A Vida Mata a Pau
Outro dia a graça em forma de menina me disse gostar de coisas que soam como mentira. Falou que haver um mistério e um possível boicote à honestidade valoriza histórias que estão ali apenas para cumprir a função de encher o tempo.
Para ela e todos que dispõe o tempo para a leitura na frente da tela, conto que algumas mais que coincidências que estão assombrando o cenário pop da cidade de Porto Alegre.
Não tenho medo de afirmar que o show do Cake, realizado no dia 3 de agosto – quarta-feira última -, é obra da minha fé. Reza dos sem compromisso para cumprir tabela numa tarde de tédio com a irmã.
Propôs ela que escrevêssemos cinco shows que gostaríamos de ver na cidade ainda em 2005. Era janeiro e o tempo sobrava pela tarde, resolvi adotar um critério detalhado, com cada uma das indicações pensadas. Resultando num monobloco coeso até às arestas. Mesmo não comunicando a ninguém fora da brincadeira o meu top 5, todos os desejos possíveis foram atendidos.
Reservei três vagas para bandas de fora do país que gosto gostando, sendo uma pouco conhecida, só para brincar de indie. Uma vaga para uma internacional que gosto-piada e uma para nacional que gosto.
A lista ficou: Cake, Strokes, Exploding Hearts, Avril Lavigne e Autoramas.
Cake, Strokes e Avril confirmados. Autoramas, que entraram pra eu não sair zerado da lista, ainda não vieram. Mas com certeza pintam aqui antes de uma excursão pelo Uruguai. Até a Avril, piada da lista está vindo.
Então você pensa, e esse tal de Exploding Hearts? Bom, dei um tiro no pé, mas quem morreu foram eles. A idéia de ser desconhecido foi levada tão a sério que escolhi uma banda já falecida. Sim, eles se estraçalharam com uma van numa madrugada de menos sorte em solo britânico.
A vaga dos falecidos foi cedida à minha irmã, e ela colocou Weezer no lugar. E não é que eles vão tocar em Curitiba? Aqui do lado! Passando o contestado, dez horinhas.
Enquanto aproveito essas atrações já penso em vender vagas na listinha ano que vem. Fãs de qualquer um, é só mandar um e-mail e fazer a proposta. E é só a verdade. Funciona.
