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Cavalo de Tróia

Alguém chegou a este blog através da busca "prédio árabe terá formato de iPod", no Google. Felizmente para o internauta, a dúvida está solucionada já na primeira ocorrência. No entanto, ele ainda acessou este blog, então quarta ocorrência. Não sei quais questões sobre o fato ele ainda poderia ter, mas suponho que não tenha encontrado nada útil por aqui.

Caso mais alguém caia na mesma armadilha, deixo bem clara minha opinião: sou contra tal prédio. Não entendo o porquê de sua construção, e acho a proposta da "inclinação de seis graus" bastante perigosa. E iPod, não sei... ando meio ressabiado com equipamentos elêtrônicos, sobretudo nesse período em que a placa-mãe, meu discman e até o toca-fitas do carro decidiram cometer suícidio - numa clara tentativa de impedir minha reaproximação com a melhor fase do Black Sabbath, que ostenta Tony Martin como vocalista.

Não há dúvidas de que a apreciação da música sofreu transformações com a popularização do formato mp3. Não posso generalizar, mas a partir do exemplo mais próximo que possuo - eu mesmo -, vejo vários gigas de músicas acumuladas, e discos inteiros que estão por aí há tempos sem uma audição sequer. Admito o problema, e assim não fico entupindo o HD com mais músicas.

Sobre a tal ilegalidade dos mp3: vejo certa hipocrisia quando uma empresa como a Sony é a gravadora dos artistas, mas produz gravadores de CD/DVD, além dos próprios discos graváveis e regraváveis.

A divulgação de um artista não é mais necessariamente atrelada ao formato álbum, 45 a 60 minutos de música, geralmente com alguma uniformidade temática. O "hit" fica ainda mais valorizado, e uma música pode ser lançada isoladamente pela internet. Assim, os winamps viram uma grande miscelânea de "one hit wonders", sortidos pelo shuffle de cada um, e executados em caixinhas de som de qualidade sofrível. Claro, isso extrapolando o cenário. Certamente já existem diversos artigos e estudos acerca do assunto.

Mas quanto à "apreciação" da música: o formato álbum é insuperável. Meu argumento é ouvir da primeira à última música discos como Ride the Lightning, Nevermind, Use your Illusion I, Vulgar Display of Power, Superunknown... (poderia ficar horas aqui). Nestes, existem diversos hits isolados, mas seu poder é muito maior quando escutados dentro do contexto do álbum. Nenhuma novidade.

É claro, nada impede o ouvinte de alinhar as músicas do disco no playlist, e escutá-las. Mas não sei, é difícil chegar ali pela faixa 6, geralmente a pior do disco, e não acionar o shuffle novamente.

Ainda sobre prédio de formato iPod: vejo alguma chance. Só há sentido se, ao lado, for construído um outro prédio em formato de mula do e-mule, no qual usuários ficam baixando músicas ilegalmente e enviando para o prédio vizinho através de uma placa de rede do tamanho de um carro.