A Vida Mata a Pau
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“Israel, admirador de Che Guevara, afirma que estudantes ainda estão confusos”.Quem não gostou do Che até os 16 não tem coração. Quem não contestou depois dos 16 não tem cérebro. É compreensível que ele, aos 16 esteja confuso. Mesmo sem legenda, a foto no jornal já denuncia isso. Um garoto se esforçando para ver a insipiente barba crescer sob o olhar do quadro de Guevara. Aceito a confusão.
Até porque, como mostra a reportagem, Israel teve colegas em passeatas contra Lula, outros a favor de Lula e ainda uns contra o governo e a favor de Lula. Uma crise com Neo-carapintadas, blogs de direita, fotologs de esquerda, pré-bixos, universitárias e tudo mais que ele não consegue ver além das marcas da calcinha. O maior agravante.
Se o jornal tem confusão de Israel, a TV tem a minha. É o Palocci ao vivo, contra o máximo de politização que posso aceitar num domingo ao meio-dia. Não o que ele diz, e sim a forma, a hora e a situação.
Sonegaram de mim e do Palocci a hora de ver reportagens sobre fórmula 1, a turma do Didi ou um filme B na tela quente. Temos o intocável. A parte quase não PT do governo - a que funciona por não ser fisiologista - respondendo acusações do tempo em que o mundo terminava em Ribeirão Preto.
No meio do dia, poucas horas antes da rodada do Brasileirão, minha confusão vira igualmente legitima. Vou ali catar no fundo do armário alguma camiseta cubana e procurar o estudante. Quem sabe a gente vai na praça olhar umas adolescentes correndo na batida FM.
Amanhã leio sobre a entrevista.
