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Rap Brasil
Preocupante mesmo é quando você precisa avisar que está falando sério, como é o caso. Não precisa colocar entre os melhores, mas é estranho que a crítica especializada nunca coloque entre os discos mais influentes da ultima década a coletânea Rap Brasil 1. Dizer que só tem musica boa no disco seria exagerar para o outro lado, calma lá: nem tanto à zona sul, nem tanto à zona norte. O fato é que o gringo, e o profissional da imprensa, vem aqui ou é daqui, e não conhece a realidade. Tem merda no RB, mas tem coisa boa. Início do apêndice regional Tangenciando: dois “vizinhos” destacaram essa semana a capacidade de dizer bobagem dos especialistas, principalmente nos cadernos de cultura, farei o mesmo sem temer a bailoneta. Ó rapaz, mas é uma coletânea, como considerar coletâneas? Claro que podemos, o mesmo se faz há anos com o tal rock grande do sul, cantado como um influente disco por todos, sob a lenda de que naquela tempo todas as bandas tinham espaço. Segundo relatos de Carlo Pianta, o disco rock grande do sul saiu com cinco bandas, das quais apenas duas rolavam no rádio: Engenheiros e Os eles (quem?). depois que o De Falla foi pra são Paulo, carregando os instrumentos nas costas e divulgando o trabalho via metrô e conquistando espaço em SP, que a rádio Ipanema abraçou a causa, com o discurso “as nossas crias”, e “os que a gente semrpe deu força”. Pica! Tal disco e postura só influenciou o suicídio de muitos, e isso não me causa sequer nojo faca na bota. Fim do apêndice regional. O ano é 95, o lugar é o Brasil. O que ouvimos e lemos sempre é a tal efervescência em diversos cantos da nação. Passada a ressaca dos anos 80, com suas rotações por minuto e radio táxis, temos o redescobrimento do rock, sem aquela carapaça fajuta da turma de Brasília, com espaço para fusões e birirís no geral. Em Minas, em recife com o mangue, na capital com os Raimundos e o Planet Hemp da Guanabara. Os mais atentos lembram da Graforréia e do Little Quail. Até aí tudo bem, mas falar do Gabriel pensador com seus retratos, não lembrar da turma do morro é uma falta grave foda. O disco abre com o Rap da Felicidade. Que em letra dá uma surra de tico mole em toda a obra do Rappa. (Aliás, quem convenceu o pessoal do Rappa que eles são cabeça? Pelo amor de deus! Em recente viagem à praia, fui obrigado pelas passageiras do carro a ouvir o disco todo deles. A formula é a mesma, sempre: uma frase de efeito, pseudo-social-engajada, repetido centenas de vezes, sampleando uns gemidos.) MC Cidinho e MC Doca mostram que a letra pode ser um soco no estômago sem agredir ninguém, o que parece ser utópico hoje em dia, alem do refrão “eu só quero é ser feliz, andar tranqüilamente na favela onde eu nasci” outras pérolas desfilam pelo funk pouco pegado, como “eu faço a oração para uma santa protetora / mas sou entorrompido a tiros de metralhadora”... “povo tem a força, precisa descobrir, se eles lá não fazem nada / faremos nós daqui” Em parte, se “agora virou moda a violência no local”, a culpa é, também, dessa cultura de responder agressão com agressão. Ficar caminhando de branco ou abraçando monumentos não ajuda muito, mas conscientizar através de mensagens construtivas é sempre útil, como todas as musicas do Rap Brasil. A idéia de não-violência é uma manifestação natural do principio do funk carioca, e não uma resposta a acusações, como é comum no Brasil. O segundo balaço é o Rap dos endereços dos bailes, do MC Junior e MC Leonardo. Com uma batida muito afudê passam a lista dos Bailes na cidade, que no fundo, é o que você quer escutar, sempre pedindo paz para agitar. Uma musica para dançar, mas dançar mesmo, não ficar macaquiando como mandam os Axés. Quando você já está ficando confuso, Markinhos e Dolores chegam para explicar quais as diferenças entre o charm e o funk. Mal sabiam eles que os dois ritmos seriam superados pelo pancadão, que é funk, mas é outra coisa. Rap do Flamengo, o pancadão do disco foi plagiado por Galvão Bueno deslavadamente “todo mundo tenta, mas só o meu mengão que é penta” virou “todo mundo tenta, mas só o Brasil pode ser penta”. Espertalhão. Sou um branco desprovido de ritmo e malícia, mas não tem como ignorar o set list do CD. Não tenhos nem como numerar os filhos dessa coletânea, e gente fazendo musica legal, querendo ou não, absolutamente brasileira. O resto é CPM 22 e Pitty. Que em 10 anos serão como Os Eles, graças à deus. Pra não ter que redigitar em 2015 vou deixar aqui o parênteses pronto pros dois conjunto, CPM 22 (quem?) 10:55 | comentários (32)
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