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às vezes cabe elogiar
A Zero Hora até que está fazendo um bom trabalho na cobertura do março vermelho. Só seria legal se fizessem o mesmo esforço de reportagem para explicar ao cidadão se, afinal, as terras invadidas em Coqueiros do Sul são produtivas, ou não, caso em que a invasão teria ao menos um bom motivo.
Ao contrário, por sinal, da destruição das instalações da Aracruz por mulheres da Via Campesina. Essa foi definitivamente um tiro no pé. Talvez a partir deste evento a maneira como as pessoas enxergam os movimentos de sem-terra no Brasil sofra uma inflexão no sentido negativo. Até agora, ainda havia quem simpatizasse com o movimento, ou ao menos reconhecesse algum fundo moral nas ações, devido ao centenário problema de exclusão social no Brasil. Após ver a pesquisadora responsável pelo laboratório depredado chorar em frente as câmeras após perder o trabalho de 20 anos, porém, é impossível manter qualquer traço de simpatia pelo MST, Via Campesina, ou qualquer coisa do gênero.
Foi um tiro no pé a ação, porque finalmente há um mártir para o lado dos produtores rurais e empresários. Os movimentos de camponeses sempre tiveram heróis mortos em batalha para exibir à mídia e ao menos quebrar um pouco da má-vontade da população, notoriamente sensível ao mais fraco no Brasil. Agora, há uma cientista, pessoa produtiva da sociedade, com a vida destruída. E como Billy Wilder ensinou em A montanha dos sete abutres, mil chineses mortos valem menos que um rosto reconhecível preso em uma caverna.
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