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seleção ainda está no alto dos saltos
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seleção ainda está no alto dos saltos
O recordista Cafu é mesmo incorrigível. A única coisa que aprendeu com o fiasco na Copa é que "nem sempre o melhor vence". Errado. Se venceu, é o melhor. Cafu também acha que ter levantado a Copa em 2002 e 1994 é salvo-conduto para jogar mal e deixar a raça em casa: "Acho que a minha geração tem uma imagem vencedora. Vocês têm que analisar pelo lado positivo também. Vocês não podem apagar a história por causa de uma derrota." Roberto Carlos também acha, além de dar uma de Galvão e dizer que os espectadores não viram o que viram: a ajeitada de meia que deixou Henry livre para o gol. Como queríamos demonstrar, a Seleção precisa é de jovens com algo a conquistar. Diga-se em favor de Cafu, no entanto, que ele ao menos teve a hombridade de enfrentar a torcida e não fugiu pela porta dos fundos.
Se continuarem achando que foi uma injustiça a eliminação nas quartas de final, a torcida brasileira pode esquecer a Copa do Mundo de 2010.
Caberia também avaliar o papel da imprensa na tragédia. Imprensa aqui significa Globo, claro, já que, como a Soninha notou, os jornalistas da emissora recebem mil regalias, mas depois ficam na difícil posição de ser cobrados pela CBF em caso de críticas um pouco mais contundentes. A Globo encheu a bola de Parreira e seus comandados até que estes passassem a acreditar no Galvão Bueno e pensar que ninguém podia superar o Brasil. Depois do fiasco, a Globo critica a "soberba" e "arrogância" que ajudou a construir. Além disso, em vez de inventar patuscadas imbecis como a leitura labial, os jornalistas poderiam fazer perguntas mais difíceis nas coletivas. Ninguém pôs o Parreira contra a parede na entrevista após a eliminação. Ninguém perguntou algo assim: "Como você ficou sentado quieto no banco enquanto o time arriava os calções para o Zidane? Onde ficou a raça dos jogadores? Eles não têm vergonha?". Em vez de fazerem boas perguntas na hora adequada, preferem ler os lábios do treinador. Patético.
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