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Quer entender todo aquele papo de Theodor Adorno sobre a indústria cultural? Então assista Central do Brasil e depois compare com Cinema, aspirinas e urubus. São dois filmes de indiscutível qualidade técnica e narrativa. Ambos tratam do povo brasileiro sem cair em sociologismo panfletário. Mas um deles é um produto pensado para agradar às massas, enquanto o outro evita edulcorar o retrato do país.
É empolgante ver um filme como Cinema, aspirinas e urubus. Não fica devendo nada à melhor produção da Argentina, Irã ou Europa. Os atores nem parecem estar apenas encarnando personagens, a história é bem construída e interessante, o ritmo é adequado. A fotografia transmite a opressão luminosa que é o sol de um lugar semi-árido como o Sertão. Não há mocinhos nem bandidos. O brasileiro é mostrado com suas qualidades e problemas — nosso mercenarismo, feiúra e ignorância.
Bem o contrário de Central do Brasil, que tenta mostrar como, no fundo, apesar do ar malandro, somos um povo cordial. Basta ver a diferença nas cores do Sertão entre os dois filmes para perceber a diferença na proposta. No sentido de mostrar o povo brasileiro como ele é, aliás, até Dois filhos de Francisco, com seus caipiras ignorantes e meio salafrários, se sai melhor que o filme de Walter Salles.
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