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O processo é esquizofrênico e hipócrita, bom ressaltar. Provavelmente nenhum brasileiro está mais previamente disposto a corromper o policial da esquina do que o carioca. Mas o tipo de moralidade que cobra – com toda sinceridade – dos políticos, não vale para si. Ele pensa que o sistema é corrupto e que ele, cidadão, só está jogando o jogo que lhe foi imposto. Sujeito complicado este carioca da Zona Sul e Grande Tijuca. Mas ele vota em Fernando Gabeira e em Cesar Maia ao mesmo tempo sem perceber a contradição.
A coluna de hoje do Pedro Doria sintetiza o traço mais irritante do brasileiro: seguir, agora e sempre, a Lei de Gérson. Brasileiro acha que a culpa é sempre dos outros: do governo corrupto, dos pobres que são vagabundos e preferem roubar a trabalhar, dos portugueses que nos colonizaram. A culpa nunca é dos próprios crimezinhos que comete todos os dias, no varejo. Sonega um impostinho aqui — "porque vão roubar mesmo, né?" —, suborna um guardinha ali — "ah, pára, eles não estão preocupados com a lei, querem é fazer caixa às custas do motorista" —, joga um papelzinho na rua lá — "pô, todo mundo joga!".
O projeto político mais importante para o Brasil ainda é mudar a mentalidade do povo. Deixar de ser o país do "não dá nada", como diz a Tainá.
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