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faroeste gaudério
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faroeste gaudério
Alguns dizem que Porto Alegre fica à mercê dos criminosos em janeiro, quando toda a Brigada Militar é deslocada para fazer a segurança dos veranistas no litoral norte. Bobagem. Porto Alegre está à mercê dos criminosos o ano inteiro.
Morei 20 anos em uma rua do bairro Auxiliadora. Nos três ou quatro últimos desses anos, deixamos um carro estacionado todas as noites em frente ao prédio. Nunca nem soou o alarme. De um ano para cá, porém, pelo menos três pessoas relacionadas comigo tiveram carros furtados ou roubados à mão armada, com direito a um seqüestro-relâmpago. Isso sem falar em todos os vizinhos que tiveram problemas dos quais ficamos sabendo. O último caso foi na segunda-feira, quando ladrões arrombaram o carro do meu sogro para levar o estepe. Brabo é que os malandros cortam o cabo da bateria e ainda deixam o cidadão a pé.
Que fazer? Não vale a pena entrar em uma lengalenga sobre a falta de investimento do governo em segurança pública, mas uma coisa é óbvia: alguém compra esses estepes, rádios e carros roubados. Como não existe oferta sem demanda, a solução é evidente, embora talvez não seja simples. É preciso punir severamente os receptadores de objetos roubados.
Não apenas isso. Muitas vezes, nós mesmos fingimos não saber que o pneu baratinho -- e sem nota fiscal, claro -- que compramos provavelmente foi roubado, assim como os vales-transporte oferecidos a preço menor que a passagem de ônibus no centro da cidade. Os cidadãos costumam reclamar que não sabem como fazer a sua parte, mas há uma ação preventiva acessível a todos, que é não colaborar com o crime. Isso inclui desde desconfiar de negócios bons demais até exigir sempre nota fiscal. E, claro, evitar o consumo de produtos contrabandeados, drogas, sonegação de impostos, dirigir alcoolizado, todas essas infrações que as pessoas "de bem" julgam irrelevantes, mas que incentivam o clima de anarquia.
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