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Mitos e verdades sobre a gelatina

março 26, 2006

O colágeno é amplamente utilizado na alimentação humana na forma de gelatina. No corpo, ela é uma proteína fibrosa, que inclui a queratina – proteína do cabelo e das unhas –, a fibrina do sangue e a miosina dos músculos. Apesar de sabermos que o colágeno muscular e o cutâneo são proteínas estruturais necessárias na manutenção do tônus muscular e da elasticidade da pele, isso não implica que a ingestão de gelatina em cápsulas seja útil no estímulo ou incremento desse mecanismo – ao contrário do que muitos pensam e do que é enganosamente "vendido" em alguns rótulos de produtos "nanturais.Colágeno

“É a dieta o nosso maior aliado nesta causa, uma vez que esta fornece os aminoácidos necessários à síntese protéica”, afirma o médico nutrólogo diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Dr. Osman Gióia. Cerca de 30% das proteínas totais dos mamíferos são constituídas de colágeno, proteína de baixa qualidade nutricional, pois praticamente não contém triptófano, um aminoácido essencial.

“Costumamos medir a qualidade de uma proteína através de seu perfil de aminoácidos e a consideramos uma proteína de alto valor biológico quando ela contém todos os aminoácidos essenciais”, explica o Dr. Gióia. O colágeno é formado de 85% de proteína e isento de gordura, colesterol e carboidratos. Ele contribui para a formação de unhas e cabelos, o que não significa que sua ingestão em suplementos formulados possa ter efeito terapêutico nas eventualidades de alterações em unhas e cabelos.

Não há uma doença conhecida ou descrita nos livros de clínica médica causada pela deficiência de colágeno, com repercussão em unhas e cabelos, que possa ser tratada com a reposição de colágeno. “Nenhum médico que faça medicina baseada em evidência prescreve colágeno para tratamento de queda de cabelos ou cabelos fracos e quebradiços”, afirma o diretor da Abran.

A desnutrição protéica sim, esta causa essa alteração nos cabelos e não é tratada com colágeno. Seu tratamento correto é a terapia nutricional balanceada, que permite o aporte de proteínas para a manutenção da saúde.

Flacidez

“Do mesmo modo, o consumo de gelatina durante o emagrecimento não evita flacidez, nem melhora a elasticidade da pele", ressalta o médico. "Podemos evitar a flacidez e melhorar a elasticidade da pele de forma correta, se adotarmos uma dieta balanceada para emagrecer, aquela que emagrece e alimenta ao mesmo tempo”, defende o médico nutrólogo Dr. José Alves Lara Neto, diretor da Abran.

Dietas

O Dr. Lara Neto também destaca que em toda dieta, a perda de peso deve ser lenta, “uma vez que ao perder peso muito rapidamente o corpo se utiliza de maneira não seletiva das reservas mais ricas do organismo, as proteínas, ao invés das gorduras estocadas". Ao perdermos proteínas durante o processo de perda de peso, perdemos colágeno e podemos ficar flácidos. "Contra isso, não adianta comer toda a gelatina do mundo. A atividade física associada à dieta para perder peso é que tem papel preventivo no caso da flacidez”, diz o Dr. Lara Neto.

A Abran é uma entidade médica científica, reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. Fundada em 1973, dedica-se ao estudo dos nutrientes dos alimentos, decisivos no diagnóstico, na prevenção e no tratamento da maior parte das doenças que afetam o ser humano.

Reúne 2.800 associados, entre médicos nutrólogos, cientistas, pesquisadores e profissionais da área de nutrição, que atuam no desenvolvimento e atualização científica em prol do bem estar nutricional, físico, social e mental da população. (BBC Brasil)

Sabrina Fonseca Estudo Comentários (0) Comentários (0)