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quo vadis?
[...] Ora, se a ciência proporciona cada vez menos alegria e, lançando suspeita sobre a metafísica, a religião e a arte consoladoras, subtrai cada vez mais alegria, então se empobrece a maior fonte de prazer, a que o homem deve quase toda a sua humanidade. [...] O curso posterior do desenvolvimento humano pode ser previsto quase com certeza: o interesse pela verdade vai acabar, à medida que garanta menos prazer; a ilusão, o erro, a fantasia conquistarão passo a passo, estando associados ao prazer, o território que antes ocupavam: a ruína das ciências, a recaída na barbárie, é a conseqüência seguinte; novamente a humanidade voltará a tecer sua tela, após havê-la desfeito durante a noite, como Penélope. Mas quem garante que ela sempre terá forças para isso?
— Friedrich Nietzsche, Humano, Demasiado Humano, página 173.
O velho bigodudo previu diversas conseqüências da cultura de massas ainda no século XIX. O que são a nova era, os livros de auto-ajuda e os fundamentalismos religiosos, senão uma reação à total transparência e conseqüente desencanto da vida devido à ciência? Muito embora a ciência ainda esteja no auge como instrumento para explicar o mundo, o movimento contrário, para o bem e para o mal, já começa. O obscurantismo certamente já tomou conta da maioria das discussões em torno de questões como transgêncios, meio ambiente, aborto, energia nuclear — enfim, do uso das descobertas mais sensíveis da ciência. Tanto entre os grupos pessimistas, quanto entre os grupos otimistas.
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