A Vida Mata a Pau
Este blog está de férias até o início de 2007.
Feliz Ano Novo a todos e muito obrigado aos leitores que ajudaram a fazer deste recanto da internet um espaço divertido e fértil em idéias durante todo 2006.
Aos brasileiros que vão tentar a sorte na são silvestre, boa corrida. Todo mundo tem o direito de aparecer na Rede Globo vez ou outra.
Abração,
- Eduardo Menezes.
Em algum lugar do passado
A professora de história que me absolva e o de religião que me perdoe, mas católicos como eu, não passam de judeus com um pé no modismo. Tanto que a nossa religião vem daí: acreditamos em alguém que se dizia messias e fomos na maré dos milagres. Para mostrar que estávamos à frente do tempo, ficamos até hoje rezando aos quatro ventos que ele voltará. É nossa fé indie de rosário na mão.
Essa tendência de incorporar o que aparece pela frente está nas nossas datas marcantes, inclusive no Natal. O símbolo que representa o nascimento de Jesus está ali, escondidinho embaixo da árvore. Geralmente um presépio com cabras de patas quebradas e faltando um Gaspar se esconde à sombra de uma árvore cheia de espuma pra simbolizar a neve. Ao lado, um Papai Noel gigantesco representa um santo do norte, que se sabe lá como veio parar na história.
Enquanto nossos primos judeus mantém a mesma dieta festiva dos últimos 3.500 anos, estamos mastigando um arroz à grega cheio de uvas passas e sem significado, que desceu o mediterrâneo para encontrar um salpicão do México ou Colômbia, e um peru que só cisca pra frente.
Nada disso é para reclamar do capitalismo ou pregar uma recriação no estilo linha direta daquela noite em Belém. Mas sim para lembrar, sem rancor, que alegorias mais atinadas com o nosso passado ajudam bastante na hora de manter o espírito natalino.
Adotar grande parte do mau gosto agudo dos norte-americanos é perigoso. Eta pessoal que gosta de uma cafonice – os discos de ouro para divas do pop não me deixam mentir. Se continuar assim, cuidado: você pode acabar ganhando um CD da Janet Jackson no amigo secreto.
Mais de mil palhaços no congresso
Sensacional a iniciativa da w3haus. Mande sua foto e entre na fila dos não palhaços. Divertidissimo. Ótimo site e ótima causa.
Kill Them All avec Mr. Ferraille
Sensacional o joguinho desenvolvido por Winshluss (Link para Wikipedia em francês) para a revista Supermarche Ferraille (Marquem o Zidane!). Nele, você comanda o Senhor Ferraille, uma espécie de Mickey andróide pixelado por um mundo cheio de animais pedindo porrada.
Pelo caminho, as tarefas são muitas: pisar em sapos, topeiras, derrubar árvores, jogar lixo nuclear num laguinho, fuzilar flamingos e morcegos, jogar granadas e dar de porrete em leões marinhos. Claro, você pode entrar no abrigo nuclear e explodir tudo. É mais cômodo, mas perde um pouco do charme. A trilha com referência aos Muppets é o toque de gênio.
Para jogar, entre no site e clique em Salle de Jeux. Depois, é apertar o botão vermelho e matar eles todos.
Enquanto recheiam o peru
Com os pés estão para cima esperando a chegada do bom velhinho, nada melhor do que uma leitura rápida e sem compromisso. Revistas! Sim, a grampeada e dobrada solução para o tédio. Sem objetivo aparente, rápidas resenhas do que separei para colocar em dia nesse final de semana prolongado.
Cidade B
Número 2, distribuição gratuita.
Uma revista distribuída em bares só será sucesso se convencer você a carregá-la pra casa. E isso a número 2 da Cidade B faz. A capa está ótima, e uma rápida olhada na diagramação corrobora a primeira impressão. Ponto pra quem teve a iniciativa. Já em casa, ela parece pesada e cansativa em alguns momentos, nada em demasia. Não mergulhei no conteúdo, mas ver uma tira da Chiquinha impressa é sempre legal. Boa iniciativa.
Simples
Número 40, 10 reais.
A capa dessa edição do verão de 2007 está tão bonita que não tive como não comprar. Uma ilustração que aponta certeiramente pra beleza que a brochura mantém em toda sua diagramação. Até agora, o que me parece radiante foi uma matéria sobre o Documental Musical In-edit Beefeater, que vem casada com uma reflexão sobre o last.fm e pandora. Um ano sem ler mostrou que a Simples está cada vez mais conteúdo sem perder a sua forma. Percebo que o segredo dos anos 00 foi entendido: deixar alguns assuntos passar sem remorso.
Mad Especial - Feliz Natal com Mad.
Número 15, quase 7 pila.
De preto e branco para os tons de cinza, esta Mad tem a vantagem de ter quase todo o material traduzido, o que eleva a qualidade, mas peca por algumas repetições. A sessão do Aragones, por exemplo, já tinha sido publicada. Tudo bem que Mad vê as Piscinas sempre é bom, mas “colorir” e chamar de inédito é complicado. É o lado irônico do Natal.
Piauí
Número 3, 8 reais.
Quase não comprei. Algo me dizia que essa terceira edição estaria um pouco abaixo. Talvez o desenho desanimador do Millôr na capa. Mas fui lá e investi na terceira Piauí seguida. A um e a dois estavam bem acima da média geral das publicações, então, não tenho o que temer. A sessão Esquina continua encabeçando as preferências, seguido pelas surpresas ao longo do caminho. Aqueles quadrinhos no final são meio lamentáveis, mas passa. Soltem o freio de mão e larguem o cacoete jornalístico que tudo será pleno.
Boa vontade - trabalhamos afu!
ONU
Segue a parceria com Matej de Cecco, o talentoso e eslovêno ilustrador desta tirinha infame.
Criado em conjunto, publicado também. Veja só a versão leste europeu:
Fatos e Verdade
O Barcelona foi um pouco superior, mas sem nenhuma objetividade. Coube a Iárlei decidir o jogo. Não foi pleno, mas foi justo, por que o futebol sempre é justo.
Além do Inter ser mais time, o jogo prova (de novo) que o futebol europeu é uma fraude. Tudo não passa de uma invenção da Gilette, do Winning Eleven e do Canal +. Esse time do Barcelona sucumbe frente a qualquer marcação de verdade, como a implantada pelo Inter. Inventam que gente como aquele islandês joga bola e querem que eu acredite. Por Thor, tenho mais fé no poder de conclusão da Björk
Mais um título que o Falcão não tem. Sofrendo de recalque em níveis de Rubens Barichello, o comentarista da Globo não demonstrou qualquer entusiasmo com a maior façanha do seu time do coração. Semelhante atitude já havia sido observada na copa de 2002.
Não aceitarei falar sobre o assunto meus amigos colorados que aparecerem online no MSN ou demonstrarem que por lá estiveram, (como com mudanças de nick) nas próximas 24 horas. Elvis, Hermano e Cuper já estão na lista ignorar. De uma vez por todas, aprendam a comemorar!
Como nas outras decisões, Fernandão se escondeu, sumiu e amarelou – nessa ordem. Amarelinho Gaúcho não marcar já era esperado.
América do Sul patrolando nesse mundial da Fifa. De novo 1x0, de novo emocionante. Prova de que o melhor do nosso futebol está no nosso território. A vontade venceu mais uma vez, o que me faz imaginar que o Vasco chegaria na semifinal da copa de 2006. É muito esforço pra perder desses caras. Só querendo férias mesmo.
Douglas está nu no telhado.
Parabéns ao Al Ahly pelo terceiro lugar na competição.
Prêmio Fotográfico W.L.A.E. 2006
Um passeio pelo Google nos mostra que poucas procuras por imagem pode ser mais divertida do que Walk Like an Egyptian. Algumas fotos merecem uma nota, outros de um prêmio, todas levam sorrisos. Por isso, uma pequena homenagem a estes herois anônimos que pegam segundos de suas vidas para nos provar que somos todos idiotas.
Categoria MONUMENTOS
Fotos tiradas em escavações ou junto à instalações egipcias, que mostram o total desrespeito pelos mortos ou pela cultura local - ou ainda: um texano de férias. Eis os premiados:
Jovem Demais Para Mumificação - Ouro.
Bem na Foto - Prata.
Tapar a Cabeça Significa Respeito? - Bronze.
Categoria FREE STYLE
Aloprando no Departamento Financeiro - Ouro.
Meus Pais Não Me Entendem - Prata.
Graduação Faraônica - Bronze.
GRAN PRIX
Sem Comentários
Cada vez mais
Está no ar o sétimo episódio do Podcast Solo de Óculos Escuros. No programa, comentários definitivos e indiscutíveis sobre os seguintes clássicos:
Mr.Big - Just take my heart
Blind Melon - Change
Little Texas - My Love
Madonna - Rain
OMD - Electricity
Gilberto Gil - Queremos Guerra
Iron Maiden - Different World
Downloadeie aqui e leia meu texto sobre o programa.
Obrigado e boa quinta-feira. Se for possível.
Tudo para ouvir um hit do Bangles
Internacional 2, Al Ahly 1, criatividade zero. Esse é o resultado do sofrido jogo pelo mundial de clubes da FIFA. Mesmo marcando duas vezes e tendo a seu alcance todo o universo simbólico egípcio, o time do inter se limitou a abraços e pulinhos sem graça.
Se o Renteria estivesse em campo, no mínimo teria chamado num walk like an egypcian. Sem falar na imensa possibilidade de comemorações que listei com o meu amigo cavinato.
Por exemplo: fazer a dança da boquinha da garrafa numa pequena pirâmide. Queimar o al corão. Ou ainda, se auto-enfaixar com uma gaze e passar 3 mil anos vibrando.
Claro que descolocar todos os pertences do jogador até o Japão seria meio complicado, mas ver o jogador mumificado com ervas finas ao lado de uma bola de futebol seria sensacional.
Terrorismo poético entre amigos
Formas simples de afastar amigos com pequenas mudanças de atitudes no seu dia-dia que me ocorreram agora.
1 - Sempre que falar de uma data no passado usar como referência um período onde você estivesse muito doente. A enfermidade nunca deve ser explicada, tanto sua duração quanto no que consistia, só deve ter um nome quase incompreensível e que diga pouco sobre o tratamento.
Exemplo de frase: "Negativo, aquele 2x1 na Vila Belmiro foi no final de 97, eu sei porque eu ainda tava me recuperando da Peste do Sultão".
2 – Adotar uma postura homossexual promíscua com o seu personagem de RPG. Nunca joguei esse lance, mas ter algum dos participantes que só se preocupa em conhecer um centurião ou um dragão com dois falos deve ser insuportável pra quem leva o jogo a sério.
3 – Sempre colocar o assunto “grana preta” nas conversas de e-mail coletivas. O ideal é quando são listas e tem muita gente falando de um assunto sem importância. Você escreve seu recado normalmente e no final da mensagem por um P.S. dando valores explícitos, direcionados a apenas uma das pessoas.
Exemplo:
“Vou na festa lá pelas 10 da noite. Se alguém precisar de carona, manda um e-mail.
Abração,
- Junior, depositei a grana (7 mil) hoje na tua conta. Qualquer coisa dá um toque.”
Essa última eu aprendi com o Parada.
Insanus
Por motivos óbvios, a capa do insanus passou por algumas mudanças nesses últimos dias. Depois de uma semana com apenas uma em homenagem ao Gabriel e uma mensagem da família, resolvemos fazer o que ele sempre pedia: postar.
Numa decisão nossa em conjunto com a família Pillar, a capa voltou ao normal.
No momento apenas um banner e uma frase fazem jus à memória do nosso amigo. Essa condição é provisória. Textos escritos sobre o tema estão sendo agrupados e vão ganhar destaque na capa em breve – contribuições serão sempre bem vindas.
Vale avisar que ainda sofremos com dificuldades técnicas e de acesso ao servidor, já que tudo era canalizado pelo próprio Gabriel.
Muito obrigado ao grande amigo Bruno, que está se desdobrando para descobrir cada detalhe da operação e manter o site no ar.
Obrigado a todos que manifestaram solidariedade. Estamos trabalhando para reunir material sobre o Gabriel e tocar o projeto dele em frente e informar os que buscam informação sobre o ocorrido.
Para retomar
1984 - 2006 - sempre
Até mais, meu amigo.
Terceiro amarelo para Ratzinger
Volto a propor uma solução futebolística para os problemas mundiais. Dessa vez, impulsionado pela descoberta que o Vaticano mantém uma seleção nacional regular.
Na foto, o combinado não parece dos melhores, mas acho que dá para encarar a minha proposta: um triangular pela posse de Jerusalém nos próximos 10 anos. Além do Vaticano - representando a ICAR -, a seleção da Arábia Saudita (onde fica Meca e Medina, berços da religião) jogaria pelo Islã, e Israel pelos judeus.
Como católico, pensei em escalar a Roma para jogar por nós, mas imaginei que seria covardia. Se bem que com Cafu na lateral, nenhum time tem vitória certa. Mesmo assim, vamos precisar do estádio deles.
Uma pena o João Paulo II não poder mais pegar no gol, como nos tempos de garoto na Polônia. O pontífice apaixonado por uma pelada chegou a confessar que pediu a deus para a Polônia ganhar a copa de 1974.
Mesmo sem esse reforço, confio nesse apanhado do Vaticano retirado da sua liga de futebol 7. A existência desse campeonato já era conhecida, assim como a curiosa informação de que o time dos Arquivos Secretos é o atual bi-campeão. Qual será o segredo deles?
Enquanto não descobrimos, uma tabela cortesia:
10 Jan - Vaticano x Arábia Saudita – em Roma.
15 Jan – Arábia Saudita x Israel – em Al Riad.
18 Jan – Israel x Vaticano – em Tel Aviv.
24 Jan – Arábia Saudita x Vaticano – em Medina.
29 Jan – Israel x Arábia Saudita – em Tel Aviv.
3 Fev – Vaticano x Israel – em Roma.
