A Vida Mata a Pau

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A linha é o ponto que foi passar

- ou: prolixidade sem culpa -

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Este pinduricalho foi um presente. E dos mais tocantes que já recebi. Como podemos ver, não pelo seu valor, mas sim pelo jeito que eu entro na história. Passava minha amiga Vane pelo norte da Itália, sem saber bem pra onde ia uma estrada, quando encontrou um improvisado bota-fora de uma família polonesa. Ao menos foi isso que eu entendi da história.

Como mulher não pode ver um comércio e tocada pelo desespero empresarias dos polacos, nossa personagem se aproxima da barraca e visualiza o que você pode ver logo ai em cima. Um reluzente brasão soviético. Perguntada sobre a origem do material, descobre que era um botton original, usado por alguém que trabalhava para alguém que trabalhava para o estadão naqueles anos loucos de pacto de Varsóvia. Ao menos foi o que ela entendeu da história.

Seja como for, fazer a ligação de pin esdrúxulo com Menezes me deixou muito alegre. Ainda mais quando essa alegria veio em forma de surpresa em um envelope com carimbos do serviço postal italiano. Se ele viajou mais do que da Itália pro Brasil eu não posso afirmar, mas o alfinete que prende ele é completamente diferente de qualquer outro que eu já vi. E olha que entendo mais de bottons do que de comunismo.

Vencida a barreira de como prender o detalhe na roupa, coloquei ele faceiro e fui para uma festa. Mesmo não tendo nascido para matar, uso esse tipo de adereço como um contraponto à cultura na qual estou inserido. Na batalha indie que se instaura nas casas noturnas da cidade, onde muitos morrem sem perder a pose, minha salva guarda são esses enfeites com reverências à novelas mexicanas, status do MSN ou um simples par de cerejas. E é claro, depois do presenteamento, ao governo opressor da URSS.

Mesmo em um ambiente de alfabetizados e quase sem marombeiros, a quantidade de pessoas que associou a estrela ao PT foi enorme. Ou seja, todo o rococó durango que forma o escudo foi abandonado. Para os mortais, era como se eu estivesse com o bigode do Olívio tatuado no peito, dançando sem camisa enrolado numa bandeira da ala radical.

Se a nossa esquerda fosse festiva, nada contra pagar a consumação do ridículo e assumir a piada. Mas o ranço construído aqui na cidade atrelado a imagem partidária é tão ruim, que tive de colocar no bolso para evitar discussões improdutivas. Lamentável. Por alguns instante, veio à mente meu professor de filosofia, que nos interpelava no início do segundo grau com frases como: “no meio do ano a festiva comemora e dá risada, no final acaba chorando”.

Não chego a extremos, assim como no tempo em que o professor Amarante proferia tais veredictos sobre nosso comportamento, mas as pessoas não conseguirem ver um pouco além pra uma peça me deixou chateadinho. Ok, um pouco era charme, quase uma tendência Emo pessimamente resolvida. Mesmo assim, ainda mantenho a hombridade suficiente para mandar um muito obrigado pelo presente sem choramingar.

Afinal, choramingo é coisa de jornalista esportivo e comunista.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus