A Vida Mata a Pau

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Butecão 34

Sem que ainda tivéssemos bebido nada, grande parte da catrefa do insanus.org se reuniu naturalmente há cinco metros do local onde o chopp era distribuído com um acompanhamento de luxo, cercados das mais perigosas mentes que já conhecí. Todos falavam ao mesmo tempo e o resultado foi mais ou menos este – ao menos para mim:

A palavra “cu” passou a ser dita em lugar de vários substantivos, como que um substituto gratuito e incabível. E deveria ser mantido assim, por longo tempo. A primeira substituição foi para cerveja – “mas ta um e cinqüenta o cu ali no bar” – o que nos remeteu diretamente àquela piadinha infantil que narrava uma festa de pré-estréia do mundo, onde deus convidou todos os cães que viriam morar nesse nosso pálido ponto azul. Os cães, por um motivo não esclarecido na piada, eram acusados de ficar fazendo surubas nas festas, então deus mandou que cada cão deixasse seu cu na entrada, num cantinho ali. Eis que em certa hora da noite deus chega e fica indignado com a festa, também sem esclarecimento do porque na piada, e Poe todos para correr. Com medo de ir pro inferno e com pressa, muitos cães não tiveram tempo de pegar o seu cu legítimo na “chapelaria anal” e colocaram sob seus rabos o primeiro orifício que encontraram. E assim até hoje os cães na terra procuram os seus legítimos, e quando encontram outro cão vão diretamente cheirar a traseira do semelhante para quem sabe assim, ter o que é seu de direito. Depois de relembrada essa anedota foi bolado a seguinte atividade para a feira do livro: um sujeito de bigode deve montar uma banca na entrada da praça da alfândega com tudo branco, luvas brancas, mesas, cadeiras brancas e centenas de caixinhas brancas de papelão com 6cm de aresta – nenhuma espécie de sinalização, apenas uma placa na entrada com “deixe aqui o seu cu”. Ao lado da placa, dando o toque artístico da coisa, estaria uma máquina de churrasco grego, que nada mais é do que um espeto de metal de cerca de 1metro sobre um prato giratório que é iluminado por uma parede metálica cheia de resistências incandescentes.

Sem me dar conta, e ainda sem ter bebido berrei mais alto a todos que estava indo ali no quiosque pegar o meu cu – me referindo a uma chopp – dei um passo para o lado e encontrei e cumprimentei uma amiga. Obviamente a bobagem tomou níveis incalculáveis, menos para mim, que não havia entendido a dimensão da piada. O oportunismo é o Dagoberto dos idiotas.

Acho que falo em nome de todos quando digo que o Cerveja artesanal foi aprovada. O fabricante é um tal de Slava – fica a dúvida da origem do nome – mas a certeza de que com menos conservantes e com água de melhor qualidade a cerveja dá menos ressaca e fica mais saborosa.

Para comemorar a farra, uma semana de posts falando bem das coisas.


por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus