Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


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mais um voto pelo não no referendo

Guilherme Fiúza também é contra a proibição do comércio de armas no Brasil. Levanta uma questão interessante a respeito:

A desonestidade da campanha do plebiscito é fazer crer que o voto "não" é necessariamente contra o desarmamento, ou a favor do "direito de cada um defender-se como quiser" etc. A pergunta é: o que acontecerá com a vida brasileira depois de proibida a venda de armas? De saída, uma rápida observação: é permitida a venda de fuzis americanos AR-15 à população civil brasileira? Evidentemente que não. Por que, então, o Rio de Janeiro está coalhado de fuzis AR-15, nas mãos de qualquer um que puder pagar por eles? Porque essas armas existem, foram inventadas um dia pela mente humana, são fabricadas regularmente e os fabricantes fecham os olhos, fazem o sinal da cruz, pedem desculpas a Papai do Céu e entregam-nas aos contrabandistas.

É bom sempre explicar que não é preciso gostar de armas, ou achá-las úteis, para votar "não". Uma coisa nada tem a ver com a outra, porque elas continuarão a ser usadas no Brasil; não será como na Inglaterra, onde nem a polícia anda armada. O sim no referendo vai apenas criar um novo tipo de tráfico no país. Se a polícia não consegue combater a venda ilegal de drogas, por que achar que vai combater a venda ilegal de armas?

Quem não acredita que a proibição do comércio só vai piorar as coisas, pode dar uma olhada neste FAQ sobre o estatuto. Chama a atenção que somente a "população comum" será proibida de adquirir armas e munição. Agentes de segurança privada terão acesso a elas, bem como policiais.

Ora, já se cansou de ver tanto policiais quanto agentes de segurança privada envolvidos em crimes. As empresas de segurança não são fiscalizadas decentemente pela Polícia Federal e não vai levar dois meses para que comecem a fazer chicanas e vender suas armas a quem quiser pagar o preço.

Os artigos já aprovados do estatuto dão mais poderes ao Estado para prender e processar infratores. O porte de armas já é proibido e virou crime inafiançável. Ter arma sem registro em casa já é proibido. Comprar uma pistola ou revólver já está mais difícil. Agora, basta fiscalizar direito.

29 de setembro de 2005, 13:07 | Comentários (34)



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mãos de cavalo,
por daniel galera

 

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