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a marcela vai dizer que odeio ricos, mas...
A Folha de São Paulo deu uma página inteira neste domingo para Eliana "Daslu" Tranchesi ficar se fazendo de vítima. Gilberto Dimenstein se prestou ao papel de ouvir uma suspeita de sonegação — ou seja, roubo — dizer que as acusações acabaram com sua vida e lhe causaram um câncer de pulmão.
Quando a Polícia Federal prende camelôs por acusações que podem ser reduzidas a sonegação, a mesma Folha não dá uma página inteira para eles se explicarem. Ninguém se preocupa se os pais deles morreram de desgosto, nem com o que seus filhos pensam ao ver os pais na cadeia, nem os permitem dizer que estão "deixando abruptamente o Beto Carrero World" que era a vida deles até então.
OK, OK. Concedo que Eliana Tranchesi é muito mais noticiável do que um pé-rapado qualquer. Certamente o público se interessa em ver uma rainha decaída se fazer de vítima em um relato de cortar o coração. A Folha é um empreendimento comercial e precisa de audiência, tudo bem. Que se dê aos abutres a carniça, então. Que se pergunte a alguém doente como encara o medo da morte, assim como se pergunta a um sujeito como se sente após perder a família, a casa e até o cachorro num incêndio.
A única desculpa para a Folha nesse caso é que a matéria seja algum tipo de piada. Uma forma de ironizar Eliana Tranchesi. Mas provavelmente não é. Tranchesi e Otávio Frias Filho devem freqüentar os mesmos restaurantes e clubes. Aliás, OFF talvez até seja cliente da Daslu. Deve ser uma suposição paranóica. Porém, como se sabe, não basta que a mulher de César seja honesta. Ela tem de parecer honesta também.
Lá pelas tantas, ela diz que "até então, eu imaginava a vida como uma grande brincadeira". Só se for polícia e ladrão.
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