três filmes
The Brown Bunny causou celeuma nas salas de projeção em Cannes. Dizem ter sido por conta do boquete que Chloë Sevigny faz no diretor/ator/produtor/editor/.../office-boy Vincent Gallo. O cineasta foi acusado pela crítica de fazer o filme apenas para mostrar o documentário em público. No entanto, parece mais provável que o verdadeiro motivo do ódio tenha sido a chatice extrema durante a hora e meia de projeção. Três quartos são dedicados basicamente a planos-seqüência de estradas norte-americanas. O boquete inicia um pouco de ação, que explica o resto da história. Detalhe interessante: embora Gallo odeie o diretor Larry Clark, porque Sevigny o namorou antes dele mesmo, há uma cena que lembra muito Kids. Não é um filme ruim. O argumento é até bom e o final faz o resto parecer necessário. Mas é chato que dói.
Contra a Parede é uma produção turco-alemã dirigida por Faith Akin. A ex-atriz pornô Sibel Kekilli vive Sibel Güner, uma jovem criada em Hamburgo por pais imigrantes turcos. Ela quer ir a festas, tomar drogas e dar para todo mundo, algo que não combina muito com o islamismo. Encontra um outro fracassado em uma clínica para doentes mentais e propõe um casamento de fachada para se livrar dos pais. Acaba fodendo com a vida de todo mundo. É um filme competente, nada moralista e tem aquele tipo de final interessante em que os personagens aprendem algo sobre a vida — e de quebra o espectador. Algumas cenas são memoráveis, como Sibel quebrando uma garrafa em um bar para cortar os pulsos. Tem um certo ranço de exaltação das raízes, no entanto, já que os personagens acabam resolvendo seus conflitos quando partem para Istambul. Evidencia bem a força que o cinema alemão nos últimos cinco anos. Até então, os últimos filmes relevantes do país eram dos anos 30.
A Queda é outro excelente filme alemão em cartaz. Causou polêmica no mundo inteiro por mostrar o "lado humano" de Adolf Hitler. Wim Wenders — que há anos não faz nada assistível — disse que "é impossível ouvir Mozart no almoço e matar gente na câmara de gás no jantar", ou algo assim. O rabino Henry Sobel diz que Hitler não tinha uma face humana. O outro lado argumenta que a qualidade do filme é essa mesmo: mostrar que Hitler era tão humano quanto qualquer um de nós — embora meio louco. É bem mais difícil conviver com o segundo ponto de vista. Bruno Ganz faz o espectador ter a impressão de estar vendo o próprio ex-Führer na tela. A atuação é tão boa que fica indissociável da imagem do ditador na mente de quem assistiu. Mas como não podem faltar demônios neste tipo de filme, toda carga de maldade inumana dedicada a Hitler por outros diretores é despejada em Goebbels. É o único personagem plano do filme. Magda Goebbels, porém, é interpretada de maneira excelente por Corinna Harfouch, e suas ações não parecem tão gratuitas quanto as do Propagandaminister. As cenas de batalha surpreendem pela qualidade, inesperada em um filme europeu. Parece até Hollywood.
30 de maio de 2005, 23:54 | Comentários (16)
cruz e arco-írisQuando a Parada Gay e a Marcha para Jesus, na mesmíssima Avenida Paulista, com dois dias de intervalo entre uma e outra, reúnem os mesmos dois milhões de pessoas, significa o quê?
29 de maio de 2005, 19:31 | Comentários (8)
chief executive officer29 de maio de 2005, 18:12 | Comentários (11)
o jornalismo tá cocôO terapeuta explica que essa atitude feminina não é 100% inconsciente: as mulheres aprendem, desde pequenas, que seus bumbuns podem ser objetos de desejo e sedução. Para que se livrem dessas amarras, aconselha que comecem se libertando desse pensamento embutido do desejo masculino. “As mulheres precisam ter ciência de que podem deixar de ser objeto para se tornarem sujeito do desejo e, assim, tratar suas bundas como um instrumento para que defequem como, quando e onde quiserem.” Ele também sugere pequenos processos de libertação. Freqüentar qualquer banheiro é o começo. Passar a fazer cocô em viagens com o namorado, um passo adiante. E verbalizar a coisa, um grande progresso. “Dizer ao parceiro que você está indo fazer cocô e tratar isso com naturalidade é extremamente libertador.”
O adjetivo "inacreditável" corre o risco de ficar banalizado se as revistas não pararem de publicar matérias como esta na TPM, sobre a constipação feminina. A gastroenterologista Maria Rita Salum resume o argumento dizendo que "ainda não existe igualdade entre os sexos quando o assunto é cocô". As feministas definitivamente não têm mais o que fazer. Talvez devessem considerar aprender a cozinhar para passar o tempo.
A reportagem traz ainda a informação de que 42 milhões de mulheres, só no Brasil, sofrem de prisão de ventre. Isto significa metade da população feminina do país - e a matéria conta só as que registram queixa. Das duas uma. Ou o número está superdimensionado, ou de fato existem reclamações de todo este contingente de mulheres, o que provaria que elas são mesmo um bando de frescas. Francamente, nenhuma doença atinge um quarto da população de um país sem virar ao menos assunto de campanha de saúde pública.
25 de maio de 2005, 20:45 | Comentários (23)
livro se conhece pelo releaseO comunicado à imprensa indica que o livro escrito pelo pai de Gisele Bündchen tem todos os ingredientes para ser de uma ruindade incomensurável: foi produzido por um agregado de pessoa famosa, tem cunho moralista, um ghost writer e se aproveita da fama alcançada por um certo gênero de história por causa de outro livro.
Talento literário na família
Pai de Gisele Bündchen lança amanhã (25/05) o livro
O Enigma da mudança na Livraria Siciliano, em Caxias do Sul
Valdir Bundchen, pai da modelo gaúcha, autografa amanhã, 25/05 (quarta-feira), às 19 horas, o livro O Enigma da mudança (Editora Age) que propõe o rompimento de paradigmas e incentiva o leitor transcender seus próprios limites. O lançamento será às 19 horas, na Livraria Siciliano do Shopping Iguatemi Caxias do Sul-RS (Rod. RST 453, km 3,5 – nº 2780 – Loja 176).
O Enigma da mudança conta a história do sociólogo Oliver Maniel, que, ao participar do leilão de um pergaminho antigo - supostamente de autoria de Giordano Bruno, filósofo morto pela Inquisição - acaba por entrar numa aventura que o leva a viver uma experiência única. Maniel descobre como cada um pode superar barreiras e transcender limites.
O romance escrito por Bündchen e Jacob Petry quebra inúmeros paradigmas. Sempre nos foi ensinado que o princípio da sabedoria está no saber ouvir, mas não para os autores dessa obra. Para eles, todo o crescimento pessoal tem início na ação de falar, e a técnica usada para tal é o uso do diálogo na busca da razão crítica.
24 de maio de 2005, 18:52 | Comentários (5)
composição filosófica do signatárioYou scored as Postmodernist. Postmodernism is the belief in complete open interpretation. You see the universe as a collection of information with varying ways of putting it together. There is no absolute truth for you; even the most hardened facts are open to interpretation. Meaning relies on context and even the language you use to describe things should be subject to analysis.
Postmodernist | 94% | ||
Existentialist | 75% | ||
Cultural Creative | 75% | ||
Materialist | 56% | ||
Modernist | 38% | ||
Fundamentalist | 31% | ||
Romanticist | 25% | ||
Idealist | 25% |
23 de maio de 2005, 23:20 | Comentários (13)
replicantesO Jornal Nacional mostra cenas de uma criança de cinco anos sendo presa por "mau comportamento" nos Estados Unidos. Pelo menos dois policiais algemam a menininha de cinco anos, que estava pulando por toda a sala da diretora e ignorando os apelos para que parasse.
Não se trata apenas de dureza emocional ou simples imbecilidade de norte-americanos. Quando crianças são presas por, bem, serem crianças, trata-se de algo ainda mais profundo. É a tentativa de extirpar qualquer possibilidade de desvio e erro. A busca de uma sociedade uniforme e previsível.
Pode parecer bom a muita gente, mas cabe lembrar que toda criatividade nasce do erro e do desvio. Ou seja, toda humanidade nasce do erro e do desvio. No limite, querem retirar toda humanidade do convívio social. Para ocupar seu lugar, hoje em dia, só existe um imaginário: o da tecnologia. Os norte-americanos querem transformar a eles mesmos em autômatos.
20 de maio de 2005, 10:30 | Comentários (44)
a pantera das coroasTodo mundo que me chupa
Se sente lá no céu
Me colocam na boca
Me chupam e me mordem
Meu doce é uma delícia
E meu suco é tão forte
19 de maio de 2005, 9:42 | Comentários (16)
electrobobo meets electro jet setServiço de utilidade pública para a rapeize de São Paulo:
Novo show d'Os Princesa
* coroação da nova princesa DJ MULHER *
19 de maio - quinta
Milo Garage
Rua Minas Gerais, 203
Você tá pobre? Metrô Consolação, benhê.
Discotecagem: Marcelo Negromonte e Centro Cultural Batidão
R$ 5,00 de entrada
19 de maio de 2005, 0:08 | Comentários (0)
chove chuva sem pararO sujeito que inventou os guarda-chuvas gigantes deveria ter um deles enfiado no cu, aberto e girado três vezes lá dentro. São um sintoma do individualismo e falta de cidadania, ao menos em Porto Alegre. Já é duro se amontoar no centro em um dia de sol; é ainda pior sob um temporal, com boçais ocupando o lugar de três pessoas com seus malditos guarda-chuvas. Morram todos.
18 de maio de 2005, 19:42 | Comentários (17)
aldous huxley falou, aldous huxley avisouOs juízes do Tribunal Superior do Trabalho só podem estar brincando ao decidir que as empresas podem vigiar o correio eletrônico corporativo do funcionário. Este tipo de verificação por parte das organizações é o mesmo que gravar conversas dos funcionários junto à máquina de café ou testar o sangue dos empregados em busca de traços de drogas.
O argumento de que o correio eletrônico corporativo é uma ferramenta de trabalho e não pode ser usado para fins pessoais é na verdade razoável à primeira vista. O problema é que email e instant messengers não são ferramentas como as outras.
Estas tecnologias favorecem a socialidade, ao mesmo tempo em que permitem maior rapidez na comunicação. É do caráter destes instrumentos o incentivo ao reforço dos laços comunitários. Eles fascinam, e a tentação de utilizar IMs e email para a convivência com os colegas é quase irresistível. Bem ao contrário de uma picareta, por exemplo, cujo uso para a interação humana redundaria provavelmente em assassinato.
Além do mais, nenhum funcionário tem a opção de se negar a utilizar o correio eletrônico corporativo por causa da vigilância. Convenhamos, ninguém, mas ninguém mesmo escaparia ileso se seus chefes resolvessem ler toda a troca de mensagens. É da natureza dos funcionários reclamarem entre si sobre os superiores, ou sobre a política da empresa. Este é um cimento corporativo tão ou mais importante do que as palestras motivacionais de relações-públicas bem intencionadas.
Deste modo, a decisão da Justiça poderia ser usada para demitir por justa causa qualquer funcionário que esteja na mira da chefia. Basta verificar seu correio eletrônico e logs do instant messenger e algo vai surgir. Qualquer frase mal construída que possa ser usada como prova de conspiração ou insulto.
Notem este trecho da matéria em especial:
O ministro Dalazen registrou o voto revisor do juiz Douglas Alencar Rodrigues, do Tribunal Regional, no qual ele observa que "os postulados da lealdade e da boa-fé, informativos da teoria geral dos contratos, inibiriam qualquer raciocínio favorável à utilização dos equipamentos do empregador para fins moralmente censuráveis", ainda que no contrato de trabalho houvesse omissão sobre restrições ao uso do e-mail.
O "moralmente censuráveis" evidencia a essência do recente movimento de vigilância de cidadãos e integrantes de instituições no mundo inteiro. O pensamento tecnológico que domina ao menos as sociedades ocidentais implica a extirpação de todo erro, de todo desvio, de toda "despesa improdutiva", pois são antitecnológicos e, assim, imorais. Talvez uma nova leitura de Admirável Mundo Novo seja útil por essas épocas.
16 de maio de 2005, 21:04 | Comentários (29)
reservoir blogsFoto por Sabrina Fonseca.
15 de maio de 2005, 12:31 | Comentários (19)
vai rolar orgiaComo o proprietário desta bagaça já anunciou, no sábado, dia 21 de maio, os caros leitores poderão comparecer à festa do insanus.org e colaborar na manutenção deste site no ar — ou na WWW deveríamos dizer éter?
12 de maio de 2005, 19:00 | Comentários (8)
a cada minuto nasce um otárioRonaldo. Esse nasceu para levar golpe do baú. Coincidentemente, isso acontece logo após Ciccarelli perder o bebê que garantiria uma gorda pensão pelo resto da vida. R$ 15 milhões por três meses de casamento. Dá R$ 7 mil por hora, o que possivelmente faz da moça a acompanhante mais cara do mundo.
11 de maio de 2005, 20:48 | Comentários (25)
doutor apela para a ignorânciaNilson Lage tem um ataque histérico no Observatório da Imprensa, por conta da decisão de incluir estudos sobre o Jornalismo entre os estudos de Publicidade, Relações Públicas e outros processos de produção, tomada pelos coordenadores de cursos de Pós-Graduação em Comunicação. Enfim, uma discussão bizantina que interessa a muito poucos leitores deste blog. Mas os argumentos imbecis utilizados por Lage podem ter mais apelo popular.
É também notável a desinformação das doutas criaturas que consideram a internet mídia desligada das outras, quando tanto se especula sobre a congregação de todas as mídias em futuro relativamente próximo na rede ou em outra com maior capacidade, que já está sendo desenvolvida..
No trecho acima o autor atravessa a rua para escorregar na casca de banana que está na outra calçada, ao tentar desqualificar seus inimigos. Não acrescenta nada ao artigo e só mostra que Lage não entende nada de Internet. Primeiro, confunde a rede mundial com hipermídia. Segundo, sugere que pode-se pensar sobre a Internet usando teorias feitas para televisão, rádio ou imprensa, o que é simplesmente ridículo. Conforme este argumento, o inverso seria mais aceitável.
Lage propõe ligar os cursos de Jornalismo aos de Biblioteconomia, com um argumento até razoável:
Organizar informação em bancos de dados e captá-la por softwares inteligentes é cada vez mais necessário em jornalismo; ao mesmo tempo, os cientistas de informação deparam com a necessidade de tratamento semântico, que depende da produção de textos e imagens...
No entanto, retirar o jornalismo do contexto da comunicação, onde estão inseridas Publicidade e Relações Públicas, parece no mínimo temerário, quando estas duas últimas especialidades têm relações cada vez mais incestuosas com os repórteres e empresas jornalísticas. Melhor seria integrar as Ciências da Informação aos cursos de Comunicação.
A legislação atual, que atribui o título de bacharel aos jornalistas, estará superada, uma vez que se refere a cursos de jornalismo (não previstos no esquema dos comunicólogos) e a cursos de comunicação, habilitação em jornalismo, que deixarão de existir.
Francamente, um artigo deste quilate faz o sujeito pensar que seria melhor, mesmo, acabar de uma vez com a habilitação em jornalismo. Já que o jornalismo é prática, como diz Lage, estaria muito melhor como uma especialização de um ou dois anos.
O sujeito faria a graduação em qualquer outra faculdade, como Direito, Filosofia ou História — e por que não Física ou Biologia, já que temos editorias de ciência? Depois, aprenderia as técnicas do jornalismo em um curso de especialização, ou as teorias em um curso de mestrado. Isso acabaria com muitos dos erros grosseiros que se vê todos os dias na imprensa.
Se dá para dizer algo em favor de Lage, é o fato de ele ter deixado mais ou menos claro no artigo que está em franca luta pela manutenção de seu próprio emprego na UFSC.
11 de maio de 2005, 18:18 | Comentários (16)
alice in wunderlandA jornalista porto-alegrense Maria Alice Callage conta em seu blog a experiência de se tornar uma cidadã alemã. Se tem um assunto para o qual os blgs são o suporte perfeito, são as viagens.
11 de maio de 2005, 10:31 | Comentários (1)
assim já é ridículoSem mais o que inventar e provavelmente convencido de que sua arte era uma merda, um artista plástico criou a inacreditável pintura enêmica. Incrivelmente adequado à atual situação das artes em geral.
Cortesia de Fernanda Obregon.
10 de maio de 2005, 19:37 | Comentários (7)
esses programadores e suas máquinas malucasA imagem acima mostra o exato momento em que um formulário de inscrição para a feira Globaltech me chamava de palhaço por usar um hífen no campo do CPF. Aparentemente, o programador fez alguma brincadeira enquanto rascunhava o código e depois esqueceu de retirar. Ou está querendo ser demitido. Como se não bastasse a ofensa, está mal escrito.
Denunciado por Barbara Nickel.
9 de maio de 2005, 12:20 | Comentários (15)
não têm vacas? que comam cavalosWhich has made Baker's auction a major supplier of the American horsemeat industry. Each year, roughly 60,000 horses are slaughtered for meat. Nearly all of it is sold overseas, to countries like France, Belgium, Italy, and Japan, where horse is a delicacy. With mad-cow disease posing a serious threat, horsemeat is a welcome low-fat, high-protein substitute for beef. Its flavor is a cross between beef and venison, slightly sweeter in taste, and surprisingly tender. And the U.S. is the world's largest provider.
Outro país famoso por pratos à base de carne de cavalo é a Áustria. Alguém sabe onde se consegue comer em Porto Alegre, ou a uma distância razoável daqui?
9 de maio de 2005, 1:14 | Comentários (5)
se essa pega...Bar em Natal cobra taxa de vômito dos comensais que se deixam levar demais pela bebida. Mas a operação comercial ocorre dentro da lei, já que dá nota fiscal e tudo. O ex-governador gaúcho Antônio Britto ficaria emocionado.
8 de maio de 2005, 20:07 | Comentários (0)
o papa contra o popBento XVI promete combater as idéias da moda. No caso, aborto, eutanásia e casamento entre homossexuais. É de se lamentar, mas ainda é possível ver uma orientação positiva na proposta do pontífice. Por isso, segue uma lista de outras idéias da moda a combater, como sugestão ao papa:
8 de maio de 2005, 11:17 | Comentários (13)
conversas furtadasComo só tenho quatro cadeiras de mestrado, um grupo de estudos e uma dissertação para fazer, resolvi ter uma idéia para um novo blog coletivo, com participação de quase todos os ensandecidos.
5 de maio de 2005, 14:38 | Comentários (7)
a nova religiãoNa nova edição do Semana 3, desço a lenha no vegetarianismo e no naturebismo religiosos. Não deixem de ler também a sempre excelente coluna do Alexandre Soares Silva.
4 de maio de 2005, 23:43 | Comentários (6)
quero ter uma banda chamada black gestapo4 de maio de 2005, 10:06 | Comentários (3)
república dos severinosEm sua sabatina, Severino Cavalcanti diz que fez "realmente [campanha para elevar o salário dos deputados] porque o deputado tem que ter salário à altura de sua responsabilidade. Acho que o salário é pequeno em função da sua responsabilidade". Considerando que a principal função dos deputados é tentar provar que têm uma função, merecem mesmo um salário no mesmo nível das maiores estrelas do cinema e da televisão.
No mais, está fora do contexto da declaração sobre casar virgem feita pelo presidente da Câmara, mas pregar a abstinência sexual como solução do problema da aids e da gravidez adolescente não é o mesmo que propor que os pobres parem de sentir fome para resolver o problema da desnutrição?
3 de maio de 2005, 14:56 | Comentários (3)
o bonde do tigrão vai anarquizar o bananãoEu acho funk carioca o máximo.
Um bando de analfabetos funcionais miseráveis e sem o menor refinamento se junta, aprende a operar aparelhos até certo ponto sofisticados, apropria-se de peças da indústria cultural e avacalha com tudo, transformando-as em um batidão irresistível pontuado por letras que falam de suas próprias vidas. Cultura popular é isso aí.
Mais do que isso, estes jovens criam um mercado próprio para sua música, inventam festas que reforçam os laços comunitários — muito embora isso em geral envolva tomar posição contra outras comunidades — e inventam um sistema de distribuição de renda e ascensão social próprio das favelas.
De acordo com reportagem da revista Carta Capital de 20 de abril, por Pedro Alexandre Sanches, não são raros os funkeiros que faturam mais de R$ 10 mil por mês. Além disso, sua música tem um sistema de distribuição independente de fato, passando longe das grandes gravadoras e até mesmo dos impostos cobrados pelo governo.
Os intelectuais de plantão mais anal-retentivos, quando poderiam enxergar no funk a manifestação de uma imensa criatividade que, bem canalizada, geraria música popular de excelente qualidade, preferem desqualificar o estilo com base em padrões eruditos. É óbvio que o funk é ruim. Difícil é esperar de excluídos semi-analfabetos que façam música seguindo um alto padrão, com o qual nunca tiveram contato.
Critica-se também a "mensagem" do funk. Ora, esses mesmos intelectuais não passaram décadas exigindo uma cultura verdadeiramente popular no Brasil? Pois aí está ela. As letras falam da vida daquelas pessoas: assassinato e tráfico no horário comercial, sexo e drogas à noite para relaxar. Talvez algumas personalidades mais delicadas sintam nojo ao ver a falta de perspectivas daquela juventude exposta assim, nuazinha.
Assim como se chocam ao escutar meninas pedindo para ser "atoladas no cuzinho" ou coisa que o valha. Acham que isso mostra a exploração sofrida pela mulher nas rudes vielas onde habita a escória. Estranho não passar pela cabeça da gente de bem que elas possam realmente gostar disso e, na verdade, estejam levando o feminismo a um ponto mais alto, mostrando que podem encarar o sexo de maneira tanto quanto ou ainda mais fisiológica do que os homens.
O principal, no entanto, é que eles parecem estar se divertindo. E muito. No fundo, toda a grita contra o funk pode ser preconceito contra o fato de pobres estarem se divertindo. Da direita — porque, audácia! A ralé não tem o direito de se divertir! — ou da esquerda — porque eles deviam estar sofrendo com suas condições de vida subumanas e preparando a revolução, ou ao menos rendendo material para o Sebastião Salgado.
Acho o funk carioca o máximo não tanto como estilo musical — embora admita curtir um pancadão bem pegado em certos momentos —; acho o máximo mais como instituição. O funk, minha gente, é o futuro dos movimentos sociais.
2 de maio de 2005, 15:38 | Comentários (57)
a velhinha do jardim botânico"Olá. Meu nome é Álvaro Pereira Júnior. Eu sou uma tia velha e ranzinza e acho que as novas gerações são ignorantes e só eu sei direito o que é jornalismo gonzo. No meu tempo era tudo muito melhor! Os jovens respeitavam a memória de gente como Hunter S. Thompson. Como gosto de falar o que quero, mas evito ouvir o que não quero, não dou nome aos bois e justifico dizendo que posso terminar com a carreira de alguém — afinal, eu sou o máximo e tenho poderes para isso."
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