Caminhar 'não é suficiente para a boa forma', diz estudo
setembro 25, 2006
Durante a pesquisa, foi feita uma comparação entre um grupo de pessoas que realizava uma caminhada de 10 mil passos sem tempo fixo para sua conclusão e um outro cuja rotina era mais intensa, e que deixava os seus participantes ofegantes, apenas em condições de falar uma ou duas sentenças no final.
"Ao longo do dia, enquanto você estiver dando aqueles 10 mil passos, dê de 200 a 400 em um ritmo mais intenso." (BBC)
Caminhar 'não é suficiente para a boa forma', diz estudo
Pesquisadores consideram recomendável que exercício deixe a pessoa ofegante
Caminhar pode não ser suficiente para trazer benefícios à saúde, sugere pesquisa de uma equipe da Universidade de Alberta, no Canadá.
Os especialistas chegaram a essa conclusão ao comparar um programa de exercícios de 10 mil passos com uma rotina mais tradicional de ginástica com intensidade moderada.
A pesquisa constatou que o segundo grupo apresentava melhoria significativa em seu condicionamento físico.
Eles disseram em uma reunião da Faculdade Americana de Medicina do Esporte que exercício leve não é suficiente para uma boa forma física.
Vicki Harber, que liderou a pesquisa, disse: "De maneira geral, atividade de baixa intensidade como caminhar provavelmente não vai dar a ninguém benefícios notáveis à saúde em comparação a programas que ocasionalmente aumentam a intensidade."
Harber e seus colegas temem que seja dado pouca ênfase sobre a intensidade das atividades físicas em campanhas para promover exercícios como parte de uma vida mais saudável.
Ofegante
Durante a pesquisa, foi feita uma comparação entre um grupo de pessoas que realizava uma caminhada de 10 mil passos sem tempo fixo para sua conclusão e um outro cuja rotina era mais intensa, e que deixava os seus participantes ofegantes, apenas em condições de falar uma ou duas sentenças no final.
Ambas as práticas, que duraram seis meses, levaram seus participantes a consumir a mesma quantidade de calorias. No total, 128 pessoas sedentárias participaram do projeto.
Os pesquisadores avaliaram o impacto das práticas sobre a forma física dos participantes do estudo medindo sua pressão sangüínea e consumo de oxigênio para apurar a capacidade pulmonar.
Eles constataram que o programa de caminhada aumentou o consumo de oxigênio em uma média de 4% em seis meses, enquanto que no grupo que realizava exercícios de intensidade moderada esse aumento foi de 10%.
"Nossa preocupação é que as pessoas possam achar que o que importa mais é o número total de passos diários acumulados, e não atentarem muito para o ritmo ou esforço investido ao se dar esses passos", disse Harber.
A chefe da pesquisa disse que o programa de 10 mil passos ajudou a motivar as pessoas e foi uma forma excelente de se começar a prática de exercícios, "mas para aumentar a eficácia, é necessário acrescentar alguma intensidade" ao exercício.
"Ao longo do dia, enquanto você estiver dando aqueles 10 mil passos, dê de 200 a 400 em um ritmo mais intenso."
"É necessário fazer mais do que exercício leve e incluir atividade moderada regular, e não deixe de adotar ocasionais períodos de exercício vigoroso", recomendou Harber.
O especialista da Universidade de Loughborough disse que é possível que as atuais recomendações sobre o quanto de exercício deve ser feito tenham optado por um nível baixo demais.
"Mas deve-se chegar a um equilíbrio entre fisiologia e psicologia. Quanto mais difícil for o exercício recomendado, menor vai ser o número de pessoas que o acabarão praticando."
Biddle afirmou que não há dúvida de que exercício vigoroso é a forma de se conseguir o condicionamento físico, mas o volume, mais do que a intensidade, pode ser útil para resolver problemas como a obesidade. (BBC)
Walter Valdevino Comentários (0)