A Vida Mata a Pau

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Paraíso Surreal

Segundo uma medição de sei-lá-quem com sei-não-porque diz que, acompanhando um capítulo da mesma novela a cada 15 dias, uma pessoa com primeiro grau consegue manter o fio da meada e entender bem o que está acontecendo.

Bom, então paraíso tropical veio para acabar com essa lógica. A trama é de um absurdo hiper real incrível, com acontecimentos em cascata e desorganizados que beiram o grotesco, mas são fascinantes. O pessoal oldschool reclama, mas eu tenho achado divertido.

Depois de abstrair, é claro.

O capítulo de ontem, por exemplo, marca uma série de acontecimentos. A menina sem nome e meio sem graça, que só fala baixinho e que é irmã da outra que tomou o golpe descobre, no dia do seu casamento, que o noivo (Paulinho "pior ator" Vilhena) chantageou sua mãe, futura sogra, para que ela ajudasse o jovem galã a casar com a tal maria-mole. Tudo para que o pai da família não fosse despedido de um emprego meio-boca no hotel do Toni Ramos. Eis que o pai vai pedir a filha que não se casa, Vilhena interfere com sentimentos à flor da alma e convence a menina a casar com um jovem pilantra.

Na mesma vibe alucinante, o avô das gêmeas vai se consultar com o amigo e pai de Fábio Assunção se deve ou não adiantar parte da herança pra Negrini-má. Ao ficar sabendo das tramóias que ela se envolveu, ele dá um jeito de falar com o ourives que está no aeroporto e desce até a calçada, onde encontra Glória Pires (que um dia já foi gêmea em novela). Glória, atendendo ao desespero do velho, empresta o carro para ele sair em perseguição por Copacabana tentando capturar a Negrini-má para ir com ela até a delegacia. Fábio assunção vai atrás e assiste a um caminhão bater no carro do avô da sua namorada. O velho morre. Já estamos no velório e a Negrini-má chega para o evento. Final do capítulo.

Isso sem contar o que aconteceu com a pitanga e uma cafetina velha que não sei o nome e ainda a sacoleira que se separou do cara que comprou a geladeira. Destaque também para o esforço incansável de fazer o Rio de Janeiro parecer um lugar tranqüilo.

Nada contra. Só estou interessado em saber o que acontece hoje. Meu palpite é de que o Fábio seja seqüestrado pelo cafetão aquele, e Olavo vá com Bebel para um motel em Parati, ao lado do cativeiro. Nisso, a Polícia Federal entra atirando no cafetão e uma bala perdida atinge Bebel, que fica paraplégica e já entra para a equipe que participará dos jogos Para-Panamericanos. Roberto Carlos canta ao lado do filho do avô morto o hino nacional no velório e o rapazinho que amava a Maria mole se apaixona por Glória Pires, que é sua mãe. Depois de uma briga, um incêndio toma conta da pensão que eles administram e o dono do restaurante vem no barco do Toni Ramos para salvar todos, com a ajuda da Negrini-do-bem, é claro, que tinha acabado de voltar do lugar onde o Fábio foi libertado. O capítulo termina com imagens a Lua-de-mel do casal vilhena-maria-mole, onde eles embarcam no avião para nunca mais voltar, como já aconteceu com uns 20 personagens nessa novela. Incluindo o Vitor Fasano, que como um alien apareceu para levar a mulher do Toni embora e nunca mais voltou da longínqua São Paulo. Não perco por nada.


Onde está a pirotecnia colorada que vimos na quarta?

Bruno Galera pergunta: cadê a torcida do Boca?

Leonardo Ponso responde: esse jogo foi o melhor analgésico que já tomei na vida.

Eu completo: só sei que mandando mensagem pro meu celular eles não estão.

Internacional Once Caldas 0 x 2 Grêmio. Sem foguete ou banheiro queimado.



Just a jealous guy

Nada melhor para incentivar o turismo na bacia do prata do que cantar essa versão alternativa da música Jealous Guy. Parte integrante da obra de John Lennon, alterada numa festa de São João Qualquer - te liga no refrão:

I didn't mean to hurt you,
I'm sorry that I mad you cry,
I didn't want to hurt you,
I'm from the Uruguay


Na hora de descer do helicóptero, até o general segura o quepe.

Tudo o que já foi dito por ai, agora também aqui

Você precisa confiar em 3 pessoas cegamente: no secretário de estado Norte Americano, na sua namorada e no atacante do seu time. O secretário para ele não usar a bomba H, o atacante para ele marcar mesmo quando não joga bem e sua namorada por ser sua namorada.

E dias atrás, depois de Grêmio x Sport a minha namorada avisou: o Grêmio só faz gol acidentalmente. Verdade plena. E assim mesmo foi indo até onde deu, sendo que, mais uma vez, o onde der é mais longe do que muita gente poderia imaginar.

Na campanha cheia de derrotas fora de casa, jogar contra dois brasileiros teve a vantagem de saber como enfrentar eles no mata-mata e o revés de fazer a gente acreditar que era possível usar a mesma estratégia na Bombonera.

Engano. A Libertadores não é para quem não ousou. Entramos para acabar na frente do Inter e esquecemos que somos talhados pro mata-mata, e que um ou dois jogadores (na lateral e no ataque) fariam do time competente do Grêmio uma ameaça constante a qualquer adversário em qualquer lugar.

Parabéns ao superior Boca, que mesmo com aquele calção amarelo caganeira, mereceu o título. De resto, fica o registro de uma copa fantástica, como se previa desde o começo. Brasileiros se engalfinhando, times com bom futebol mas sem camisa eliminados (Libertad e Cúcuta) e onde brilharam dois refugos da Europa: Zé Roberto e Riquelme.

No âmbito regional temos para o tricolor a necessidade de reforços. Para o colorado, o recalque. Subi no ônibus e uma idosa olhou pra mim e disse "Tênis vermelho, assim eu gostei". Como eu respeito os idosos, fiquei na minha. Mas a vontade era dizer: te liga, banguela de merda, teu time deu fiasco nessa mesma competição.

Mas fica assim. Em dias como este até torcedores do Juventude ficam com vontade de cornetear. Seja o torneio que for, que no ano que vem entremos para ganhar. Assim como a flauta, a Liber está cada vez mais acessível.

O Grêmio perdeu, mas foi pior. Eu podia estar namorando a Condoleezza Rice, ou o Tuta.

DELETEI OS COMENTÁRIOS DO POST ACIDENTALMENTE. DESCULPE, PESSOAL.


São Pedro 11:41

Não sei se vocês sabem, mas os critérios para entrada no paraíso estão mudando. Se antes existia um acompanhamento de cima dos atos de cada um, agora o esquema é na generalização: você é selecionado de acordo com o dito popular que você mais usa.

Isso mesmo, provérbios do bem pra um lado, do mal pra outro. Isso sem falar nas classificações secundárias. Ou seja, não adianta ficar com bem feitorias para com seus semelhantes se dizes sem parar “diga com quem nadas e te direi quem és”. Que coisa feia, uma frase de puro julgamento. Pior com isso só “quem nunca pecou que atire a primeira pedra” que banaliza o pecado e a palavra de Jesus fodão.

O purgatório está para os que falam errado sem querer, como “Edson, diga com quem andas que te direi Pelé”. Alguns carolas já entoam mantras buscando a iluminação final. Se funciona eu não sei, mas certamente é melhor do que os que fazem trocadilhos com frases populares. Como “quem empresta aos pobres dá adeus”. Pra eles, inferno na certa.


No futebol é assim...

Você escala o Patrício, ele não joga nada, compromete e todos reclamam. Mas você segue escalando o Patrício. Põe ele pra jogar, ele compromete de novo, não evoluí. Ele entrega na semifinal um gol pro Santos, mas você ainda escala o Patrício. E ai, você escala o Patrício e o Patrício faz um gol CONTRA com a MÃO na FINAL da LIBERTADORES.


E dá!*

Entendi tudo. Se tivesse só dois a zero pro Boca Juniors, o Patrício tinha a missão de meter a bola pra dentro do gol. Senão, pra que estaria em campo um cara desses? E um time que tomou 3 do santos e 4 do asilo Vasco da Gama não podia tomar poucos dos argentinos. Acho que até teve a combinação:

"Saja, tu bate roupa que eu meto a mão na bola se for preciso pra garantir o gol".

Isso sem falar no lamentável Tuta. Mas esse eu reclamo há tanto tempo que até ele já tá careca (e bundudo) de saber. O maior perdedor de gol do mundo não deve ser escalado em um jogo onde certamente as chances de atacar serão boas.

Claro que o meu palpite de 6 a 1 pro Grêmio poderia ser um pouco otimista, mas o Grêmio perdeu pra ele mesmo. Pra um medo do time médio do Boca que não precisava ter. E acho que chegou a hora de pagar por todas essas atuações lamentáveis fora de casa.

Até porque, o time argentino é de respeito, e o clima de campeão não tomará conta deles. Assim como parece ter tomado de parcela lamentável dos colorados da cidade, que depois de usarem coroas do Burger King em um estádio de futebol, ficaram buzinando pela noite adentro.

Meu amigo Edo Krause que tá certo: vamos ao olímpico de caixinha do MacLanche Feliz e pra cima dos castelhano!

*Título sugerido pelo mesmo Edo Krause, tomando o lugar do Antigo: "A la merda".


Rio de mim

Nas 40 horas de chuva em Porto Alegre do último final de semana, mais água caiu sobre a cidade do que a média do mês inteiro de Junho. Um lençol de 10 cm de espessura que ilhou a todos e me deixou boiando em meus pensamentos.

Como a chuva representa o que é Porto Alegre. Não falo de pessoas sujas de lama limando os pés na sala de jantar, mas da geografia mesmo. O riacho que leva pneus velhos e sofás abandonados para o estuário do Guaíba se chama Arroio Dilúvio. Os que moram da Assis Brasil para fora vivem em um grande banhado, que era irrigado pelo hoje encanado Arroio da Areia, que por sinal, passava pelo Passo d`Areia.

Nosso centro, metade no nível do Rio Guaíba precisou de um muro para impedir invasão das águas, desde a enchente de 1941. Nesse episódio, quando o Rio virou Mar, muitos habitantes das ilhas e localidades mais ermas do delta foram trazidas para abrigos na capital. Encantados, eles andavam pelas ruas conhecendo a cidade grande, boquiabertos. Verdadeiros abobados da enchente - expressão consagrada no linguajar gauchesco.

Enquanto São Pedro mostrava seu portifólio com todos as modalidades de temporais imagináveis, fui um desses abobados da enchente, pensando que um bom símbolo para essa cidade seria um açoriano em um caiaque, remando contra a corrente na direção da argentina.


Segunda derme

Bom mesmo seria se as roupas cicatrizassem, como acontece com a pele. Não estou pedindo para que elas deixem de ser puídas ou nunca percam a cor, essa tarefa de preservação continua sendo nossa, escolhendo um bom amaciante e sabão em pó. Mas sim que elas regenerassem e que suas fibras voltassem a se encontrar de forma resistente e organizada como antes.

E falo na solução de rasgos de forma orgânica mesmo. Quando acontecesse daquela camisa que você adora ficar presa na maçaneta da porta e rasgar, bastaria costurar, colocar no armário e esperar um período determinado pelo tamanho do ferimento. Ao fim de alguns dias, estariam prontos para desfilar por ai: você e a antes condenada peça de vestuário. Talvez não fosse possível ser tão rápida a recuperação, mas continuaria seria boa. Se a malha não visse mais a cor cinza daquele inverno, haveria o consolo que no ano que vem, estariam juntos outra vez.

E o trabalho com meias e cuecas seria um mutirão. Homens costurando e separando meias por pares, para que se curem dos fundilhos e cantos juntos. Roupas nobres e de tecidos caros receberiam tratamento de hemofílicos, tratados a passadas à seco diariamente.

Comentários dariam conta que determinados costureiros eram verdadeiros cirurgiões, agora especialidades munidos de agulha e linha dariam pano pra manga em rodas de socialites e conversas de botequim. Algum velhinho desesperado passaria o dia atrás dos obsoletos especialistas em chapéus, e não apenas os sapateiros seriam donos desses milagres da restauração.

Claro que tirar os pontos ou os nós da costura seria trabalho de profissional. Afinal, arrancar sem saber como pode deixar cicatrizes feias, piores que as originais. Se bem que com paciência, eles cairiam durante o banho. Ou melhor, durante a lavagem.


E essa, agora?

Reparem na bola com uma faixa no LOGO DA CANDIDATURA DO BRASIL para sediar a copa de 2014. Não parece muito a mesma do cartaz da copa de 1958, realizada na Suécia?

Nunca vi uma bola com esses gomos na vida. Apenas não entendi o porque da referência (para não chamar de plágio) a esta pelota de volibol.

Abração, CBF.


por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus