A Vida Mata a Pau

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Antenor não acha seu dicionário

“Sempre que você quer que algo não avance, proponha uma comissão”, repetiu algumas vezes um bom amigo. Sempre exemplificava a tese contando de uma reunião de condomínio, onde a construção de uma churrasqueira era desejo da maioria. Então, foi instaurada uma junta para orçar tijolos, decidir localização no pátio e controlar a obra. Resultado: o projeto nunca saiu do papel.

Meus projetos são mais ou menos assim. Quando reúno diferentes fatias do meu pensamento e ponho todos numa só direção, eles dificilmente andam para frente. Talvez um vazio criativo de partes de 2006 seja fruto disso, mas grande parte de mim não liga. O que importa é a diversão e apostar sempre que no meio da bagunça coisas novas vão surgir.

E isso me lembra a última vez que conversei com o tradutor a que recorro para passar uns textos para o esloveno. Ao invés de tocar o trabalho para frente, ele falava sobre a necessidade de estudar mais português. Eu, prontamente, disse que não, que minha língua era quase sem função, um código secreto em tempos de guerra. Tão verdade que a marinha alemã usava o idioma luso para falar entre submarinos sem ser entendido.

Posso até imaginar o diálogo (em inglês, já que nada sei de alemão):

Submarino 1:

- Save our Souls! We´ve been shot!

Submarino 2:

- Repeat, sub-one!

Submarino 1:

- I repeat, we´ve been shot. We´re sinking. S.O.S.

Submarino 2:

- Puta merda!

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus