: Ballack (73), Schweinsteiger (79) e Hanke (88).
Argentina 4 x 2 Austrália
Gols: Arg - Figueroa (12, 52 e 88), Riquelme (31); Aust - Aloisi (60 e 68)
19/06
Japão 1 x 0 Grécia
Gol: Oguro (77)
Brasil 0 x 1 México
Gol: Borgetti (59)
Classificação
Grupo A
Equipe - Pontos
Alemanha - 6
Argentina - 6
Austrália - 0
Tunísia - 0
Grupo B
Equipe - Pontos
México - 6
Brasil - 3
Japão - 3
Grécia - 0
Próximas partidas
Grupo A
21/06 15h45 - Leipzig - Austrália x Tunísia
21/06 15h45 - Nuremberg - Argentina x Alemanha
Grupo B
22/06 - 15h45 - Frankfurt - Grécia x México
22/06 - 15h45 - Colônia - Japão x Brasil
Costumo defender uma posição que não agrada muitos entendedores de futebol e que diz o seguinte: é mais difícil ser campeão brasileiro do que ganhar a Libertadores da América. Achava isso quando a competição nacional ainda era disputada com quadrangulares e finais e agora, com pontos corridos, muito mais tenho essa convicção. Tecnicamente, é indiscutível que o Brasileirão é mais equilibrado. A cada temporada temos ao menos dez times que, se não se configuram como esquadrões da bola, têm condições de levantar o troféu. Sem contar aqueles chatos, como Juventude, Ponte Preta e Paraná, que não caem nunca e ainda fazem uns crimes que acabam com todos os meus jogos na loteria e avacalham as campanhas de possíveis candidatos ao título.
Na competição máxima da América do Sul, que agrega também seu filho exilado, o México, podemos escolher alguns candidatos, quase sempre os mesmos: dois brasileiros, dois argentinos, um mexicano, um colombiano e o azarão que chega. Ano passado a surpresa ergueu o caneco: Once Caldas campeón. Obviamente que a Líber tem um diferencial, representado por seu charme, pela mística dos confrontos que proporciona. A semifinal entre River e Boca, em 2004, foi um dos maiores jogos de futebol que assisti, com magnitude semelhante ao Gre-Nal do Século (1989) e à Brasil e Holanda (1994). No entanto, apenas duas ou três equipes que disputam o torneio teriam condições de terminar o campeonato brasileiro na ponta da tabela. Vejam bem, não discuto que a conquista da Libertadores é mais importante, mas é menos tortuosa que ganhar o Brasileiro
Nesse ano, seguindo a tradição das últimas edições, temos semifinalistas inesperados. O primeiro é o Chivas Guadalajara, que utiliza a tática CHAPOLIM de atacar. Procurem observar a quantidade de pessoas que comparecem ao estádio vestidas com a roupa do tradicional super-herói da marreta biônica. Acho que esse é o segredo da equipe. No primeiro jogo contra o Boca, deu um laço nos argentinos, algo realmente constrangedor. Na partida de volta, na Bombonera, levou o jogo como as condições exigiam até que a histeria tomou conta de todo o elenco castelhano e acabou naquela bestialidade que vocês devem ter visto. Mas o pior da confusão foi a injusta expulsão de Bautista, bom jogador mexicano que eu vou ser privado de assistir devido à incompetência da arbitragem.
O adversário do Chivas é o Atlético – PR, que provocou meu maior fiasco como palpiteiro. O problema foi que eu negligenciei um fator preponderante: o EFEITO GALLO. Como o Santos é apenas um time ruim que conta com quatro jogadores acima da média (Léo, Robinho, Deivid e Ricardinho) precisa de um treinador diferenciado para comandá-lo. Quando Leão saiu, deixou uma boa formação tática, uma dinâmica de jogo que resistiu até o trabalho do novo treinador começar a aparecer. Infelizmente para os torcedores da baixada, isso aconteceu justamente nas quartas-de-final da Libertadores. Junta-se a isso o fato de a CBF ter convocado Robinho e Léo e está feita a porcaria. Suspeita-se até que o Casagrande esteja fazendo mal ao Robinho. Não sei como, não perguntem, apenas ouvi falar. Parece que o Casagrande inclusive já comprou um apartamento com ofurô em Madrid.
Do outro lado, temos São Paulo e River. Um grande confronto que, sem dúvida, poderia ser a final da Libertadores. O River conquistou a vaga ao bater o Banfield por 3 a 2, numa grande partida disputada no Monumental de Nuñes. Nem River nem São Paulo são equipes maravilhosas, mas foram as mais equilibradas do torneio. Prevejo que o campeão sairá desse confronto, embora o Chivas tenha me causado ótima impressão. Mas tudo depende: se as pílulas de polegarina forem flagradas no exame antidoping teremos uma grande confusão nos tribunais.
(DC)
Não fosse a tirada de pé no segundo tempo e o quarteto fantástico teria entrado no placar do monumental de nuñes. O resultado enquanto houve jogo foi 3 a 0. É fato.
Depois, salvo um chute que Roberto Carlos acerta a cada vinda do cometa halley, o time da cbf foi pura pressão burra, sem qualidade, sem toque, num jogo já decidido. O lance de maior perigo foi um bate-rebate-enrola que sobrou para o "imperador" dar um bico na orelha da bola que, insatisfeita com os maus tratos, beijou a trave.
Mas bola embanjava um sorriso quando encontrava Riquelme, como na jogada do segundo gol castelhano: primeiro se acomodou no calcanhar do craque, foi até Lucho, devolvida a Riquelme, que a ajudou a fugir do grotesco roque jr e, tocada de três dedos, foi morrer na rede, escoltada por um dida atônito.
Três a zero e um baile incrível, oferecido por quem joga com a cabeça controlando os pés, e não o contrário. Riquelme, fantástico enquanto não sumiu do jogo. O melhor em campo? Sorin. Na defesa, um jogador de hóquei no gelo; no ataque, um jogador de bilhar, preciso. Ronaldinho que o diga. A propósito, faltou uma pitada de D'alessandro.
(EP)
Essa próxima rodada da Taça Libertadores promete. Claro que não pelo jogo do São Paulo, que tocou quatro no Tigres aqui no Brasil e praticamente garantiu sua participação nas semifinais. Todas as boas almas sabem que é tradição da equipe do Morumbi chegar nessa fase do torneio, assim como também é normal que se despeça da disputa por aí mesmo.
Confirmando sua passagem, o tricolor das elites pega River Plate ou Banfield e daí afrouxa as pernas. Ainda mais que provavelmente será o River e, vocês bem sabem, os brasileiros ficam paralisados quando adentram no campo do Monumental de Nuñes.
Na outra chave, teremos um jogo de provação, Boca Juniors contra os mexicanos do Chivas. Na primeira partida, realizada no México, os castelhanos tomaram um vareio como eu nunca vi igual. Foi quatro a zero, mas se fosse sete ou oito seria normal. O primeiro tempo havia sido normal, equilibrado, mas na etapa final o Boca sequer entrou na área do Chivas. Um troço realmente constrangedor. Agora será a hora de avaliar se, além de fazer tremer os adversários, a Bombonera também executa milagres.
O último semifinalista será decidido entre Atlético – PR e Santos. No primeiro jogo, realizado no semi-estádio paranaense, a equipe da casa venceu por três a dois, em um jogo deveras disputado. Foi uma grande vitória, já que o Atlético teve um zagueiro expulso. Grande vitória que não servirá para nada, pois todos sabem que o Santos vai ganhar, e fácil. Robinho vai desconjuntar uns dois ou três mangolões e será novamente aclamado jogador incomparável pela “imprensa alegre” do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Seguindo a lógica, teremos Chivas x Santos e São Paulo x River. Provavelmente, a final será entre Santos x River, com o Robinho recebendo a medalha do vice-campeonato. Rezo para todos os deuses para que não aconteça nenhuma bobagem que proporcione uma final entre brasileiros. Nesse caso, teríamos que presenciar Galvão Bueno e Casagrande tendo orgasmos múltiplos durante 180 minutos, ao vivo para todo o Brasil, para você, amigo da Rede Globo.
(DC)
É desolador analisar o ocorrido nas duas últimas partidas da Seleção Brasileira pelas eliminatórias. Robinho, um dos artífices do vergonhoso fracasso do pré-olímpico, agora é tido como o novo Garrincha pela imprensa em geral - personificada em Galvão Bueno e Casagrande. Mas enfim, nada pode ser mais fácil do que criticar esses dois.
Roberto Carlos, antes da partida:
"Sim, somos os melhores do mundo mesmo."
Roberto Carlos, depois da partida:
"O problema foram os três gols no primeiro tempo."
A crítica deve ser dirigida à seleção, que passou a acreditar nas bobagens proferidas por ambos em todas as transmissões, e repetidas diariamente em matérias do Globo Esporte. Mas o Globo Esporte não passa na Argentina.
Quando entenderemos que o futebol-arte acabou em 1970 e foi exumado, cuspido e chutado em 1982? O futebol-arte hoje em dia é o que a Argentina jogou contra o Brasil. Riquelme esbanjando talento sem dar nenhuma pedalada, Sorín chegando junto em todas as jogadas, Gonzales tirando a paciência dos bailarinos. Futebol-arte é o Brasil da Copa de 2002. É talento aliado à aplicação. Talento aliado ao salto-alto, calçado muitas vezes pelos brasileiros, dá no que deu.
O mais triste de tudo é a conclusão de que o Brasil melhorou com a entrada de Renato, o borboleta, e não com a saída de Robinho. O Brasil sequer melhorou. Fez um gol de falta, do meio do campo.
Ir para o monumental de Nuñez com o "quarteto fantástico" não é futebol-arte. É burrice.
(ASJ)