A Vida Mata a Pau

home. arquivos: Agosto07. Julio07. Junio07. Mayo07. Abril07. Marzo07. Febrero07. Enero07. Diciembre06. Noviembre06. Octubre06. Septiembre06. Agosto06. Julio06. Junio06. Mayo06. Abril06. Marzo06. Febrero06. Enero06. Diciembre05. Noviembre05. Octubre05. Septiembre05. Agosto05. Julio05. Junio05. Mayo05. Abril05. Marzo05. Febrero05. Enero05. Diciembre04. Noviembre04. Octubre04. Septiembre04.

« | Home | »

Bairrismo

Sábado passado descobri que um grupo de conhecidos se referia à praça Leonardo Macedônia, perto lá de casa, como praça do Menezes. Os menos avisados poderiam pensar que eu vivia por lá, logo o mendigo batizou a área. Não. Acontece é que ninguém (tirando eu e os possíveis herdeiros do seu Macedônia) sabem que aquela praça tem um nome, já que não há placa indicando e não existe um marco que possa servir de referencia - Assim, nomes como “praça do Coqueiro” não vingam. Os frequentadores ficam sem ter como chamar o local, e anseiam por um batismo.

Um lugar sem história, um terreno baldio que alguem abriu com facão numa tarde entediada. Nada disso porém, explica darem meu nome a praça. Um lugar que ocupa meio quarteirão, irregular, com vegetação insipiente e diferentes gramíneas. A condição de praça-lodo só foi abandonada quando há dois anos, em um esforço da vizinhança para conter os constantes alagamentos, uma série de tubulações e escavações foram feitas. Ao que parece, solucionando o problema. Passar por terreno alagado não é desculpa para não atalhar. Penso assim e pensava em 2000, quando o episódio em questão acabou acontecendo.

Cortava caminho para a escola quando me deparo com quatro sujeitos junto aos brinquedos da praça, um deles conhecido meu. Conforme me contaram depois, o grupo estava fazendo o que mais faziam na época: estourando uma catronca. Assim, estariam fumando em qualquer lugar que os encontra-se. Como não sou chegado no entorpecente, fiquei apenas conversando com os sujeitos, num produtivo papo sob o chuvisco daquele início de tarde. Lembro de detalhes da conversa, e lembro do meu casaco azul e branco. Depois pequei uma carona com os caras até perto de minha casa, já desistindo de ir à aula de reforça naquela tarde. Ou seria cursinho? Não sei.

Bom, um destes que dividiu pouco menos que uma hora me abordou ao me rever esse fim de semana e falou que o nome da praça virará Menezes para ele desde aquele dia. Fruto do nosso papo marcante sobre trivialidades, mas realizado de forma explosiva e engraçada. Graças a este comportamento e jeito de falar estranho que muito me preocupa acabei habitando o imaginário daquela turminha, e virei referencia para a praça sem placa nem nome.

O absurdo é que um outro grupo de amigos também chama o lugar pelo meu nome, por um motivo diferente.

Quando o homem acorda seu pênis invariavelmente está ereto. Existe um ciclo de ereções noturnas no qual a última resulta no despertar. Sendo homem, o mesmo acontece comigo. A falha no sistema ocorre quando o acordar é forçado por um despertador, e assim era no tempo de colégio. Certa vez, então, conversando sobre essas observações com meus colegas de colégio relatei que a minha rotina estava alterada.

Não acordava mais em riste, e sim em posição de descanso. Tomava café, me vestia e ia caminhando pra escola. E como uma relógio, todo o dia, ao cruzar a praça em questão o meu verdadeiro despertar vinha. Com um atraso de uns 15 minutos eu estava tento a ultima ereção da noite. Sempre no mesmo lugar, na mesma praça. Depois das gargalhadas que todos demos, os colegas de segundo grau passaram a chamar de Menezes a praça.

Agora, com quase 24 anos, por vias indiretas sou nome de logradouro. Um sonho realizado, sem dúvida. Engole essa Rigotto!

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus