Comentários sarcásticos, crítica vitriólica e jornalismo a golpes de martelo por Marcelo Träsel


pinta lá, magrão

Acontece hoje na sala 209 da Usina do Gasômetro o open studio do projeto Instruções-Desdobramentos, a partir das 20:00. Vai ter artes visuais, fotografia, dança, teatro e haverá também uma pequena boca-livre. Os anfitriões são Tatiana da Rosa [a mulher por trás deste blog], Michel Capeletti e Alxandra Dias.

13 de dezembro de 2007, 8:22 | Comentários (5)

in memoriam

Na terça-feira passada, um ano depois, a família e amigos do Gabriel Pillar se reuniram para relembrar de uma forma muito mais ao estilo dele: lançando um livro com textos e fotos do Gabriel e sobre ele, editado colaborativamente pela Mariza e o Valério, seus pais, e pelo Firpo, Vane, Carol B., Walter e eu.

A edição é limitada a 500 exemplares, por isso nem todas as pessoas que se interessariam poderão ter uma cópia impressa. No entanto, qualquer um pode baixar o arquivo em PDF (9,5mb) clicando aqui.

6 de dezembro de 2007, 17:36 | Comentários (4)

pinta lá, magrão

No próximo domingo de manhã rola uma apresentação do espetáculo de dança Limites. A direção é de Marco Fillipin e consta que todos os bailarinos são excelentes, mas eu só posso dar garantias de uma: Tatiana da Rosa, a mulher por trás deste blogueiro. :-)

QUANDO: Domingo, 25 de novembro, às 11:00.

ONDE: Teatro Renascença, na esquina da Érico Veríssimo com Ipiranga.

QUANTO: É de graça, tchê!

22 de novembro de 2007, 18:16 | Comentários (3)

batatinha

Regozijai-vos, fiéis! Daniel Pellizzari voltou a escrever um blog. Dessa vez, o motivo é relatar a experiência de passar um mês em Dublin, fazendo pesquisa para escrever um livro da coleção Amores Expressos.

5 de outubro de 2007, 14:23 | Comentários (9)

pinta lá, magrão

PECHA KUCHA NIGHT PORTO ALEGRE - Vol. 2

26 DE AGOSTO (Domingo)
19h
OX - Ocidente

Renan Schmidt (Parafuso)
Ivana Verle + Zaracla
Camila Mazzini
Antônio Xerxenesky + Mari Dutra
Marcelo Guidoux Kalil + Val Kuhn
Milton Colonetti + Naja Band
Guilherme Dable
Viv e Os Timoneiros
Fernanda Chemale + Laura Leiner
Gilson Vargas + Gabi Bervian
Douglas Dickel
Geraldo Tavares
Marcelo Träsel + Tati Rosa + Pablo Sotomayor

Pecha Kucha?

25 de agosto de 2007, 18:20 | Comentários (1)

pinta lá, magrão

instrucoes.jpg

Começa amanhã a nova temporada do espetáculo de dança dirigido por ninguém menos que Tati da Rosa, a Sra. Träsel. Apareçam lá e entrem com o pé direito em um novo mundo artístico. Confiem em mim, também nunca tinha assistido a uma peça de dança moderna até há alguns meses. E fiquem tranqüilos, ninguém vai tirar vocês da poltrona para "interagir" no palco.

Confiram o blog do projeto, também.

13 de agosto de 2007, 20:42 | Comentários (12)

nem que seja plantando bananeira

Finalmente um blog de resenhas que pode competir cabeça-a-cabeça com a mídia nacional. Metade dos livros já está na lista do mês.

31 de julho de 2007, 13:56 | Comentários (26)

porco aranha! porco aranha! aí vem o porco aranha!

traselemspringfield.jpg

O negócio agora é criar memes. Depois de ver um post no Blogultura, resolvi copiar no Brasil. Fui falar com o pessoal do 100grana e eles tiveram uma idéia muito melhor: criar a imagem acima e chamar outros blogueiros para entrar na fila. Cada um dos convidados deve colocar seu avatar à frente ou atrás do meu (mas sem encoxar, por favor), convocar mais cinco blogueiros e pedir que eles façam o mesmo, até completar a fila na imagem.

Então, convoco para seguirem a corrente os próprios malucos do 100grana, que inventaram essa moda, o Inagaki, a Dani, a Nathy, o Caio e a Ju. Os avatares podem ser criados no site oficial do filme. Para pegar a imagem acima em alta definição, basta clicar nela. Se não tiver Photoshop, tente o Snipshot.


Quem não entendeu o título do post deve clicar aqui e ver o trailer até o fim.

24 de julho de 2007, 18:16 | Comentários (4)

proprietário do guion também não entende a internet

Há poucas semanas circulava um e-mail pelas caixas de entrada de muitos porto-alegrenses [cuja íntegra pode ser conferida clicando em "continue lendo", lá embaixo]. O autor era Carlos Schmidt, proprietário da rede de cinemas Guion. Ele pedia a solidariedade dos cinéfilos da capital gaúcha depois que um estudante de Direito resolveu processar sua empresa por causa de um filme em que aparecia uma cena de swing. O problema, conforme o futuro doutor de porta de cadeia, é que a casa falhou em informar sobre a safadeza na tela e assistir àquelas cenas pecaminosas e abjetas teria lhe causado danos psicológicos irreparáveis. Todos os que receberam aquela mensagem amaldiçoaram os advogados até a décima geração e lamentaram pela sorte de Carlos Schmidt.

Só que não deu para ficar simpático ao proprietário dos cinemas Guion, Guion Sol e AeroGuion por muito tempo. Há alguns dias, ele resolveu destratar um cliente por e-mail. Engraçado como esse Sr. Carlos Schmidt acha que o correio eletrônico serve para denunciar os abusos de bacharéis deslumbrados, mas não para propagar sua própria falta de educação. Está certo que o cliente pegou um tanto pesado ao comparar o péssimo som do AeroGuion com roubo — creio que, como não houve uma arma apontada contra ele, cobrar R$ 12 por um serviço e não entregar configura no máximo furto —, mas nada justifica a absoluta falta de modos e noção do Sr. Carlos Schmidt.

No final de toda discussão, o proprietário do Guion chama o reclamante de afetado e ainda diz que é "ridículo fazer esta onda toda por míseros R$ 12,00". Pode até ser que o Sr. Carlos Schmidt seja rico o suficiente para doar esse dinheiro a maus prestadores de serviço. Espero realmente que ele esteja ganhando milhões suficientes para não se preocupar em ser enrolado na oficina mecânica ou em ser ofendido por garçons e ainda pagar 10%, porque gosto de ver as pessoas se dando bem na vida. Só que sou contra o desperdício e, portanto, não vou acrescentar meus níqueis aos seus milhões, apenas para vê-lo ser perdulário com eles. Doravante, boicotarei os cinemas Guion. Recomendo que os leitores façam o mesmo.

Continue Lendo...

4 de junho de 2007, 21:02 | Comentários (40)

arte imita a vida

Lembram do sujeito que morreu após se deixar sodomizar por um cavalo? Pois é: agora sua vida será contada em filme.

É brabo se dar conta que dá para viver 100 anos sem ver de tudo.

21 de maio de 2007, 10:24 | Comentários (13)

assessoria de imprensa

A Dani, do Ah! Tri Né!, fez essa reportagem em vídeo aí em cima no lançamento do Cão Sem Dono em Porto Alegre. Legal ver os amigos — no caso, Tainá e Galera — se dando bem. Mais legal ainda ver que o Galera não mudou muito e continua ficando constrangido em eventos de mídia.

11 de maio de 2007, 16:01 | Comentários (8)

cinema grátis

Quer ver de graça Cão Sem Dono, o filme baseado no livro do Galera? Entre na seção de promoções do site e participe do jogo que tem lá. Aproveite para admirar como os responsáveis pela campanha do filme estão usando ferramentas baratas para fazer uma divulgação bem mais interessante que anúncios normais. A idéia de levar o cão ator para todos os eventos relacionados ao filme e depois publicar vídeos no YouTube é simples e eficiente, assim como a das bolachas de chope.

16 de abril de 2007, 23:34 | Comentários (2)

pederastia deu origem ao ocidente

O que dizer sobre 300 que esse vídeo já não diga? Pareceu um clipe de duas horas do Village People com a fotografia de Traffic, os campos de trigo de Gladiador e a equipe de efeitos especiais do Senhor dos Anéis, com direito a Gollum e tudo o mais. Falando sério, há motivo mais pederasta para ir à guerra do que o fato de os atenienses efeminados terem dito não a Xerxes? Os espartanos são todos bichas ciumentas.

VILLAGE_PEOPLE_1.jpg
Spartans! Tonight we dine in hell!

A tese que perpassa toda a história é que a luta do rei Leônidas não era apenas contra uma bicha louca gigante liderando uma trupe de saltimbancos metidos a soldados, mas sim a luta da razão contra o misticismo. O que aliás fica bem claro no discurso final aos 300. Nem vale a pena contestar o fato de um grego da época saber que sua cultura seria a base do Ocidente milhares de anos depois. Mas talvez fosse bom notar que os persas e outras culturas asiáticas eram tão ou mais desenvolvidas do que o helenismo.

De qualquer modo, o filme acaba mostrando algo sobre o Ocidente por tabela: enquanto os persas "obscurantistas" se esforçam em negociar e evitar derramamento desnecessário de sangue, os gregos "racionais" sentem grande prazer na matança e tentam justificá-la com ideais. Os espartanos mostram total falta de civilidade durante todo o filme, sugerindo que matar mensageiros é uma atitude correta, só porque eles são contra a cultura ocidental. Os persas são mostrados como talibãs avant la lettre.

Por falar na futurologia da problemática principal, também é interessante descobrir que já existia vacina BCG lá por 500 A.C., a julgar pelo braço da rainha Gorgo na cena em que ela está pedindo ajuda para conseguir uma audiência no conselho.

Mas criticar essas incoerências num filme de ação é coisa de gente chata. O problema é que nem como filme de ação 300 funciona muito, já que abusa da câmera lenta e a derrota no final já deveria ser conhecida de qualquer um que vá assistir e tenha freqüentado aulas de história. Se tem uma qualidade, é agregar um blockbuster ao movimento dos últimos anos no cinema de se afastar do realismo. Os personagens fazem movimentos impossíveis e a luz é sempre onírica, aparecem gigantes e deformados que não teriam como estar vivos no mundo real, mas nada disso compromete a verossimilhança. Outros filmes nessa linha foram Sin City, também baseado em quadrinhos de Frank Miller, e Delicatessen. Isso é uma boa tendência. Não há por quê o cinema tentar ser tão realista nas imagens, mesmo em filmes que não se passem em mundos alternativos, no futuro ou passado.

7 de abril de 2007, 23:16 | Comentários (26)

pinta lá, magrão
O Projeto MAX apresenta o espetáculo de dança contemporânea Instruções para abrir o corpo em caso de emergência, uma criação de Alexandra Dias, Michel Capaletti e Tatiana da Rosa (do ARTERIA - Artistas de Dança em Colaboração).

Nos dias 10, 11, 14, 15, 16, 17 e 18 de março o espetáculo estará em temporada com ingressos a R$ 10,00 com desconto de 50% para o Clube do Assinante ZH e classe artística.

Confiram também o blog do projeto, para onde os leitores podem mandar suas próprias instruções.

10 de março de 2007, 18:44 | Comentários (2)

por falar no dahmer...

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19 de fevereiro de 2007, 10:51 | Comentários (2)

terrorismo poético

Depois de virar sertanejo por um ano e agora em Recife, Ari Almeida resolveu abrir uma editora sob demanda, a Tukaga. Notícias nas próprias palavras do moço:

— A coisa tá foda aqui, to afinzaço de criar galinha caipira na caatinga mesmo, to até fazendo curso na Embrapa criar galinhas e imprimir livros, mas ainda to na fase de cálculos.

A idéia é publicar livros que "nenhum editor com noção" publicaria.

17 de janeiro de 2007, 16:35 | Comentários (8)

a volta dos que não foram

O Eduardo Fernandes, vulgo Eduf, voltou a fazer música.

28 de novembro de 2006, 10:21

só a ficção se aproxima da verdade

Ontem falei mal da Globo, hoje falarei bem. A série Antônia está muito boa. Assisti ao primeiro e ao segundo capítulos. Até agora, conseguiram mostrar a periferia de São Paulo sem cair no oba-oba paternalista daquele tenebroso Central da Periferia. Nada contra as bandas péssimas que a Regina Casé põe a tocar, mas a tentativa de fazer lugares miseráveis parecerem mais divertidos que o Leblon é patética. Nesse sentido, a série de ficção sobre as rappers de Brasilândia é muito mais verdadeira do que o programa supostamente não-ficcional.

Destaque do capítulo de ontem foi quando a personagem Bárbara, logo após sair da cadeia, encontra um agroboy e vai com ele para o motel. Depois da putaria, ele vira para ela e diz: "esqueci de perguntar uma coisa superbásica: quanto custa o programa?". Como é televisão, os dois acabam fazendo as pazes, mas sem cair em melodrama, porque quando o sujeito diz que faz qualquer coisa para perdoá-la, ela manda pagar o programa. Com o dinheiro, ajuda uma colega. Mas também, a direção foi de Tata Amaral, com roteiro de Jorge Furtado e Cláudia Tajes. Assim é fácil sair coisa boa.

A Globo, é claro, não resolveu colocar negros pobres como protagonistas porque percebeu que black is beautiful. Percebeu mesmo foi o mercado potencial: os filhinhos de papai que admiram a cultura hip-hop e serão vendidos como público-alvo às agências de publicidade. Se conseguirem favorecer a causa negra e ainda fazer boa dramaturgia no caminho, tanto melhor.

25 de novembro de 2006, 19:17 | Comentários (5)

dez dicas para não fazer um blog

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O cartunista Hilton Himmler, do Guarda Nacional, se supera a cada novo post.

17 de novembro de 2006, 15:27 | Comentários (8)

leitura na escola é um fracasso

O Ibope fez uma pesquisa sobre os hábitos de leitura dos gaúchos e concluiu que o índice no Estado é quase três vezes maior do que a média no resto do Brasil e o dobro da América Latina. Outro ponto interessante é que os livros de auto-ajuda, sempre no topo da lista de mais vendidos, não são os mais lidos. Mas as boas notícias terminam aí.

Os livros religiosos respondem por 24% do total de leitura dos gaúchos. Outros tipos de ficção, como romance, conto e infantil, ficam com 20% cada um. A auto-ajuda soma apenas 9%. Nada contra ler sobre religião, o problema é saber até que ponto este tipo de livro não compreende a auto-ajuda classificada de forma errônea. De qualquer modo, não se pode dizer que todo mundo está lendo Balzac, Dostoiévski, Rosa ou Melville, como o alto índice de leitura poderia fazer pensar. A pesquisa também jogou por terra a idéia de um mercado literário gaúcho, já que somente 32% dos entrevistados costumam comprar livros.

O mais grave, entretanto, é o seguinte dado: "Do público geral da pesquisa, 12% lê para a escola ou universidade, mas a porcentagem aumenta para 35% entre aqueles com até 15 anos, caindo para 21% entre os 16 e 24 anos." Ou seja, depois de ler obras abjetas como Escrava Isaura e Ana Sem Terra ou difíceis como Memórias Póstumas de Brás Cubas, boa parte das pessoas desiste de manter a leitura como hábito. Isso, mesmo com a média relativamente alta de livros lidos por ano. É preciso mudar urgentemente o modelo da disciplina de literatura no ensino médio, se a idéia for mesmo formar leitores.

6 de novembro de 2006, 11:16 | Comentários (19)

o brasil de verdade

Quer entender todo aquele papo de Theodor Adorno sobre a indústria cultural? Então assista Central do Brasil e depois compare com Cinema, aspirinas e urubus. São dois filmes de indiscutível qualidade técnica e narrativa. Ambos tratam do povo brasileiro sem cair em sociologismo panfletário. Mas um deles é um produto pensado para agradar às massas, enquanto o outro evita edulcorar o retrato do país.

É empolgante ver um filme como Cinema, aspirinas e urubus. Não fica devendo nada à melhor produção da Argentina, Irã ou Europa. Os atores nem parecem estar apenas encarnando personagens, a história é bem construída e interessante, o ritmo é adequado. A fotografia transmite a opressão luminosa que é o sol de um lugar semi-árido como o Sertão. Não há mocinhos nem bandidos. O brasileiro é mostrado com suas qualidades e problemas — nosso mercenarismo, feiúra e ignorância.

Bem o contrário de Central do Brasil, que tenta mostrar como, no fundo, apesar do ar malandro, somos um povo cordial. Basta ver a diferença nas cores do Sertão entre os dois filmes para perceber a diferença na proposta. No sentido de mostrar o povo brasileiro como ele é, aliás, até Dois filhos de Francisco, com seus caipiras ignorantes e meio salafrários, se sai melhor que o filme de Walter Salles.

12 de outubro de 2006, 10:46 | Comentários (10)

os velhos hippies ficam meio chatos

Na pré-estréia de Wood & Stock, ontem, no Espaço Unibanco, Otto Guerra pediu que as pessoas falassem da animação baseada na obra do cartunista Angeli, ainda que falassem mal.

Pois bem: o filme é chato. É bem feito, é fiel aos quadrinhos, a escolha das músicas foi boa, o tema é bom, mas na metade eu já estava com vontade de sair da sala de projeção e ir aproveitar o resto de chope do coquetel. O motivo poderia ser, talvez, o fato de conhecer muito bem a obra de Angeli e, por conseqüência, a maior parte das piadas do filme. Mas não. O problema é que o roteiro é ruim.

Nos primeiros 30 minutos não aparece enredo algum. Depois engrena um pouco, mas a tentativa de incluir a maior quantidade possível de personagens do universo angelístico acaba deixando tudo meio truncado. Só para dar um exemplo, o caso dos assassinatos por sexo é uma história paralela que passa pelo filme sem chegar a conclusão alguma, nem contribuir com a trama. Otto Guerra fez um trabalho dedicado na transposição das tiras para o cinema, mas talvez tivesse feito um trabalho melhor se não quisesse ser tão bom.

Wood & Stock tem bons momentos, é claro. O porco vocalista Sunshine é impagável — e uma das frases memoráveis do filme é "ele já tocou com Hermeto Paschoal". Rampal foi muito bem adaptado como baterista da banda dos velhos hippies, ficou entrosado, ao contrário dos revolucionários Meia Oito e Nanico, que só estavam lá por estar. Rê Bordosa ficou perfeita na voz de Rita Lee e tem as cenas mais engraçadas. Uma das melhores seqüências é quando toda a banda estoura o melão com uma bota metamorfoseada por Rampal e sai pirando por São Paulo. Um retrato bem exato de pessoas chapadas.

Apesar dos pesares, quem não conhece os quadrinhos de Angeli certamente vai ter a chance de rir um pouco, enquanto os fãs não têm motivos para reclamar. Vale o dinheiro do ingresso.

10 de outubro de 2006, 16:30 | Comentários (4)

gênio da raça
A minha filosofia não consiste em procurar a harmonia dos contrários, mas, ao contrário, em ressaltar as contradições da natureza, para que sejam, pelo menos, controladas.

As forças contrárias se atraem em virtude de uma lei que não me é dado evitar e pela qual não sou absolutamente responsável. Sei que do encontro de uma carga positiva e de outra negativa, resulta a faísca. Não me sendo possível impedir a faísca, procuro desempenhar o papel de pára-raios.

Este texto foi escrito em 1946, mas continua muito atual. De fato, lembra o sujeito de que as pessoas parecem não aprender nada, por mais que se repitam as coisas ao longo dos séculos. Também o faz se perguntar onde andarão os gênios do quilate do Barão de Itararé.

16 de setembro de 2006, 10:44 | Comentários (4)

aham, bem certinho

— Ela viu a peça e me disse que foi a homenagem mais bonita que recebeu em toda sua carreira.

A frase acima se refere a Rita Lee e foi proferida por Preta Gil no Jornal da MTV. A bela homenagem, no caso, é Preta Gil vestida de travesti e querendo ser Lee.

14 de setembro de 2006, 13:17 | Comentários (1)

materialismo cultural

A maior prova de que "ter cultura" anda na moda é o fato de um dos eixos da novela Páginas da Vida se desenrolar em torno de uma casa de cultura. Isso sem falar em um monte de cenas de balé, fotografia e vernissages no Leblon — bairro que já dá nojo mesmo sem conhecer, por culpa da Globo, mas isso é outra história. Essa moda também se manifesta em fenômenos como a Daslusp, em que peruas endinheiradas pagam centenas de reais por algumas horas de aula com professores tornados celebridades.

Pode-se argumentar que ao menos estão gastando tempo e dinheiro em algo importante e que, mesmo o fazendo apenas para seguir a moda, as pessoas que mantém uma relação materialista com a cultura podem reter uma ou outra coisa aproveitável para suas vidas. Isso é mais ou menos como dizer que Harry Potter prepara as crianças para ler obras mais sofisticadas. Não prepara. Prepara para ler Harry Potter, como diz Harold Bloom. No caso do materialismo cultural, é ainda pior, pois o que se ganha com a glamurização do conhecimento é um monte de peruas arrotando citações enquanto seus maridos enochatos discorrem sobre as qualidades de um desconhecido vinho neozelandês que acabaram de descobrir.

Conversar com pedreiros é mais intelectualmente estimulante.

7 de setembro de 2006, 21:48 | Comentários (42)

tigre

Belíssimo curta de animação inspirado em um poema de William Blake e tendo São Paulo como cenário.

30 de agosto de 2006, 10:58 | Comentários (2)

quase fim de semana

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Aproveitem que seu chefe vai embora após o meio-dia para entrar no clima de fim de semana vendo as fotos de Suellen Tacchi, tiradas por Tatiana Leão, Sean Graham e Joana Mazza.

18 de agosto de 2006, 11:15 | Comentários (7)

abrace o filistinismo de meio-turno

O texto do Bruno Galera sobre a falsa polêmica a respeito dos cursos universitários para escritores lembra como a mitificação dos artistas e outros trabalhadores intelectuais é algo engraçado. No caso, há quem pense que os cursos são, na hipótese mais benévola, inúteis. José Castello, por exemplo, delira:

A literatura, mais do que as outras artes, trabalha com a palavra pura e o pensamento puro. O escritor não precisa de um pincel, nem de um violino. Você tem de ter atributos que não se ensina. Tem de ter imaginação, por exemplo.

Ah, é? Deveriam erigir monumentos para esses semideuses que trabalham com a palavra. O trecho evidencia a anal-retentividade de parte da "classe artística". Esse negócio de pensamento puro — e aliás, outras purezas — caiu em desuso já no século XIX. Benjamin decretou o fim da aura da obra de arte há mais de 50 anos. Ainda assim, há quem acredite que o artista não deve se deixar contaminar pelo dinheiro, essa coisa suja.

É algo engraçado. Se um sujeito trabalha no setor de compensação de cheques em um banco qualquer, mas à noite participa de algum projeto artístico ou desfruta da arte, todos acham muito bom. Ninguém questiona sua pureza de intenções. "Oh, puxa, um mero bancário se interessando por arte." Por outro lado, se um ator com diversos serviços prestados à dramaturgia resolve trabalhar oito horas por dia na Globo, se um bom músico decide tocar em uma banda de axé, se um artista plástico decide fazer ilustrações para comerciais, logo os chamam de vendidos. Logo os acusam de conspurcar sua arte.

Uma novidade: dinheiro é trimmmassa. Com ele se pode fazer muitas coisas, inclusive patrocinar uma dedicação a projetos artísticos que não rendem dinheiro. Artista não tem de sofrer.

14 de agosto de 2006, 23:13 | Comentários (24)

les parisiennes

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Ao ver as fotos de Marc Riviére, só consigo me perguntar por que diabos ainda estou morando em Porto Alegre, não em Paris. Ou Berlim, Amsterdam, Barcelona.

Cortesia do Pedro Doria.

3 de agosto de 2006, 17:49 | Comentários (5)

pinta lá, magrão

25 de julho de 2006, 10:13 | Comentários (2)

mulher quadrinista

É muito bom que hoje em dia haja mais mulheres no ramo dos quadrinhos. Agora não é mais preciso agüentar só nerds gordos nas convenções. Então, demos as boas à Chiquinha, que além de tudo veio aumentar o plantel feminino do insanus.org.

15 de julho de 2006, 15:56 | Comentários (3)

viva méxico!

Ricardo Calil gostou do final de Belíssima. Foi bom mesmo, especialmente a homenagem a Vale Tudo, quando a Bia Falcão interpretada por Fernanda Montenegro foge da punição a seus crimes em um jatinho, como fez o Marco Aurélio de Reginaldo Faria ao dar uma banana para o Brasil pela janela da aeronave. Só que Bia Falcão apenas diz algo como "mas que idiotas", referindo-se aos policiais e à recém-descoberta filha, que caíram em seu plano de fuga como patinhos.

É claro que o final foi forçadíssimo, cheio de reviravoltas e deuses ex machina suficientes para preencher um Olimpo. Justo isso, porém, foi uma das principais qualidades. Novela é novela. Tem de ser assim. A graça toda do melodrama está em conhecer o final de antemão, caso das românticas, ou se surpreender com as soluções de bolso de colete, naquelas mais chegadas à comédia ou suspense.

8 de julho de 2006, 13:03 | Comentários (7)

porto-alegrenses

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23 de junho de 2006, 12:20 | Comentários (13)

luto

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17 de junho de 2006, 11:22 | Comentários (7)

tempos difíceis

Anda difícil manter o otimismo com toda a idiotice que corre solta pelo mundo. Harold Bloom que o diga, em entrevista ao Polzonoff:

PPJ: O senhor faz declarações muito interessantes sobre as distinções entre Javé, Jesus e Jesus Cristo, que seria um outro personagem. Fico aqui me perguntando: o leitor comum é capaz de compreender seus argumentos? Será que este tipo de leitor, que cresceu lendo autores vulgares, está capacitado para discutir suas idéias?
HB: Realmente, as pessoas não estão preparadas. Elas não querem… É complicado, porque é um livro que exige educação. Não quero impor nada. É um livro de idéias. Não sei como anda a educação no Brasil, mas tenho a impressão de que a educação no mundo como um todo tem piorado. Vivemos na Era da Informação, pessoas conseguem informação que querem a todo o momento, vivem na frente do computador. Mas não tenho certeza se isso se traduz em educação. Se elas estão abertas a discutir idéias, se conseguem compreender. Vivemos tempos estranhos…

PPJ: Há quem diga (eu digo), que vivemos uma segunda Idade das Trevas. Vivemos tempos obscurantistas...
HB: Acho que é uma boa definição. Vivemos, sim, numa Idade das Trevas. Obscurantistas, sem dúvida.

Bloom também diz na entrevista que Harry Potter e qualquer outra literatura do gênero, ao contrário do que se diz, não é a porta de entrada para a boa literatura. É a porta de entrada para Stephen King.

Faz sentido. Os livros do aprendiz de feiticeiro certamente não são literatura com L maiúsculo. São entretenimento. Bom entretenimento, mas tão somente. É provável que apenas mantenham as crianças acostumadas a se anestesiar, como faz a televisão. Por outro lado, comecei a vida de leitor com diversas porcarias e acabei chegando a bons livros, de algum modo. O livro que realmente me fez gostar de ler foi Vinte mil léguas submarinas, de Júlio Verne, que embora seja muito divertido, é literariamente pobre.

15 de junho de 2006, 17:37 | Comentários (11)

pinta lá, magrão

Se você não achou ainda sua alma gêmea, ou não tem nem mesmo uma amizade colorida, pode aproveitar hoje a exibição do filme A sociedade do espetáculo, de Guy Debord. O evento "Com Marx para além de Marx" ocorre na Casa de Cultura, às 19h. A entrada é grátis e haverá uma palestra de Jorge Paiva, do Instituto de Filosofia da Práxis de Fortaleza, sobre a "crítica do valor".

É garantido que você passará a achar toda essa coisa de Dia dos Namorados uma mera tentativa de mercantilização do amor, típica de sociedades capitalistas baseadas na cultura da imagem. Ótima opção para gente solteira e com dor de cotovelo.

12 de junho de 2006, 14:35 | Comentários (5)

pinta lá, magrão
"Vidala" é um espetáculo de canções populares. O título provém de um ritmo folclórico argentino, típico das províncias de Salta e Jujuy. A vidala forma, junto com a baguala e a tonada, o chamado cancionero tritónico. Este cancioneiro tradicional foi pesquisado por Leda Valladares e é interpretado geralmente por índios acompanhados por um tambor: a caja bagualera.

Parece interessante.

1 de junho de 2006, 10:46 | Comentários (3)

duas seqüências é arriscar demais

Que falta faz o Brian Singer! — aí está a primeira coisa que vem à cabeça quando os créditos finais de X-Men - Confronto final começam a rolar.

Basta dizer que Wolverine se torna um bom moço. O diretor Brett Ratner, seja lá quem for, não consegue fazer com que Logan convença nos momentos supostamente maliciosos. De resto, até consegue manter os outros X-Men na linha. Um ponto a favor é a ausência do mala do Ciclope na maior parte do filme. O Arcanjo é um personagem inútil, já que só serve de desculpa para seu pai buscar a "cura" do gene mutante. O roteiro também transformou Tempestade em uma mala sem alça, que só faz encher o saco do Wolverine. Nos dois primeiros episódios, ela era mais ambígua. A briga pueril entre Homem de Gelo e Pyro, francamente...

O problema é o roteiro ter estragado um bom argumento. No caso, a saga da Fênix Negra, aliado à descoberta da "cura" mutante. Brian Singer talvez tivesse feito um belo filme, mas esse outro diretor só conseguiu atochar o maior número de cenas que conseguiu em duas horas. Lá pelas tantas a mudança freqüente de seqüências começa a pôr em risco a paciência do espectador. As duas primeiras cenas, 20 e 10 anos antes dos eventos narrados no filme, supostamente servem para explicar a origem do Arcanjo e da Fênix, mas são absolutamente desnecessárias.

Isso para não mencionar o fato de que só durante a sessão é possível pensar em mil maneiras de parar a Fênix Negra sem matar Jean Grey. Magneto ficou subitamente mais burro, também, mas não dá para dizer o porquê sem estragar o filme. Furos que prejudicam a verossimilhança deste terceiro X-Men e dão uma sensação ruim ausente dos primeiros dois episódios.

Não chega a ser uma ofensa aos fãs dos filmes anteriores, como Matrix Revolutions, mas poderia ter sido um filme muito melhor.

30 de maio de 2006, 10:34 | Comentários (17)

outono

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Caquizeiro em São Francisco de Paula. Clichê, mas alguns clichês valem a pena.

15 de maio de 2006, 0:39 | Comentários (6)

boicote ao cirque du soleil

Se este fosse um país decente, haveria revolta popular e um boicote ao Cirque du Soleil, que fará uma turnê no país em agosto.

O caso é o seguinte: a Companhia Interamericana de Entretenimento conseguiu levantar R$ 9,4 milhões para financiar a vinda do grupo circense através da Lei Rouanet. O banco Bradesco destinou parte de seu imposto de renda devido no ano que vem para preencher este valor. Ou seja, em vez de pagar ao Estado, o Bradesco dá o dinheiro a uma promotora de eventos mexicana, para que ela traga o Cirque du Soleil ao Brasil. Até aí, tudo bem. É justificável que o governo fomente a arte.

O problema é que, por este preço, os ingressos deveriam ser de graça ou, no máximo, ter um valor simbólico. Ou talvez o grupo devesse fazer apresentações especiais para estudantes e pobres de maneira geral. Não vai acontecer. A meia-entrada custará R$ 50. Não bastasse, os ingressos melhores [a R$ 370] foram colocados à venda somente para clientes endinheirados do Bradesco, por enquanto. Tudo isso com o meu, o seu, o nosso suado dinheirinho. Não custa lembrar que o Bradesco é um dos bancos que mais crescem, em um cenário onde todos os bancos têm obtido um faturamento obsceno.

Janer Cristaldo foi mais rápido em comentar o assunto:

Tudo muito simples: você paga para que uma minoria se divirta. Esta minoria, que também é contribuinte, já pagou a produção do espetáculo. E agora paga de novo para assisti-lo.

A única saída decente contra esse patrocínio completamente contrário à Lei Rouanet, que prevê renúncia fiscal apenas em caso de difícil viabilidade comercial, é não assistir ao espetáculo do Cirque du Soleil. Além, é claro, de enviar mensagens de correio eletrônico à CIE, ao Bradesco e direto com o Gil, mandando-os à puta que pariu. Não devolverão nosso dinheiro, mas ao menos vão saber que a valorização da marca Bradesco, objetivo final de toda a palhaçada, foi trincada.

ATUALIZAÇÃO: Lucro do Bradesco cresce 27% e atinge R$ 1,53 bilhão no 1º trimestre. É, eles realmente precisam de recursos da Lei Rouanet para patrocinar qualquer coisa. Coitados.

5 de maio de 2006, 13:03 | Comentários (14)

pinta lá, magrão

O lançamento do novo romance de Daniel Galera é às 19h de hoje, na Livraria Cultura do Bourbon Country.

25 de abril de 2006, 8:56 | Comentários (3)

alegria infinita

28.jpg

17 de abril de 2006, 12:37 | Comentários (10)

desistam, escritores
This is not a vote in favour of the sort of literary navel-gazing that Mr Wolfe condemned. But it is a warning that it is almost impossible to outdo reality in a country as richly bizarre as the United States. Perhaps writers should leave those unfinished novels locked up in the drawer and content themselves instead with the humble craft of journalism.

É como sempre respondo quando perguntam se nunca mais vou escrever ficção. Jornalismo é muito mais divertido. Não se pode competir com a bizarrice do real.

Obrigado pela dica, Gallas.

15 de abril de 2006, 9:49 | Comentários (4)

ainda existe gente que leva arte a sério

Precisava dividir este spam com os caros leitores:

Nas vésperas da Semana Santa, Banco do Brasil promove blasfêmia

Centro Cultural, no Rio, expõe órgão sexual feito com Terços!

Boa tarde, amigos!

1) O Centro Cultural Banco do Brasil, do Rio de Janeiro, situado em frente à Igreja da Candelária, no centro histórico, está patrocinando a exposição "Erótica - Os sentidos da Arte", com dinheiro público e de incontáveis cidadãos.

Infelizmente, é uma exposição imoral freqüentada livremente por menores de idade, inclusive por colegiais levados em excursões.

2) Pior ainda. É uma exposição com conteúdo blasfemo, como a obra "Desenhando com Terços", que usa esse milenar instrumento de oração dos católicos para desenhar um órgão sexual misturado com a cruz.

3) A referida exposição patrocinada pelo Banco do Brasil é uma ofensa aos milhões de católicos de todo o país. Ainda assim, seus organizadores anunciaram que sua realização irá se prolongar; durante a Semana Santa inclusive.

Sinceramente, fiquei espantado e indignado!

4) Apesar da gravidade do fato, que me conste, nenhum meio de comunicação fez referência ao conteúdo blasfemo dessa exposição. Por isso, tomei a iniciativa de enviar-lhe este e-mail.

Também estou enviando esta informação às autoridades religiosas do Rio de Janeiro e do Brasil inteiro, às autoridades civis, federais e estaduais, aos meios de comunicação e às autoridades do Banco do Brasil.

5) Até quando continuará essa ofensa gratuita à fé cristã da grande maioria dos brasileiros?

Infelizmente, este fato não é isolado e, quem sabe, faz parte de uma onda de blasfêmias anticristãs que percorre o mundo, incluindo o livro "O Código da Vinci".

6) Estão, a seguir, o telefone e o e-mail do curador do Centro Cultural do Banco do Brasil, Sr. Tadeu Chiarelli, os links do site do Banco do Brasil nos quais aqueles que desejarem poderão deixar seu protesto; e o link para o site Blasfêmia Não!

7) Por favor, se você também está indignado e cansado do silêncio diante da ridicularização pública da fé católica, reenvie esta mensagem a seus amigos e familiares, e cobre das autoridades religiosas e civis medidas para fazer cessar esta ofensa gratuita.

Muito obrigado, e que a Providência o recompense pelo seu interesse nesta iniciativa em prol do Brasil.

Atenciosamente,
Sérgio Luiz Ferreira Passos, estudante

Instituto de Psicologia
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Universidade Federal do Rio de Janeiro

[...]

LINKS DE PARTICIPAÇÃO E OPINIÃO:

[...]

c) Telefone gratuito da Ouvidoria do Banco do Brasil: 0800 729-5678

[...]

Endereço do Centro Cultural do BB: Rua Primeiro de Março 66. Centro

e) Link do Blog Blasfêmia Não!

http://blasfemianao.tripod.com/blog/

5 de abril de 2006, 18:54 | Comentários (7)

anyone can play guitar

Único show no mundo que me faria ir até São Paulo.

22 de março de 2006, 15:09 | Comentários (8)

chega de artista boêmio!
Quaaaaaaaaaaaaantas conversas perdidas em projetos mirabolantes e nunca colocados em prática? Um dia ainda vão descobrir que o maior inimigo das grandes obras são as mesas de bar. Lá tudo é discutido, tudo é pensado e articulado, mas absolutamente nada é feito porque em vez do cara ir fazer, no outro dia ele tá de volta na mesa do bar.

Tá bom, estou desconsiderando toda uma tradição de artistas boêmios que se reuniram em mesas de bar para revolucionar seu tempo. Mas talvez a diferenças entre os grandes aristas e nós é que eles voltam bêbado pro atelier e trabalham enquanto a gente cai bêbado na cama preguiçosamente.

Uma vez o professor Paulo Seben, ex-alcoólatra, comentou em uma entrevista sobre a influência do álcool no processo criativo: "Se tal artista não bebesse, provavelmente seria ainda mais genial". Na verdade, Mini, não é que eles cheguem em casa e trabalhem: é que, como qualquer publicitário, jornalista ou metalúrgico, um artista também tem seus momentos de preguiça e muitas vezes os dedica ao álcool. E isso só não o impede de se tornar um artista importante quando ele é realmente genial.

Durante as entrevistas para esta matéria publicada na revista Aplauso, alguém comentou que a maconha também não funciona muito bem, acrescentando: "já tentou tomar uma decisão sob efeito de maconha?". Não entrou na redação final.

Indicado pelo Firpo.

14 de março de 2006, 15:44 | Comentários (5)

os transgressores
Isso posto, o espetáculo resultante dá a nítida impressão de que, na hora de levar para o palco as supostas comédias, o diretor se deu conta da incoerência e da fragilidade daquilo tudo, e chegou à conclusão de que só o total desrespeito salvaria Qorpo Santo. O resultado é um desastre.

Hehe. Obrigado, Bruno.

E o pessoal ainda reclama do Jerônimo Teixeira.

10 de março de 2006, 19:25 | Comentários (5)

procura-se cantora desconhecida

O Nasi mandou uma versão de "What am I to you", da Norah Jones, cantada supostamente por uma jovem de Porto Alegre. Como a versão faz justiça à original, ficou curioso para saber quem é a moça. O arquivo está assinado como "Anabela". Ouça aqui. Alguém sabe de quem se trata?

12 de dezembro de 2005, 22:18 | Comentários (7)

pinta lá, magrão

Hoje tem lançamento do primeiro vídeo da banda A red so deep, na sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro, a partir das 19h. Como a Bacardi está patrocinando, devem rolar mojitos ou cuba libre no coquetel. Depois, às 20h, os bêb... — perdão, convidados assistem ao clipe e a um show da gurizada.

6 de dezembro de 2005, 6:57

pinta lá, magrão

Os leitores que moram em São Paulo ou estão de viagem marcada para lá não podem perder a exposição de cartazes poloneses no MAC. Em Cracóvia, quase comprei uma loja inteira de pôsteres. São fascinantes, diferentes da arte gráfica de qualquer outro povo. Se não acredita, veja isso.

5 de dezembro de 2005, 0:10 | Comentários (2)

bem coisa de comunista

graffiti.jpg

Havia uma grafitagem interessante nesta parede da praça Argentina, em frente ao prédio da Engenharia da UFRGS, em Porto Alegre. É a segunda vez que os integrantes do DCE, militantes do PSOL, apagam os graffiti para fazer propaganda. Afinal, a revolução não pode ser impedida por mera arte, não é mesmo? Tomara que percam a eleição.

16 de novembro de 2005, 19:04 | Comentários (49)

nada mais triste que artista decadente

Pedro Doria detestou o novo álbum de Asterix. Nenhuma surpresa aí. Desde A rosa e o gládio não dá mais para ler o quadrinista Uderzo, que devia mais é se aposentar e parar de obrigar o falecido Goscinny a se revirar no túmulo.

5 de novembro de 2005, 9:58 | Comentários (3)

o A e o Z

Benvinútil está como de costume cáustico e observador em seu dicionário da geração 21, publicado no Cortiça. Pelo que se pode depreender, Geração 21 compreende os autores que começaram a publicar a partir do ano 2000 e iniciaram suas carreiras na internet.

15 de outubro de 2005, 19:04

é a despretensão

Dois filhos de Francisco é um bom filme. A história de Zezé di Camargo e Luciano, se não fosse verdadeira, seria apenas mais um relato de gente que vence todas as dificuldades para atingir um sonho. Mas aí está uma das maiores qualidades do filme de Breno Silveira: a despretensão. Depois da pura incompetência, pretensão é o defeito que mais acomete as películas nacionais.

Os diálogos não tentam ser espertinhos-série-do-Guel-Arraes. Não há nenhuma tese sócio-psicológica de fundo. Os planos são o que de mais simples há no cinema. Os atores não são estrelas e se limitam a atuar direito — destaque para Ângelo Antonio no papel de Francisco. Ao contrário do que se possa esperar, a música brega sertaneja aparece quando é necessária e não enche muito o saco. É tudo muito simples, mas limpinho. Há somente uma ou duas cenas românticas um tanto fora de esquadro no enredo, mas em se tratando de cinema brasileiro é muito pouco.

Nem mesmo é um filme para fãs. O pai dos cantores é o verdadeiro protagonista. Difícil saber o que aconteceu mesmo e quais os fatos inventados pelos roteiristas para temperar a história, mas se metade for verdade, era um grande sujeito o Seu Francisco. Exemplo de como tirar o melhor da vida.

Mas pseudo-intelectual não pode ficar elogiando nada que tenha a ver com duplas sertanejas, então aí vai: triste notar que os irmãos Camargo só foram fazer sucesso quando começaram a compor músicas ruins. As do início da carreira até tinham alguma qualidade popular. Depois de É o amor, virou indústria cultural.

21 de setembro de 2005, 20:57 | Comentários (8)

vestais literárias

Antonio Fernando Borges está preocupado com o fato de a literatura ter se tornado apenas mais uma forma de arte avacalhada pelas massas, como todas as outras. Não está errado na avaliação de que a rapaziada que divulga literalmente ad nauseam seus primeiros rascunhos em blogs e livros apressados poderia refletir e aprender um pouco mais antes de fazer isso.

Sim, tem muita merda por aí. Mas e daí? Ninguém é obrigado a ler nada. Os talentosos vão se tornar bons escritores de um jeito ou de outro, a ralé vai ser varrida para debaixo do tapete. De mais a mais, escritores antigos provavelmente só não publicaram apressadamente seus primeiros cometimentos literários, porque na época não haviam tecnologias que barateassem a empreitada.

No fundo, Borges parece mais um exemplar daquela espécie de crítico para a qual escritor bom é escritor maldito. Seja por ser profundamente problemático, como Kafka, seja apenas por não publicar nada por absoluta falta de autoconfiança, como Pessoa.

Em todo caso, melhor que os jovens estejam publicando em blogs do que criando músicas para tocar nas ruas. Ao menos niguém precisa ler o que não quer.

14 de setembro de 2005, 18:01 | Comentários (37)

pinta lá, magrão

Allan Sieber inaugura hoje uma exposição sobre Porto Alegre. Promete. É no Museu do Trabalho, no início da Rua dos Andradas, ao lado do Gasômetro. Funciona em horário comercial.

13 de setembro de 2005, 10:18

gênio da raça

O Parada adorou o Dedo negro com unha, novo livro do Mojo. Comecei a ler ontem, estou no segundo "arco", mas também estou louco para ver o que as resenhas vão dizer. O rapaz parece finalmente estar atingindo seu máximo potencial, tudo aquilo que Ovelhas que voam se perdem no céu e O livro das cousas que acontecem prometiam.

Camadas e mais camadas de referências, que no entanto não interferem na leitura do público menos... err... nerd! Não há uma só palavra desnecessária: o autor teve um trabalho desgraçado, isso é certo. Esperava terminar antes de comentar qualquer coisa, mas nem é preciso. Já no primeiro capítulo — aliás, já nos preâmbulos — percebe-se que nossa geração tem agora uma obra à altura.

31 de agosto de 2005, 21:18 | Comentários (1)

direto de baixo ribas

Ótima esta entrevista com o Mojo. O homem tem talento para respostas. Apesar do esforço do repórter em fazer perguntas clichê, Il Pellizzari conseguiu deixar o bate-papo interessante. Embora a construção da pergunta "Quais são seus autores contemporâneos preferidos, tirando seus amigos?" tenha sido muito esperta. Afinal, o sujeito sempre cita os amigos nesses casos, mesmo que nem goste muito.

28 de agosto de 2005, 13:01 | Comentários (12)

metronews

djmulher.jpg

25 de agosto de 2005, 8:58 | Comentários (2)

fnord!

O livro custa R$ 32 e não vão rolar salgadinhos nem vinho de graça, mas uma primeira edição autografada pelo Mojo ainda valerá um monte de dinheiro no futuro.

15 de agosto de 2005, 0:04 | Comentários (3)

pinta lá, magrão

Hoje o Cardoso lança seu primeiro livro, Cavernas e concubinas.

HORÁRIO: 19h
ONDE: Palavraria
Vasco da Gama, 165, ao lado da Espaço Vídeo

Apareça e leve seus R$ 32,50 para adquirir um exemplar.

25 de julho de 2005, 15:06 | Comentários (3)

tim potter

O sexto livro da série Harry Potter acaba de ser lançado no mundo anglófono. As histórias de J. K. Rowling são legais, mas um dia algum veículo um pouco maior terá de denunciar o plágio descarado que ela fez de Neil Gaiman e seu Timothy Hunter. Gaiman desconversa quanto ao assunto, mas considerando que os direitos sobre Tim Hunter pertencem à DC Comics, que pertence à Time-Warner, que por sua vez detém os direitos de Harry Potter, não se poderia esperar outra coisa.

16 de julho de 2005, 18:36 | Comentários (16)

três filmes

The Brown Bunny causou celeuma nas salas de projeção em Cannes. Dizem ter sido por conta do boquete que Chloë Sevigny faz no diretor/ator/produtor/editor/.../office-boy Vincent Gallo. O cineasta foi acusado pela crítica de fazer o filme apenas para mostrar o documentário em público. No entanto, parece mais provável que o verdadeiro motivo do ódio tenha sido a chatice extrema durante a hora e meia de projeção. Três quartos são dedicados basicamente a planos-seqüência de estradas norte-americanas. O boquete inicia um pouco de ação, que explica o resto da história. Detalhe interessante: embora Gallo odeie o diretor Larry Clark, porque Sevigny o namorou antes dele mesmo, há uma cena que lembra muito Kids. Não é um filme ruim. O argumento é até bom e o final faz o resto parecer necessário. Mas é chato que dói.

Contra a Parede é uma produção turco-alemã dirigida por Faith Akin. A ex-atriz pornô Sibel Kekilli vive Sibel Güner, uma jovem criada em Hamburgo por pais imigrantes turcos. Ela quer ir a festas, tomar drogas e dar para todo mundo, algo que não combina muito com o islamismo. Encontra um outro fracassado em uma clínica para doentes mentais e propõe um casamento de fachada para se livrar dos pais. Acaba fodendo com a vida de todo mundo. É um filme competente, nada moralista e tem aquele tipo de final interessante em que os personagens aprendem algo sobre a vida — e de quebra o espectador. Algumas cenas são memoráveis, como Sibel quebrando uma garrafa em um bar para cortar os pulsos. Tem um certo ranço de exaltação das raízes, no entanto, já que os personagens acabam resolvendo seus conflitos quando partem para Istambul. Evidencia bem a força que o cinema alemão nos últimos cinco anos. Até então, os últimos filmes relevantes do país eram dos anos 30.

A Queda é outro excelente filme alemão em cartaz. Causou polêmica no mundo inteiro por mostrar o "lado humano" de Adolf Hitler. Wim Wenders — que há anos não faz nada assistível — disse que "é impossível ouvir Mozart no almoço e matar gente na câmara de gás no jantar", ou algo assim. O rabino Henry Sobel diz que Hitler não tinha uma face humana. O outro lado argumenta que a qualidade do filme é essa mesmo: mostrar que Hitler era tão humano quanto qualquer um de nós — embora meio louco. É bem mais difícil conviver com o segundo ponto de vista. Bruno Ganz faz o espectador ter a impressão de estar vendo o próprio ex-Führer na tela. A atuação é tão boa que fica indissociável da imagem do ditador na mente de quem assistiu. Mas como não podem faltar demônios neste tipo de filme, toda carga de maldade inumana dedicada a Hitler por outros diretores é despejada em Goebbels. É o único personagem plano do filme. Magda Goebbels, porém, é interpretada de maneira excelente por Corinna Harfouch, e suas ações não parecem tão gratuitas quanto as do Propagandaminister. As cenas de batalha surpreendem pela qualidade, inesperada em um filme europeu. Parece até Hollywood.

30 de maio de 2005, 23:54 | Comentários (16)

assim já é ridículo

Sem mais o que inventar e provavelmente convencido de que sua arte era uma merda, um artista plástico criou a inacreditável pintura enêmica. Incrivelmente adequado à atual situação das artes em geral.

Cortesia de Fernanda Obregon.

10 de maio de 2005, 19:37 | Comentários (7)

o bonde do tigrão vai anarquizar o bananão

Eu acho funk carioca o máximo.

Um bando de analfabetos funcionais miseráveis e sem o menor refinamento se junta, aprende a operar aparelhos até certo ponto sofisticados, apropria-se de peças da indústria cultural e avacalha com tudo, transformando-as em um batidão irresistível pontuado por letras que falam de suas próprias vidas. Cultura popular é isso aí.

Mais do que isso, estes jovens criam um mercado próprio para sua música, inventam festas que reforçam os laços comunitários — muito embora isso em geral envolva tomar posição contra outras comunidades — e inventam um sistema de distribuição de renda e ascensão social próprio das favelas.

De acordo com reportagem da revista Carta Capital de 20 de abril, por Pedro Alexandre Sanches, não são raros os funkeiros que faturam mais de R$ 10 mil por mês. Além disso, sua música tem um sistema de distribuição independente de fato, passando longe das grandes gravadoras e até mesmo dos impostos cobrados pelo governo.

Os intelectuais de plantão mais anal-retentivos, quando poderiam enxergar no funk a manifestação de uma imensa criatividade que, bem canalizada, geraria música popular de excelente qualidade, preferem desqualificar o estilo com base em padrões eruditos. É óbvio que o funk é ruim. Difícil é esperar de excluídos semi-analfabetos que façam música seguindo um alto padrão, com o qual nunca tiveram contato.

Critica-se também a "mensagem" do funk. Ora, esses mesmos intelectuais não passaram décadas exigindo uma cultura verdadeiramente popular no Brasil? Pois aí está ela. As letras falam da vida daquelas pessoas: assassinato e tráfico no horário comercial, sexo e drogas à noite para relaxar. Talvez algumas personalidades mais delicadas sintam nojo ao ver a falta de perspectivas daquela juventude exposta assim, nuazinha.

Assim como se chocam ao escutar meninas pedindo para ser "atoladas no cuzinho" ou coisa que o valha. Acham que isso mostra a exploração sofrida pela mulher nas rudes vielas onde habita a escória. Estranho não passar pela cabeça da gente de bem que elas possam realmente gostar disso e, na verdade, estejam levando o feminismo a um ponto mais alto, mostrando que podem encarar o sexo de maneira tanto quanto ou ainda mais fisiológica do que os homens.

O principal, no entanto, é que eles parecem estar se divertindo. E muito. No fundo, toda a grita contra o funk pode ser preconceito contra o fato de pobres estarem se divertindo. Da direita — porque, audácia! A ralé não tem o direito de se divertir! — ou da esquerda — porque eles deviam estar sofrendo com suas condições de vida subumanas e preparando a revolução, ou ao menos rendendo material para o Sebastião Salgado.

Acho o funk carioca o máximo não tanto como estilo musical — embora admita curtir um pancadão bem pegado em certos momentos —; acho o máximo mais como instituição. O funk, minha gente, é o futuro dos movimentos sociais.

2 de maio de 2005, 15:38 | Comentários (57)

todas estas calçadas são planas

Legal isso.

25 de abril de 2005, 13:57 | Comentários (4)

ecce homo

Percebi cedo que a ESCRITA era um forte MAGNETO SEXUAL, capaz de botar as MENININHAS em POLVOROSA. Então eu me aproveitava disso. Fazia textos EMOCIONADOS, cheios de beleza e ROMANTISMO e recebia cada vez MAIS e-mails apaixonados. Isso mexe com o ego do cara, não? O lance é que deu TÃO certo esse lance de escrever FOFINHO que eu comecei a arrumar NAMORADAS, o que pra mim, que havia tido uma adolescência TENEBROSA nesse quesito, era algo INÉDITO e ASSOBERBANTE. Fiquei TOMADO por aquilo. Mas aí um belo dia eu me APAIXONEI PRA CARALHO e ela começou a sentir um certo CIÚME do que eu escrevia. Então eu comecei a fazer as primeiras experiências HUMORÍSTICAS. Na verdade, também comecei a fazer isso por me sentir SEGURO pela primeira vez na vida. Eu que sempre fui GRILADÍSSIMO com a minha aparência, o meu jeito de ser, de pensar, estava, pela PRIMEIRA VEZ NA VIDA, sendo ACEITO e até mesmo CELEBRADO.

Cardoso comenta seu livro de auto-ajuda, Como fazer amigos e comer pessoas usando a internet, em entrevista a Marcelino Freire no Portal Literal.

9 de abril de 2005, 17:00 | Comentários (17)

os loucos anos 20

A seqüência inicial de Positivamente Millie lembra como até as obras comerciais de antigamente tinham uma preocupação com estética. Julie Andrews anda pela cidade grande ao som de jazz e vai entrando em lojas para cortar os cabelos, mudar as roupas, comprar sutiã e termina em uma banca para comprar cigarros — é da época em que cigarros eram símbolo de emancipação feminina. Neste ponto já se sabe quase tudo que é preciso para entender o roteiro — aparecem uns chineses traficantes de escravas brancas, porém muito circunstanciais — e talvez até o final do filme.

Bons tempos.

4 de fevereiro de 2005, 2:56 | Comentários (2)

no coração da tempestade

Foi-se o Will Eisner. Para quem gosta de histórias em quadrinhos, é mais ou menos como a morte de Shakespeare. Eisner simplesmente inventou as graphic novels, álbuns mais longos, com uma história completa. Algo como um romance em quadrinhos. Antes havia apenas histórias em série ou tiras. Um dos meus álbuns preferidos é Um Sinal do Espaço. Eisner também escreveu uma enciclopédia dos quadrinhos, aparentemente esgotada em português. Mais sobre o homem no site oficial.

4 de janeiro de 2005, 19:51 | Comentários (8)


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