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Para que um estabelecimento daqueles precisava de folha timbrada? Jesus cristo! É uma academia pensada para a classe C, ninguém se dá conta que os letrados ali não estarão interessados em exercitar (trocadilho sagrado) o português. Tampouco os diretores conseguirão pauta suficiente para encher uma mala direta. Cartões de natal? Me manda algumas gotas do teu suor que ta na boa querida, num frasquinho com tuas iniciais para facilitar o catálogo. Quanto à folha, coloque um bloquinho daqueles que repousam ao lado do refrigerador, afinal, tudo que posso querer escrever é um numero de telefone. Apenas um, de no máximo 8 dígitos, sem o código DDD – espero que companheiros de academia devem residir na mesma cidade - evitando um “ai bem, eu nunca me lembro onde fica a operadora e pra que servem aqueles xis xis”.
batizar irmãos com nomes iniciados pela mesma letra in / governistas out
imitando o pai falou com a lagartixa. O bichano sempre se esconde quando alguém se movimenta pelo quarto, daquela vez não teve tempo – foi apenas um acender de luz, e o teto da peça estava queimando com a luz refletida. Não é a toa que a animal se assustou: o abajur era novidade até para o criado mudo que, mesmo incomodado, nada falou. É o seguinte seu jacarezinho de parede: tu acha que eu quero te matar? Pra que eu faria isso? Não é das coisas que não-fazem-sentido e acabamos fazendo, é simplesmente idiota. Aqui deitado no meio da madrugada, ser um idiota não parece legal – se ao menos tu freqüentasses minha faculdade ou meu trabalho, faria sentido tremer até os joelhos que não tem.
Começamos a tomar gosto pela companhia um do outro. Batizei de Apolônio – uma homenagem ao personagem “A velha surda”. Na verdade eu gostava da companhia, Apolônio apenas ficava pela quantidade imensa de insetos. Claro, no quarto de minhas irmãs seria morto sem piedade e ainda teria que agüentar gritos escandalosos. Poderia viver na sala, mas lá os insetos são maiores e mais perigosos. Alem do mais, o animal de hábitos noturnos não teria luz artificial na sala durante a noite, e assim menos concentração de comida. No meu quarto era barbada – um monte de borrachudo em um canto – era só chegar e pegar.
Já dava pra ver Apolônio mesmo no breu. Andando de um lado pro outro do teto, passeando pela parede e fazendo um barulho bastante particular. Incrível no silencio da noite é ouvir lagartixa se espreguiçando (Isso lembra uma guria muito maconheira que disse que no meio da BR 101 uma lontra “deu a patinha” pra ela). Filho da puta! No corredor! E eu indo dormir e tu aí vagabundeando! Meu quarto deve estar cheio de mosquito, será que tu não entende nunca ô imbecil! Peguei uma revista de decoração que estava no corredor e fui arrastando o vicerado pra dentro, ele cai e entra andando pelo chão pela porta entreaberta. Na cama, meu cão deitado. Poxa vida Teca! Assim tu espantas o Apolônio!
nunca mais voltou apolônio. isso deveria virar um especial de fim-de-ano pra tv globo.