Formiga "conta passos" para voltar ao ninho, diz estudo
junho 30, 2006
Cientistas usaram pernas de pau para alongar pernas de formigas
As formigas do deserto do Saara usam uma espécie de pedômetro (contador de passos) interno para calcular distâncias exatas, revelaram na revista Science pesquisadores suíços e alemães.
A pesquisa acrescenta novas informações ao que já se sabe das habilidades destes insetos para coletar e transportar alimentos por grandes distâncias no terreno arenoso e plano do deserto.
Os cientistas já sabiam que as formigas do Saara se orientavam pelas dunas desérticas através de uma espécie de “bússola interna”, funcionando a partir da luz do céu. A dúvida era sobre como os insetos se relacionavam com as distâncias.
Os pesquisadores da Universidade de Ulm, na Alemanha, e de Zurique, na Suíça, fizeram as formigas caminhar por um túnel até alcançar a comida.
Para o trajeto de volta, no entanto, os pesquisadores mudaram o comprimento das pernas das cobaias: parte do grupo teve as pernas parcialmente amputadas; a outra parte teve as pernas alongadas com pernas de pau.
Computador ambulante
Na experiência, as formigas com pernas mais longas caminharam uma distância mais longa para voltar à casa; já os insetos com pernas mais curtas encerraram seu trajeto antes de chegar ao ponto de origem.
Os pesquisadores concluíram que as formigas “contavam” os passos da ida para medir a distância na volta.
Tanto que os insetos que caminharam a ida e a volta com pernas mais curtas ou mais longas conseguiram julgar com bastante precisão a distância entre o ninho e a comida.
“Se as formigas necessitaram de mil passos para chegar à comida, elas com certeza vão partir do princípio de que precisam de outros mil para retornar ao ninho”, escreveu o neurobiólogo da Universidade de Ulm e autor do artigo na Science, Harald Wolf.
“Nosso próximo passo será consolidar o conhecimento sobre o controle do movimento das pernas das formigas ao caminhar, para ver se existe algo como um hodômetro (calculadora de distâncias) nesses animais.” (BBC)
Walter Valdevino Comportamento , Estudo Comentários (0)