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« Segunda derme | Home | E dá!* » Rio de mimNas 40 horas de chuva em Porto Alegre do último final de semana, mais água caiu sobre a cidade do que a média do mês inteiro de Junho. Um lençol de 10 cm de espessura que ilhou a todos e me deixou boiando em meus pensamentos. Como a chuva representa o que é Porto Alegre. Não falo de pessoas sujas de lama limando os pés na sala de jantar, mas da geografia mesmo. O riacho que leva pneus velhos e sofás abandonados para o estuário do Guaíba se chama Arroio Dilúvio. Os que moram da Assis Brasil para fora vivem em um grande banhado, que era irrigado pelo hoje encanado Arroio da Areia, que por sinal, passava pelo Passo d`Areia. Nosso centro, metade no nível do Rio Guaíba precisou de um muro para impedir invasão das águas, desde a enchente de 1941. Nesse episódio, quando o Rio virou Mar, muitos habitantes das ilhas e localidades mais ermas do delta foram trazidas para abrigos na capital. Encantados, eles andavam pelas ruas conhecendo a cidade grande, boquiabertos. Verdadeiros abobados da enchente - expressão consagrada no linguajar gauchesco. Enquanto São Pedro mostrava seu portifólio com todos as modalidades de temporais imagináveis, fui um desses abobados da enchente, pensando que um bom símbolo para essa cidade seria um açoriano em um caiaque, remando contra a corrente na direção da argentina. 12:06 | comentários (11)
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