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e agora, josé?
É hora de ressucitar o adjetivo "inacreditável". Não há outra maneira de se referir aos recentes desdobramentos da crise no governo. Genoino deixa a presidência do PT depois de um assessor de seu irmão ser preso com R$ 440 mil — sendo que R$ 100 mil estavam na cueca. O sujeito disse que angariou a quantia vendendo verduras. E aí descobre-se que ser verdureiro paga tão bem quanto trabalhar como jornalista free-lancer para Marcos Valério.
A coisa toda está adquirindo tons surrealistas.
Por incrível que pareça, entretanto, o caso mostra um bom aspecto da democracia brasileira. Ninguém mais consegue chegar ao poder e manter na surdina seus esquemas de corrupção. Ao mesmo tempo, abre os olhos do povo para o fato de que nenhum, mas nenhum político mesmo, tem a ficha completamente limpa. O Brasil será forçado a discutir profundamente seu sistema de governo após o choque de ver um partido que foi considerado referência de moralidade imerso em falcatruas ainda piores do que as que derrubaram Collor.
A profundidade da discussão e seus possíveis resultados são outros quinhentos. É o momento de os cidadãos mostrarem que existem.
O maior problema é o fato de poder e corrupão sempre andarem juntos. Se formos parar para ver, poder é algo que só interessa a gente com sérios problemas de socialização. Gente de bem raramente quer dedicar a vida à obtenção e manutenção de poder. E isso desde a Grécia, como sugere o apelo de Platão para que os filósofos se tornem reis. Só que os filósofos preferem fazer alguma outra coisa.
A partir desta constatação, resta aderir ao anarquismo, que embora pareça muito mais razoável, não é muito aplicável, ou então agüentar crises como esta e manter eterna vigilância.
b a l a
kuro5hin
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