A Vida Mata a Pau

home. arquivos: Agosto07. Julio07. Junio07. Mayo07. Abril07. Marzo07. Febrero07. Enero07. Diciembre06. Noviembre06. Octubre06. Septiembre06. Agosto06. Julio06. Junio06. Mayo06. Abril06. Marzo06. Febrero06. Enero06. Diciembre05. Noviembre05. Octubre05. Septiembre05. Agosto05. Julio05. Junio05. Mayo05. Abril05. Marzo05. Febrero05. Enero05. Diciembre04. Noviembre04. Octubre04. Septiembre04.

« Para as que estão em casa | Home | Homem bonito não paga »

Para o Rock Brasileiro crescer.

Na ânsia de economizar 2 reais, entrei antes da meia-noite no bar onde aconteceria o show. Desacompanhado de meus amigos que só chegariam uma hora depois, peguei uma Sol que me fez arrotar sem parar e me virei para o palco. Para minha surpresa, mesmo em um ambiente cheio de gente, eu podia ver o palco por completo. E sem fazer esforço, o que não é comum distante 25 metros dos músicos e estando um metro e oitenta centímetros do chão.

Tirando uma mufa capilar ou outra, eu tive a certeza rapidamente de estar frente a uma horda de baixinhos, uma verdadeira conferência da nanicolândia. Mais ou menos como deve se sentir um adulto no show dos Rebeldes, que é como se chama a Novela Malhação feita no México e como a banda que tocava adoraria ser rotulada. Todos eram de 3 a 5 anos mais novos que eu e uma cabeça mais baixos. Outra coisa que os unia era a amizade com a banda, que verifiquei na insistência do diálogo público-artista através do microfone, um troço muito, mas muito chato sempre.

Como ouvir a música era impensável e não tinha ninguém para conversar, fiquei refletindo sobre os motivos da baixa estatura do pessoal, que lá pelos seus 20 anos já tinha que ter crescido o que havia de ser agigantado. Se o Rock fazia mal para os músculos, eu acabara de ser informado, e tinha uma penca de amigos e lembranças para negar essa lei.

Pulei a parte biológica e fui para a sociologia. Imaginei essa garotada no colégio e na década que vivemos. Cantarolei Papo de Jacaré e tive uma revelação um tanto quanto óbvia.

Os maiores da idade deles estão no Pagode, Axé e Hip-hop, todos os gêneros e culturas onde as mulheres estão mais expostas e oferecidas. Para os pequenos, resta a opressão e a mágoa, a sensação de solidão e clausura sem mulher. Afinal, já disse a banda Cissa Guimarães “mulher no show de rock não quer um namorado, ela precisa de um terapeuta”. Até que um dia ele olha para uma banda que existiu a 40 anos atrás e pensa "hey, eles são do meu tamanho, acho que comprarei uma guitarra". Como as roupas do pai servem neles, o que não acontece normalmente com outras pessoas, está criado um nano-mod.

Nada contra, por sinal, eles parecem se divertir na medida certa, sem forçar a barra. Que bom que eles estão felizes. Tirando dançar músicas do cachorro grande, parecem com o que fizemos um tempo atrás, e isso é até bom de ver. Pena que a banda de abertura era tão ruim. Se bem que isso não mudou tanto.

E até meus amigos chegarem, fiquei com cara de desinteressado em tudo sem fazer força, o que é uma grande evolução para alguém da turma de 1981.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus