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cada eleição tem os fatos que merece
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cada eleição tem os fatos que merece
É impossível ficar entediado nesta vida, entre outras coisas, porque o mundo vive ironizando a si mesmo. Em 1993, Lula comandava a Caravana da Cidadania, visitando os cafundós mais perdidos do Brasil para conhecer a realidade das pessoas. Em uma chicana da direita, imagens externas foram proibidas no horário eleitoral gratuito, e por isso o candidato então de esquerda ficou sem seu melhor material.
2006. A mesma Globo, no mesmo Jornal Nacional que detonou as chances de Lula com uma matéria distorcida sobre o debate final em 1989, faz a sua própria Caravana pelo Brasil. O objetivo é mostrar os anseios dos brasileiros em todos os cantos. Comanda a empreitada o mestre de cerimônias, poeta esportivo e jornalista áulico Pedro Bial. O primeiro texto dele dá o tom do que está por vir:
Alô, alô, segura aí as últimas, ou melhor, as primeiras da “Caravana Rolidei”! Eu sei que certo povo de língua grande, excitável como só, prefere chamar nossa expedição de “Priscilão”, tudo certo, cada um dá o que quer, inclusive o apelido que bem lhe apraz. Prefiro citar o belo filme de meu sogro Cacá Diegues, “Bye Bye Brasil”, pois naquela história de ficção o Brasil se reconheceu – ou melhor não se reconheceu, e se surpreendeu...
Sim, continuaremos suportando poeminhas como aquelas narrações em câmera lenta da Copa. Interessante que não há em lugar algum menção à Caravana da Esperança. Talvez a Globo não queira deixar tão patente a reapropriação marqueteira da idéia. Reapropriação que não é condenável em si. As reportagens inclusive são muito boas, quando o Bial fica de boca fechada. Só é triste ver que a esperança de um país melhor pela via política se tornou um carnaval midiático inócuo, em que as celebridades televisivas substituem os representantes do povo.
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