A Vida Mata a Pau

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Retórica de baixo impacto
ou blogagem alternativa insanus para newbies

O homem pós-moderno - além de feio, forte e formal - deve apenas participar de histerias coletivas. Todos sabem que a civilização ocidental não passa de uma péssima mistura de um código de leis caquético dos assírios com o instinto de preservação expansiva Viking. Para uma leitura dispendiosa: não praticamos a internet aos fins-de-semana.

Esse tipo de pressuposto é muito comum em ensaios pseudofilosóficos. O autor apresenta algo quase indecifrável de propósito para poder depois redesenhar o pensamento na metade sem sair do campo que foi introduzido. Assim, qualquer coisa pode ser dita, e uma particularidade esquecível dos assírios vem no meio de setenta páginas para dar firmeza a uma estaca ideológica fincada no banhado da ignorância. Eles acham que eu não percebo, mas eu to ligado.

É uma forma inteligente de apostar da ignorância do leitor. Geralmente funciona, pelo menos quando eu sou o suposto ignorante. O outro lado dessa formula mágica é fechar com algo de caráter regionalista, que dá um toque de pessoalidade à obra. No primeiro parágrafo, temos o “Viking” como símbolo localista. Para o seu ensaio de Brasileiro que não desiste nunca sugiro usar o alguém como Chico Bento, Padin’Ciço, Magic Paula, Zé Gotinha ou a Lya Luft. Não sei a finalidade, mas esta presente sempre.

O último elemento é o não compromisso. Ele deve abrir e encerrar a idéia. E aqui as regras valem mais que qualquer outra coisa. A primeira frase precisa de um aposto humorístico. Aqui o “feio, forte e formal” remete ao Chaves - levanta a polêmica sobre cultura de massa. Depois de criado ambiente simpático ao leitor, fica mais assustador meter a teoria solta do nada. “Meu deus, mas ele tava falando do Chaves e agora pulou para os Assírios, deus me castigue!”.

Fechando o não-compromisso e a não-idéia toda vem a ironia. A sutil Ironia. Tocando pau na internet e nos hábitos cotidianos acabo tratando todos como idiotas. Uma parábola de seriedade amedrontadora e inútil. Ou melhor, amedrontadora e amedrontadora. Com o primeiro parágrafo abre-alas tudo pode ser dito. Com mais ou menos propriedade que terás o mesmo impacto. O autor ainda se delicia com um universo de referências impensado para usar como bem entender. Um chão móvel, uma pista de patinação para as idéias.

Como única verdade em toda a introdução a idéia de que o homem só deve participar de histerias coletivas. Pós-moderno ou não. Fórmula que não chega a lugar nenhum no mundo do saber. Como exercício é bom. E é perfeita para trabalhos da faculdade, aula de recuperação no ensino médio e blogs.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus