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tempos difíceis
Anda difícil manter o otimismo com toda a idiotice que corre solta pelo mundo. Harold Bloom que o diga, em entrevista ao Polzonoff:
PPJ: O senhor faz declarações muito interessantes sobre as distinções entre Javé, Jesus e Jesus Cristo, que seria um outro personagem. Fico aqui me perguntando: o leitor comum é capaz de compreender seus argumentos? Será que este tipo de leitor, que cresceu lendo autores vulgares, está capacitado para discutir suas idéias?
HB: Realmente, as pessoas não estão preparadas. Elas não querem… É complicado, porque é um livro que exige educação. Não quero impor nada. É um livro de idéias. Não sei como anda a educação no Brasil, mas tenho a impressão de que a educação no mundo como um todo tem piorado. Vivemos na Era da Informação, pessoas conseguem informação que querem a todo o momento, vivem na frente do computador. Mas não tenho certeza se isso se traduz em educação. Se elas estão abertas a discutir idéias, se conseguem compreender. Vivemos tempos estranhos…PPJ: Há quem diga (eu digo), que vivemos uma segunda Idade das Trevas. Vivemos tempos obscurantistas...
HB: Acho que é uma boa definição. Vivemos, sim, numa Idade das Trevas. Obscurantistas, sem dúvida.
Bloom também diz na entrevista que Harry Potter e qualquer outra literatura do gênero, ao contrário do que se diz, não é a porta de entrada para a boa literatura. É a porta de entrada para Stephen King.
Faz sentido. Os livros do aprendiz de feiticeiro certamente não são literatura com L maiúsculo. São entretenimento. Bom entretenimento, mas tão somente. É provável que apenas mantenham as crianças acostumadas a se anestesiar, como faz a televisão. Por outro lado, comecei a vida de leitor com diversas porcarias e acabei chegando a bons livros, de algum modo. O livro que realmente me fez gostar de ler foi Vinte mil léguas submarinas, de Júlio Verne, que embora seja muito divertido, é literariamente pobre.
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