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Tempo quente aumenta efeito da bebedeira, diz estudo

setembro 16, 2006

Pesquisa realizada com MOSCAS BÊBADAS sugere que o mesmo mecanismo molecular que regula a resposta do corpo ao calor também participa da tolerância ao álcool.

A geneticista Kristi Montooth imaginou se as proteínas ativadas quando o tempo está frio não poderiam ajudar as moscas a encarar melhor a bebida. (Estado)

Tempo quente aumenta efeito da bebedeira, diz estudo

Enzimas envolvidas na tolerância ao frio também ajudam a retirar o álcool do corpo

WASHINGTON - Se você já se perguntou por que a mesma latinha de cerveja parece subir mais rápido no verão que no inverno, cientistas podem finalmente ter encontrado a resposta: pesquisa realizada com MOSCAS BÊBADAS sugere que o mesmo mecanismo molecular que regula a resposta do corpo ao calor também participa da tolerância ao álcool.

Como acontece nos seres humanos, excesso de álcool intoxica moscas. Uma vez ingerido, o álcool aumenta a fluidez da membrana das células. Isso atrapalha a função celular. A fluidez da membrana da célula também depende da temperatura: membranas tendem a enrijecer no frio.

Para impedir o endurecimento excessivo, a célula aumenta a produção de ácidos graxos, que se infiltram na membrana e a ajudam a relaxar. Como esses ácidos são regulados por proteínas que também participam da desintoxicação do álcool, a geneticista Kristi Montooth imaginou se as proteínas ativadas quando o tempo está frio não poderiam ajudar as moscas a encarar melhor a bebida.

A equipe de pesquisadores testou a hipótese em dois grupos de moscas: um, do norte da Austrália, criado a 26º C. Outro, da Tasmânia, a 15º C. Quando as moscas tasmanianas foram expostas ao calor australiano, a tolerância delas ao álcool - definida como a porcentagem de etanol necessária para matar metade da amostra em 48 horas - caiu de 13,2% para 8,8%. Enquanto isso, mudar as moscas australianas para um ambiente tasmaniano elevou a tolerância ao álcool de 12,3º% para 15,2%.

Estudos suplementares com as moscas australianas ajudaram a explicar esse poder. Os pesquisadores mostraram que quando essas moscas eram levadas para um ambiente mais frio, elas dobravam a expressão de genes envolvidos na produção de ácidos graxos. Um desses genes codifica a enzima acetil-CoA sintetase, que ajuda também na desintoxicação alcoólica.

Outro gene ativado no frio produz a enzima fosfolipase D, que remove o etanol das membranas. Assim, os caminhos bioquímicos que entram em ação para aumentar a fluidez da membrana também atuam aumentando a tolerância ao álcool, diz Monooth, cuja equipe informa dos resultados da pesquisa no periódico Journal of Experimental Biology. (Estado)

Walter Valdevino Estudo , Álcool Comentários (0) Comentários (0)