A Vida Mata a Pau

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Árabe Luther publicações apresenta

NÃO VAMOS GENERALIZAR – N°1
Dez 2004 – Dinossauros que comem gente e outras porcarias

Resumindo: Estou lançando o numero um de um almanaque de bolso, com 100 páginas, chamado Não Vamos Generalizar. Os exemplarem podem ser comprados a módicos 2 pila comigo mesmo ou com um dos colaboradores. Se você não tem a fortuna de me encontrar na rua, é só mandar um e-mail pra menezes@insanus.org que a gente dá um jeito.

Só na Não Vamos generalizar você encontra tópicos como estes:

-Panguineísmo: como o monobloco africano bem tirando o sono do mundo.
-Bicicletas para 5 ou mais pessoas.
-Campeonato Catarina.
-70 slogans razoáveis para uma vida mais ou menos.
-Judeus na churrascaria.
-Árvores que falam.
-Pés e bocas.
-Quadrinhos impublicáveis: o feto da máfia.
-Careca feio resenhas musicais.
-Recorte o seu senador.
-Os caminhos da fama.
-Serviço Indígena Obrigatório.
-Poemitz.
-Péricles vc Dr Rauph.
-Carnaval fora de época.

Sem falar do suplemento literário, com contos de Saulo Szinkaruk, Gustavo Faraon, Eduardo Guimarães e Douglas Ceconello. Participações de Jousi Quevedo, Bituca, Antenor Savoldi e Dudu Oltramari.

Tudo isso porque é bom acreditar nas coisas de vez em quando. Como é difícil falar de algo que se está bastante envolvido deixo de amostra o editorial:

Com a gente, pelo menos, acontece seguido e nem por isso vamos deixar de valorizar o bom desaforo. Um homem que se bronzeou sob o sol de Constanza (Bulgária) nos contou que na Romênia – pertinho dali – os dois grandes xingamentos são “eu vou enfiar um pau no teu coração” e “vou cagar na tua mão e te masturbaras sem perceber”. Contra a segunda expressão não temos o que discutir, apenas aplaudir os homens da Dacia por sua sensibilidade e criatividade escatológica, porém apontamos um possível erro de tradução na primeira frase. O dito cujo “pau” pode ser um mero erro de dicionário e a suposta penetração coronária não passar de medo de vampiro. E deus, que não deu praia, presenteou os romenos com a Transilvânia – o que valida a tese da confusão lingüística. Por outro lado: homens que pariram uma escola de futebol ofensiva e um exército conhecido pela falta de respeito hierárquica podem perfeitamente querer enfiar o pau no coração de qualquer um, mesmo que este não seja um sanguessuga literal, e sim um mero filho duma égua. Com a gente, pelo menos, acontece seguido.

Imagine-se no lugar de um romeno, um de bom coração, jamais penetrado por estacas em pensamento, jamais envolvido em brigas de bar ou confusões com o fisco. Um homem que acorda todo o dia sua esposa com um beijo, que vai de bicicleta pela trilha de barro até a “cidade” para cuidar de seu armazém. Você, que mal aprendeu o idioma local e seria comparável a um alemão de férias no Recife falando “moulata” entra no estabelecimento para pedir comida de alguma forma embalada para levar no ônibus no qual viaja e vê o nosso Hagi correndo atrás de um rato. Antes de perder o apetite ou fazer cara de nojo você olharia para os lados e pensaria “vampiros! então é verdade”. Sua vontade turística de ser imortal, ou de que os imortais existam – no caso – pode acarretar uma mononucleose, antes mesmo de você ter visitado o castelo do conde. Agora não só eles estarão pagando pela boa literatura, você também. Sem falar das inúmeras produções de Hollywood que cobram para contar mal a mesma história, onde os produtores, diferente de nosso mercador, não se preocupam em trabalhar com ratos por todas as partes.

Em qualquer um dos casos, a preocupação sanitária gerou um descontentamento, mesmo com ninguém defecando na mão alheia. Salvo pelo pouco conhecimento do idioma local de seu cliente, o caçador de ratos acabaria faturar algum dinheiro com a visita do turista, sem saber que poderia cobrar pelos direitos de imagem ou autorais da história que ficará marcada na memória e será pauta para muito dos relatos de viagem, que o agora o convencido viajante terá para encher o peito e falar da contribuição que cada cidadão local dá para manter acesa a chama turística local – uma lenda tão improvável quanto o cão alado ou os motivos da primeira guerra.

Entre fazer a coisa certa e dizer a coisa errada muita gente chamuscou, e não pára por aí. Dizem os donos da verdade, que na maior chamuscada coletiva da história batizar o avião de Enola Gay era um lobby do setor imobiliário de São Francisco. Homens de negócio e visão chegaram a patentear a expressão “guerra nuclear”, patente essa que não será respeitada nessa publicação, assim como não seria respeitada no caso de uma emergência militar. A questão: já tivemos uma guerra nuclear? A segunda guerra teve bomba atômica, mas só de um lado, seria esse o motivo do nome ser mantido como 2GM? Ou apenas é chamada de segunda porque “nuclear war” já estava registrado? Dois sujeitos brigam na saída do estádio, um deles puxa um canivete e o outro usa uma almofada (que só quem freqüenta a social sabe o que é) para se defender. É uma briga de faca, um briga de velhos, um rastapé ou uma propaganda ruim de cerveja? Classificaria como briga de faca apenas se dois dos participantes, em lados opostos, estivessem portando e usando adagas ou assemelhados.

Pensando assim a possibilidade de uma guerra nuclear é muito pequena. Explicamos: são 8 as potencias nucleares declaradas, mais Paquistão e Índia, que mesmo tendo testado suas bombas são consideradas potencias-não-declaradas. Vamos incluir as duas republicas cor-de-azeitona para simplificar o calculo. Então, 10 dos mais de 230 paises do mundo tem a bomba, e a possibilidade de promover um genocídio instantâneo e congestionar a conexão com deus por alguns dias. Entre esses 10, temos apenas 2 pares de vizinhos: França com Alemanha e Índia e Paquistão. E todo mundo sabe, que é mais fácil entrar em guerra com um pais quanto se faz fronteira, mesmo que o motivo seja algo como “vocês tem praia e nós vampiros”. Permutando temos 45 conflitos potencialmente nucleares para um universo de quase 20 mil guerras possíveis entre nacos hoje. Vale a pena registrar o nome? O lógico seria não – mas do jeito que indianos e paquistaneses tem se bicado, sempre há a possibilidade. Pagaremos pelo péssimo nome de um avião? Talvez, afinal, se as potencias nuclares-não-declaradas se destruírem mutuamente, seria uma guerra nuclear, ou uma guerra nuclear não declarada?

Por essas e outras que nós não vamos generalizar.

Agora que ta impresso, só queimando.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus