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« Ainda | Home | Eu, Bistrô » Não precisamos da Elza SoaresVocê que acabou de completar 18 anos, responda: o que ter de pior do que uma premiação para musica jovem no Brasil? Deixa que eu respondo: que ela não seja feita para jovens. E assim foi o VMB por muito tempo. Um show de televisão criado nos moldes de premiações consagradas como chatices há décadas, o Oscar e o Grammy. Assim, a gente tinha que agentar um VJ mocorongo, chamando um atorzinho e uma modelo pra apresentar um prêmio pros paralamas. Fico enjoado só de pensar. Claro que a culpa direta das porcarias que ganham não é da Mtv. É a industria, linda, na sua plenitude. Se a musica pop feita por aqui é terrível não é culpa da industria, ela vai existir sempre, é culpa dos artistas e dos diretores artísticos. Vamos poupar o canal 24 disso e assistir com olhos tolerantes o mau gosto que cerca nossos adolescentes desfilar pela telinha. Esse foi o espírito do VMB 2005, ao menos lá em casa. E pasmem, deu certo. A Mtv acertou em cheio no formato da premiação. Pela primeira vez em anos foi possível acompanhar do inicio ao fim, e sentir algum sinal de que as coisas podem melhorar. Selton Mello, que esteve ótimo como apresentador, abriu a noite liderando uma banda de cerimônia, que tocava temas e dava uma ambientação legal ao teatro. Dava para ver que a musica era a atração central. Musica a televisão. Já ouvi isso em algum lugar. Cada prêmio foi dividido como um bloquinho, uma célula padrão, e sempre com um detalhe próprio, que identificava a categoria. Dois artistas entravam cantando partes de musicas de acordo com a categoria, como Ivete Sangalo no Pop, e entrava um VT em cima, sem enrolar. Os VTs sempre divertidos: para banda revelação, Marcos Mion imitou cada uma das bandas, as indicações para artista independente foram feitas no estilo TOP TOP, tudo gravado, graças a deus. Depois a dupla de artistas simplesmente lia o vencedor e fim. Rápido, limpo e sem dor. Muitos shows, que se não agradam, ao menos não deram vergonha. Aproveitei Nando Reis pra ir no banheiro, e pitty pra ver o que passava nos outros canais. Um respiro técnico. A baixo Astral foi a turminha de Brasília torrando o saco. As deprimentes figuras do capital inicial, legião e paralamas envergonhando todos com uma musica escrita aos 14 anos pelo Renato Russo. Alias, onde tava Lee que não apareceu? Se uma musica adulta dele já é um lixo, aos 14 é só cheiro de naftalina. Espero que não se repita mais esse tipo de porcaria, e mesmo com o Gabriel, o Pensador, se aproveitando, esses mocorongos caiam de vez no baú do esquecimento. Entre o novo e o velho a luta continuou. Escrita no show dos Los Hermanos e com o Ira! ganhando um prêmio pela primeira vez, obra clara de uma parceria com a Pitty. O Ultraje à Rigor, um dos poucos que se dá ao respeito, tocou Nós Vamos Invadir Sua Praia com o backing vocal composto pelas bandas concorrentes a revelação. Outra boa sacada. E o novo vai vencer. Assim como o novo formato vencer. Com essa turminha do Emo envelhecendo, tudo parece que a musica jovem vai melhorar. E assim a festa passou. Pena que só continuo conhecendo os clipes na hora da festa. Afinal, a Mtv continua mais ocupada gastando verba com a Cicarelli e o João Gordo fazendo um perdidos na noite do século 21. 12:19 | comentários (11)
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