A Vida Mata a Pau

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Válvula

Para o rock havia a passeata. As impossibilidades técnicas eram grandes. Levar o amplificador valvulado nas costas, numa variante ou de carroça. Tirem o Rock das ruas e coloquem em uma faculdade, dentro de um diretório abarrotado. Alguns problemas com a lei e o consumo de drogas em território federal garantem uma lata de gás lacrimogêneo por grupo de arruaceiros.

Para a Rave há uma série de apetrechos luminosos. Baque-baques, pic-tics e birirís multicores dentro de uma bricolagem de silicone ou plástico embutido. O auto-estrobo e o individualismo, os espelhos para dançar consigo mesmo – excluindo até mesmo o Billy Idol, o que ajuda muito. Uma espécie de campo de trabalho forçado da dança. A musica simplesmente não vai parar, não haverá descanso ou decência.

Para nos havia um discurso retrogrado. Um conservadorismo divertido e inútil. Uma veia republicana a serviço de um coração que banaliza o lesbian-chic pós 2000. Um cérebro que escreve tudo como se estivesse a serviço das resenhas da revista Trip. Esqueça.

Para todos há uma iniciativa. A consagrada Dissonante (lá Plínio, 75) promove uma Rave do Rock. Sexta-feira, sem precedentes na cidade, sem posers, sem ter que mergulhar num moquifo mod. Promete.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus