A Vida Mata a Pau

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Nostalgia instantânea

Para os jovens demais para a Nostalgia tradicional*.

Espero que você lembre da primeira vez que viu um Walkman com leitor digital. Afinal, por alguma coisa do biênio 96-97 precisa ser recordado com alegria. Você era feliz com os numerozinhos da freqüência no cristal líquido e podendo guardar as estações na memória.

Os modelos de maior sucesso foram um da Sony e a sua cópia feita pela Aiwa. Ambos com a feroz fome por pilhas, que tornava ouvir fira uma tarefa doída para o bolso, mesmo que a rebobinada fosse feita girando a fita no ar com uma caneta.

Cabia ao jovem enterrar os incômodos fones o mais próximo dos tímpanos e ignorar a chave que controlada um volume “saudável” sem pestanejar. Só não éramos todos iguais pela lógica de organização dos botões com as rádios gravadas. Alguns colocavam as FMs por ordem crescente de freqüência, outros por preferência. Ainda havia os totalmente desorganizados, como eu.

No meu caso a ordem era 97,5 / 94.1 / 94.9 / 107.1 / 107.7 até que a última foi substituída por 103.3, já nos últimos dias de vida do aparelho. Depois, aos poucos, todos voltaram a dar ao radinho sua função nata: futebol.

Quando reviver os anos 90 lembre-se: o "as you are" continha uma dessas caixas mágicas de tocar aerosmith.

*conceito surrupiado de alguma revista MAD mais antiga que qualquer walkman.


Momento Johan Cruyff

Diminua a janela de seu navegador do tamanho de uma das fotinho e desça a barra de rolagem rápidamente e veja o movimento. Valeu Saulo!

Bom fim-de-semana a todos.


Espiã

"poderias aproveitar teu blog para divulgar a promoção "EU INCOMODEI TODOS COM MEU CELULAR QUE TIRA FOTOS, NO CONCERTO DE TERÇA", onde milhares de porto alegrenses mandariam fotos de pessoas feias, desconhecidas, encharcadas de suor e oleosas, tiradas com exclusividade no evento, que seriam postadas em A Vida Mata a Pau".

Sugestão de um leitor.

Adorei. Alguém se candidata?

rodijas@hotmail.com


Seria a vinheta nas chamadas da novela Bang Bang parecida demais com “walkin on the sun” do Smash Mouth?

Esse texto ficou sem unidade. Porém, nada tira dele a diversão com que foi parido. Para facilitar o entendimento coloquei um X ali no meio, que é onde ele poderia ser quebrado. Caso você resolva pular a primeira parte do texto, corra até o X e finja que tudo recém começou. Alguns motivos para ler só a metade são: se convencer rápido a ir para o Roxbury, achar tudo malescrito, um saco, uma merda ou preferir ver as figurinhas.

Pergunta bobinha no título, mas é o tipo de questão musical que me atrevo a levantar. Vou deixar as pertinentes com o mágico das palavras que faz desse fotolog fonte de consulta. Não me enganei, irmão, é um flog mesmo, com a imagem de cada disco e a resenha logo abaixo. Uma por dia, uma por letra e em ordem alfabética.

Confiando na sua preguiça, separei alguns trechos que passam o espírito da empreitada. “Sim, THAT'S EURODANCE, BABY. AND I LIKE IT. Por isso não estranhem se saírem caracteres bizarros por aqui, possivelmente isso seja causado pela minha tremedeira ao digitar ao som de "This Is Your Night", da Amber”, tem forma melhor de falar de A night at Roxbry? acho que não. Ou ainda que tal “A primeira faixa, "A. Wylie", já mostra que grunge é a senhora sua mãe”, sobre o disco do FLIP.

Parte da diversão é imaginar o que vem por aí. Ainda pelo bem querer, os links para os discos já resenhados são:

A – A Night At Roxbury.
B – Beatles, Past Masters II.
C – Castavelletes, Rock’A’Ula
D – Dinosaur Jr, Where You Been
E – Extreme, Pornograffitti
F – Flop, Whenever You're Ready

Mesmo que você não goste da maioria desses artistas, ou desconheça – como eu, aprecie o artista por trás do texto, tido como uma encicliopedia musical munido de K7. Segundo palavras do próximo, a explicação é outra “só produto duma adolescência vivida num quarto, ouvindo música vinte e cinco horas por dia...”

Deixo o tracklist com ele.

X

Enquanto isso, vou me apegando a pequenos gostos que fazem amar mais determinados artistas. Sendo eles responsáveis ou não pelas criações extra-estúdio, apenas admirando o fenômeno comunicativo e a maré simbólica que me faz abraçar um vinil ou deletar arquivos de mp3 sem ouvir acorde qualquer.

Essa semana, os destaques são:

1) Álbuns gravados em estúdio que trazem na capa imagem de alguma performance ao vivo.

Não estamos falando dos embustes cometidos pela industria fonográfica nacional para disfarçar desafinados que pisam no palco do Canecão, mas sim de discos sérios, que foram compostos e gravados talento. E sem motivo aparente, a capa apresenta de um show. Sempre é bacana.

O primeiro exemplo nos faz chamar Londres de cidade da boa música. É o London Calling do The Clash. A capa mostra o baixista Paul Simonon (Valeu por lembrar, Wagner e Neni) prestes a estraçalhar o pobre instrumento. Se não bastasse, a capa é uma homenagem a um disco do Elvis, que também segue a lógica do capa-ao-vivo, música ao-morto.

Quando começa a rodar o disquinho prateado com Spanish Bombs e alguém fala “Andaluzia” lá pela terceira estrofe a partida já ta mais que ganha. Quantas notas o maestro quiser para a minha predileção.

Evitando a pontualidade, aponto um segundo exemplo. É o first Band on The moon do Cardigans. Além de ser a trilha sonora ideal para o emparedamento, o disco apresenta o que seria a banda tocando na lua, numa montagem sobre uma foto de um show. Destaque para o baterista, que aparece um pouco de costas.

Mais uma vez fica fácil gostar da musica. Quando acaba step on me só me resta baixar o som e dizer praquela alemoa que eu também a amo, mesmo sabendo que ela é sueca.

2) Disco com nome retirado de uma das letras mas não batiza a canção.

Vou chamar os Ramones para acabar com a chance de não ser entendido. A simplicidade dos fundadores produziu em conjunto com Phil Spector o memorável End of the century. Disco que teve seu nome extraído da música Do You Remember Rock’n’Roll Radio.

Will you remember Jerry Lee / John Lennon, T. Rex and OI Moulty?
It's the end, the end of the 70's / It's the end, the end of the century

Ficamos próximos de um tratado sobre com gosto quando o disco Room on fire do Strokes trás na música Reptilia o nome de quem a carrega.

The room is on fire as she's fixing her hair / you sound so angry / just calm down, you found me

Mesmo que não seja literal, não há mais de uma peça da casa queimando, por mais que a nossa boa vontade incendiária tome conta de todos aparelhos que nos fazem estéreos. Justo para um texto em duas parte.


Marreta!

Eduardo K-Krause, o agressor.

Nome Original: Eduardo Krause.
Categoria: meio médio ligeiro.
Estilo: trocadeiro e ardiloso, torna-se realmente agressivo contra lutadores de alma indígena. Socos de boa força e muita resistência. Também é conhecido pela imensa preocupação com as mulheres na platéia. Vale lembrar que mulher assistindo boxe ou é a esposa do Rocky, ou é prostituta. Sua equipe de treinadores inclui um assistente anão e um tradicionalista de esquerda. Coisa boa não pode ser.
Calção: listrado em branco, preto e azul celeste.

Mensagem original referente a esse post, no qual fiquei devendo como gerador de nomes para boxeador - minha segunda profissão.


Suor alheio

Usando a margem de erro, posso afirmar que tudo que eu penso sobre os shows de Arcade Fire e Strokes foi escrito por Bruno.


Crie aqui seu nome de boxeador.

O meu é Eduardo SANTAMADRE Menezes. Um do tipo que briga com o oponente já na pesagem, reclama das luzes do ginásio e tem um calção alvi-rubro cheio de franjinhas.

PROMOÇÃO ENCERRADA ÀS 19:06.


Vinícius “the Son” Cordeiro, o escolhido de Deus.

Nome original: Vinícius Cordeiro.
Categoria: cruzador.
Estilo: do rebanho do senhor surge um pregador que não usa as palavras, mas sim os punhos. Lutando com fé em nome do Senhor, pratica o boxe de Cristo, sempre deixando claro que para adversário não há perdão.
Calção: branco com faixa dourada.

Cruel Koff, o cadeado yankee

Nome original: Rafael Koff.
Categoria: meio médio.
Estilo: conhecido por fechar a guarda com maestria, Cruel Koff tem na capacidade de absorver golpes seu grande trunfo. Evita os contatos e as paradas na luta, sempre dançando como se tivesse pavor de ser tocado. Vence seus adversários no cansaço e na irritação. Crueldade criativa entre os boxeadores.
Calção: listrado verticalmente em branco e vermelho.

Diego Die-die Heinz, a pequena esperança branca.

Nome original: Diego Heinz.
Categoria: peso galo.
Estilo: canhoto de pouca explosão, branco como a neve. Tem uma tatuagem de gangue no braço direito que remete a seu tempo de brigador de rua em Novo Hamburgo. Deixou a raiva contra o mundo de lado e só se concentra em estudar cada movimento dos adversários.
Calção: verde e curtinho.

Patrick “Saint”, o cavaleiro purpura.

Nome original: Patrick.
Categoria: Peso Pesado.
Estilo: O Jorge Foreman do hemisfério sul. Enquanto o boxeador norte americano se preocupa em manter as baixas calorias com seu Grill, o nosso cavaleiro se abastece de todo tipo de carboidrato para fazer valer o “momento” de seus golpes. Os que o golpeiam dizem que não é um homem, é uma peça de matambre congelada, tamanha a tenacidade de seu peito.
Calção: grande.

Fernanda “Madama” Obregon, madoninha.

Nome original: Fernanda Obregon.
Categoria: mulher.
Estilo: luvas combinando com a maquiagem, calçola folgadinha de seda e seios sem proteção. Sem proteção extra, obvia e infelizmente vestidos. Especializada na luta de gel se diz defensora do boxe arte, mesmo sempre apelando para o puxão de cabelo quando a coisa aperta.
Calçola: com listas estilo anos 80.

Tiago “Easy Dater” Niederauer, the bang-man.

Nome original: Tiago Niederauer.
Categoria: Peso Leve.
Estilo: um pouco afetado, porém sempre criativo. Aprendeu a lutar com o irmão. O detalhe desagradável é que o irmão é mais novo que ele. Entretanto, tem se destacado pelo seu direto de direita, um golpe desferido com a fúria necessária e a técnica possível. Invicto contra não-familiares.
Calção: usa uma antiga sunga de banho azul marinho.

Claudia Schroeder, formiguinha atômica.

Nome original: Claudia Schroeder.
Categoria: mulher.
Estilo: agressivo. Se recusa a lutar de biquíni, numa tentativa de chamar a atenção para seus seios. Funciona. Ainda mais quando entra com “Material Girl” para a luta. Entre as contradições está o casaco com imagens de gatinho e as unhas pretas, que compõe a figura de baixinha invocada, recorrente mas sempre divertida. Ao menos quando o assunto é boxe.
Calção: saiote até os joelhos.

Adão, o homem minoria.

Nome original: Adão.
Categoria: minoria.
Estilo: O molejo negro com a pão-durisse judaica. É tido como uma boxeador nascido pra coisa – com molejo e punhos sempre cerrados. A baixa estatura permite uma ótima esquiva, que só não é perfeita por culpa do gigantesco nariz. Adepto do clinch, onde freqüentemente é acusado de não bater na cara para bater a carteira do oponente.
Calção: branco com detalhes laranja.

Pedro “el guapo” Becker, o gigante.

Nome original: Pedro Becker.
Categoria: peso pesado.
Estilo: competente na luta à longa distância, mantém o adversário fora do raio de agressão com seu braço de impressionantes 87 centímetros. Cada soco é uma patada capaz de derrubar seis policiais médios. Uma máquina de bater preocupado apenas em matar a sede de sangue.
Calção: verde com detalhes em branco e preto, com franjinhas.


Pisoteando o destino.

- Quanto é pra entrar? – pergunto.
- Doze pila. – diz o porteiro do bar.
- Putz, doze reais. – resmungo pelo esporte, já estava longe demais de casa para desistir.
- Doze mas ganha uma cerveja – diz uma bela pequena na escadaria do lugar.
- Mas isso que tu tem na mão não é uma cerveja. É uma Summer. - completo.

Ela gargalha, eu entro na festa e não vejo mais moça.

Acordo no outro dia ainda com a roupa da festa, incluindo os tênis. Aproveito que estou calçado, coisa rara aos domingos, e saio naquele meio-dia para participar do referendo. Cara de ressaca, roupas amarrotadas e dificuldade em caminhar pouco mais de três quadras até minha zona eleitoral.

Driblo alguns amantes da democracia para sair de lá o mais rápido possível, entro na sala que tinha um dezessete na porta de cabeça baixa e armado com o título eleitoral. Olho para a mesinha e uma garota sorri. Era ela, certamente me reconhecendo, se não pela barba, pela roupa. Agora mesária, a mesma que fomentava o referendo da cerveja lavada na noite anterior agora enfurnava seus dentes a mais no sorriso numa salinha acanhada do bairro Higienópolis. Pensei em escrever o meu telefone do lado daquele comprovante de votação, mas seria fé demais para quem votou nulo.

Mas não. Eu desrespeitei o destino. Ela a lei seca.


Você é a favor da manutenção dessa sociedade hipócrita e capitalista?

Com a quantidade de gente que eu conheço que anulou o voto fica mais fácil imaginar um referendo ideológico punk-anarquista, conforme sugerido por Hilton Lima.


Worst Manfred Ever

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Apêndice

Mais uma contribuição de leitor, mais um post sobre emparedamento.

Algumas questões ainda podem ser abordadas, para o bem de todos os emparedantes:

- Viradas de posição. As trocas podem ser excitantes (se for possível mais do que já se está), mas também podem ser perigosas (ver próximo item).

- Violência exagerada nos movimentos, a ponto de bater-se demasiado forte na parede, podem esfriar a situação.

- Variantes da situação: Menezes deixa bem claro que se refere ao "monstro de duas costas", mas deve-se ressaltar variantes em que um dos participantes fica de costas para o outro.

- capacidade elástica e desgastante das roupas, fator importante para o bom emparedamento, ignorado por todos os debatedores do assunto.

Obrigado,
Elvis


BiC + Diego Heinz

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Desenhado por mim.

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Colorido por Diego Heinz.

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Duas vezes. Teje contratado. Rumo à terceirização completa do Blog.



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H.A.
Alter
Persona Est.


Tréplica, ainda sobre Emparedamento.

Houve uma réplica a meu texto “Enquanto houver emparedamento, haverá relação” por Gustavo Leite, o idosonline. Algumas questões sobre casais pegando fogo junto nas paredes da cidade foram levantadas, e por isso aqui vai minha tréplica.

Aviso que vale a pena ler antes:
O texto original.
E a ótima e divertida Réplica.

Segundo a visão de Gustavo, as noções de insider/outsider e emparedador/emparedado são conceitos distintos, sendo a principal diferença o ator da iniciativa no segundo caso, e a posição geográfica no primeiro.

A inteligente observação acaba levando o autor longe demais, ao ponto de tentar extinguir a importância da posição geográfica e seus efeitos sobre o papel do emparedante (a saber, o que pratica o emparedamento) no ato.

Os dois grupos de características continuam ligados como jovens se amassando. Na réplica, Gustavo passa a idéia de que o emparedante de dentro pode estar confortável junto à parede enquanto todo o esforço é feito pelo integrante externo do monstrinho de duas costas. O que esquece de dizer, é que na origem do emparedamento não existe a não dedicação, é um espaço muito apertado para caber a indiferença. Tampouco há lugar para conforto. O que existe é uma tolerância ao desconforto de ser esfregado e desequilibrado em uma parede – inclusive nas salpicadas – em nome da diversão.

Temos um espaço muito disputado, onde não cabe a deserção. Podes reforçar conceitos e a análise de cada um dos participantes, mas jamais desfazer a natureza do amasso.


Amor no Tarô

DE: Tiago Augusto
PARA: Conjunto Comercial

E ae...meu nome é Thiago Augusto, sou de Tangará da Serra-MT, to com um projeto de festa aqui com o nome de forréggae e pesquisando na net achei o site de vcs, baxei as musicas e gostei bastante, gostaria de saber mais informações sobre vcs..nome, numero de componentes, de onde vcs são pq eu não achei no site...espero resposta, caso seja viável podemos negociar um show por aqui mew!!!espero resposta..abraço...//

Sei que já vazou na internet o novo Single do Conjunto Comercial. Em breve (amanhã) disponibilizo uma versão Demo da nova música.



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Enquanto houver emparedamento, haverá relação.

Pode ser em corredores da vida de um banco federal ou em um muquifo qualquer, pode ser com sua esposa, com seu namorado ou com um recém conhecido que você não consegue lembrar o nome, a certeza é a mesma. Sob quaisquer circunstâncias, quando o amasso na parede for bom, a coisa irá além.

Saber se o emparedamento é uma criação dos anos 50 ou acompanha casais desde os tempos da caverna deve ser deixado de lado enquanto o tema principal não for abordado. Você prefere o emparedamento interno ou externo?

Para o externo, no qual é você que prensa o outro na parede, está a percepção de domínio, de controle publico da situação, ainda, um acesso mais fácil e discreto a certas partes do corpo do parceiro. Publicamente, é mais comum o homem por fora e a mulher por dentro. Situação que é ignorada em bares de lésbicas, onde todas as paredes têm bricolagens e pinduricalhos, como discos da Janis Joplin e tamancos holandeses, para impedir o ato e evitar aborrecimento.

Por outro lado, literalmente, no emparedamento interno, você confere o conforto e a verdadeira sensação de prensa que o evento pede. Também existe a força aplicada visando um falso distanciamento. Revigorante.

Um exemplo típico cenário é o chegar em casa. O casalzinho pegando fogo troca carícias logo na entrada da casa, contigo a mais úmida das paredes do hall de entrada, ela ainda segura os sapatos e ele tenta fechar a porta com o pé. Cuidado: se o momento for interrompido para verificar o barulho de algo caindo no chão, dar atenção ao cachorro ou colocar um quadro no seu alinhamento original não haverá mais saída.

O fim é só uma questão de tempo.



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*Colorido por Rafael Koff


Zakaj?

Depois de muito passar vergonha com meus erros de português, começo a ser constrangido por não dominar o idioma esloveno. Conforme discutido nesse site local, a maior fortuna da popularização do Manfred é poder colocar a culpa no tradutor.


Fuma, cavalo!

Fuma, cavalo!

Estou trabalhando com zelador de um blog co-irmão. O dono do imóvel é meu colega de trabalho e se chama Pablo, que atualmente está em férias-licença-paternidade, preparando o terreno para a chegada de Sofia.

Pablo, pra quem não sabe, é o talento gráfico por trás do Super Trunfo Católico, a quem atucanei durante 2 meses, 8 horas por dia, para deixar as cartinhas sempre mais bonitas. Ótimo resultado. Como vi que atochar o rapaz dava bons frutos, comecei a usurpar ilustrações para o A Vida Mata A Pau, como essas:

1. Isso?
2. Paulo Autran Soccer.
3. Catapora de Vinícius.

A alforria veio com um blog próprio, o Fumacavalo.

Sem contrariar o “quem inventa, agüenta” estarei publicando nos próximos 20 dias úteis uma por umas das ilustrações que ele deixou numa pasta aqui do meu desktop, sempre criando um texto na hora inspirado pela ilustração.

Como o estatuto do fumacavalo diz que o texto sempre deve ser pior que o desenho, meu trabalho é fácil demais. Confere, cavalo!



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12

Aproveitamos o Dia da Criança para lembrar que os anos 80 já acabaram.

Com o apoio de Bituca e Saulo.


Happiness is a Warm Gun

A felicidade é uma arma quente. Ou um injetor morno, como querem alguns tradutores. O que importa é que essas sete notas completam uma musica linda sobre mais do que ter uma arma, sobre uma dedada.

Falaram de veludo e de colocar o dedo no gatilho. Assim, quando tenho você em meus braços ninguém pode te fazer maldade alguma. Seja um recado para as minhas mãos ou um vizinho malencarado e sujo.

De mão boba, arma fria e vizinho sujo a gente entende.

Ridículo é temer a Argentina. Imagine o ministro Cavalo no desjejum com Carlos Menén, o presidente da suíça branca, com o pensamento distante, eu outra Suíça, onde sua conta era alimentada com a venda ilegal de armas sem nada deixar pra trás. Branco no caso, só o colarinho.

E a gente se borrava. O Sarney chegou a cavar um buraco na Serra do Cachimbo pra explodir um bomba atômica, mesmo todo mundo sabendo que o test-drive seria sobre Buenos Aires. Depois de inundada pelo abrir das comportas de Itaipu. Planejado demais para dar certo.

Dentre os grandes feitos das forças armadas Argentina está a ocupação das ilhas Falkland (ou Malvinas) que, foi tomada numa tarde fria dos anos 80 onde morreram 3 soldados argentinos. O detalhe é que a ilha era habitada por 61 pessoas. Sendo que 40 eram pescadores. Outra vez eles perderam uma divisão inteira numa manobra nos Andes.

E deles que a gente tinha medo. E eu sei porquê. Tudo isso é ridículo, mas divertido.

Se o “governo” argentino é uma piada, o que falar da “democracia” brasileira. Todo mundo sabe que esse referendo não vai levar a nada. Tudo está sujeito a manobras jurídicas e no final das contas quem quer ter uma arma terá.

A gente poderia aprender com os hermanos, e ao menos tirar um sarrinho. Que tal proibir apenas a venda de munição? Isso sim ia ser legal. Ninguém ia reclamar com tanto afinco de não ter munição, o sim venceria mais fácil. A partir daí, cada tiro dado seria mais pensado e calculado.

Melhores atiradores teriam balas por mais tempo, dando o poder de assalto aos delinqüentes mais talentosos. Ainda poderiam haver comentários no Brasil Urgente como “o cara é muito amador, usou 8 balas no latrocínio, sendo que a vítima já tava imobilizada”. Dar tiro para o alto seria sinal de muito poder. “parece que o escadinha deu uma rajada pro teto no baile funk em vigário, esse ta podendo”.

Cabe a nossos ministros cavalos, senadores mulas e deputados antas lutar contra a bancada da pólvora e nos forçar a ir votar num referendo vazio. Assim, pela curtição, praguejarei que a classe média vai ter que lutar contra a invasão Argentina em alguns anos enquanto teclo o não. Sabendo que o nem o sim nem o não vai diminuir minhas chances de acabar morto como o Lennon.

nós na rede


Canal 5

Como eu queria estar pelado na savana a suar algumas Etiópias. Só ser Guilherme Tell pra tua Maria Joaquina.


Amo muito tudo isso

Mais um leitor indignado com o que foi dito da bandeira de seu cidade. Dessa vez um cidadão brasopolitano (ou brasipolita) reclama do que foi dito da Bandeira de tão distinto município mineiro.

Edimilson diz:
Meu caro amigo, pra vc que não tem cultura vou dizer um detalhe:
a bandeira de Brasópolis é a única do país que tem o privilégio de colocar nela o simbolo do maior laboratório naciaonal de astrofísica do país, coisa que sua cidadesinha não tem. passar bem!

Resposta:

Obrigado pela preocupação, amigo Edimilson, vejo que me queres muito bem. Eu estava realmente mal, rompi os ligamentos do tornozelo esquerdo há 45 dias e só agora estou retomando o ritmo normal de vida. Aproveito, agora que você sabe da minha condição ortopédica, pra justificar a minha ausência no Enduro a Pé, que vai acontecer no Fazenda Hotel São Gabriel, agora, 9 de Outubro. A serra da Mantiqueira nunca mais será a mesma, só imagino a cidade vibrando no passar de pernas torneadas e tornozelos bem amortecidos. Uma lástima, mas ano que vem estarei aí.


Cartaz do evento.

Tenho muitas perguntas, mas farei apenas uma. Não quero saber por que fazenda hotel e não hotel fazenda ou o que é um enduro a pé. Acho mais importante saber se Brasópolis está escrito com Z de propósito.

Brazópolis é a mesma cidade que Brasópolis? Especulei muito a respeito. Uma das respostas que encontrei é que a organização quer incentivar o turismo internacional. E faz bem, o eco-turismo cresce no mundo todo e já se cogita caminhadas na mata como esporte olímpico. Logo, se é pra inglês ver, que se aproxime deles: se Brasil é Brazil, Brasópolis fica Brazopolis. Simples. O que me incomoda é que no cartaz tá com Z e acentuado. E todo mundo sabe que inglês tem medo de acentuação e cedilha. Hipótese descartada.

Vamos pensar junto: seria a briga entre o Z e o S comum na cidade? Espero que isso não cause tanta confusão quanto eu calculo. A briga é tão infundada que até eu, um sem cultura qualquer, posso desprezar. A letra S assume diversas formas em nossa biblioteca fonética, e a regra diz que quando encontrada entre vogais deve ser pronunciada com o som de Z. Palavras como casa, brasa, análise (sempre erro cara, não faz tem idéia) e, pasmem, Brasil.

Bandeira de Brasópolis


Tudo bem, podes me dizer que Brasópolis é nome próprio, e se escreve como bem entender. Aceito, mas à raiz. Brasópolis seria Brasil (nossa pátria amada) + polis (cidade), então o S brasileiro deve ser mantido. E a culpa não é minha não, a culpa é do pau. Os europeus extraiam a madeira e coziam ela em fornalhas para capturar um pigmento que se desprendia da madeira. Essa solução servia como um caldo avermelhado, usado para revestimentos e tinta. Acabou pau brasil pela cor brasa, com letra minúscula e S.

Por fim, me dei conta de que o erro só pode ter um motivo: o cartaz foi feito por você! Claro, escreveste cidadezinha com S, olha ali. Poxa vida, Edimilson. Cartaz não é Blog, não dá pra ficar negligenciando a língua mãe, fica chato pro município. Sei como é, seu problema foi juntar cidade + zinha, sempre dá confusão. O lógico seria como você escreveu, já que fica entre duas vogais, mas tem que buscar a origem.

Reparei que acaba se embananando pra juntar as coisas. E para separar também. Perceba que falar de uma bandeira não é falar de seus habitantes, ao menos da forma que fiz. Estamos discutindo aqui, ou tentando discutir, estética. Pura e simples, como das noções de belo que hoje nos ajudam a perceber o mundo.

Identificar como feio ou bonito não deve confrontar, em nenhum momento, a sua emoção ao ouvir os primeiros acordes do hino composto por Waldemar Mendonça e cantar aguerridamente “Todos cantam sua terra / Vamos pois cantar também / A nossa, que bem parece / O Presépio de Belém” como forma de declarar amor a tua casa.

Espero que não me julgue pela cidade onde eu vivo, ou pelos símbolos dela. Afinal, seria muito fácil ganhar a discusão enquanto o refrão de vosso hino continuar sendo “Brasópolis / terra querida / Cidadezinha de luz /
Brasópolis, miniatura / Da terra de Santa Cruz”.

Definitivamente os Gaúchos estão em todos os lugares.



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Maestro, sete notas para o referendo.



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Sem piadas com urologia

Em uma das visitas a ortopedia, ouvi de fundo uma gritaria infernal. Imaginei que era alguém sendo amputado ou um paciente com todos os ossos quebrados. O delírio era imenso. Na massa sonora começo a identificar alguns acordes, e aos poucos, uma música completa. Os gritos eram do clipe “wake me up when september ends” do Greenday.

Não foi uma boa pedida deixar a TV ligada. Além do susto, pode acabar ofendendo algum paciente, com musicas como “wake up, stand up” ou “jump” do Van Halen. Em nome da piada fácil, posso imaginar enfermeiras na fonoaudiologia:

“...eu quis dizer você não quis escutar”
“pára Roberta, vou ficar com essa musica na cabeça”


Sabedoria familiar

Gato em francês é Chat
Tudo anda a esmo
Cou em francês é pescoço
Cou em português é cu mesmo


Eu, Bistrô

Dica do Bituca, que também inspirou o título.


Não precisamos da Elza Soares

Você que acabou de completar 18 anos, responda: o que ter de pior do que uma premiação para musica jovem no Brasil?

Deixa que eu respondo: que ela não seja feita para jovens.

E assim foi o VMB por muito tempo. Um show de televisão criado nos moldes de premiações consagradas como chatices há décadas, o Oscar e o Grammy. Assim, a gente tinha que agentar um VJ mocorongo, chamando um atorzinho e uma modelo pra apresentar um prêmio pros paralamas. Fico enjoado só de pensar.

Claro que a culpa direta das porcarias que ganham não é da Mtv. É a industria, linda, na sua plenitude. Se a musica pop feita por aqui é terrível não é culpa da industria, ela vai existir sempre, é culpa dos artistas e dos diretores artísticos. Vamos poupar o canal 24 disso e assistir com olhos tolerantes o mau gosto que cerca nossos adolescentes desfilar pela telinha.

Esse foi o espírito do VMB 2005, ao menos lá em casa. E pasmem, deu certo. A Mtv acertou em cheio no formato da premiação. Pela primeira vez em anos foi possível acompanhar do inicio ao fim, e sentir algum sinal de que as coisas podem melhorar.

Selton Mello, que esteve ótimo como apresentador, abriu a noite liderando uma banda de cerimônia, que tocava temas e dava uma ambientação legal ao teatro. Dava para ver que a musica era a atração central. Musica a televisão. Já ouvi isso em algum lugar.

Cada prêmio foi dividido como um bloquinho, uma célula padrão, e sempre com um detalhe próprio, que identificava a categoria. Dois artistas entravam cantando partes de musicas de acordo com a categoria, como Ivete Sangalo no Pop, e entrava um VT em cima, sem enrolar. Os VTs sempre divertidos: para banda revelação, Marcos Mion imitou cada uma das bandas, as indicações para artista independente foram feitas no estilo TOP TOP, tudo gravado, graças a deus. Depois a dupla de artistas simplesmente lia o vencedor e fim. Rápido, limpo e sem dor.

Muitos shows, que se não agradam, ao menos não deram vergonha. Aproveitei Nando Reis pra ir no banheiro, e pitty pra ver o que passava nos outros canais. Um respiro técnico.

A baixo Astral foi a turminha de Brasília torrando o saco. As deprimentes figuras do capital inicial, legião e paralamas envergonhando todos com uma musica escrita aos 14 anos pelo Renato Russo. Alias, onde tava Lee que não apareceu? Se uma musica adulta dele já é um lixo, aos 14 é só cheiro de naftalina. Espero que não se repita mais esse tipo de porcaria, e mesmo com o Gabriel, o Pensador, se aproveitando, esses mocorongos caiam de vez no baú do esquecimento.

Entre o novo e o velho a luta continuou. Escrita no show dos Los Hermanos e com o Ira! ganhando um prêmio pela primeira vez, obra clara de uma parceria com a Pitty. O Ultraje à Rigor, um dos poucos que se dá ao respeito, tocou Nós Vamos Invadir Sua Praia com o backing vocal composto pelas bandas concorrentes a revelação. Outra boa sacada.

E o novo vai vencer. Assim como o novo formato vencer. Com essa turminha do Emo envelhecendo, tudo parece que a musica jovem vai melhorar. E assim a festa passou.

Pena que só continuo conhecendo os clipes na hora da festa. Afinal, a Mtv continua mais ocupada gastando verba com a Cicarelli e o João Gordo fazendo um perdidos na noite do século 21.


por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus