mestrado em comunicação na alemanha
A Deutsche Welle Akademie está com edital de seleção aberto para o mestrado em International Media Studies que começa em setembro de 2009. O prazo final para se inscrever é 31 de maio de 2009. Seguem informações da nota enviada pelo DAAD:
O primeiro ano letivo do novo master começará em setembro de 2009 em Bonn. O curso terá a duração de quatro semestres em período integral. O master objetiva uma formação profissional tanto prática quanto com fundamentos científicos. Seu programa abrangerá meios de comunicação e desenvolvimento, jornalismo, ciência da comunicação e gestão de meios de comunicação.Os candidatos têm ser de países em desenvolvimento e possuir bacharelado, além de pelo menos um ano de experiência profissional na área de comunicação, como jornalista, gestor de veículo de comunicação ou assessor de comunicação. É necessário ter proficiência tanto em inglês quanto em alemão, uma vez que o curso é bilíngue.
Só não explica se o curso é lato sensu ou strictu sensu. É uma boa se informar antes.
27 de novembro de 2008, 12:36 | Comentários (1)
o futuro do jornalismoNo dia 15 de novembro participei de um debate na 54ª Feira do Livro de Porto Alegre, com Matías Molina e mediação de Marcelo Rech, diretor de produto do grupo RBS. As perguntas colocadas por Rech me fizeram pensar em qual seria o modelo mais adequado para o mercado jornalístico no futuro.
Abraçar o webjornalismo participativo -- Os jornais não podem dar conta de todos os fatos considerados relevantes por seu público. O trabalho do jornalista é, sobretudo, decidir quais acontecimentos merecerão a honra de virar notícia e quais serão ignorados. Nos mídia tradicionais, isso ocorria porque o espaço no impresso e o tempo no rádio e televisão são limitados. Ou seja, era fisicamente impossível dar conta de tudo. Com a digitalização, descobriu-se que é economicamente impossível dar conta de tudo, porque não há força de trabalho que baste. Assim, continuamos enfrentando o desafio diário de eleger os assuntos mais importantes do ponto de vista do interesse público. O problema é que o cobertor acada ficando curto em todas as frentes. Nem as hard news mais essenciais para a humanidade ganham a atenção devida, nem o buraco no meio da rua é devidamente noticiado.
Uma possível solução para esse dilema é aproveitar melhor o interesse do público em participar do processo jornalístico. Hoje em dia quase todos os webjornais oferecem algum tipo de seção em que o leitor pode ter uma notícia sua publicada. O problema é que em geral esses espaços são separados das seções de "jornalismo sério" como leprosos na Idade Média. Assim, jornalistas e amadores acabam cobrindo as mesmas histórias dentro de um mesmo veículo, às vezes apenas com pontos de vista diferentes. Não precisa ser assim.
Os webjornais poderiam passar a integrar melhor as informações geradas pelo público a seu noticiário, sobretudo no que tange aos fatos mais simples, como buracos na rua, acidentes automobilísticos, incêndios, problemas em serviços públicos etc. Esse tipo de produção já é usado esporadicamente, como é o caso dos vídeos amadores feitos por pessoas que presenciaram um fato. Esse uso poderia ser aprofundado. Poderiam ser criadas equipes específicas para verificar as informações e posteriormente publicar as notícias produzidas por amadores junto às notícias produzidas por profissionais -- tudo, é claro, devidamente sinalizado para o leitor. Um exemplo de como integrar repórteres profissionais e amadores vem da própria Zero Hora, com seu Leitor-Repórter. O Terra é outro portal que costuma usar bastante bem as imagens enviadas pelo público, freqüentemente publicando-as no espaço principal da capa. O melhor modelo até agora, porém, é o OhmyNews.
A vantagem dessa integração seria liberar os profissionais das pautas simples, para que eles possam se aprofundar nos assuntos mais relevantes ou demandantes em termos de horas de trabalho. Por outro lado, fatos que jamais ganhariam a esfera pública serão noticiados, arejando o noticiário e atendendo a interesses de mais grupos sociais. Nesse caso, porém, seria preciso encontrar uma forma de recompensar os amadores que doarem seu trabalho para a empresa de comunicação, caso contrário esse modelo se configuraria como exploração de trabalho não-remunerado. Uma idéia interessante é permitir acesso livre ao conteúdo fechado para os leitores que colaboram com o webjornal, ou mesmo dar-lhes assinaturas do jornal impresso.
Criar escassez -- Faça a seguinte experiência: compre todos os jornais do dia em sua cidade e compare as notícias de alguma editoria. Digamos, política e mundo. Verifique a assinatura de cada uma das matérias semelhantes. Percebeu algo interessante? Sim, os textos são quase todos iguais, com alguma pequena variação entre parágrafos. Sim, as agências de notícias são as fontes principais da maioria deles. Por algum motivo, as diretorias de jornais acreditam que você deva pagar -- ou gostariam que pagasse -- para ler notícias que podem muito bem ser lidas de graça nos sites de agências como Reuters, AFP e Agência Brasil.
Nas últimas décadas o número de funcionários nas redações tem caído constantemente. Consoante a isso, os jornalistas mais antigos têm sido demitidos porque ganham mais, ou têm saído voluntariamente porque não agüentam o ritmo de trabalho imposto pela necessidade de "reengenharia" das empresas de comunicação. O resultado são equipes insuficientes e inexperientes e a queda na qualidade do jornalismo. Produzir coberturas sempre originais fica quase impossível. E, de qualquer modo, a maioria dos assuntos políticos e econômicos serão tratados de forma muito parecida porque a técnica e as fontes usadas pelos repórteres são as mesmas.
Uma solução para o financiamento da atividade jornalística pode estar em oferecer material mais atraente ao leitor e cobrar por ele. Os jornais digitais poderiam deixar a informação que pode ser encontrada em outros lugares (abundante) disponível a todos e investir maior esforço de reportagem em pautas inusitadas e exclusivas. Isto é, produzir informação escassa. E escassez, como qualquer estudante de primeiro semestre de Economia sabe, é uma das bases do valor de qualquer produto. Enfim, é preciso primeiro aumentar a qualidade das notícias, para depois querer cobrar por elas.
Adotar micropagamentos -- Por que eu devo pagar pela assinatura do jornal inteiro, se apenas algumas partes dele me interessam? Por que não posso pagar apenas pelas notícias que leio? A resposta mais simples para isso é que não existe ainda um sistema de micropagamentos tão fácil de usar quanto receber o jornal impresso em casa todos os dias, ou fazer um pagamento anual via cartão de crédito para ter acesso a sua versão digital.
No entanto, o crowdfunding parece cada vez mais um caminho viável para o jornalismo. Modelos como o da BBC e do The Guardian mostram que o jornalismo produzido por fundações sem fins lucrativos em geral é de bastante qualidade. Um exemplo de que isso pode funcionar é o Back to Iraq, um jornal online dedicado a guerras no Oriente Médio produzido por Christopher Albritton, ex-repórter da AP, que levanta fundos com leitores interessados em uma cobertura diferenciada do assunto para atuar como correspondente. O projeto Spot.us está justamente testando esse modelo.
As possibilidades de aprofundamento da democracia que se abrem com os micropagamentos são enormes. Grupos que não têm espaço na mídia poderiam contratar repórteres para criar um espaço específico. Os pontos de vista na esfera pública poderiam se pluralizar. Ao mesmo tempo, repórteres poderiam escolher o tipo de assunto que querem cobrir. O ganho de eficiência com o meio digital poderia permitir aos jornalistas se reunirem em cooperativas de trabalho que realmente funcionem. Empresas jornalísticas poderiam aproveitar sua grande audiência propor pautas em seus veículos e convidar os leitores a contribuir para aquela reportagem específica, tangenciando o problema de financiamento de coberturas extensas que hoje aflige as redações.
Buscar novos modelos de publicidade -- A publicidade na Web é muito mais barata do que a publicidade no jornal impresso, rádio ou televisão. Segundo os diretores de empresas de comunicação, o meio digital ainda é inviável economicamente. O anúncio digital é bem menos eficiente, ninguém clica de propósito em banners e a maioria das pessoas ou nem os percebe, ou sente-se agredida por eles quando se tornam muito invasivos. O problema é que banners são meras transposições do anúncio impresso para a Web. O formato de publicidade mais adequado para esse novo meio ainda não foi criado.
Ou melhor, talvez tenha sido: há cerca de cinco anos o Google aperfeiçoou os anúncios contextuais na forma do AdWords. Esse foi o último formato de publicidade consistente a surgir. Desde então, nem mesmo o Google consegue inventar maneiras de gerar faturamento com o conteúdo de que dispõe. Basta ver os resultados pífios obtidos pelo YouTube até agora. E estamos falando do veículo de mídia mais popular da Web. Isso significa que o formato mais adequado talvez tenha sido descoberto, mas não o modelo de negócios mais adequado.
Será necessário abandonar a idéia de anúncio e passar a adotar a idéia de patrocínio de longo prazo, de associar marcas a veículos de credibilidade, interessantes? Quem sabe mesmo patrocinar pautas específicas, assim como hoje as empresas patrocinam cadernos especiais? Organizações poderiam fazer doações para manter "cátedras" nas redações, postos específicos para a cobertura de determinados assuntos. O problema que se coloca, evidentemente, é o da promiscuidade entre interesses econômicos e jornalísticos. Um modelo desse tipo deveria ser acompanhado de meios de fiscalização do trabalho resultante.
26 de novembro de 2008, 13:21 | Comentários (8)
precisava mostrar isso a vocêsDesculpem por perder o controle do meu umbigo, mas não consegui deixar de publicar essa foto da placa que ganhei no 6º Encontro da SBPJor. Juro que tentei manter meu habitual ar blasé, mas a verdade é que esse prêmio me deixou feliz demais. É uma prova de que meu investimento existencial na carreira acadêmica faz sentido, está começando a dar frutos. Em outras palavras, uma afirmação de que minha vida está no caminho certo. Aí está algo para fazer o sujeito dormir bem à noite.
Não houve a oportunidade de dizer algumas palavras ao receber o prêmio, então gostaria de expressar aqui a importância de recebê-lo. O fato de uma dissertação sobre webjornalismo participativo ter sido escolhida como a melhor de 2007 transcende o mero afago no ego. Os pesquisadores em jornalismo costumam ser vistos com certa desconfiança por estudiosos de outras áreas da Comunicação. Há uma impressão de que a Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo é um grupo de nostálgicos da mídia de massa ou corporativistas que se fecham em copas e não abrem espaço para outras idéias a respeito de como o Jornalismo é ou deveria ser. Já ouvi colegas se referirem à SBPJor como uma associação de "xiitas do Jornalismo".
Creio que o resultado do Prêmio Adelmo Genro Filho deste ano mostra o contrário. A área do jornalismo está, sim, aberta a novas idéias e pesquisas que testem os limites dessa prática. O que não é bem aceito são estudos que tentem falar de Jornalismo sem partir da, ou ao menos se referir à, Teoria do Jornalismo. Abundam por aí artigos que tentam trabalhar práticas jornalísticas sem tentar entender as especificidades da produção da notícia. Em geral, eles chegam a conclusões ingênuas. Sociólogos, psicólogos e outros ólogos muitas vezes crêem que podem dar conta do jornalismo usando apenas conceitos e métodos de suas áreas -- afinal, todo mundo sabe o que é o jornalismo e como ele funciona, não? Enfim, trata-se apenas de seriedade acadêmica, não de alergia à contradição.
As portas estão abertas e o jornalismo precisa mais do que nunca de visões de outras áreas, que ajudem a dar conta da reconfiguração provocada nessa atividade pelas novas tecnologias de comunicação e informação. Como membro da SBPJor, ficarei feliz em trocar idéias com sociólogos, psicólogos e todos os ólogos que queiram aceitar o convite de abordar o jornalismo.
23 de novembro de 2008, 14:35 | Comentários (15)
vencemos batalhas, a guerra contra a lei azeredo segueNo dia 13 de novembro aconteceu a audiência pública sobre o PL 89/2003, mais conhecido como Lei de Cibercrimes, ou Lei Azeredo -- em homenagem a seu maior defensor, o senador tucano Eduardo Azeredo, mais famoso por ter sido apontado como o pioneiro do Valerioduto --, ou ainda, se quisermos ser mais cínicos, Lei da Socialização dos Problemas Digitais do Setor Bancário.
Porque no fim das contas é disso que se trata: os bancos estão tentando impor uma legislação estúpida para deixarem de assumir a responsabilidade por tornar seus sistemas de transação eletrônica mais seguros. Afinal, garantir a segurança de dados custa dinheiro. E dinheiro é o que os bancos deram, coincidentemente, para a campanha a senador de Azeredo e muitos outros deputados. Estão pouco ligando se vão emperrar o processo cultural ou o avanço da inclusão digital no Brasil. O projeto também atende aos interesses dos que defendem o uso de DRM em produtos culturais (o que é considerado lesivo ao consumidor pelo Idec). E, claro, atende ao interesse de qualquer governo em vigiar seus cidadãos o mais extensa e arbitrariamente possível.
Você pode ter uma idéia de como foi a audiência pública lendo a cobertura via Twitter ou assistindo ao vídeo. Na verdade não se viu nada de muito novo. A maioria dos argumentos está reunida no Xô, Censura! e no site do Ministério da Cultura. Aqui mesmo vários dos argumentos já apareceram. Confira o arquivo de posts.
O que fazer a respeito? Bem, o PL 89/2003 ainda será votado pela Câmara. O projeto pode ser aprovado na íntegra, rejeitado na íntegra ou ter certos artigos vetados. Conforme a Lu Monte já mostrou, nem todos os aspectos do PL 89/2003 são ruins. Então, sugiro que o caro leitor entre em contato com os deputados por correio eletrônico ou pelo telefone 0800 619 619 e exija o veto aos artigos que lhe parecerem problemáticos ou mesmo a todo o projeto.
Este texto é uma contribuição ao Dia de blogagem política.
15 de novembro de 2008, 13:40 | Comentários (3)
cursos de artes da uergs estão sendo desmontadosNão é segredo para ninguém que um dos principais desejos dos governos Rigotto e Yeda é desmontar a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Não que o projeto de Olívio Dutra esteja isento de defeitos, mas o fato é que a universidade foi construída e tem uma proposta interessante: levar o ensino para o interior, para que os jovens possam se profissionalizar sem ter de deixar o pago.
É claro, o governo petista não conseguiu estabelecer a instituição em apenas quatro anos. Rigotto veio depois e instalou um não-reitor para garantir que, por exemplo, não fossem feitos concursos adequados para professores, muito menos eleições para a reitoria. O reitor do governo Yeda, Carlos Callegaro, segue na mesma toada. Ninguém quer colocar uma azeitona na empada do PT fazendo a universidade funcionar direito, mas também não podem simplesmente fechá-la, então estão deixando morrer à míngua. Tenho acompanhado bastante o caso, porque minha mulher é professora no curso de graduação em Dança da Fundarte. A Fundarte é uma instituição da prefeitura de Montenegro com a qual a UERGS mantém um convênio. O problema é que há alguns anos o governo está se empenhando em sufocar os cursos de artes oferecidos lá. O último vestibular foi realizado em 2006, embora o reitor todo ano garanta que a situação será resolvida.
É uma pena. Os cursos da Fundarte são os que apresentam maior índice de empregabilidade dos alunos formados pela UERGS. Os cursos ficam sempre entre os melhores nas áreas de Teatro, Dança, Música e Artes Visuais no Brasil. Foi a primeira faculdade da UERGS a consolidar grupos de pesquisa e uma revista científica com classificação Qualis A da Capes. Ou seja, mesmo do ponto de vista de um discurso meramente utilitário sobre a educação e seus objetivos, é preciso reconhecer que, se alguma faculdade da UERGS tem de ser mantida, é essa. Nem vou entrar na questão da importância da Fundarte para o meio cultural. Deixo isso para a carta aberta endereçada pela professora e artista plástica Maria Helena Bernardes à governadora do Estado, Yeda Crusius (PSDB). Clique no "continue lendo" ao final deste texto para ver a carta.
O desmonte da UERGS é ruim em vários níveis. É verdade que o Estado não tem dinheiro, mas justamente por isso parece um desperdício abandonar investimentos feitos ao longo de quase uma década, bem quando começariam a dar retorno. Além disso, se há investimento que dizem valer a pena, é o investimento em educação. Um ranking realizado pelo MEC inclusive considerou a UERGS melhor do que a UFRGS. E o gasto nem é tão grande: o orçamento da instituição para esse ano é de meros R$ 28,3 milhões. O custo anual dos cursos de graduação da Fundarte, que têm capacidade para atender 320 alunos, está em torno de R$ 1 milhão.
Só com incentivos fiscais para a General Motors, na época da implantação da empresa em Gravataí, foram gastos quase R$ 1 bilhão em renúncia fiscal e financiamentos. Só em Lei de Incentivo à Cultura, o Estado gastou cerca de R$ 46 milhões no ano de 2005, o último com relatórios publicados. O projeto Multipalco, sozinho, tem orçamento total de R$ 23 milhões, segundo o próprio governo do Estado, e só vai beneficiar a moradores da Região Metropolitana que possam/queiram pagar para assistir a espetáculos cujo maior atrativo em geral é contar com atores da Globo. Com o dinheiro gasto pela dona Eva Sopher daria para formar mais de 1,8 mil pessoas em Música, Artes Visuais, Teatro e Dança na Fundarte.
Continue Lendo...14 de novembro de 2008, 14:30 | Comentários (11)
agenda para a feira do livroParticiparei de dois debates na 54ª Feira do Livro de Porto Alegre. O primeiro é o lançamento da editora de livros digitais Plus, da qual minha amiga Lívia Meimes é uma das sócias. O segundo faz parte da série de debates que a RBS e a Famecos sempre promovem durante a feira, no qual representarei a PUCRS. Apareçam e me façam perguntas embaraçosas.
The book was on the table - a cibertecnologia do livro: Livros sim, papel não
Juremir Machado da Silva, Marcelo Träsel e Francisco Menezes Martins
Dia 12 de novembro, quarta-feira, 16h30, Auditório Barbosa Lessa do Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo (Rua dos Andradas, 1223)
Ciclo Jornalismo e Literatura RBS/PUCRS na Feira do Livro de Porto Alegre: O futuro do jornalismo
Como será o jornal do futuro? Como conviverão os meios impressos, audiovisuais e a internet? Que jornal buscamos? Com Matías Molina, Marcelo Rech, Marcelo Träsel e Luís Fernando Carvalho.
Dia 15 de novembro, sábado, 19h, Sala dos Jacarandás - Memorial do RS (Praça da Alfândega)
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