A Vida Mata a Pau
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Osvaldo e FernandaMontenegro é a última republica a se separar da Sérvia, dando um fim definitivo ao que um dia foi o núcleo Iugoslavo. E, para ser diferente, a independência veio no voto, e não no fuzil. Com 0,4% a mais do que o mínimo de votos exigidos, os montenegrinos decidiram por sua autonomia.
Uma mudança que é impossível de explicar sem gestos. Imaginem alguém falando: “o que era Sériva e Montenegro, agora é Sérvia e Montenegro”. É preciso mímica, para pontuar que de um lado fica a Sérvia, e do outro Montenegro.
E compreender isto não é apenas aceitar a última pá de cal na republica eslava do sul, mas sim em um processo de um século de unificação onde ninguém se via satisfeito. O maior divórcio que o mundo já viu mostra que o muro de Berlin continua caindo quase 20 anos depois, e que Francisco Ferdinando finalmente pode ser enterrado – mesmo que a manda queira o contrário.
Ok, escrevi um exagero. Sabemos que se puxar pela cronologia, qualquer briga de bar nos bálcãs tem como antecedente um conflito milenar, que envolve um punhado de muçulmanos, Alexandre o grande e possíveis argonautas.
Nessa sopa étnica Montenegro nasce, inspirada no modelo esloveno de desenvolvimento econômico. Ao seu lado, uma bandeira muito bonita e representativa. Contra, vizinhos sedentos por carvão, território e banhos de sangue ocasionais.
O mais curioso é que a seleção de Sérvia e Montenegro (unificada) se classificou para a copa de 2006, e já está concentrada. O time é composto apenas por Sérvios, e manterá o nome durante o torneio. Ou seja, os montenegrinos podem ser campeões mundiais com apenas 30 dias de vida, em 9 de julho, e sem sequer calçar as chuteiras.
Lustrem uma nova cadeira na ONU, senhores! Rasguem o papelzinho da Sérvia e Montenegro em dois e coloquem novos expositores lado a lado, lá vem mais uma republica pra mendigar ao nosso lado.
