Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


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tenham a chamada hombridade, por deus!

Poucas coisas enchem mais o chamado saco ao se ler um chamado jornal do que a chamada mania dos chamados repórteres paulistas e cariocas em imiscuir o adjetivo "chamado" antes do chamado nome de qualquer chamada coisa — e às vezes dos chamados substantivos comuns e até mesmo dos chamados verbos. Não estivesse bastando eles estarem escrevendo com malditos gerúndios o tempo inteiro, agora estamos, estivemos e estaremos agüentando isso.

Como o gerundismo já foi devidamente execrado em megabytes e megabytes de texto, basta aqui apontar que a mania do chamado denota a ignorância e a covardia dos jornalistas. Ignorância, porque a maioria provavelmente nem se dá conta de que o adjetivo "chamado" indica dúvida a respeito da qualidade ou categoria da coisa, bem como muitas vezes nem devem saber o nome certo da coisa. Covardia, porque quando sabem o que estão fazendo, os redatores tentam mostrar ao leitor a chamada "imparcialidade". Em outras palavras, têm medo de dar nomes aos bois e botar os pingos nos is. De assumir suas posições. De tomar o risco de errar.

Difícil decidir o que é pior num jornalista, burrice ou covardia.

24 de agosto de 2005, 20:52 | Comentários (13)



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