Novos cálculos indicam que o Universo é maior do que se pensava
agosto 3, 2006
Método proposto para calcular distâncias entre galáxias sugere que a constante de Hubble, usada para estimar o tamanho do Universo, está errada.
O método tradicional para calcular distâncias entre galáxias envolve diversas equações. "A cada passo, acumulam-se erros", explica Stanek.
COLUMBUS, EUA - Astrônomos determinaram que a Galáxia Triângulo, ou M33, está 15% mais distante da Via Láctea do que se supunha. A descoberta implica que a constante de Hubble, um número que cientistas usam para determinar diversos fatores, incluindo o tamanho e a idade do Universo, pode estar errada, também. Desse modo, o Universo poderia ser 15% maior e 15% mais velho do que se estima hoje.
A equipe de astrônomos liderada por Kris Stanek, da Universidade Estadual de Ohio, chegou a essa conclusão depois de testar um novo método para o cálculo de distâncias intergalácticas. A descrição do método aparece no periódico Astrophysical Journal.
Em 1929, Edwin Hubble formulou a lei cosmológica das distâncias, que determina o valor da chamada constante de Hubble. Os cientistas discordaram por anos sobre o valor exato da constante, mas o valor atual é aceito desde a década de 50. "A constante de Hubble costumava ser o parâmetro que conhecíamos melhor, e agora está ficando para trás", disse Stanek. "Há dez anos, nem sabíamos que a energia escura existia". "Energia escura" é um efeito, ainda não totalmente explicado, que acelera a expansão do Universo e, assim, aumenta a distância entre as galáxias.
O método tradicional para calcular distâncias entre galáxias envolve diversas equações. "A cada passo, acumulam-se erros", explica Stanek. "Queríamos uma medida independente da distância: um único passo que um dia pudesse nos ajudar a medir a energia escura e outras coisas".
O novo método foi desenvolvido ao longo de 10 anos, e envolveu o estudo detalhado de M33. Os astrônomos usaram a massa e o brilho de um par de estrelas na galáxia para calcular a distância até nós - a massa informa qual o brilho que deveria ser observado se as estrelas estivessem perto da Terra. A diferença entre esse valor calculado e o brilho real, mais fraco, foi usado para estimar a distância.
Para surpresa dos pesquisadores, a distância ficou 15% acima do esperado, ou 3 milhões de anos-luz, em vez de 2,6 milhões.
A equipe de Stanek pretende utilizar o método em outras estrelas e galáxias para reduzir a margem de erro e confirmar o achado, mas se os cálculos se confirmarem, isso significa que a constante de Hubble é 15% menor do que o valor utilizado, e o Universo, 15% maior e 15% mais velho. (Estadão)
Sabrina Fonseca Intriga , Universo Comentários (0)