A Vida Mata a Pau

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Livro dos Saberes
(prefácio ao estatuto OAF)

Parte integrante da Enciclopédia “Tudo em Noventa Minutos”.

"...outras duas são as incidências no cinema/vídeo universitário que podem ser observadas de forma gratuita. Desnecessários porem comuns, tais manifestações são típicas de quem está começando. Quem pensa que é a única chance de comunicar suas idéias, pouco sabendo que dificilmente alguém vai ver o vídeo até o fim. Se a fotografia não ajuda, a gente faz um desenho e enumera:

I. Sempre tem uma cena com um dos personagens cheirando cocaína. A história pode ser sobre um romance inocente entre jovens, ou sobre um jogo de futebol; a cena da cocaína existirá, gratuitamente. Não que o pó cenográfico esteja sendo patrocinado pelo diretor, mas sim a encheção de saco vem por ele. Os motivos pela presença constante dos tecos são possivelmente: a necessidade de mostrar jovialidade, porra louquice. Se o filme com seu roteiro e dialogo não consegue, a forma mais fácil é inserir droga na trama, e assim supostamente “quebrar paradigmas”. Bobagem pura. Algumas vezes, geralmente com fins críticos ou humorísticos, a cena se vende bem. Mas é raro.

II. A trilha sonora é grande e variada. Para explicar o fenômeno é preciso pensar em um grupo de 10 a 12 jovens, agrupados por força do currículo em um único grupo, que tem poucas horas de câmera e nem sonham em entrar na ilha de edição. A forma de quase todos darem um toque pessoal à obra, é sugerir uma canção, que na sua cabeça combina com uma das passagens, e claro, atende ao gosto requintado do pos-adolescente.

Quem assume a bronca de programar o set-list é um rapaz diplomático, que escuta a todos e tenta não deixar ninguém insatisfeito. Um trabalho difícil, que é assumido pelo colega “amigão” de todos. Este sujeito, geralmente é meio sem graça, e indicará como sua musica um Skank da vida. Deixando a vida nos levar, assistimos a um curta metragem com 8, 9 ou 10 musicas. Quase uma por minuto, de diversas bandas, sem nexo nem unidade. Se tem umas tomadas se ação: Beastie Boys, se tem romance: Glory Box.

A trilha sonora original, composta para o filme deveria ser mais comum. Está cada dia mais fácil gravar musica, mas não parece.

Vícios acompanham alguns diretores por toda a vida. Passando pela escola dos clichês disfarçada de faculdade de comunicação, temos o diretor que usa bengalas de discurso. Funciona com um personagem secundário, que nada acrescenta à trama, falando sem para sobre questões da vida. São as notórias coisas-que-o-diretor-queria-dizer-mas-não-conseguiu-falar-atraves-do-roteiro. O caso típico da presença destas personagens vem trajado de “amigo loução” do protagonista. Geralmente um cara descabelado, meio pirado por natureza (não confundir com o maconheiro corinho), que aparece em momentos de reflexão e apresenta teses furadas metidas a engraçadinhas.

Nosso protagonista está com dificuldades amorosas, e durante o longa metragem vai visitar a personagem-bengala. Enquanto a situação é descrita, o amigo não presta atenção, fica comentando alguma trivialidade do mundo. Frases como “quem compra essas meias” ou “alguém sempre arranca a página do meio” viram bordões terminais de cena. Sem contar quando se discorre sobre alguma teoria sem fundamento que não é retomada em nenhuma passagem futura do filme.

Talvez se esses roteiristas tivessem melhores idéias ou vidas mais interessantes, só talvez, poderíamos ser poupados desses momentos enjoativos. Como perderemos a guerra, esse livro sugere um tema típico para abordagem:

Secadores Automáticos de Mãos.

Tem algum invenção mais cretina? As úteis e consagradas toalhas de papel que, por anos, enxugaram resíduos aquosos de nossa higiene pessoal estão sendo substituídos por uma geringonça barulhenta e ineficiente. Sem nenhuma desculpa plausível...”

e vai!

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus