Três anos sem fumar podem reduzir riscos cardíacos

da BBC Brasil

Fumantes que fumam até dez cigarros por dia reduzem o risco de ataque cardíaco de não-fumantes entre três e cinco anos após parar de fumar, revelou uma pesquisa publicada no jornal médico "The Lancet".

Já a possibilidade de infarto em tabagistas que fumam mais de dez cigarros por dia continua alta mesmo depois de 20 anos de abstinência, diz o estudo da Universidade McMaster de Ontário, no Canadá.

O estudo, que envolveu 27 mil pacientes em 52 países, demonstrou que os riscos à saúde são praticamente iguais para quem masca tabaco ou consome cigarros comuns, de palha ou narguilés (comuns no Oriente Médio e na África árabe, em que a fumaça é inspirada através de um cano com água).

O mundo tem cerca de 1,3 bilhão de fumantes, 82% deles nos países em desenvolvimento, disseram os cientistas.

Riscos

O trabalho concluiu que, comparado a não-fumantes, quem fuma está exposto a uma chance três vezes maior de ter um ataque cardíaco.

O risco dos fumantes leves é igual ao de quem masca tabaco; o dobro do risco dos não-fumantes. Já o fumante passivo tem uma probabilidade 45% maior de sofrer um ataque do coração.

Enquanto fumantes leves podem zerar as chances de ataque cardíaco pouco tempo após deixar o vício, ex-fumantes que consumiam pelo menos 20 cigarros por dia ainda correm risco de infarto 22% mais alto que não-fumantes.

Para o coordenador da pesquisa professor Salim Yusuf, o estudo mostra que "os esforços públicos para evitar que jovens comecem a fumar e que fumantes de hoje abandonem o vício terão grande impacto na prevenção de ataques cardíacos em todo o mundo".

Ruairi O'Connor, da Fundação Britânica do Coração, afirmou que "a boa notícia para fumantes é que muito do risco de ataques cardíacos diminuiu depois de se abandonar o cigarro, o que é uma boa razão para deixar de fumar". (Folha)