Falar ao celular ao volante equivale a dirigir bêbado--estudo
junho 30, 2006
Pessoas que falam ao telefone celular enquanto dirigem, mesmo usando acessórios que liberam as mãos, são tão incapacitados quanto motoristas bêbados, disseram pesquisadores.
"Se os legisladores realmente querem combater a distração ao volante, então deveriam considerar tornar ilegal falar ao telefone celular enquanto se dirige", disse Frank Drews, professor-assistente de psicologia na Universidade de Utah, que trabalhou no estudo divulgado na quinta-feira.
No Brasil, dirigir falando ao celular sem o uso de viva-voz é considerado infração de gravidade média (4 pontos na carteira de habilitação) e está sujeito a multa pelo Código Nacional de Trânsito.
Os pesquisadores usaram um simulador para o estudo, publicado na edição de verão (no Hemisfério Norte) da publicação Human Factors: The Journal of the Human Factors and Ergonomics Society.
Eles estudaram 40 voluntários que usaram o simulador de direção quatro vezes cada um: sem distração, segurando um telefone celular, usando o telefone com acessórios que deixavam as mãos livres e intoxicados com um nível de 0,08 por cento de álcool no sangue (limite legal nos Estados Unidos), depois de beber vodca com suco de laranja.
Três participantes bateram na traseira do carro da frente. Todos estavam falando ao celular e nenhum estava bêbado, disseram os pesquisadores.
Motoristas que conversaram ao celular, com ou sem acessórios, dirigiram um pouco mais devagar do que o normal, demoraram 9 por cento a mais para frear e variaram a velocidade do veículo.
Os motoristas alcoolizados dirigiram um pouco mais divagar, ainda que mais agressivamente.
"Dirigir e falar ao celular é tão ruim ou até pior do que dirigir bêbado", disse Drews, que afirmou que o álcool era responsável por 40 por cento das 42.000 mortes anuais no trânsito dos EUA.
Assim como as pessoas que bebem antes de dirigir, os usuários de telefone celular não se acham alterados, disseram os pesquisadores. (Terra)
Walter Valdevino Comportamento , Estudo Comentários (1)