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« A cerveja que já entra quente | Home | Faça como Massaro: dance com o Romário » Catarata pós-modernaFui o único que se prontificou a avisar quando o ônibus que a cega queria pegar passasse. Portanto, ninguém tinha moral pra me cobrar nada naquela parada. Usei isso a meu favor, quando o ônibus apontou na avenida me fiz de louco e esperei até o último instante para sinalizar. Todos suavam frio pensando que eu sacanearia a moça. Os mesmos que ficaram olhando para os lados quando ela humildemente pediu ajuda agora pareciam preocupados. Não me venham com essa, agüentem as conseqüências de sua indiferença até o final. Eu que estava no controle. Não se prontificaram e agora ficam me condenando, bando de vigaristas. Ela subiu sem problemas, eu apenas indiquei o caminho. E do alto de meu triunfo moral, esperei junto aos outros rindo por dentro. Canalhas, nem devem facilitar o troco. Atenção que não me custa nada, ainda mais quando é pra pagar o maior cagaço da minha vida, acontecido nas ruas da mesma cidade, alguns meses atrás. O cego passava por mim quando perguntou onde ficava a parada de ônibus. Ele estava no caminho certo, indo diretamente para o destino, nenhum centímetro fora da rota. Só me restou dizer com entusiasmos que era só ele seguir reto. Ele agradeceu, eu segui meu caminho me afastando dele. Três segundos depois uma freada violenta rasga a rua. Aquele som comum da cidade nunca foi tão gelado. Parei, fique estarrecido, sem querer olhar pra trás. “Puta que pariu, acho que matei o cego”. Ufa, não. Tomo coragem para olhar: nada de patê humano no asfalto, só o senhor que eu tinha orientado batendo com a bengala num orelhão. Perdido mas vivo, bem vivo. O resto ele resolve sozinho. 12:05 | comentários (2)
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