A Vida Mata a Pau

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Dês-Blog
quase que esqueço do especial das quintas-feiras com o assunto menos pertinente possível.

23 de junho

O homem cai. Sempre. Muitos com freqüência. O acidente, se é que pode assim ser dito, acontece em três tempos. Estabilidade, desequilíbrio e chão. Mesmo havendo tombos e tombos, nunca essa lógica é quebrada. O cara pode cair de joelhos ou de cara no chão, mesmo assim, nenhuma etapa é queimada. Logo, o homem tropeça.

A mulher cai. Mais do que sempre. Vai de cima dos saltos. Aqui cadê uma observação: apenas a que calça acha que anda tão bem com salto do que sem salto. Todo mundo repara que existe uma diferença no andar em troca de alguns centímetros. Não que a cadencia alterada seja ruim, mas é diferente. Então, meninas que dizem sentir como se nada usassem nos pés no estar de salto, me passam a idéia de que não conseguem andar direito nunca. Pernas tortas – vai saber.

A diferença é que a mulher tropica. E sim, existe uma diferença. Tropicar pressupõe uma série de tropeços, mais ou menos como um Boing caindo na água, aos poucos, desintegrando na superfície do atlântico. As três etapas viram uma luta entre o equilíbrio e o chão. Por vezes a mulher retoma o centro, e um milésimo de segundo depois está encaminhando a queda. Não raro que na fração de tempo em que se dá a batalha, a mulher oscile entre vencer e perder da gravidade uma dúzia de vezes.

Talvez por isso a tropicada seja sempre ridícula. O fenômeno mais importante a ser observado é que a mulher já encontra-se estatelada antes de tocar o chão. Ela está esparramada no ar, com todos os seus apetrechos parando numa atmosfera de desespero. Até reflexo incondicional é atrapalhado na luta pelo não cair. Assim, o desfecho revela um constrangimento impar na moça, que fica, geralmente bonitinha.

É estranho ver tão desarmada alguém que colocou saltos. A jornalista tropica, o publicitário tropeça, a arquiteta tropica, o engenheiro cai, a secretária tropica e o ministro cai.

tema sugerido por Rodrigo Muzzel, a quem agradeço de topete. Semana que vem ainda sem pauta.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus