A Vida Mata a Pau

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Trocadilho em trânsito.

No ônibus, no último assento viajava um homem. Um cidadão vestido com uniforme de outra companhia de transporte metropolitano. Seu olhar de desprezo atravessava o coletivo e rebatia no espelho do motorista em ação, que parecia ficar mais nervoso a cada curva.

Enquanto eu me perguntava porque o ônibus trepida mais parado do que em movimento, o sujeito permanecia imóvel, lutando em silêncio contra a força centrípeta com um jeito triunfante.

Um profissional superior.

Ou não. Imaginei. Simplesmente estava se fazendo presente, mostrando a cara para ver se era contratado. Afinal, motorista não pode dormir no ponto. E mostrar serviço vale, tem que topar qualquer parada, afinal, tudo é passageiro. E se o cara for realmente bom, tem passe livre por todas as empresas.

Mas não sei. Ficar andando em veículo da concorrência pode ser uma roleta russa. Talvez por isso ele tenha descido bem no começo da viagem. E só consegui escutar bem baixinho um “deveria Ter vindo a pé”.

Eu juro.


Vai mudar sua vida.

Já se deu conta que girando a peleta do grampeador ele fornece grampos que se distorcem para fora, e não para dentro?

O número de pessoas que nunca viu isso é imenso. E o grampo viradinho pra fora não serve para quase nada, apenas para enlouquecer toda uma equipe de trabalho. Isso, é claro, se você tiver tempo livre para mexer em todos os grampeadores da empresa.


Agora vai / melhor em tudo

Nenhuma estrada cruza o Rio Grande do Sul. Elas apenas terminam ou começam aqui. Não há como dividir em dois a província pela linha da rodovia, na melhor das hipoteses faltarão uns metros de corte até a linha imaginária que nos separa do Uruguai, ou da linha molhada chamada Rio Uruguai que nos separa da Argentina.

Ser essa ponta-de-lança faz com que as estradas apenas arranhem nosso mapa. E isso deve ter desdobramentos diversos, mas eu só gosto dos menores. Como o que eu li no fim de uma dessas vias que terminam em lugar algum. A prefeitura de lugar algum* colocou uma grande placa indicando o último quilometro. E assinou:

Bem Vindo a Lugar Algum: Terra das Flores, da Bergamota e do Desenvolvimento.

Que bonito.

* o nome de São Sebastião do Caí foi omitido em respeito aos moradores inocentes.


Amazing Videos

Eu aceitaria de forma bem mais possitiva a dificuldade de tirar dinheiro se todos os estabelecimentos bancários de Caxias do Sul não estampassem faixas e adesivos com “24 horas” por toda a agência. Na porta de uma delas o paradigma era um visível deboche: Atendimento 24 horas, das 8 da manhã às 10 da noite.

Quando finalmente conseguimos entrar em um banco com a bandeira 24 horas, o relógio marcava onze horas, e meu bolso já tinha chegado no zero.

Aproveitando o momento, ensaiei uma dança de comemoração, espiando meu desempenho no monitor que exibe a imagem que a câmera de vigilância capta na hora.

O alarme da agência dispara. Sem nenhuma explicação. Confesso que antes de pensar que poderiamos estar trancados ali, por um breve instante, imaginei minha imagem em um daqueles programas de vídeos incríveis. E o rotiero seria mais ou menos assim:

Locutor: Você acha que no Brasil só existem macacos assaltantes?

imagem: Eu e Elvis entrando pela porta da agência bancária.
Locutor: pois esses espertalhões parecem em seu habitat natural. Um banco no meio da noite.

imagem: eu dançando.
Locutor: veja que ele até dança! espertinho, hein? isso que é samba.

Imagem: a gente tomando um susto com o alarme.
Locutor: pois a lei também tme espaço. E eles correm apavorados.

Imagem: saindo do banco, pela porta, tentnado manter a cama.
Locutor: esse deu sorte, na próxima, ele vai dançar.

Imagem: edição especial com meu passo de dança repetido várias vezes.
Locutor: veja que estilo. eu, hein?



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Flip Flop Flyin'

menezes_fff.jpg

Demorei uma hora e meia para fazer esta coisinha, chamada "como me sinto", no Paint Brush. Valeu a pena, não pelo resultado, sim pela homenagem.

Vida longa ao Flip Flop Flyin, e seu criador genial!


Seleção Brasileira da Música Dita Jovem.

Que tal propor um time com as bandas e artistas brasileiros nas posições do campo, cada um exercendo uma função de acordo com suas virtudes, mas sempre pensando no futebol arte pop coletivo? bom, essa idéia* não é minha, mas eu adoraria que fosse.

Como aqui no blg o plágio é evitado, vou escrever pra Void. E tá lá já no ar**. Por aquelas bandas virtuais a cópia está liberada, tanto que eu coloquei isso no resumo da minha coluna.

“Blog sobre a mesmice atual – opiniões dispensáveis, comentários aleatórios, plágio (e uma pitada de nonsense). Devem haver outros por aí, ou, no fundo, um bom taxista”.

Começando com o goleiro, semana que vem os laterais. Boa leitura. Comentário aqui, que é mais fácil.

*A idéia é do Hilton.
**que frase estranha mas divertida.


des-descansando.

O solução para o abatimento geral não está no ar-condicionado, mas sim no dicionário. E não é ali, no R de refresco, ou no substantivo próprio não contemplado Coca-Cola. É no descanso.

Precisamos de um antônimo do tamanho da palavra cansaço. De mesma grandeza e impacto, e com fácil aplicação. Descansar nada mais é do que repor o que se perdeu. Imaginando que para estar nesse estado, antes você teve que passar por um periodo de estafa, e o máximo de sucesso a ser alcançado é empatar a energia que se tinha antes. Vir do negativo e chegar ao ponto zero.

Nessa busca pela reposição, o “des” não nos dá a vantagem do irreversível. Explico: algo descascado jamais terá casca de novo. Depois do desencanto, nada cola o encanto, quebrado está para sempre. Ao passo que só descansamos para cansarmos na sequência. A condição de não-cansado não existe para os humanos.

Tanto que para retratar o estado de entusiasmo pegamos palavras emprestadas. Dizemos que estamos bem, na ponta dos cascos, ou 100%. Sendo que estar na ponta dos cascos é coisa de cavalo, estar 100% é para estatística, estar bem é geral demais.

Alguém crie essa palavra e inverta essa lógica monótona. Neologistas de plantão, ao trabalho, enquanto eu vou fazer corpo mole em busca do relaxamento verbal absoluto.


Meninos, eu ouvi.

O Senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) disse a seguinte pérola na voz do Brasil:

“...essa obrigatoriedade é ainda um resquício autoritário da ditaduta de nosso grande Getúlio Vargas”.

Além de constatar que ele falava da obrigatoriedade da própria voz do Brasil, vale sublinhar o jeito que a frase foi construida. Parece ser proibido lembrar que o Getúlio era um ditador, ou foi ditador antes de ser presidente, e por 15 anos.

O tom de mudança na voz dele é incrível, ao se dar conta que estava chutando um símbolo trabalhista, e em um esforço violento conseguiu meter um “grande”pra consertar a frase. E ficou essa coisa toda torta aí: com muitos conflitos internos para um programa governamental.

Muita demagogia, por Getúlio.


Opiniões dispensáveis, comentários aleatórios e plágio*.

Está no ar a minha segunda contribuição para o site da Void.

A Void, para quem não sabe, é uma revista aqui da cidade de porto alegre, de distribuição gratuita e proposta editorial jovem. Realmente não sei explicar, ainda bem que colunista não tem que se ligar nessas coisas. Minha única inquietação é ter um editor.

Brigar com o editor deve ser ótimo.. Aqui no blog eu posso até fazer isso, mas como eu mesmo veto ou não o que via pro ar, a coisa fica meio sem graça. E eu sou um editor muito tolerante. Basta ver a quantidade de porcaria correndo por essa página.

Então, sempre que você encontrar a foto sensacional (abaixo) na capa do site, pode ter certeza de que eu venci uma batalha em nome do conteúdo.

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A primeira briga já tem pauta marcada. É sobre o sistema de comentários. Não quero que meus leitores sejam obrigados a fazer um cadastro indiscreto daqueles para comentar. Tem que ser simples, rápido e fácil. Como aqui na Vida Mata a Pau.

Por fim, resta dizer que dos outros colunistas conheço o Leo Prestes. Na verdade o trabalho dele e o blog fiambres. Parabéns a todos os envolvidos.

* homenagem duvidosa em forma de descrição ao amigo Saulo.


Kishalovski com a camisa sete.

De tanto gritar duas coisas aconteceram na mídia esse início de ano. A Mtv voltou a passar vídeo-clipes a dar com pau, um atrás do outro, conforme foi solicitado 17 vezes nesse blog. Sim, eu sou tão babaca que contei. E a maravilha do Colours-of-football. Uma galeria russa gigantesca, com desenhos de camisetas de clubes de futebol do mundo todo.

Muito divertido. Alguns destaques retirados de lá:


coloursof.jpg


1. NK Olimpja Ljubljana: esquadrão esloveno, base da seleção de 2002.
2. Stabaek, da Noruega: me explica essa manga verde, senhor estilista.
3. Hammenlinna, Finlândia: eu contei 11 patrocinadores, certo?
4. Grêmio: campeão do mundo.


"Slišal sem, da je fant sin Anakina Skywalkerja"

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Festa

Rola hoje o lançamento do site OVERMUNDO.com.br, com show das bandas Quinto Poder e Pogoboys. Aqui, em porto alegre, no Cave, mais especificamente, que fica na vasco, passando a Goethe em direção ao IPA.

Além dessas fantásticas atrações, destaque para a discotecagem, que fica por minha conta até a hora dos shows. Sim, depois Gabriel Pillar se gruda nas PIck ups para mandar ver até a hora que for.

E é isso aí, desculpem o apressado da hora, mas é que tenho tido problemas violentos para postar.


Postura

Situação um:

Repórter de campo:
- Depois dessa vitória e da classificação pras finais do estadual você pretende poupar os titulares contra o Ituano pensando no jogo da próxima quinta-feira pela libertadores?

Técnico (de má vontade, mesmo depois da vitória de 4x1):
- Não. No nosso time não se prioriza competição. O time todo viaja para Itu e só vai estar liberado quem levou o terceiro cartão ou tiver contundido. Pra gente não existe titular e reserva, e quem quer jogar precisa estar sempre em campo. Hoje, depois de amanha, no domingo e na terça.

Situação dois:

VJ acéfala:
- Tô sabendo que o você vai sair pra uma turnê solo em outubro. Vem cá, esse tipo de atividade não atrapalha a carreira da banda?

Ex-integrante dos Titãs (de boa vontade, depois de faturar um 8º lugar no TOP 20 Brasil):
- Não. Eu não priorizo nenhum dos projetos. Os Titãs ainda são a minha casa e dá pra dividir bem as coisas. Sozinho é bom por ter mais liberdade autoral e mais controle sobre toda obra. Mas consigo dividir bem o tempo entre os dois projetos sem prejudicar nem faltar com nenhum.

Situação Três:

Mohamed Ali:
- Amigo Menezes, agora que tu vai escrever em duas frentes, não acaba prejudicando o conteúdo dos dois como um todo?

Menezes (boa vontade em falar da própria vida, como todo ególatra):
- Olha Cassius, não vou te mentir. Vai ser complicado, mas eu quero tentar. É quase certo que se dividir em dois projetos ou mais de mesma natureza faz com que as idéias se esgotem mais rápido. Mas já tenho tudo planejado: vou usar truques manjadinhos para enganar a todos. Coisas como repetir assuntos, aproveitando a gama diferente de leitores, reaproveitar coisas que já escrevi no blog, além do velho e bom plágio.


Liberdade para dentro da cabeça.

Ou ainda: esse tecsto não chega a lugar nenhum.

Por vezes a vida parece aquele programa de paródias que o Moacir Franco apresentava. Alguém lembra o nome? Eu não. Porém não me sai da cabeça o que deu errado na espécie de Covernation da classe média baixa. Até a falta de talento do cunhado do Bronco (que consegue se destacar em programas já lamentáveis - vide A Praça É Nossa) parecia secundária frente aquele festival de humor-mais-ou-menos. O programa apostava na piada ruim sem agregar valor, o máximo agregando alguns dançarinos com roupas ridículas de isopor. Aceitando a risada de canto de boca como o máximo que podemos produzir.

A culpa deve ser toda minha. Eu e esse meu amor ao controle remoto. Nada melhor poderia estar passando, nada mais interessante me separava da cama naquelas noitinhas, mesmo assim não conseguia assistir. Não desrespeitava ou jurados ou detestava o cara, apenas ignorava. Ao invés de aproveitar o vazio demográfico dentro da cabeça, ziguezagueei alucinadamente pela falta de opçao da TV aberta - que hoje é defendida pela própria TV aberta. Deveria ter apenas aceitado que a média é o que há.

Hoje, munido da não-chateação que a antiga TVS me brindou, tiro minhas próprias conclusões conseguindo reservar atenção ao ponto único de solidez de um banheiro que seguido visito. Lá, na parede, um poema que parece muito com a vida, por vezes. Que apenas boia no anonimato ao cheiro de barro fresco, esperando que alguém patrocine seu cancelamento com um balde de tinta, mudando a tele-programação visual do cubículo:

Bratáqueos, cebolas, cetáceos.
Gottardos, zumbis, tijolos.
Ulisses, terráqueos, natal e ovo.



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Editorial: volto na segunda-feira. Obrigado.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus