Café sem cafeína aumentaria risco de doença cardíaca
março 26, 2006
O estudo do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos descobriu que este tipo de café pode levar ao aumento do nível de colesterol.
A pesquisa americana examinou 187 pessoas, sendo que um terço destas consumia entre três e seis xícaras de café com cafeína por dia. Um segundo grupo bebia a mesma quantidade do descafeinado, e um terceiro grupo não bebia café.
Durante três meses, os pesquisadores mediram os níveis de cafeína no sangue dos analisados, além de verificar indicadores de saúde cardíaca, incluindo pressão arterial, batimento cardíaco e níveis de colesterol.
No final do estudo, o grupo que bebeu o descafeinado registrou um aumento de 18% no nível de ácidos graxos no sangue, o que pode levar à produção do colesterol LDL, que causa danos à saúde. Nos outros grupos não houve mudança no nível de ácidos graxos.
A pesquisa foi apresentada na reunião da Associação Cardíaca Americana.
Diabetes
O alto nível do colesterol LDL na circulação é um dos fatores de risco que pode levar a problemas metabólicos, que, por sua vez, podem causar a doenças cardíacas e diabetes.
Além do aumento dos níveis de ácidos graxos no sangue, os pesquisadores também observaram que o nível uma proteína ligada ao colesterol LDL (apolipoproteína 8) subiu em 8% no grupo que tomou o descafeinado, mas não teve mudanças significativas nos outros dois grupos.
"Ao contrário do que muitos pensaram por muitos anos, acredito que não é o café normal, mas o descafeinado que pode promover riscos de doenças cardíacas", disse Robert Superko, do Centro Cardíaco Fuqua, em Atlanta, Georgia, que liderou a pesquisa.
"Se você bebe apenas uma xícara por dia, os resultados de nossa pesquisa provavelmente têm pouca relevância, porque seu consumo diário de café é baixo", acrescentou.
Aborto
A descoberta ocorre no momento em que uma equipe de pesquisadores da Dinamarca afirmou que beber oito ou mais xícaras de café por dia durante a gravidez pode dobrar o risco de aborto.
A equipe, da Universidade de Aarhus, monitorou cerca de 88 mil mulheres grávidas entre março de 1996 e novembro de 2002.
Todas as mulheres foram entrevistadas a respeito de riscos potenciais, que poderiam afetar a gravidez, além de qual era seu consumo de café.
Pouco mais de 3% das mulheres (3.018) bebiam oito ou mais xícaras de café por dia.
De um total de 1.102 mortes de fetos, 67 se concentraram no grupo de maior consumo de café.
Estas mulheres tinham uma probabilidade maior de fumar e beber níveis mais altos de álcool, dois fatores que são suspeitos de aumentarem o risco de aborto. Os pesquisadores afirmam que levaram esta informação em conta quando calcularam os resultados.
Eles também sugeriram que, como o alto consumo de chá e refrigerantes com cafeína não estava ligado ao aumento do risco de aborto ou ao nascimento de bebês mortos, outras substâncias químicas presentes no café, e não a cafeína, é que estariam por trás dos problemas. (BBC Brasil)Sabrina Fonseca Café Comentários (0)