Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


hiperdocumentação

Comecei a subir as fotos da viagem. Criei ainda o fotolog Verboten, dedicado às proibições germânicas. Esse povo elevou ao nível de arte a manufatura de placas.

27 de fevereiro de 2006, 17:13 | Comentários (2)

sono polifásico

Aí está algo útil: sono polifásico. Em vez de dormir oito horas por dia, dorme-se 20 a 30 minutos em intervalos de quatro horas. Isto reduz o total de horas desperdiçadas na inconsciência a apenas três por dia. Estudiosos do sono dizem que, após um período de adaptação de cerca de uma semana, seu cérebro passa a entrar direto no período REM, o único que realmente interessa no sono. Assim, as necessidades fisiológicas são atendidas. Parece que Leonardo da Vinci e Einstein dormiam desta maneira. O sono polifásico também faz parte do treinamento de soldados de elite.

27 de fevereiro de 2006, 10:43 | Comentários (4)

entre o céu e a terra

Alguém lá em cima realmente gosta de mim. O vôo Frankfurt-Guarulhos da Varig estava completamente lotado, porque mudaram a aeronave que normalmente cobre esta linha para outra menor. O resultado é que eu fui parar na classe executiva. Vou contar uma coisa para vocês: é outro mundo. O sujeito se sente até tratado como ser humano.

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Meus pés, lives, leves e soltos. Notem que a poltrona da frente não faz sombra.

Em primeiro lugar, há espaço de sobra. Não sou alto, mas tenho certeza de que mesmo um sujeito de 1,90 m conseguiria sentar-se confortavelmente nas poltronas. Por mais que esticasse as pernas, não conseguia tocar no assento da frente com o pé. Além disso, é possível não apenas reclinar, mas ainda regular a região lombar, estender o comprimento da poltrona e há um descanso para os pés.

A sacolinha com mimos não é de plástico, mas de algodão. Inclui meias, um tapa-olhos, escova de dentes e pasta, mais um hidratante. Antes de dormir, cada passageiro recebe uma garrafinha de água mineral Vittel, francesa. Gostaria de ter tirado fotos mais ilustrativas, mas não queria me portar como um parvenu em frente aos homens de negócios. Já bastava estar vestido como um mochileiro.

Há três banheiros para cerca de 30 lugares. E pelo menos quatro comissários. No entanto, é na hora do jantar que se percebe o abismo existente entre a classe executiva e a cannaile lá do fundão.

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Ao centro, o rosbife com a alcaparra. Acima, o saleiro e pimenteiro individuais.

Para começar, os talheres são de verdade. De aço, não aquelas porcarias de plástico da classe econômica. Isso confirma minha resposta habitual a quem dizia que os talheres são de plástico por segurança: balela. São de plástico é porque custam menos. As companhias só aproveitaram o terrorismo internacional para cortar custos. Mas tergiverso: como dizia, os talheres são de verdade e os copos também, mas não de cristal. A comida vem em tigelas de porcelana, não naquelas sarcásticas caixinhas de plástico. Toalhas quentes foram distribuídas antes da refeição.

— O senhor quer beringela ou rosbife de entrada?

Entrada! A isso seguiu-se uma sopa cremosa de cogumelos e a opção entre peixe, frango ou carne. Pedi carne, pois não vira um só bife nos últimos dois meses. Veio acompanhada de arroz branco com arroz selvagem. Junto ao rosbife, por sinal, veio a maior alcaparra que já presenciei. Nem sabia que elas podiam chegar ao tamanho de uma uva. Sob pretexto de ensinar alongamentos, uma gostosa protagonizava no vídeo um filme erótico ono-lésbico, auto-estimulando-se em todos os pontos do corpo.

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Copos de verdade para vinho de verdade e o prato principal.

Fora isso, havia ainda uma salada e pão. Para a salada, uma dose de vinagrete muito maior do que a oferecida aos desgraçados da classe econômica. Cada bandeja da classe executiva vem com seu próprio saleiro e pimenteiro. Os comissários oferecem pãezinhos extras a quem quiser — mas os pães estavam meio dormidos. Para beber, vinho italiano ou chileno, ou champanhe. Porém, mesmo na classe executiva a Varig continua servindo Kaiser em vez de cerveja. Após o jantar, havia a opção entre salada de frutas ou um tipo de Apfelstrudel. Os mais afrancesados podiam contar, alternativamente, com um prato de queijos.

Mais importante de tudo: a comida tem gosto! É possível servir algo que preste em aviões.

O café da manhã seguiu no mesmo nível, com iogurte, croissant, pão ciabatta, presunto de Parma, queijo brie, bolotas de manteiga em forma de flor, pão doce e folhado com recheio de tomate. Fico pensando como deve ser a primeira classe, se a executiva é assim. Imagino que a entrada seja caviar servido por uma gueixa japonesa, que lhe faz uma massagem nos pés enquanto você come assistindo a um show de dança do ventre, tudo regado a champanhe.

Infelizmente, na viagem entre São Paulo e Porto Alegre fui defenestrado para junto da arraia-miúda novamente. Esmagado em um assento da classe econômica, procurei manter a calma enquanto esperávamos no solo por uma hora e meia, sem ar-condicionado, a resolução de um problema de overbooking — confusão que prefiro atribuir ao clima de Carnaval, não a uma possível desestruturação da Varig. Revoltado, tentei mesmo incitar um motim por melhores condições entre os companheiros de tortura da classe econômica, mas foi impossível tirá-los de sua alienação. O espírito bovino do proletariado é de fato o maior culpado por seus sofrimentos.

26 de fevereiro de 2006, 14:07 | Comentários (20)

epifania

Ontem no supermercado, ao converter o preco de um pao de linho para reais, finalmente me caiu a ficha de que as coisas aqui NAO sao mais caras do que no Brasil. Muitas sao até mais baratas. As únicas notavelmente bem mais caras sao as verduras e frutas. O resto se equivale mais ou menos. No caso, o pao de linho custa € 0,99, o mesmo que o similar da Nutrella.

Ou seja, estamos sendo roubados aí no Brasil.

23 de fevereiro de 2006, 19:46 | Comentários (23)

sempre é bom contar com os amigos

Um pouco de sorte, uma ligacao e estou na casa de uma amiga em Würzburg. O bom dos dias ruins é que duram só 24 horas.

21 de fevereiro de 2006, 16:55 | Comentários (14)

ilhado no emden da alemanha

Detesto quando as coisas dao errado. Ainda mais num dia em que acordei às 5h da manha para ver um navio descarregar carros.

O dia ontem, meu último em Essen, já comecou mal: o trem para Emden estava em uma plataforma meio esquisitona e, como eu cheguei cinco minutos antes da partida, nao consegui achá-lo a tempo. Tudo bem, um atraso de meia hora. Descobri também que calculei mal e minha mochila nao consegue transportar todos os livros que comprei e mais as roupas que trouxe do brasil. Mas até aí sao problemas superficiais.

Estou em Emden para uma matéria sobre a exportacao do Fox do Brasil para a Alemanha. Na quinta-feira, devo cobrir o resto da matéria na Autostadt, em Wolfsburg. Neste meio tempo, pretendia ficar na casa de uma amiga em Hildesheim. No entanto, nao consegui mais falar com ela ao telefone. Decidi passar mais uma noite em Emden por seguranca e, ao abrir meu email hoje, descubro que ela teve hemorragia interna e está com febre alta. Além de uma amiga com uma doenca que parece grave, agora tenho de pensar no que fazer.

Agora, a pauta acabou de se tornar anti-economica, caso eu tenha de pagar hospedagem. Nao fosse por ela, estaria voltando ao Brasil amanha mesmo. Por outro lado, largar tudo deixaria um amigo na mao. Pior de tudo, estou completamente sem saco de viajar para qualquer outro lugar, mas Emden nao chega a ser a cidade mais excitante do mundo.

No fundo — e apesar de isso poder ser supreendente para quem acompanhou meu périplo de seis meses pela Europa em 2002 neste blog — descobri que desenvolvi alergia a viajar sozinho. Com um parceiro seria tudo mais fácil agora. Poderia até ficar em Emden, que seria divertido. Sem ninguém, trata-se apenas de estar exilado no fim da Alemanha até pensar em algo melhor.

Esse é um daqueles momentos da vida em que seria muito legal poder chamar a mae para resolver tudo.

20 de fevereiro de 2006, 12:45 | Comentários (10)

gripe do frango

É com certa apreensao que leio notícias como esta. Por enquanto só há casos em pássaros e, a nao ser que algum mané beije um cisne na boca, há pouca chance de a gripe aviária se tornar uma epidemia entre humanos. As pessoas que pegaram a doenca na Ásia eram, no início, aquele tipo de agricultor que dorme com os bichos dentro de casa, o que nao acontece muito por aqui. No entanto, se algum humano pegar a doenca e houver epidemia, a Europa inteira entra em quarentena. Ou seja, ninguém entra, ninguém sai, até tudo estar normalizado. Pergunto-me quem seria o responsável pelo meu sustento nesse caso: o governo alemao ou a embaixada brasileira mais próxima?

18 de fevereiro de 2006, 13:19 | Comentários (27)

está no sangue

Nos jornais, uma discussao totalmente sem sentido para gente criada em um país de imigrantes como o Brasil: o governo alemao está preocupado com o possível fim do povo alemao. A taxa de natalidade anual é baixa demais para repor a populacao. Assim, a chanceler Angela Merkel suplica aos casais que tenham mais filhos, porque de outro modo o estado de bem-estar social terá sérios problemas para se manter nas próximas geracoes.

Tudo bem, tudo muito sensato, até que lá pelo meio da matéria voce descobre o que os políticos consideram alemaes: os filhos de pais alemaes. Ao contrário do Brasil, onde vale o princípio territorial, aqui vale o princípio sangüíneo [Blutprinzip] para definir a nacionalidade de alguém. E é assim que por exemplo os turcos, mesmo a família estando há décadas na Alemanha, sao considerados apenas "trabalhadores convidados", mas nao cidadaos alemaes. Só que os únicos que tem filhos por aqui sao os turcos e outros imigrantes, o que, aos olhos do governo, nao conta como aumento do "povo alemao".

E ainda reclamam que os imigrantes, sobretudo os muculmanos, nao se integram à sociedade alema.

POST SCRIPTUM: Toda a pregacao anti-imigracao nao passa de hipocrisia: os políticos conservadores sabem muito bem quem é que limpa os banheiros de seus hotéis e prepara sua comida. Ainda que se conseguisse arranjar alemaes suficientes e com vontade de fazer isso, o fato de terem de pagar os direitos trabalhistas deixaria tudo ainda mais caro por aqui.

Evidentemente, o governo alemao cobra direitinho todos os impostos dos "trabalhadores convidados", exceto que eles nao tem o direito de votar, já que nao tem cidadania. Mas até aí, qualquer alemao que tenha passado algum tempo fora só pode votar se voltar com tres meses de antecedencia. A idéia é que a pessoa tenha tempo de se atualizar com o noticiário. Nisso até sao coerentes.

17 de fevereiro de 2006, 12:25 | Comentários (12)

general inverno

O inverno na Europa é realmente depressivo. Nao admira que muitos europeus se fascinem com o clima tropical e troquem todo o sistema de seguridade social daqui por uma vida caótica na América Latina. Nao pouca gente perguntou por que diabos viemos para cá em pleno inverno, ainda mais para passar dois meses na melhor candidata a cidade mais chata da Alemanha. Ninguém entende por que um sujeito trocaria a malemolencia tupiniquim pela rigidez teutonica.

Sempre achei que os relatos de depressao invernal fossem balela de gente fresca. Depois de agüentar os dias curtos e frios por dois meses, sou obrigado a admitir que o inverno dos climas temperados deprime mesmo. O frio nao chega a ser tanto um problema. Quem mora no sul do Brasil pode aguentar temperaturas até -10 Celsius tranqüilamente, bastando acrescentar uma ceroula às roupas normais e usar um casaco pesado e impermeável.

Problema mesmo é escuridao. No pico do inverno, anoitece às 16h. Em poucos dias o sujeito comeca a se sentir cansado, ter sono o tempo inteiro e vontade de ficar só em casa. A isso se segue um certo mau humor e má vontade geral com a vida. Se a pessoa nao está atenta para perceber o que se passa, pode jogar a culpa toda nos alemaes e na Alemanha. Em pouco tempo passa a odiar o país e todos os seus habitantes. O melhor remédio que conseguimos encontrar foi sair e encher a cara volta e meia. Lentamente, muita coisa na cultura européia comeca a fazer sentido.

16 de fevereiro de 2006, 14:13 | Comentários (22)

unsere uni brennt langer

Hoje o alarme de incendio tocou de novo. Mais uma vez, pegamos nossas coisas e descemos as escadas correndo. Refugiamo-nos na cafeteria embaixo da Mensa, que fica na outra ponta da universidade. Infelizmente, era alarme falso ou algo muito pequeno, entao tivemos de voltar para a aula.

15 de fevereiro de 2006, 10:50 | Comentários (4)

valentins tag

Hoje é dia dos namorados aqui na Alemanha. A data homenageia Sao Valentim, um padre que casava cristaos quando isso era proibido em Roma e pagou por isso virando santo. As meninas do curso deixaram coracoes vermelhos com um trecho de uma música de Wir sind Helden em um lado e frases diversas no outro, como: bitte sei mein Valentine [Sejas meu namorado.]

Nos 30 segundos entre achar o cartao e me dar conta de que todos deviam ter recebido um igual, fiquei realmente feliz.

14 de fevereiro de 2006, 14:13 | Comentários (9)

política aqui e lá

O curso de alemao que estou fazendo aqui inclui seminários sobre literatura, política e "comunicacao intercultural". Nosso professor, Herr Westerhoff — aquele que sofreu uma revista proctológica pela polícia — é bastante interessado no assunto e em geral passa metade da aula nos fazendo perguntas sobre a política em nossos países. Em uma destas ocasioes comentou-se sobre o mensalao.

Herr Westerhoff entao lembrou de um caso igual ocorrido na Alemanha. O ex-chanceler Helmut Kohl recebeu dinheiro de alguma fonte privada para o seu partido, a Uniao Crista Democrática [CDU]. Eram uns trocados, coisa de poucos millhoes de euros. Pois bem, quando o caso foi descoberto, o parlamento pediu explicacoes a Kohl. Ele admitiu tudo, mas se negou a revelar a fonte do dinheiro, dizendo que havia °dado sua palavra" quanto a manter sigilo. Com isso, teve de pagar os impostos cobrados sobre doacoes privadas a partidos, algo como € 600 mil. Até hoje todos se perguntam quem ressarciu o ex-chanceler, que depois de tudo isso ainda ficou mais 14 anos no poder. O SPD, social-democrata e oposicao ao CDU, ameacou investigar a fundo o caso, mas voltou atrás quando os conservadores prometeram investigar casos parecidos na esquerda.

A licao é: política é igual no mundo inteiro. Nao precisamos continuar com nossa síndrome de vira-latas. A política no Brasil é feita como no primeiro mundo.

Aliás, a política é tao parecida nos dois países, que aqui na Alemanha também existem partidos tao imbecis quanto o PCO ou o PAN. Meu preferido é o Partido dos Cristaos Fiéis à Bíblia. Ou entao o Partido dos Nao-Votantes. E, claro, o Partido Anarquista, cujo slogan é Arbeit ist Scheisse [Trabalho é uma merda].

14 de fevereiro de 2006, 10:13 | Comentários (14)

anotacoes alemas

  • Sabe-se lá o porque, mas existe um grande revival de Trinity rolando aqui na Alemanha. Encontra-se todos os filmes para comprar em DVD, caixas com todos as producoes, camisetas, posteres, etc.

    13 de fevereiro de 2006, 10:47 | Comentários (0)

    falando francamente

    A Tacheles Haus, um prédio invadido por anarquistas e hoje usado como centro cultural e abrigo de atelies, cinemas, e bares alternativos, está promovendo a Tromanale, evento paralelo à Berlinale. Chegamos tarde, infelizmente, entao só deu para assistir a um vídeo de uma perfomance feita na casa, em que um sujeito era amarrado com cabos de computador e espancado com pecas de eletronicos diversos por um outro cara vestido com aquelas roupas isolantes usadas por médicos em locais com risco de infeccao. Coisa pra macho!

    Tacheles é uma palavra do dialeto ídiche e significa algo como "diretamente, sem rodeios".

    10 de fevereiro de 2006, 7:35 | Comentários (7)

    anotacoes alemas

  • Um jornal trouxe na capa, semana passada, uma reportagem sobre os atrasos causados pela necessidade de raspar o gelo dos vidros dos carros todos os dias pela manha. A maior parte dos carros dorme na rua por aqui.

  • Os filmes alemaes de maior sucesso tem bilheteria de um ou no máximo dois milhoes de espectadores. E isso em um povo muito mais culto do que o brasileiro. Talvez nossos cineastas nao devessem reclamar tanto.

    8 de fevereiro de 2006, 10:35 | Comentários (9)

    berlim

    Estou em Berlim há tres dias. Já fui a um bar decorado com pecas tipo as do H. R. Geiger — o sujeito que criou os aliens —, em um beco cheio de monstros de metal e esculturas; assisti a um concerto da melhor orquestra filarmonica do mundo; conheci o escritório da Chanceler; peguei metro no meio da madrugada sem perigo algum; e comi pato em molho de coco com curry vermelho e brotos de bambu em um dos muitos restaurantes de culinária do sudeste asiático que há na cidade.

    Nao volto nunca mais.

    6 de fevereiro de 2006, 18:29 | Comentários (16)

    anotacoes alemas

  • Os alemaes aplaudem ainda mais do que os brasileiros em apresentacoes artísticas. Tem ainda o péssimo hábito, como os brasileiros, de aplaudir orquestras e atores no meio das cenas, em vez de esperar o final do espetáculo.

  • Ninguém mais usa os caixas de bancos. Tanto que o pessoal do balcao de informacoes nem sabe mais dizer como funcionam operacoes que nao sejam pela internet ou em um caixa eletronico.

    6 de fevereiro de 2006, 11:05 | Comentários (11)

    anotacoes alemas

  • Um alemao pode deixar seu carro em cima de um reboque, pronto para viagem, durante a noite inteira sem se preocupar com nada. Ninguém encosta o carro e leva embora.

  • Aqui existe a cultura da Pfand. Qualquer tipo de lata, garrafa plástica ou de vidro implica no pagamento de uma fianca que varia entre € 0,08 e € 0,25 por peca. Quando voce leva de volta, recebe o dinheiro. Também existem máquinas onde se pode trocar as latas e garrafas vazias por dinheiro. Em algumas festas é necessário pagar a fianca por copos e garrafas.

    2 de fevereiro de 2006, 10:55 | Comentários (10)

    was tun, wenn es brennt

    Hoje pegou fogo no subsolo da universidade de Essen. Estávamos assistindo a um filme alemao chamado Rossini quando tocou um alarme insuportável. Nosso professor, Herr Westerhoff, nao se abalou. Abriu a porta, olhou o movimento no corredor e apenas comentou que nunca tinha ouvido aquilo. "Pausa para o café", disse. Por via das dúvidas, peguei todas as minhas coisas.

    Nao deu outra: as escadas estavam cheias de gente. Primeiro pensamos ser somente um exercício, mas quando chegaram cerca de 15 caminhoes dos bombeiros e mais uma meia dúzia de carros de polícia em menos de 10 minutos, percebemos que a coisa era séria. O pessoal ficou peruando por lá, até que os bombeiros mandassem evacuar a frente do prédio, para que pudessem passar com mangueiras e caminhoes. Um homem em cadeira de rodas saiu muito tempo depois do resto dos alunos, ajudado por colegas. Tinham os olhos vermelhos de fumaca.

    O prédio ainda está isolado por faixas vermelho-e-branco. Acho que nao vamos ter aula à tarde.

    ATUALIZACAO: matéria sobre o incendio.

    1 de fevereiro de 2006, 10:49 | Comentários (6)



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