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está no sangue
Nos jornais, uma discussao totalmente sem sentido para gente criada em um país de imigrantes como o Brasil: o governo alemao está preocupado com o possível fim do povo alemao. A taxa de natalidade anual é baixa demais para repor a populacao. Assim, a chanceler Angela Merkel suplica aos casais que tenham mais filhos, porque de outro modo o estado de bem-estar social terá sérios problemas para se manter nas próximas geracoes.
Tudo bem, tudo muito sensato, até que lá pelo meio da matéria voce descobre o que os políticos consideram alemaes: os filhos de pais alemaes. Ao contrário do Brasil, onde vale o princípio territorial, aqui vale o princípio sangüíneo [Blutprinzip] para definir a nacionalidade de alguém. E é assim que por exemplo os turcos, mesmo a família estando há décadas na Alemanha, sao considerados apenas "trabalhadores convidados", mas nao cidadaos alemaes. Só que os únicos que tem filhos por aqui sao os turcos e outros imigrantes, o que, aos olhos do governo, nao conta como aumento do "povo alemao".
E ainda reclamam que os imigrantes, sobretudo os muculmanos, nao se integram à sociedade alema.
POST SCRIPTUM: Toda a pregacao anti-imigracao nao passa de hipocrisia: os políticos conservadores sabem muito bem quem é que limpa os banheiros de seus hotéis e prepara sua comida. Ainda que se conseguisse arranjar alemaes suficientes e com vontade de fazer isso, o fato de terem de pagar os direitos trabalhistas deixaria tudo ainda mais caro por aqui.
Evidentemente, o governo alemao cobra direitinho todos os impostos dos "trabalhadores convidados", exceto que eles nao tem o direito de votar, já que nao tem cidadania. Mas até aí, qualquer alemao que tenha passado algum tempo fora só pode votar se voltar com tres meses de antecedencia. A idéia é que a pessoa tenha tempo de se atualizar com o noticiário. Nisso até sao coerentes.
b a l a
kuro5hin
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