A Vida Mata a Pau

home. arquivos: Agosto07. Julio07. Junio07. Mayo07. Abril07. Marzo07. Febrero07. Enero07. Diciembre06. Noviembre06. Octubre06. Septiembre06. Agosto06. Julio06. Junio06. Mayo06. Abril06. Marzo06. Febrero06. Enero06. Diciembre05. Noviembre05. Octubre05. Septiembre05. Agosto05. Julio05. Junio05. Mayo05. Abril05. Marzo05. Febrero05. Enero05. Diciembre04. Noviembre04. Octubre04. Septiembre04.

« CPI | Home | De Volta Para o Futuro II »

Comunidade

No último ano tem sido assim. Quando ela está na mesma festa, nada mais me chama atenção. Primeiro, por uma implicância gratuita, depois por sadismo. Algo me faz detestá-la, imaginar que tudo de lamentável que uma cidade encontra seu resumo em uma pós-adolescente.

Para evitar essa postura antipática do ódio sem porque, passei a reparar nas pequenas coisas. E alcancei meu objetivo, agora tenho motivos sólidos para ter tal senhorita na conta da escória.

Primeiro, os vestidinhos sessentistas dela e de suas amigas, desengonçadas em igualdade. Se a idéia era parecer com nossas mães, elas fracassaram. Eu sei que meu pai jamais olharia para uma mulher que dançasse daquela forma lamentável. Como se apresentam, não representam a juventude que tentou mudar as coisas, mas sim as aprendizes de dona de casa que jamais tiveram um orgasmo. Perdidas e mortas em alguma das quatro décadas que nos separam do Please Please Me.

E sempre com os tubinhos, estão os cabelos armados. Admito que uma aparição esporádica seria charmosa, mas não do jeito que elas praticam. As imagino passando pela roleta do ônibus ou na fila do banco daquele jeito. Em cada gesto cotidiano gastam seu dia-a-dia afirmando um desconforto íntimo em existir.

Talvez aceitação seja a palavra. A minha odiada é especial. Mesmo nesse pequeno universo, ela consegue ser uma quase-excluída do grupelho. Ela fica sempre lá, tentando desfazer com um olhar ansioso a barreira que ela mesmo criou.

Poderia dizer que ela está cansada. Mas não, o ar de desânimo acompanha ela desde o primeiro dia que a reconheci. Isto faz dela ótima de ser observada, simplesmente não se incomoda ou reage. Apenas enfileira marlboros pulmão adentro e finge não saber.

Talvez ela ache que eu gosto dela. Estaria errada, mas não nego que ligo pra ela, representa um ótimo papel pra mim. Faz um bem pra mim maior do que pra qualquer das suas amigas: o de me lembrar tudo que é mais triste em porto alegre. Um dia ela vai vir me perguntar o que se passa, e eu direi triunfante: não estou te dando bola, sou apenas obsessivo.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus